PRÉ-NUPCIAL
ESTÁGIO PROBATÓRIO PRÉ-NUPCIAL
João Joaquim
No tocante às relações humanas
homem/mulher todos sabemos qual seria o
grau de excelência ou o sonho de consumo. É difícil mesmo imaginar o par
ideal por exemplo no amor. Trata-se na verdade de um campo minado, dado
os riscos do desencontro, das divergências, dos atritos e aquele amor à
primeira vista se transformar num ódio nunca antes visto.
Nesta área do amor há críticos que até
acreditam que aquela história de Romeu e Julieta foi pura invenção de
Shakespeare. Outra história que deixa dúvidas foi a de Dirceu e Marília, de
Tomás Antonio Gonzaga da época do Arcadismo ( antiga Vila Rica, hoje Ouro Preto
MG).
Em matéria de relações amorosas
todos dão os seus palpites. Representa um vasto campo para os profissionais de
psicologia, psiquiatria e psicanálise. Eu, ás vezes, gosto de ouvir histórias
de amor. As terapias, os conselhos, as decodificações do que ocorre entre os
casais ou pares tornam-se muito divertidas.
As terapias de casais( héteros)
ou pares conjugais devem ser até pitorescas. Quando cito aqui pares conjugais
eu me refiro às duplas ( ele/ele, ela/ela) de pessoas homoafetivas. São o que
os defensores dos direitos humanos ou psicólogos chamam de novos arranjos
familiares. Aqui temos de fato uma arquitetura muito atípica e que encontra
fortes opositores no concernente à geração de filhos. Basta lembrar que neste
arranjo para se ter um filho necessita de uma terceira pessoa (homem ou
mulher). Segmentos conservadores da sociedade como muitas igrejas evangélicas e
católica são contra até o casamento gay. Trata-se de uma posição que vai de encontro aos avanços
das conquistas sociais por esses grupos de pessoas( os gays)
Eu como hétero nada tenho contra
a união estável entre pessoas homoafetivas. Entretanto a geração de filhos com
o uso de gametas anônimos ou uma terceira pessoa na relação me soa muito feio e
extravagante. Para mim fere as leis naturais, os costumes e tradições
familiares e portanto eu desaprovo estas
condutas.
Mas, tomo então a ideia central
que é a questão do encontro e desencontro das pessoas nas relações amorosas.
Nesse campo eu gosto muito do vulgo, da plebe, das pessoas comuns. As pessoas
de baixa escolaridade com os seus chistes e provérbios revelam muita sabedoria.
Algumas pérolas por exemplo. Que me desculpem as feias mas beleza é fundamental
(Vinícius de Morais). Casamento é igual a sauna, no começo vai bem, mas no
final a gente fica doido para cair fora. Se me encontrar abraçado com mulher
feia pode separar que é briga. Esta melhor: se casamento fosse coisa boa não
precisava de testemunha.
Eu sou um dos que defendem que
casamento deveria ter um protocolo igual a admissão em empregos. Deveria ter o tal do estágio probatório. Ou seja primeiro,
de forma experimental ficaria junto durante um tempo, aí se avaliaria a
aprovação ou não da aptidão ao casamento( seria como um pré – vestibular ).
É de fato um campo minado de
perigos. Se bem que esta ideia do chamado estágio probatório já existe no
namoro e noivado. Agora vai lá entender as relações humanas! Tem casal que no
namoro já vive aos tapas, às vezes é
tanto atrito que até se chega ao suicídio ou assassinato. Como explicar os sentimentos, os desejos, os planos, a
índole humana? Seria o caso, namorou,
desentendeu,acabou a relação. Casar neste caso seria um passaporte para o
inferno.
Enfim, as causas das desavenças
conjugais são inúmeras. Aí entra ciúme doentio, paixão (pathos) beirando a
morbidez, infidelidade, desgaste da
convivência e tantos outros conflitos de valores individuais.
Para arrematar eu cito o caso de um amigo que namorou, noivou e
casou. Passados dois anos ele se
separou. Minha surpresa foi que tratava-se de um casal perfeito, apaixonado.
Como amigo ele revelou-me que não suportou o estilo de vida da mulher. Resumo
biográfico da consorte : na casa do pai a ex- esposa tinha tudo prontinho,
roupa lavada, comidinha na mesa e toda mordomia. Uma vez casada ela queria
levar a mesma vidinha de sibarita. Não gostava de trabalhar, era desleixada com
as lidas do lar e naufragava na internet e redes sociais. Como ele (marido) era
o reverso dela nestes quesitos não podia dar certo. Olha aí o quanto seria importante o tal
do estágio probatório pré-nupcial. Que triste, coitado de certos maridos.