sábado, 30 de setembro de 2017

ÉBRIOS DO PODER

A EMBRIAGUEZ CAUSADA PELO PODER DA FUNÇÃO E DO DINHEIRO

João Joaquim  

impressiona-nos de forma negativa constatar e assistir o quanto muitas pessoas se sentem inebriadas pelo poder. O quanto elas mostram quem são assim que são empossadas numa função de líder, de chefe, de gerente, de presidente de algum órgão ou mesmo de um país; enfim em qualquer função que lhes traga a prerrogativa de decisão e de dar ordens a outros subalternos; ou de empregar dinheiro público.
É de se registrar que muitos homens e mulheres têm de fato a vocação e a qualificação inata para bem dirigir e chefiar outras pessoas nas mais diferentes atividades. Sejam essas no âmbito público ou privado, no cenário profissional ou político e o fazem de forma muito ética, generosa e humanizada com observância e princípios de respeito aos direitos humanos e das diferenças individuais e de gênero.
Os exemplos do bem e do mal podem ser vistos em todos os cenários da sociedade. O que parece distinguir um tipo perverso de um bom administrar pode estar no própria formação e educação técnica e moral do indivíduo. A biografia, o passado, a educação e interação familiar desse líder vão nortear a sua personalidade no respeitante às relações com os seus subordinados e colaboradores, e com os bens públicos sob sua responsabilidade.
Quando buscados estudos das relações humanas na sociologia, na antropologia e mesmo na política podemos observar que tal questão esteve sempre no foco de pensadores e estudiosos do tema. Na seara política por exemplo basta revisitar por exemplo o príncipe de Maquiavel e do Leviatã de Thomas Hobbes. São teses que bem explicam as relações sociais e políticas. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) na sua obra contrato social fala de forma muito enfática e convincente dessa relação de dominação de um líder ou governante sobre os governados.
Abstraindo das teorias científicas dessas relações humanas tomemos exemplos e ciência que temos em nossos dias desse impulso e expediente de poder e de dominação sobre o outro.
A duração que teve por exemplo a escravidão oficial é um execrável exemplo do sentimento de posse e poder que muitos trazem dentro de si. Tal senso e vocação é inerente à natureza humana. O lamentável na questão escravocrata é que na prática e nos resultados ela continua. Os graus e intensidade dessa exploração humana vão desde as formas as mais degradantes até aquelas praticadas de forma legal e com a chancela do Estado. Quantos e quantos trabalhadores sem qualificação profissional não trabalham em condições precárias, com poucos direitos e baixa remuneração?
Assim são os casos dos operários da construção civil, lavradores e muitos outros trabalhadores de empreiteiras que pagam propinas e mesadas aos políticos.
Um outro cenário onde impera a sensação de poder na cabeça de chefes, líderes e gestores se dá nas sessões administrativas públicas ou privadas. Exemplos desses casos são as figuras dos tipos de assédios, já previstos no código civil. Sãos os classificados assédio moral ou assédio sexual.
Uma categoria onde ainda vigora o sentimento de domínio e poder sobre o outro é a militar. É o princípio ou cartilha da chamada caserna. A disciplina é por demais rígida com exigência de muita subserviência e absoluta continência e submissão dos soldados rasos e “inferiores” aos oficiais e “superiores”. É aqui ,nesse cenário, que muitos maus administradores, os perversos líderes e chefes mostram quem são, que tipo de personalidades eles são. Há casos e denúncias de absoluta escravidão , maus tratos, assédio moral do pior nível e degradação.
Uma classe de pessoas onde transborda o sentimento de poder é a dos políticos em que há muitas funções de tomada de decisões e governo. Tais exemplos são notórios no Brasil. Eles são encontradiços nas mais diversas áreas da vida brasileira. São os profissionais do judiciário, das polícias, dos poderes legislativo e executivo. O sujeito na posse de sua função sente-se tão empoderado, a embriaguez pelo cargo é tamanha que muitas vezes comete os mais infames crimes, com a noção de que pode tudo e que jamais será descoberto nos malfeitos. São os fatos de peculato, corrupção e falsidade ideológica. 

O Brasil está repleto desses tais. Que o digam a operação lava-jato, e tantas outras da polícia federal e ministério público. Imagine um ex político, ex parlamentar como o Sr Geddel Vieira Lima, que guardou 51 milhões de reais em um apartamento , julgando jamais ser descoberto nesse execrável crime de lavagem de dinheiro. Imagine bem! Só mesmo no Brasil.   setembro/2017. 

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