sábado, 27 de setembro de 2014

PRÉ-NUPCIAL

ESTÁGIO PROBATÓRIO PRÉ-NUPCIAL
João Joaquim
 No tocante às relações humanas homem/mulher  todos sabemos qual seria o grau de excelência ou o sonho de consumo. É difícil mesmo imaginar o par ideal  por exemplo no amor. Trata-se na verdade de um campo minado, dado os riscos do desencontro, das divergências, dos atritos e aquele amor à  primeira vista se transformar num ódio nunca antes  visto.
 Nesta área do amor há críticos que até acreditam que aquela história de Romeu e Julieta foi pura invenção de Shakespeare. Outra história que deixa dúvidas foi a de Dirceu e Marília, de Tomás Antonio Gonzaga da época do Arcadismo ( antiga Vila Rica, hoje Ouro Preto MG).  
Em matéria de relações amorosas todos dão os seus palpites. Representa um vasto campo para os profissionais de psicologia, psiquiatria e psicanálise. Eu, ás vezes, gosto de ouvir histórias de amor. As terapias, os conselhos, as decodificações do que ocorre entre os casais ou pares tornam-se muito divertidas.
As terapias de casais( héteros) ou pares conjugais devem ser até pitorescas. Quando cito aqui pares conjugais eu me refiro às duplas ( ele/ele, ela/ela) de pessoas homoafetivas. São o que os defensores dos direitos humanos ou psicólogos chamam de novos arranjos familiares. Aqui temos de fato uma arquitetura muito atípica e que encontra fortes opositores no concernente à geração de filhos. Basta lembrar que neste arranjo para se ter um filho necessita de uma terceira pessoa (homem ou mulher). Segmentos conservadores da sociedade como muitas igrejas evangélicas e católica são contra até o casamento gay. Trata-se de  uma posição que vai de encontro aos avanços das conquistas sociais por esses grupos de pessoas( os gays)  
Eu como hétero nada tenho contra a união estável entre pessoas homoafetivas. Entretanto a geração de filhos com o uso de gametas anônimos ou uma terceira pessoa na relação me soa muito feio e extravagante. Para mim fere as leis naturais, os costumes e tradições familiares e portanto eu  desaprovo estas condutas.
Mas, tomo então a ideia central que é a questão do encontro e desencontro das pessoas nas relações amorosas. Nesse campo eu gosto muito do vulgo, da plebe, das pessoas comuns. As pessoas de baixa escolaridade com os seus chistes e provérbios revelam muita sabedoria. Algumas pérolas por exemplo. Que me desculpem as feias mas beleza é fundamental (Vinícius de Morais). Casamento é igual a sauna, no começo vai bem, mas no final a gente fica doido para cair fora. Se me encontrar abraçado com mulher feia pode separar que é briga. Esta melhor: se casamento fosse coisa boa não precisava de testemunha.
Eu sou um dos que defendem que casamento deveria ter um protocolo igual a admissão em empregos. Deveria ter  o tal do estágio probatório. Ou seja primeiro, de forma experimental ficaria junto durante um tempo, aí se avaliaria a aprovação ou não da aptidão ao casamento( seria como um pré – vestibular ).
É de fato um campo minado de perigos. Se bem que esta ideia do chamado estágio probatório já existe no namoro e noivado. Agora vai lá entender as relações humanas! Tem casal que no namoro já vive  aos tapas, às vezes é tanto atrito que até se chega ao suicídio ou assassinato. Como explicar  os sentimentos, os desejos, os planos, a índole humana?  Seria o caso, namorou, desentendeu,acabou a relação. Casar neste caso seria um passaporte para o inferno.
Enfim, as causas das desavenças conjugais são inúmeras. Aí entra ciúme doentio, paixão (pathos) beirando a morbidez, infidelidade,  desgaste da convivência e tantos outros conflitos de valores individuais.
Para arrematar eu  cito o caso de um amigo que namorou, noivou e casou. Passados dois anos  ele se separou. Minha surpresa foi que tratava-se de um casal perfeito, apaixonado. Como amigo ele revelou-me que não suportou o estilo de vida da mulher. Resumo biográfico da consorte : na casa do pai a ex- esposa tinha tudo prontinho, roupa lavada, comidinha na mesa e toda mordomia. Uma vez casada ela queria levar a mesma vidinha de sibarita. Não gostava de trabalhar, era desleixada com as lidas do lar e naufragava na internet e redes sociais. Como ele (marido) era o reverso dela nestes quesitos não podia dar  certo. Olha aí o quanto seria importante o tal do estágio probatório pré-nupcial. Que triste, coitado de certos maridos.

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