quarta-feira, 30 de março de 2016

DEPRIMA-SE DE GRAÇA....

         MÚSICA E DEPRESSÃO
João Joaquim  


A medicina , uma profissão fundada em vários braços científicos, e com todos os avanços, pesquisas e ensaios clínicos, está aí a serviço da melhoria de nossa saúde, de combate a todas as doenças preveníveis e curáveis, de promover a qualidade de vida e com tudo isto em foco , uma longevidade mais saudável. E as pessoas longevas e saudáveis têm sido cada vez mais numerosas. Não demorará muito ,e ser um Oscar Niemeyer, não será surpresa. O famoso arquiteto faleceu com quase 104 anos. Detalhe importante, era fumante e morreu altamente produtivo. Talvez foi o trabalho um dos seus segredos de romper um século e de bem com a vida. Advertência importante: o tabagismo diminui expectativa e qualidade de vida.
Com esta prévia não tão  breve, contudo, não venho de falar de expectativa de vida, mas de saúde mental. Mais seletivamente de depressão. Hoje se sabe ser uma doença de alta prevalência, a que todos, em algum grau estão sujeitos, ao menos de forma secundária (isto é, não endógena ) em alguma fase de suas vidas.
A título de melhor compreensão: se o indivíduo sofre um imprevisto qualquer, perda de amigo, um parente querido, um prejuízo etc; essa pessoa terá uma depressão secundária e  temporária. Se alguém tem uma depressão sem nenhuma causa aparente identificável, diz-se então que ela padece de uma depressão primária ou endógena. Talvez aqui possa existir uma deficiência de alguns neuro-hormônios (dopamina e serotonina por exemplo).
Não é sem razão que muitos medicamentos antidepressivos   atuam no cérebro aumentando a taxa (concentração) desses neurotransmissores, que a indústria farmacêutica chama de substâncias do prazer e da felicidade. Termo inadequado dos laboratórios porque prazer e felicidade se fazem com um estilo de vida mais saudável , pautado por posturas positivas e construtivas as mais diversas. 
Já mediando o tema, trago à baila resumo de uma pesquisa de psicologia e psiquiatria sobre três fatores estreitamente ligados aos transtornos depressivos( tristeza e angústia). São eles a cor (ou as cores), a luz e a música. No concernente as cores, todas aquelas tonalidades  escuras, muito encarnadas têm uma tendência reforçadora dos sintomas depressivos como tristeza, mau humor e apatia. As cores por exemplo azul, branca, vermelha e verde trazem sempre uma sensação e visual de alegria, prazer e vida.
Em relação a luz, todo ambiente bem iluminado traz também um sentimento de pureza, paz , beleza e harmonia. Estas evidências e nexo causal entre luz e manifestação depressiva podem ser constatadas com os períodos diurnos e noturnos. A doença tende a se agravar mais à noite. Em regiões onde os dias são menos ensolarados, nublados e chuvosos têm sido constatados mais casos de depressão;  os sintomas são mais insidiosos, crônicos; com respostas menos favoráveis às terapias psíquicas  e medicamentosas.
A música  é outro fator que vem sendo estudado pela sua estreita relação com a saúde mental, emocional e mesmo orgânica das pessoas. Em grandes centros a música já vem sendo empregada como terapia psicoemocional em muitas formas de doença, como as cardiovasculares, oncológicas e psiquiátricas.
Como explanações finais o que se pode tirar de prático dessas pesquisas recentes é que podemos trazer tais resultados para nossas vidas diárias, para nossas horas e momentos de lazer, entretenimento e na contemplação e assistência de um espetáculo, um show, uma sessão de teatro, na apresentação de um e outro artista, de um estilo musical, etc.
Fica bem plausível e convincente que as cores mais claras associadas a um ambiente bem iluminado nos passarão sempre a ideia e símbolos de felicidade, energia positiva e vida.
De igual modo a conexão que podemos fazer entre tristeza ou depressão com os estilos musicais.
 Realço um exemplo encontradiço no dia a dia das pessoas que ouvem rádios, FM, MP3 ou mesmo o show de um cantor. Imagine uma música sertaneja ou um gênero semelhante , cuja letra fale de adultério, de traição, de paixões mal resolvidas! Me alembro de nosso amor /Naquela saudosa mansão/Hoje não seguro tanta Dor /De tristeza e mais depressão . E  os refrões e melodias rolando …..

 Se o ouvinte já tem depressão, sua crise de angústia vai piorar; se o expectador e ouvinte não tinha sintomas de tristeza e depressão ele sairá bastante encaminhado para um quadro de muito abatimento psíquico e emocional, e talvez precisará tomar alguns antidepressivos ou buscar ajuda de um psiquiatra .
Então fica o conselho, se tem depressão procure combinar bem cores, luzes e estilos musicais, porque os perigos de adquirir um transtorno depressivo ou agravamento de um já existente são iminentes e reais.  Março/2016.  
   

João Joaquim médico articulista DM    www.drjoaojoaquim.com  joaojoaquim@drjoaojoaquim.com

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