quarta-feira, 30 de março de 2016

DEPRIMA-SE DE GRAÇA....

         MÚSICA E DEPRESSÃO
João Joaquim  


A medicina , uma profissão fundada em vários braços científicos, e com todos os avanços, pesquisas e ensaios clínicos, está aí a serviço da melhoria de nossa saúde, de combate a todas as doenças preveníveis e curáveis, de promover a qualidade de vida e com tudo isto em foco , uma longevidade mais saudável. E as pessoas longevas e saudáveis têm sido cada vez mais numerosas. Não demorará muito ,e ser um Oscar Niemeyer, não será surpresa. O famoso arquiteto faleceu com quase 104 anos. Detalhe importante, era fumante e morreu altamente produtivo. Talvez foi o trabalho um dos seus segredos de romper um século e de bem com a vida. Advertência importante: o tabagismo diminui expectativa e qualidade de vida.
Com esta prévia não tão  breve, contudo, não venho de falar de expectativa de vida, mas de saúde mental. Mais seletivamente de depressão. Hoje se sabe ser uma doença de alta prevalência, a que todos, em algum grau estão sujeitos, ao menos de forma secundária (isto é, não endógena ) em alguma fase de suas vidas.
A título de melhor compreensão: se o indivíduo sofre um imprevisto qualquer, perda de amigo, um parente querido, um prejuízo etc; essa pessoa terá uma depressão secundária e  temporária. Se alguém tem uma depressão sem nenhuma causa aparente identificável, diz-se então que ela padece de uma depressão primária ou endógena. Talvez aqui possa existir uma deficiência de alguns neuro-hormônios (dopamina e serotonina por exemplo).
Não é sem razão que muitos medicamentos antidepressivos   atuam no cérebro aumentando a taxa (concentração) desses neurotransmissores, que a indústria farmacêutica chama de substâncias do prazer e da felicidade. Termo inadequado dos laboratórios porque prazer e felicidade se fazem com um estilo de vida mais saudável , pautado por posturas positivas e construtivas as mais diversas. 
Já mediando o tema, trago à baila resumo de uma pesquisa de psicologia e psiquiatria sobre três fatores estreitamente ligados aos transtornos depressivos( tristeza e angústia). São eles a cor (ou as cores), a luz e a música. No concernente as cores, todas aquelas tonalidades  escuras, muito encarnadas têm uma tendência reforçadora dos sintomas depressivos como tristeza, mau humor e apatia. As cores por exemplo azul, branca, vermelha e verde trazem sempre uma sensação e visual de alegria, prazer e vida.
Em relação a luz, todo ambiente bem iluminado traz também um sentimento de pureza, paz , beleza e harmonia. Estas evidências e nexo causal entre luz e manifestação depressiva podem ser constatadas com os períodos diurnos e noturnos. A doença tende a se agravar mais à noite. Em regiões onde os dias são menos ensolarados, nublados e chuvosos têm sido constatados mais casos de depressão;  os sintomas são mais insidiosos, crônicos; com respostas menos favoráveis às terapias psíquicas  e medicamentosas.
A música  é outro fator que vem sendo estudado pela sua estreita relação com a saúde mental, emocional e mesmo orgânica das pessoas. Em grandes centros a música já vem sendo empregada como terapia psicoemocional em muitas formas de doença, como as cardiovasculares, oncológicas e psiquiátricas.
Como explanações finais o que se pode tirar de prático dessas pesquisas recentes é que podemos trazer tais resultados para nossas vidas diárias, para nossas horas e momentos de lazer, entretenimento e na contemplação e assistência de um espetáculo, um show, uma sessão de teatro, na apresentação de um e outro artista, de um estilo musical, etc.
Fica bem plausível e convincente que as cores mais claras associadas a um ambiente bem iluminado nos passarão sempre a ideia e símbolos de felicidade, energia positiva e vida.
De igual modo a conexão que podemos fazer entre tristeza ou depressão com os estilos musicais.
 Realço um exemplo encontradiço no dia a dia das pessoas que ouvem rádios, FM, MP3 ou mesmo o show de um cantor. Imagine uma música sertaneja ou um gênero semelhante , cuja letra fale de adultério, de traição, de paixões mal resolvidas! Me alembro de nosso amor /Naquela saudosa mansão/Hoje não seguro tanta Dor /De tristeza e mais depressão . E  os refrões e melodias rolando …..

 Se o ouvinte já tem depressão, sua crise de angústia vai piorar; se o expectador e ouvinte não tinha sintomas de tristeza e depressão ele sairá bastante encaminhado para um quadro de muito abatimento psíquico e emocional, e talvez precisará tomar alguns antidepressivos ou buscar ajuda de um psiquiatra .
Então fica o conselho, se tem depressão procure combinar bem cores, luzes e estilos musicais, porque os perigos de adquirir um transtorno depressivo ou agravamento de um já existente são iminentes e reais.  Março/2016.  
   

João Joaquim médico articulista DM    www.drjoaojoaquim.com  joaojoaquim@drjoaojoaquim.com

ABORTOS A ESPERA

O GEMIDO DOS EMBRIÕES CONGELADOS

João Joaquim 

A Medicina é uma profissão que busca o apoio e as bases de muitos ramos científicos para o seu mais ético e humano funcionamento. São exemplos no seu constante aprimoramento a química (na síntese de medicamentos), a física (na execução de terapias e diagnósticos)  e a biologia (fisiologia, citologia, genética, fenômenos de reprodução etc).
Neste artigo busco falar especificamente sobre a reprodução humana. Trata-se de um ramo da Medicina que evoluiu muito. As expressões fertilização “ in vivo ou in vitro” se tornaram até de domínio popular, tais as notícias veiculadas sobre tais práticas em clínicas de ginecologia e obstetrícia.
Antes de falar estritamente em humanos, faço um adendo. Na biologia animal e veterinária por exemplo os avanços chegaram ao estágio de clonagem e sexagem (escolher o sexo das crias). A reprodução induzida (“in vivo ou in vitro”) já vem sendo largamente praticada com vistas à geração de animais como matrizes, reprodutores e ao consumo como alimentos ( produção de  ovos e carnes de suínos e  bovinos).
 O instinto materno, muito mais do que o paterno, é um sentimento dos mais nobres. Ele deve estar presente em todas as mulheres, salvo um e outro caso fora dessa inclinação natural . Antes do advento da especialidade e das clínicas de reprodução humana o que sucedia com os casais inférteis ou estéreis? Três opções: a) aceitar a condição sem filhos, b) filhos adotivos, c) cuidar (ajudar) na criação e educação de sobrinhos ( se tornar tios e tias).
Vieram as clínicas de fertilização. E elas vêm se proliferando. Tornou-se um mercado rentável e próspero;  todavia,  com elas surgiram as questões colaterais. Algumas boas, outras ruins e péssimas. As notícias boas é que casais antes inférteis podem contar com esses serviços para o sonho de ter filhos. O lado ruim desses avanços da Medicina é que quase todas as clínicas são privadas e tudo muito caro. Existem poucas opções pelo SUS e nos hospitais-escolas das faculdades de Medicina.
Uma segunda questão digna de menção se refere à opção de muitas mulheres em adiar o sonho (plano) da maternidade. Todos havemos de lembrar que o risco de infertilidade e síndromes genéticas (ex Down) aumenta com a idade da mãe. Ou seja , mães inférteis mais velhas que buscam fertilização assistida, vão ter mais ônus monetário, porque a indução da gravidez é mais complexa,  e mais riscos de malformações fetais.
Uma terceira questão, talvez pouco lembrada de quem procura ter gestação induzida (“artificial, forçada, in vitro, de laboratório” ;  vários termos) envolve questões bioéticas graves, gravíssimas. Para tanto basta lembrar o que é feito e como é feito para uma mulher infértil engravidar. Basta enumerar os casos mais comuns. Situação 1. Vai-se estimular a produção da ovulação. Pode-se engravidar com feto único  ou gêmeos. Quanto mais gêmeos, mais riscos para mãe e filhos, são as gravidezes de alto risco. Todos os bebês , quase sem exceção, serão prematuros, o que gera mais ônus pelos custos de assistência neonatal.
Situação 2. A mulher não ovula, apesar de todas as técnicas de estimulação. Mas ela tem ovários e óvulos normais. Neste caso então entra a fecundação “in-vitro”. Vão ser obtidos vários embriões. Alguns vão ser implantados no útero da mulher. Como de todos sabido, muitas dessas gestações vão ser gemelares(2, 3, 4 fetos). As questões menos graves aqui são as de todas as gravidezes de gêmeos:  prematuridade, algum natimorto, complicações maternas , pré-eclâmpsia , diabetes, hipertensão , etc.
As questões bioéticas gravíssimas que se revelam em autênticas monstruosidades no sentido ético, humano e religioso se referem aos embriões que sobram dessas práticas.   
Há hoje pelo Brasil e pelo mundo milhares desses embriões que “sobram”, das fertilizações  in vitro,  e estão congelados nessas clínicas de reprodução.
Os comitês de bioética, os conselhos de medicina, as entidades de direitos humanos não sabem o que fazer com esses embriões humanos. E todos tem um RG(pai e mãe ) e um genoma do casal  que se deu a esses expedientes. E esses casais sabem, porque todos assinam um documento intitulado “ Consentimento Informado”; ou seja, além dos médicos que fazem as chamadas gravidezes induzidas, a mãe e o pai são muito bem orientados sobre os desdobramentos dos procedimentos e a guarda (não pode descartar) dos embriões. Reprisa-se esse ponto porque se revela um questão bioética gravíssima com as quais os conselhos de Medicina ,entidades de Direitos Humanos e religiosas se deparam. O que será feito com tantos embriões humanos “congelados”?  Eles se transformaram no maior enigma ético e humanitário para os seus genitores( pais desses seres congelados) e autoridades legais e de saúde. Parece uma pergunta que soa  como  normal. Mas não é . Essa interrogação emblemática e enigmática das mais graves não pode se calar na consciência de quem permite essas práticas que são  os casais e médicos praticantes. O que será feito dos embriões que sobram das fertilizações ou gravidezes  artificiais ?  Março / 2016


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PRAÇAS DE...

AS  PRAÇAS   DE CAMINHADAS SÃO DO POVO
João Joaquim 


Se tem um espaço onde se pode conhecer melhor a alma e o coração das pessoas esse lugar se chama passeio público de caminhadas. São as praças, os parques naturais, que muitos também os nominam de pistas de Cooper, homenagem ao fisiologista e idealizador americano  Dr. Kenneth Cooper.
Quando saio às minhas corridas matinais, às vezes corro, mas sem pressa. Primeiro faço os 7 minutos de alongamentos. Dois minutos de pernas, dois de braços, dois de abdômen e um de pescoço (coluna cervical). Falo de sete minutos porque sete é um número cabalístico e simbólico. Poderia ser uns 10 , 15 minutos, depende do gosto de cada um . Afinal em 7 dias fez Deus o mundo, 7 são os dias da semana, como o são também as cores irisadas do arco-íris.
Quando falo e prescrevo exercícios para amigos e pacientes procuro ser bem flexível. Digo sempre: façam os exercícios que melhor lhes aprouver e convier.  Os gostos, cores e exercício são de livre escolha. Tem gente que prefere os ambientes confinados de academias , há  outros que gostam de esportes, outros tantos de se exercitar pelos ares da vida; e tem aqueles que não gostam de nada. E tem até aquela classe mais casquilha e exigente que contrata um treinador pessoal (os tão badalados personal trainers).
Uma outra pergunta frequente quando de uma consulta e exame para atividades físicas se refere às normas ou atitudes de segurança para os iniciantes em qualquer tipo de exercício. A melhor orientação que faço é aquela de se auto-avaliar durante essas práticas. No geral comece com pelo menos 30 minutos 4 vezes por semana. O ritmo de se caminhar, trotar ou correr dependerá da boa tolerância e sustentação dessa velocidade. O próprio organismo através da respiração e fadiga muscular irá ditar se estamos exagerando ou não  no esforço muscular global.
 O importante é ao final de cada sessão dessas atividades a pessoa se sentir melhor do que cada começo. A melhor regra e segurança de qualquer exercício é ouvir as limitações orgânicas e fisiológicas individuais. Esqueça aquelas tabelas de frequência cárdica máxima e submáxima, de portar os frequencímetros e outras quinquilharias . São pingentes eletrônicos que mais atrapalham do que ajudam. Todavia, assevero em um ponto, nunca inicie uma atividade física sem um exame com um cardiologista. No mínimo uma consulta e teste ergométrico cardiológico.
 O único órgão que coloca qualquer  pessoa durante o exercício em risco é o coração. Este risco existe, não é desprezível, e só como alerta: as alterações cardíacas  congênitas não têm sintomas, e quando surgem são fatais. Quase sem exceção são mortes súbitas.  Raramente se morre de outra causa, aneurisma cerebral por exemplo.
Tomando a ideia inicial da beleza da alma e do coração das pessoas quando nas movimentações ao ar livre. Na verdade esses cenários  encerram em autênticos teatros da vida. São espaços onde cada um se sente  em seu proscênio.
E nessas alegres e salutares jornadas diárias me divirto muito com os variados estilos, com os tipos anônimos de corredores, caminhantes; enfim os transeuntes do nosso mundo. Existe  aquele no meu exemplo que tem uma periodicidade diária, tem aqueles que  vão 3 ou 4 vezes por semana e os que o fazem só em finais de semana ou eventualmente. Tem, acredite, até  aquele devoto que faz caminhada uma vez por ano, ele vai à festa do Divino Pai Eterno em Trindade GO. Esse merece um ingresso ao céu. Quanta devoção!
Os penduricalhos são os de todos; um celular à mão ou no bolso, mp3 nos ouvidos e um adorno , roupas e tênis  ou  algum adereço  fora de contexto.  Há os que levam suas garrafas de água. Os recipientes, às vezes, vão e voltam cheios, mas o que importa é que vão e voltam .
Um tipo especial de caminhante me deleita os olhos. São os donos de pets. Uns puxam os seus bichos, outros são puxados por eles. Há aqueles que se quer preocupam com os excrementos dos melhores amigos;  os que jogam lixos fora do lixo; e há aqueles que mesmo não tendo lixo, jogam os lixos dos outros nos coletores de lixo. Quão exemplares.
Outros tipos ou biotipos que me causam admiração são os de  alguma notável proeminência corporal. Mesmo sendo esses portadores de  excedentes ponderais personagens    preeminentes , intermitentes ou renitentes.  Passam-se dois, cinco anos e as circunferências de tronco e abdome são as mesmas. Nos casos aqui, está comprovado por um excesso de atividade de musculatura orofacial. São os praticantes de halterofilismo bucomaxilofacial ( jargão médico) .  
Eh! O certo é que as praças de atividade física e caminhadas são mesmo uma festa. Quanta alegria. Quanto de bom se vê da alma e do  coração em nossos parques , passeios públicos e pistas de caminhadas. Esses cenários são de fato e de direito as autênticas ágoras( como na Grécia Antiga) , onde todos se expressam e se encenam na mais absoluta e plena liberdade.    Março/2016.


João Joaquim - médico - articulista DM www.drjoaojoaquim.com  joaojoaquim@drjoaojoaquim.com

VIAGEM PELO PESO

     PROJETO VIAJE PELO PREÇO DO  QUANTO PESA

João Joaquim  

Estou aqui a escrever para protestar contra uma forma das mais antigas de injustiça do mundo e do Brasil. E o faço com números, dados, relatos, estatísticas das quais ninguém pode duvidar, contradizer, contestar ou vir com pesquisas contrárias. Estou a me referir sobre o serviço de transporte de gente. Serviço esse de que todos precisam, de que todos se utilizam. Afinal ninguém é por demais sedentário, glacial  ou grabatário   que não vá um dia querer ou precisar se mover de um lugar a outro.
Todavia, para dar mais consistência e foro de valor aos meus argumentos, quero antes de adentrar em matéria específica falar de transporte de objetos, de coisas (termo genérico), ou mesmo animais ínfero-irracionais.
A título de bom entendimento, suponhamos que um cidadão brasileiro( bem entendido que conforme direito, basta ter CPF e RG) queira transportar um bauzinho(caixa de madeira) vazio, do norte para o sul, tamanho 40cm x 20cm. A empresa transportadora vai cobrar pelos critérios volume e peso. Suponhamos R$ 50,00. Se for um baú maior, exemplo 1,20mx0,80m e peso 10 Kg, será cobrado R$ 200,00. Na empresa mais popular, a EBCT ( Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), os nossos correios,  as regras de cobrança de qualquer objeto, inclusive cartas, seguem os mesmos critérios. Aliás, um parêntese, o termo telégrafo dos correios está com os dias contados, porque praticamente essa forma de comunicação como o era na época  pré internet já não existe mais.
O transporte de qualquer objeto e papeis nos correios então se dá desta maneira. Vão ser considerados o peso e o volume (tamanho) da coisa a ser transportada. O que faz todo o sentido entre as mentes humanas. Imagina por exemplo o usuário (termo genérico, tudo agora é o usuário) enviar para a sogra (jararaca ou ovelha) 20 kg de isopor de Brasília a Porto Alegre. Fica evidente que os correios não vão cobrar o mesmo valor se fosse 20 kg de pregos. São pacotes ou caixas com volumes muito diferentes. O transporte pelo sedex( serviço de expedição ) dos correios por exemplo sempre levou em conta estas duas variáveis, volume e peso. O trânsito de objetos e matérias em geral têm ainda outras características; fragilidade e periculosidade. É muito mais arriscado transportar 10 litros de álcool do que 10 kg de soja. As empresas de transporte vão  cobrar adicionais em função dessas características da carga em trânsito, fragilidade e periculosidade, casos em que o usuário também terá uma despesa a mais com seguro.
No transporte de animais se dá também a mesma observância e normativos. Peguem dois animais de estimação. São duas cabeças de mesmo valor estimativo. Um gato de 3kg e um pastor alemão de 30kg. Os gastos com o cão serão muito maiores do que os relativos ao gato(dois bichos de estimação). Feito então esse longo preâmbulo sobre o transporte de matérias, objetos e animais não humanos, tornemos ao objeto desta matéria que é o transporte de gente.
 Com base nas premissas então expostas fica por demais evidente que o único transporte que traz uma enorme injustiça é o de gente. Eu nunca vi, em parte alguma da terra,  alguma empresa (rodoviária ou aeroviária) cobrar passagem de algum cliente pelo critério peso e volume das pessoas. Isto se torna inconcebível! Imagina o sujeito com 60 kg pagar a mesma tarifa de transporte de outro que pesa 120 ou 140 kg.
Eu disse na introdução que todos haveriam de concordar com meus argumentos. Disse mal. Tenho certeza de que aqueles mais gordinhos e fortões vão discordar  de minha tese e ponderações. Mas, que eles estão errado, disto eu não arredo pé( fiz um anagrama sem querer errado, arredo).
Eu já antecipo que vou encampar essa ideia de se pagar uma passagem de ônibus ou de avião, em viagens de humanos,  baseado no critério “ viaje pelo preço do   quanto pesa”. A exemplo do que já fazem os restaurantes “self service”, de cobrar do cliente o quanto ele come em gramas. Um exemplo da maior justiça. Eu que almoço 300g não posso pagar o mesmo que um fortão que come 1000g no jantar. Outro exemplo de justiça, eu tenho visto em crematórios de animais de estimação quando eles morrem. Muitos “cemitérios” para este fim cobram pelo último trato a esses bichos de estimação (cremação) conforme o peso dos pets. Olha quanta justiça e sensatez! Assim deve-se fazer também no transporte de gente.
 Assim posto, reposto e argumentado,  deixo aqui de pronto, minha moção pública , de levarmos ao nosso inoperante Congresso Nacional, essa petição de ação civil pública, do projeto de lei do “ viaje pelo preço do quanto pesa” . Uma observação e ressalva, essa PEC, projeto de emenda constitucional, deverá ser iniciada depois do impeachment da presidente Dilma Rousseff , levando em conta que não há pauta para outras matérias relevantes no momento.  Março/2016.


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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

ZIKA E ZICA

 BRASIL,  PAÍS DE UM ZICO E MUITA ZIC(K)A

João Joaquim 

ARTIGO SOBRE ZIKAVIROSE PARA SE RELER DAQUI A 2 ANOS. No  país inteiro, a maioria das pessoas está assistindo , aterradas e esbaforidas às notícias da epidemia da zikavirose (infecção pelo vírus zika). E então, como médico, com formação em clínica médica e medicina interna também me senti no direito de algum alvitre, o popular palpite ou pitaco.
Segundo nos conta a história, o vírus foi primeiro descoberto na floresta zika, em Uganda em 1947 . Em 1952, dois cientistas, o médico George Dick e o insetologista Alexandre Haddow (escoceses) comprovaram pela primeira vez o neurotropismo (infecção cerebral) do vírus. O experimento foi feito em ratos e achava-se que não haveria infecção nem sequelas em humanos( síndrome congênita do zika vírus). Com essa convicção os estudos foram encerrados. Como se vê parece que faltou mais curiosidade àqueles pesquisadores escoceses .
Decorrentes de fatores culturais, de boatos, e poucos dados biológicos do mosquito e do vírus surgem então o pânico, o desespero e tantas outras sugestões de nossa sociedade. E aí todos sabemos, como vivemos em uma Pindorama cada vez mais chafurdada em deseducação e ignorância, acreditar em boatos é mais fácil do que esperar e  buscar o mais correto e científico .
Alguns mitos e boatos, sem nenhum fundamento como estes :  o uso de vacinas vencidas causa a zikavirose. A redução da medida do perímetro cefálico, recomendada pelo ministério das doenças (ainda o chamam de ministério da saúde), se dá para baixar o número de notificações. Era 33, agora o perímetro indicado é 32 cm. Outro mito: a modificação do edes egípcio (o mosquito aedes aegypti) fez surgir o vírus zika. Ou seja, o Brasil já anda com tanta zica que ainda inventaram mais essas da boataria. É muita ziquizira ( urucubaca ) para um povo com tantas outras como as que nos infestam  vindas do  mundo dos políticos .
Por conseguinte eu resolvi então emitir meu parecer, nesta leve digressão. Que ela soe como um vaticínio, um augúrio. Daqui por exemplo 2 ou 3 anos, uma dessas hipóteses  se confirmará.
Para o desfecho do que hoje pode-se considerar uma pandemia, eu vou buscar alguns casos semelhantes  na história. Para quem não se lembra, vale o esforço de revisitar os registros da revolta da vacina, início do século XX , novembro de 1904.
Na época, era diretor de saúde o médico e cientista Oswaldo Cruz. Governo do presidente Rodrigues Alves .  O certo é que com o decreto da vacinação obrigatória contra a varíola ( já extinta no mundo)  ele , Dr Oswaldo Cruz,  foi quase linchado. As crendices, os boatos, as charges e pânico divulgados pela imprensa da época eram grotescas e risíveis. A própria imprensa não levava muito a sério a eficácia da vacina.
Mais recentemente tivemos na África, os surtos do vírus ebola, epidemia plenamente controlada. A epidemia (quase pandemia) da gripe suína em 2009 (H1N1). Foi um pânico e correria mundial. Em pouco tempo tudo se resolveu inclusive com a produção da vacina(H1N1) ao alcance de todos.
Possíveis consequências e diretrizes em relação à zikavirose. Falo aqui como médico e expectador das cenas culturais, costumes, índole da sociedade e da Política brasileira. Hipótese 1. Passa-se o pânico, tudo volta ao normal. A doença entra na estatística do SUS, do ministério da saúde. Nessa possibilidade entra até , por determinação do  governo do PT, a concessão de alguma bolsa-microcéfalo. Revela-se em um absurdo, mas enfim , tratando-se de governo demagógico e populista tudo é possível. O que o atual governo deveria fazer seria implementar medidas gratuitas pelo SUS de controle de natalidade. No momento o que se sabe é que o vírus só traz risco para gestantes, e não todas. A placenta é um grande filtro para o feto. Nem toda infecção da mãe chega ao feto.
Hipótese 2. Descobre-as a vacina  anti-zika. Torna-se obrigatória a todas as meninas e mulheres em idade fértil e tudo sanado da forma a mais simples, cientifica e ética. A exemplo do que está sendo feito com a prevenção do  HPV, causador de câncer de colo uterino. A prevenção é recomendada   em adolescentes ( mais as meninas).
Se não chegar à síntese da vacina e confirmada a relação vírus e microcefalia, resta como em situações similares,  de todos baixar a guarda, perder o pânico geral e continuar aumentando o grupo de microcéfalos. A exemplos do que ocorre com outros riscos. Quer exemplos  da chamada síndrome de Estocolmo ou da acomodação ? Será que diminuiu a população de síndrome de Down, com a certeza e ciência de todos( especialmente mulheres)  de que gravidez acima de 35 anos é fator de alto risco para filhos com esta doença (síndrome) genética?
 Outra pergunta . A consciência da sociedade de que sexo sem preservativo (parceiros de comportamento de risco) transmite o HIV reduziu os casos de AIDS no Brasil e no mundo ? Leiam os indicadores  de infecção aidética no Brasil e no mundo .
As estatísticas tanto dos nascimentos de Down quanto das infecções pelo HIV atestam bem o quanto as pessoas, passado o alarme geral, entram num estado de acomodação e aceitam certas realidades impostas como essa do vírus zika e outras mazelas em saúde pública ou mesmo de natureza diversa no cotidiano da sociedade . Todas são doenças sociais , com alto impacto na qualidade de vida, na segurança e bem estar do cidadão .
 Como exemplos, o custo de vida mais caro por causa da inflação, vale-transporte e passagens reajustadas de forma arbitrária, coletivos urbanos infestados de delinquentes, outros tantos ônibus queimados de forma escancarada pelos blacks blocs   ,  educação e SUS pedindo socorro, estradas mal conservadas e mortes nas rodovias todos os dias etc. São mazelas e cancros sociais com os quais vamos tendo um convívio  de bom grado e passivamente. Essa é a nossa índole, da eterna tolerância, da acomodação, da aceitação de tudo como normal...etc...E a cada surto deste e outro fato nefasto, vêm nossos governantes com discursos hipócritas, eleitoreiros, demagógicos ; e logo logo, tudo se torna como dantes no país dos muitos Abrantes.
Com a zikavirose, a tendência é a mesma. Daqui 2 ou 3 anos a gente confere, qual destas hipóteses se confirmará . Tomara que a mais humana e benfazeja , a da vacina anti-zika . 

João Joaquim - médico - articulista DM - joaomedicina.ufg@gmail.com   WWW.drjoaojoaquim.com,   facebook .com   João Joaquim de oliveira  
ESCOLAS DE MEDICINA E MÉDICOS EM XEQUE  

João Joaquim  


Eu começo este artigo de opinião com um pensamento que talvez sirva para estudantes de Medicina, estagiários , residentes e mesmo muitos outros colegas médicos, novatos ou veteranos . Digo então: -Todo médico antes de tudo deve ser médico- Trazendo pro vulgar seria:  todo médico, antes de qualquer especialidade deve ser um médico com no mínimo uma visão básica em clínica médica. Isto é o beabá da profissão que exige uma graduação de seis anos.
 Não é pouca coisa. Este tempo de faculdade é mais do que o suficiente para que o estudante saiba 90% de todas as doenças que acometem o organismo humano. Eu vou repetir para que fique bem claro. De cada 10 doenças estudadas pela medicina, 9, ou seja 90% são doenças repetitivas, encontradiças nos ambulatórios, hospitais-escolas e setor de urgências de qualquer hospital. Ou seja, o aluno de medicina tem a obrigação, sem ser um gênio, de sair um especialista em 90% das doenças que acometem a população.
Mas, o por quê dessas considerações iniciais? Trata-se da preocupação com o despreparo, com o que se vê na prática da medicina em nossos dias. Em termos simples para a melhor compreensão de quem lê esta matéria, temos como demonstração da qualificação técnica de um médico duas etapas de sua formação, o que ele solicita de exames e sua prescrição de cada atendimento.
Para mais clareza e exemplo prático. Quando um paciente sai de um ambulatório ou consultório, ele vai portar uma receita apenas, no caso de uma diagnóstico mais simples, ou receita  e um pedido de exames. Nesses dois documentos o médico se revela por inteiro. A prescrição terapêutica pode conter itens de medicamentos e outras recomendações. Esses  dois documentos    encerram por inteiro a qualificação do profissional. Receita + pedido de  exames= competência ética e profissional do médico.
O que tem se visto por aqui, acolá e alhures é de assustar e de estarrecer em se falando de aptidão, preparo e conhecimento no tocante ao exercício da medicina.
E atenção! Em nome da justiça com as faixas etárias e com a experiência, é bom que se diga o seguinte:  Não se trata de prática exclusiva de recém-formados e nem dos não especialistas. Tais condutas inadequadas, não técnicas e fora das diretrizes médicas têm sido vistas por neófitos, mas também por veteranos da profissão. Duas hipóteses se fazem necessárias de pronto nessas cenas , como prováveis causas . Os mais “experientes” se estacionaram no tempo e não mais atualizam porque se acomodaram e sentem bem em suas zonas de conforto e boa remuneração. Os novatos, com insuficiente preparo, estão revelando o quanto mal preparadas estão as faculdades de medicina em oferecer uma formação de boa qualidade no plano ético e técnico-científico. E mais uma justiça: Não são todos os profissionais nesse rebanhão . Existem profissionais já idosos e altamente atualizados ,se nivelando também com outros egressos dos estágios e especializações , muito bem antenados com o que há de melhor , conforme pesquisas e a chamada medicina baseada em evidências.
Tem sido de conhecimento público que as universidades públicas estão, em sua maioria, sucateadas. Tem havido uma deficiência  de tudo. De laboratórios, equipamentos a um corpo doente qualificado. No caso das faculdades de medicina é impossível ter uma boa formação médica sem um hospital-escola a altura do que exige a profissão. É impossível  imaginar um curso de medicina sem um excelente suporte  de anatomia, sem outros laboratórios e para fecho da formação, um hospital-escola exclusivo com um grupo de supervisores e professores altamente treinados, qualificados e dedicados ao estágio dos futuros médicos. Os hospitais-escolas,  ou supostos tais, de hoje, tem sido improvisados para esse fim, muitos não têm estrutura para o treinamento dos formados e em período de residências .
O que se constata na teoria e na prática da formação de nossos médicos que têm entrado  no mercado de trabalho está totalmente fora dos padrões do que deveria ser. Daí os absurdos e as condutas  fora de noção a que estamos assistindo dos profissionais que atendem, medicam e pedem exames dos pacientes. Isto é preocupante! O que há muito tempo vinha se mostrando ruim tem piorado, que é a correta qualificação e preparo dos profissionais que vão lidar com a saúde e vida das pessoas.
 A sociedade e a educação como um todo não podem seguir a tendência das ideologias e desejos de  um grupo de gestores e políticos que comandam os destinos do Brasil. A Medicina, profissão que lida com o mais nobre do ser humano, deve ser nivelada com o que há de melhor no mundo e não com formação de baixa qualidade e incompetente de outros países latinos e caribenhos.  Fev./2016  

João Joaquim - médico - articulista DM

A MORTE DE MUITOS ECOS

João Joaquim 


Ao pegar minha esferográfica para compor esta crônica, veio-me a ideia de uma reclamação a Deus. Mas, recuo-me ante aquele princípio:  Deus tem razão que a razão humana desconhece. A queixa que teria a fazer seria: por que todos temos que morrer? Em que pese algumas pessoas não morrer dado que ficarão  apenas encantadas, como sentenciou João Guimarães Rosa(27.06.1908 - 19.11.1967)  que morreu três  dias depois de  ser imortalizado pelo fardão da Academia Brasileira de Letras (ABL). Segundo dizem ele padecia de tanatofobia. Vejam que ele tinha razão .
Mas, enfim esta semana fiquei amolado ao saber da morte natural de um grande personagem do mundo contemporâneo da cultura e da filosofia, o escritor italiano Umberto Eco( 05.01.1932 – 19.02.2016) . Sem trocadilho, ele não foi um nem pouco  mas muito aberto a todos os ramos de conhecimento, de jornalismo, de histórias, de civilizações e do pensamento ocidental. Sua influência, em todos os ramos do conhecimento, já fazia muitos ecos pelo mundo e reverberará  para sempre em vastos segmentos de cultura e das ciências.
Há pessoas que dada a maneira de viver e a contribuição que dão à sua comunidade, onde inseridas ou ao mundo, não deveriam morrer nunca. E não precisam ser famosos, midiáticas. Imaginemos por exemplo um líder comunitário, um voluntário que dispõe a ser um agente transformador com as habilidades que ele tem? O quanto de falta ele faz quando morre. Esta pessoa, sim, merece o qualificativo de importante pela importância (não famosa, às vezes) que ela têm às pessoas mais carentes. Algum indivíduo  importante pode ter fama, mas nem todo famoso é importante. A imprensa está infestada de famosos sem nenhuma importância. Muitos se preocupam em apenas acumular patrimônios, fortunas ,tesouros; enfim cuidando apenas de seu umbigo.
Há certas pessoas que quando se vão me deixam contrariado. Lembra-me agora uma pessoa que quando faleceu me deixou vários dias constrangido. Falo da médica e voluntária Zilda Arns(25.08.1934- 12.01.2010). Ela faleceu no terremoto do Haiti, foram mais de 300.000 mortos.  Essa brasileira, compõe, o panteão daqueles que fazem muita falta quando morrem. São aqueles poucos que deveriam ter imunidade contra a morte em face do quão importantes são para todos que o rodeiam, ou que deles buscam algum amparo e consolo. Zilda Arns foi a fundadora da Pastoral da criança no Brasil.
Mas, enfim, mais um desses se foi. O livro (e filme) mais divulgado e conhecido de Eco é o nome da Rosa escrito em 1985. Sua última obra é número  zero, uma espécie de cartilha do mau jornalismo . Recentemente ele deu uma entrevista para a Globo News, onde sem meias palavras fala sobre cultura, jornalismo difamatório , política e até mesmo sobre o fanfarrão e histriônico Silvio Berlusconi,  ex premier da Itália.
Nessa matéria(entrevista) ele fala por exemplo sobre como o jornalismo pode ser exercido de forma tendenciosa e ideológica, quando não deveria fazê-lo. Expresso de outra forma: se um jornal não pertence a um partido ou a um grupo político seu papel é o de informar com absoluta isenção sem viés ideológico. O enredo desta obra(número zero) busca cenas da Itália nos anos 1990. Mais precisamente, segundo o próprio autor em 1992, quando o país experimentou um segundo declínio.
Por fim, o notável Umberto Eco pontuou sobre a cultura, os personagens, a influência e informações da tão propalada e massificada internet com suas mídias sociais.
E então nosso polímata e eclético escritor, semiótico  e humanista não poupa adjetivos desqualificantes ao mundo dos internautas. Para ele, como subentende  das estrelinhas e nas contrações labiofacias, a internet sendo de acesso sem normas e sem regras, permitiu também uma rede de imbecis, quando todos dizem as imbecilidades e asnices que querem. Ou seja o mundo virtual é uma teia de informações que mais deformam do que agregam algum valor de bom e útil a esses desocupados e vagabundos . Todas aquelas abobrinhas , futilidades, e pornocultura que o sujeito diria nos bares e botecos da vida, agora ele diz pelas redes sociais, numa confraria de idiotas e desinformados . Portanto, falou e disse esse luminar e avatar da literatura , cultura e pensamento atual.                    Fev./2016


João Joaquim - médico - articulista DM

FACULTATIVO...

FICA FACULTATIVO, ISTO É , PROIBIDO O TRABALHO NESSE DIA

 João Joaquim


Assim se passa a história do Sr. Fidas Honorato da Silva, funcionário público do governo de Goiás. Com uma ressalva de que mudamos-lhe o primeiro nome (para Fidas ), no sentido de anonimato e proteção da honra pessoal. Dado o ineditismo do caráter e comportamento de um agente público houve-se por bem publicá-lo sob a forma de crônica.
O seu Fidas, como o nominavam, no âmbito dos amigos e no ambiente de trabalho ingressou no atual emprego como um humilde barnabé, como contínuo ou auxiliar de serviços gerais. Em face de sua pertinácia e dedicação às tarefas a ele confiadas é que chegou a auxiliar administrativo no setor de recursos humanos daquele órgão estatal.
Se tem uma sigla para caracterizar o nosso servidor seria CDF ou colaborador dedicado e fiel. Tal era a sua urbanidade, civilidade e pontualidade no cumprimento da cartilha de qualquer trabalhador a serviço do Estado e do povo. Assim era o seu Fidas Honorato.
Aqui vão as cenas e passagens que mais enobrecem ,de  forma excepcional, um caráter referido como probo, puro e ilibado de um cidadão operário do povo, porque é ele pago através de tantas taxas e tributos, impostos e outros encargos  cobrados pelos governos.
Era um feriado de 5a feira, como tantos existentes no Brasil de meios de semana. Ao final do expediente de 4ª feira , antes do feriado da 5ª seguinte, foi fixado um comunicado no mural da sessão de trabalho do nosso Fidas, de que a 6a feira pós feriado, seria ponto facultativo. Nosso servidor, é útil esse registro, graças aos esforços pessoais cursava o 2º ano de Administração de Empresas, em faculdade pública. E aos 55 anos era um exemplo de empenho para os colegas mais jovens. Como de hábito, naquela 4a feira nosso servidor despediu dos colegas, do chefe da sessão, digitou sua saída no ponto eletrônico, pegou o paletó no armário; trata-se de um detalhe não menos importante; e foi para casa, para seu costumeiro descanso.
No feriado da quinta seu Fidas passou no recato doméstico e ajudando a esposa, Sra. Auriche de Lima Silva, em algumas tarefas domésticas. Como de costume ,conferiu as tarefas escolares dos filhos adolescentes de 17 e 15 anos. Após o jantar, nosso Fidas comentou que iria descansar e deitar mais cedo, pois era sua intenção ir ao trabalho e colocar alguns serviços atrasados em dia para a semana seguinte. E assim foi procedido. Na 6a feira, seguindo sua rotina normal ,nosso servidor chegou ao local de trabalho às 8:00 horas em ponto e dá-se o seguinte diálogo com o guarda de portaria.

 - Bom dia Sr. Fagundes! Nélio Fagundes era o vigilante de plantão naquela 6a feira.
- Bom dia seu Fidas. Mas, o que vem fazer aqui. Hoje é ponto facultativo.
- Por isso mesmo, como é facultativo, eu vim adiantar algum trabalho que está atrasado para a semana que entra.
Nisso, o nosso guarda da escala(plantão)  chama o chefe, que sumariamente encasquetou com o argumento de ser impossível qualquer funcionário entrar no prédio naquele dia. Era uma proibição expressa. Seu Fidas apelou então para o comunicado. Era o mesmo apenso na entrada do imóvel daquele órgão do governo, 6a feira, dia tal, ponto facultativo no funcionalismo do Estado.

- Se é facultativo, ponderou por fim, o seu Fidas Honorato, eu tenho a prerrogativa de não trabalhar ou trabalhar, conforme a minha vontade.
Para dar mais peso e consistência na sua disposição em trabalhar naquele dia, que era útil  e de trabalho para muitos brasileiros, nosso servidor Fidas abriu no seu smart o dicionário Aurélio e leu  ao guarda Fagundes e seu chefe  de forma enfática e bem escandida: fa-cul-ta-ti-vo.  1-Que dá a faculdade ou o poder de alguma coisa 2- Que permite se faça ou não se faça algo (alguma coisa).
Com um meneio de cabeça e cenho de discordância retrucou  o chefe da vigilância.
- Pode ser este o sentido de facultativo mas neste dia, como de muitos outros feriados de 3a ou 5a feira todos fazem uma ponte e fica proibida a entrada de funcionário na sessão de trabalho.
Restou ao nosso probo e CDF servidor Fidas voltar para casa e remoendo o significado de alguns motes, slogans e nomes de serviços públicos do Brasil .

- Ponto facultativo, data em que se é proibido trabalhar no serviço público.
- Pátria educadora. Por isso que nossa educação vai de mal a pior.
- Pronto-socorro! Por isso que o socorro é tão tardio e muitos morrem na fila.
- Zika vírus. Este tem cumprido o seu papel. O Brasil de fato continua na maior zica de toda sua história.                         Fev./2016    

João Joaquim médico e articulista do DM

Assassínios de Reputações

Quando se fala em assassinato, tem-se logo o conceito desse delituoso feito. Ato de matar, de eliminar o outro, também chamado de crime cont...