quinta-feira, 30 de junho de 2016

OS RISCOS DO CASAMENTO..

 SOCIEDADE DE ALTO RISCO
Joao Joaquim


Nós humanos nos expressamos muito pelos nossos sentimentos, desejos e intenções. Eu posso expressar-me pela amizade, pelo amor, pela empatia, por uma admiração qualquer, em relação a outra pessoa, animal ou mesmo objeto como um bem pessoal ou obra de arte. Essas são formas habituais de nossas expressões no dia a dia.
Da mesma forma podemos nos expressar de forma negativa, destrutiva ou de anulação do outro. Por exemplo quando eu faço uma consideração de descontruir o conceito, a moral e imagem de alguém;  ou mesmo a expressão de ideias que possam desacreditar e infamar um desafeto ou rival que seja.
 Dentre os piores sentimentos há por exemplo o ódio, a vingança, as atitudes de inveja em relação às qualidades morais e pessoais ou mesmo ao sucesso econômico de um terceiro. E como há pessoas com esse perfil!  Muitas de forma ostensiva fazem essas ofensas, até com natureza preconceituosa e discriminatória, por exemplo através das redes sociais da internet. Preconceito e injúria pessoal ou étnica parecem acompanhar o homem desde que ele colocou os pés na terra.
Quando se fala em expressão de sentimentos negativos nenhum há de mais perverso do que o ciúme nas relações conjugais. Tais  reações humanas constituem um vasto campo de psicopatologia, cujo entendimento continua enigmático e difícil de se deslindar. Como compreender e justificar uma relação que se inicia com juramento de amor, cuidados recíprocos e muitas vezes termina em graves conflitos, agressões físicas, assédio moral e até assassinatos? Esses sentimentos de anulação, de aniquilamento, de ciúme e possessão do cônjuge chegam aos extremos daquela justificativa do agressor(a) , homicida (ou feminicida):  “matei por amor”. Nada há de mais desarrazoado e insensato do que tal explicação de um agressor, que se dizia apaixonado e protetor do cônjuge e se torna um carrasco ou assassino de quem antes era objeto de seu amor, de sua conquista, das relações afetivas e carnais.  
Nessas questões de agressões  contra a mulher, a violência  nunca esteve em tamanha evidência. Quando se diz aqui violência contra a mulher se expressa dessa forma porque ela, a mulher,  de fato tem sido a principal vítima nas desavenças  conjugais. O homem num percentual muito menor.
No concernente à violência do homem contra a mulher o que parece existir é de fato, de forma ancestral, uma ideia ou instinto  do gênero masculino de poder, de posse, de subjugação da mulher ao indivíduo mais forte, de mais domínio do macho sobre a fêmea. O que sugere é mesmo existir um ranço desses conceitos filogenéticos até mesmo pela dedução, e conhecimentos empíricos de outras espécies, além dos hominídeos e primatas. No mundo animal basta observar as raras espécies onde a fêmea exerce poder e dominância sobre o macho. De pronto quem me vem à lembrança é a aranha viúva-negra (latrodectus mactans ). Trata-se da aranha mais venenosa do mundo; ela se caracteriza por atrair o macho, de tamanho menor, promover a corte com infrassons e odores inebriantes e muitas carícias com seus palpos. Após a cópula e ser fecundada, ela mata o parceiro e ainda pratica canibalismo; ela devora o macho. E dizem os apreciadores que a carne é muito saborosa.
Em matéria de relações humanos afetivas ou de desamor pós amor, em se tratando de ciúme ou sentimento de vingança por deslealdade no amor (traição), o que se tem é um labirinto e muitas interrogações. Isto mostra o quanto é complexa a psique humana, inclusive no seu trato de amizade, amor, afeto e desafeto.
De certa feita eu dei um conselho a uma amiga, que se sentia deprimida há 6 meses pela separação. Perguntei-lhe:
-  o que é o casamento?
-Uma sociedade , com juramento de eterna ; dois sócios.
- Qual o risco de qualquer sociedade, anônima, pública, privada ou conjugal? O risco de não  dar certo.
Disse por fim, toque a vida de forma solo ou tente outro sócio.
Ela fez a segunda opção. Um ano depois se sentia muito feliz e realizada.
Essa é uma lei das relações humanas. O namoro, o casamento é uma sociedade de alto risco. O que não se pode é o homem se achar proprietário da mulher, ou vice-versa,  e frente a um fracasso conjugal ter o sentimento de vingança com qualquer forma de violência. Ele, o homem, não é forte e de poder? Que conquiste então  outra parceira. A mulher não se caracteriza por ser sensível, intuitiva, tão inteligente quanto o homem ?  Por que se lamuriar diante de um fracasso conjugal . A vida é dinâmica .   Junho/2016.  


João Joaquim - médico - articulista DM - www.drjoaojoaquim.com  face/ joao joaquim de oliveira

COM ARMAS E SEM ALMAS

A INSANIDADE DE POSSE E  PORTE DE ARMAS DE MORTE
João Joaquim  


Há certas sandices que só podem prosperar e vicejar na cultura do povo americano. E há  certos projetos de lei que só podiam ter sido aprovados no congresso brasileiro. Todos ouvimos a trágica notícia nesse 12 de junho de 2016, dia dos namorados, sobre o atentado de um terrorista americano, na  boate pulse,  Orlando , quando 49  pessoas foram executadas e 53 ficaram feridas. Algumas em estado crítico. Um cenário bélico .  
O atentado, como vem repetindo as agências de notícias, é classificado como  um ato terrorista doméstico. Mas, um grupo terrorista já o reivindica para si.  Trata-se de um jovem americano, cuja família tem ascendência afegã. O autor dos assassinatos, de nome Omar mateen(29),  foi executado pela polícia local.
Ao que parece, a nação americana, através dos poderes constituídos; congresso, judiciário e executivo; levará mais 50 anos e centenas, talvez milhares de pessoas assassinadas em atentados como o dessa boate, para entender de forma contundente e convincente que arma de fogo não é um objeto que se porta como um celular ou canivete. 
Pode sugerir um desdém e escárnio à inteligência ianque. Mas, que cultura é essa, desse povo tão evoluído, tão livre e tão tecnológico em possuir e portar armas tão letais e tão destruidoras? Por mais que se queira, tal interpretação soa inaceitável. Todos quantos já viajaram e conhecem os E.U.A sabem o quanto o país é  diuturna e  muitíssimo bem  policiado, o quão eficazes e céleres funcionam as leis, a polícia e a justiça. Por essas e tantas outras instituições é que não se compreende, primeiro, essa arraigada e recalcitrante cultura de porte e posse de arma de fogo; segundo, do próprio congresso não ter um projeto de lei de proibição do livre comércio e trânsito tão fácil  de armas de fogo. Lá , o cidadão sem antecedentes criminais pode ter quantas armas quiser.
Se lá na terra do tio Sam temos o que podemos chamar de insanidade, qual seja  a livre aquisição e trânsito de armas, por falta de lei que o proíbe, como tachar uma lei  brasileira que expressa justamente o contrário? Por aqui tal lei é no mínimo inócua e letra morta, para não dizer outra asnice. Vamos às diferenças entre lá e cá .
No Brasil, como se sabe, houve uma consulta popular ,  em 2005, o povo disse não à proibição do  comércio de armas de fogo (64% contra) , mas o  congresso aprovou a lei do desarmamento( governo do Presidente Lula da Silva). Possuir uma arma de fogo em casa, no carro ou na cintura é crime. Além de ter o bem (no caso o mal, a arma) tomado, o cidadão ainda responderá pelo delito. Aqui temos outra insanidade política no Brasil; então por que consultou o povo? Quanto dinheiro jogado fora com plebiscito, urnas eletrônicas , e outras idiotices .
A diferença de eficácia de uma lei que criminaliza a compra e propriedade de armas de fogo no Brasil( vetado o porte de arma)  e U. S. A( porte livre) está justamente nas desigualdades de todas as instituições dos dois países. E isto começa pela eficiência das polícias de lá e de cá, no controle e fiscalização de fronteiras, no contrabando, na pirataria; e sobretudo na eficiência e prontidão da justiça, em todos os níveis, em especial nos crimes contra a vida. Sabe-se que as polícias e justiça brasileiras elucidam não mais do que 15% dos homicídios. Além disso nosso código penal está completamente desatualizado. 
No Brasil, à medida que se desarmou os cidadãos honestos e trabalhadores, houve um incentivo ao reaparelhamento dos criminosos. Tal inversão no poder de fogo dos criminosos  e de reação das vítimas  se nota nas estatísticas de assassinatos, de assaltos à mão  armada, em execuções a sangue frio e tantas outras tentativas de homicídios e crimes por lesão corporal.
O estatuto do desarmamento no Brasil, embora não tivesse intenção seletiva, ele assim se tornou, de forma indireta. E se torna fácil seu entendimento. Qual o criminoso ou procurado pela justiça ia querer desfazer-se de seu principal instrumento de “trabalho”, sua arma de fogo? É pouco crível que algum desses tais tivesse tal iniciativa.
Portanto, são duas nações. O americana, onde a banalização da compra e circulação livre de armas, continua a assistir às piores perversidades de execuções e atentados por mentes perversas, por terroristas  e  condutas psicopáticas. Como país de 1º mundo e com instituições de Estado altamente operantes é de se supor que leis proibitivas pudessem minimizar em muito tais massacres. O próprio presidente Barack Obama, tem opinião de que se deva proibir o porte de arma , e o faz de forma sincera , com se vê  e ouve em seus discursos. Não há dissimulação ou hipocrisia em suas teses. 
Já em nossa nação Brasil era mesmo pouco acreditável que tal lei funcionasse em minimizar tanta violência. Tal legislação em nosso caso foi no mínima inócua e inoperante porque o que se viu foi o recrudescimento de toda espécie de crimes  contra pessoas, e contra o patrimônio público e privado, com o emprego de armas de fogo; algumas até com alto poder destrutivo, a exemplo de fuzis, escopetas e metralhadoras, exibidas por integrantes dos chamados crimes organizados. É o estado bandido , altamente ativo e disciplinado ou “organizado” dentro do Estado Oficial. Que triste!   Junho 2016.

OS HIPOS..

HIPÓCRATES , OS HIPOCONDRÍACOS E OS HIPÓCRITAS

João Joaquim  



Uma questão de grande relevância no mundo e na relação das pessoas com as coisas é o correto emprego das palavras. Só para rememorar a palavra palavra  vem do grego paróbole, parábola. Fazendo uma tradução livre temos; para, ao lado, paralelo; ballein, atirar, jogar, ou seja: palavra  seria um sentido próximo, paralelo, por comparação.
 É tão interessante o ofício de nomear as coisas que tudo começou lá no Genesis 1-5- E Deus chamou à luz dia; e às trevas noite. No Genesis 1-10: E chamou Deus à porção seca terra e às águas mares.
Ainda no concernente ao poder das palavras temos no livro de São João capítulo 1-1 No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus. No 1- versículo 3- Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi se fez.
Ao criar o homem (Adão) e deste a mulher (Eva) Deus permitiu que o homem nomeasse todas as coisas e seres vivos sob o seu domínio. E esse é um mister, um atributo dos humanos em todos os tempos. Nessa função ninguém é tão interessado como as crianças. Basta lembrar das repetitivas perguntas próprias da infância: Por que? como? O que é isso? Essa sedenta curiosidade deveria ser uma permanente energia do ser humano. Muitas vezes nos conformamos em ouvir e  ver as coisas sem nos preocuparmos com a causa e o por que de sua existência. Esse é, aliás,  o propósito maior da Filosofia que procura enxergar  além do óbvio.  
A propósito da curiosidade infantil e juvenil eu conto uma historinha que me ocorreu. Um adolescente de 15 anos, de aguçada curiosidade, ao avistar-se comigo em minha atividade de Esculápio inquiriu-me sobre o parentesco das palavras Hipócrates, hipocondria e hipocrisia. 0lha que não é para menos aos olhos dos que têm interesse na origem das coisas e por que de cada condição, estado ou objeto (coisa) ter tal nome. Qual seria então o nexo existente entre essas três palavras que tem em comum, digamos, essa raiz hipo?  Elas têm algo em comum ou não? Veremos.
Como de muitos sabido Hipócrates foi um filósofo e médico grego (460-377 a.C). De registro na história é considerado o precursor da medicina, sendo por isso alcunhado de o pai da medicina. Sua grande contribuição se fez sobretudo no campo da Bioética. Sua influência se tornou tão marcante que o juramento profissional de todo iniciante na arte de curar é o que ele próprio, Hipócrates, fez naqueles idos séculos antes de Cristo. Além de seus insignes postulados nas relações éticas médico/paciente ele deixou vários outros escritos sobre patologia humana, de muita importância até os dias de hoje. Ele é considerado o primeiro filósofo clínico; hoje uma área  de pouca visibilidade e subvalorizada, mas que existe em alguns centros como especialidade médica.
A palavra hipocondria vem  de hipo=sub ou abaixo e chondro= cartilagem (das costelas por exemplo). Trata-se de um estado depressivo obsessivo, onde, o indivíduo supõe ser portador de alguma doença que escapa ao olhar e exame clínico de muitos médicos consultados. É comum tais doentes perambular por vários profissionais e especialidades na ilusão de serem portadores de alguma doença que tais especialistas e exames não são  capazes de diagnosticar.
E por que da palavra hipocondria para nomear tal estado psicopatológico? Justamente porque o fígado se aloja num espaço chamado hipocôndrio. Um recesso bem abaixo das cartilagens (condrios) das costelas direitas. Assim, esse órgão, como bem protegido e de mais difícil acesso ao exame físico se torna o último reduto do hipocondríaco . Ele sempre supõe  que sua doença está ali oculta da avaliação médica e dos exames de imagem. Quanta injustiça com o fígado, que é o órgão que menos adoece em nosso corpo. A maioria das doenças hepáticas têm origem no alcoolismo e nas hepatites virais.
A palavra hiprocrisia, vem do grego  hypocrités. Eram os atores dos antigos teatros gregos. Como do senso comum, o ator diz, expressa alguma coisa ou representa  alguém que ele próprio (o ator) não é, embora possa existir alguma coincidência. Isto seria o cúmulo na arte teatral, o sujeito representar algo de si próprio. Hiprocrisia é isto, é a dissimulação ou fingimento de uma qualidade, um sentimento, uma ética que o sujeito não tem ou é incapaz de cumprir. Seria aquele conselho mais do que sincero: faça o que digo e não faça o que eu faço. Segundo estatísticas, a cidade de maior incidência de hipócritas é Brasília. Nesse ranking o Brasil desbanca todos os outros países. Primeiríssimo  lugar.
Enfim com esta breve digressão foi possível falar da importância das palavras. O que se pode concluir é que Hipócrates, não foi hipócrita. Mas, ele já naqueles tempos os assistira muito, tendo em vista que o hipocondríaco não passa de um hipócrita  . E certamente assistira a algumas de suas encenações. Não podendo deixar de considerar que o grande filósofo e precursor da medicina descreveu e muito bem essa afecção milenar, a hipocondria, que até os dias de hoje é  motivo de muitas consultas e  exames de imagem sem uma base orgânica que o justifique.
 Hoje já se sabe que temos a hipocondria reversa. Trata-se daquela condição, de alguns profissionais médicos, que por uma deficiência técnica e ético-científica  recomendam um rol de procedimentos diagnósticos e tratamentos , sem base científica;  trata-se do popular charlatanismo. E como eles têm proliferado, nesses tempos de tantas faculdades ruins e deterioração da educação em todos os níveis.   Junho / 2016.

Idio.abestalhados...

SOMOS TOP EM COMUNICAÇÃO , MAS IDIOTAS E ABESTALHADOS  EM EDUCAÇÃO

João Joaquim


Deu-me em mente, e eu o faço nesta sumária digressão, em fazer uma compilação ou avaliação entre o mundo tecnológico e o mundo de formação cultural da sociedade. E busco nesse paralelo mais seletivamente os órgãos de imprensa, jornalismo e mídias virtuais.
Assim estabelecido, em faço aqui uma retrospectiva. Suponhamos que 100 anos atrás, algum visionário, algum demiurgo escrevesse um tratado de como  seria o mundo daí a um século. O quanto teria o mundo , por exemplo o que temos hoje. Isto em se falando em instrumentos e meios de comunicação. Jornais impressos de toda ordem, fresquinhos do prelo, de fácil acessibilidade  a todos, radiofonia, televisão, informática, internet, redes sociais, telefonia móvel. Eu fico imaginando o quanto, primeiro, do espanto, incredulidade e pasmo de muitos dessas profecias. Depois para outros cidadãos e sonhadores com o progresso , tendo tais possibilidades como reais.
E então para todos aqueles afeitos à cultura, para os brasileiros mais pensantes; e sobretudo para educadores, cientistas, jornalistas e escritores. O que pensariam esses grupos de pessoais cerebrais? Certamente esperariam que o nível, o grau, a qualidade, o padrão de cultura e conhecimento estariam na melhor das avaliações e escalas com o nível de progresso e tecnologia conquistados.
Assim posto e com tais provocações iniciais faz-se necessária a irônica interrogação, o nível cultural de nossa sociedade, guardadas as relações e critérios de qualidade, melhorou? A resposta é um contundente e rotúndico não.
É evidente que melhorou substancialmente o nível de alfabetização, o nível e taxa de matriculados em escolas, a taxa de diplomas universitários etc. Mas, quando se fala em cultura, em informação que agregue algum valor de melhora do indivíduo como um ser crítico e pensante, em um indivíduo cidadão responsável e participativo etc; nesses quesitos e valores sociais os avanços do jornalismo e da imprensa, em todas as suas modalidades não acrescentaram quase  nada qualitativo na vida das pessoas.
Para uma clareza meridiana é oportuno que repisemos o termo informação. Numa definição singela é tudo aquilo que chega aos meus sentidos, à minha mente e cérebro. E é quase tudo o que fazem hoje todos os órgãos de comunicação, como a internet e suas rebarbativas, estéreis e enfadonhas redes sociais.
Cultura e formação são outros conceitos muito diversos do que simplesmente as notas, os alardes, as manchetes, os apelos, os marketings, os reality Shows, e tão vastas futilidades que nos são exibidas em todos os veículos de comunicação.
A verdade cristalina e crua é que evoluímos sobejamente em todos os quesitos imagináveis , quando pensamos 100 anos atrás,  em matéria de comunicação era tudo utopia o que temos hoje ao nosso alcance e em nossos dedos. Com uma não menos significativa característica: trata-se de comunicação  a mais humana e a mais social e democrática, qual seja a de ser de baixo custo ou grátis. Basta pegar os exemplos do rádio e da internet com suas tão populares e massivas redes sociais. Esses são avanços tecnológicos e recursos de comunicação antes impensáveis que pudessem ser alcançados pelo engenho humano. Alcançamos como uma realidade sem volta, porque a cada dia temos mais e mais avanços.
Todavia, com tudo isso ao alcance da maioria dos brasileiros não nos ascendemos, não progredimos como era de supor, que fosse há 50 ou 100 anos, nos índices de formação humana, em qualificação em termos de civilidade e ética e em cultura e formação tecno-científica.
Só como argumentos, temos hoje um número maior de celulares do que gente. Celulares que são microcomputadores de bolso. O portador dessas mídias é bombardeado 24 horas/dia com centenas de informações. Muitos desses usuários não sabem redigir corretamente um bilhete, não sabem uma regra de três, nem uma equação de 1º grau.
 Enfim, que diabo de avanços em jornalismo e comunicação foram esses conquistados pelo homem, e que a um só tempo o embrutecem, o desqualificam , o idiotizam; e vem aniquilando a cultura e a formação do indivíduo como uma pessoa cidadã, ética e construtiva? Onde vamos parar com tantas ofertas  de futilidades, de nocividades e superficialidades que nos rodeiam? Ops ,  dê licença , tem um torpedo no meu WhatsApp – Eu volto-   Junho/2016.  


João Joaquim de Oliveira  Médico Cronista do DM Goiânia Go  facebook.com/ joao Joaquim de oliveira

domingo, 29 de maio de 2016

DEMOCRACIA...

DEMOCRACIA É BOM , MAS COMPLICADA EM SUAS RELAÇÕES

“Soldados! Não vos entregueis a esses desalmados. Homens que vos desprezam e escravizam, que controlam as vossas vidas! Que vos ditam o que fazer, pensar e sentir! Que vos condicionam, vos tratam como gado e se servem de vós como carne para canhão! [...]Não sois máquinas! Não sois gado! Homens é que sois! [...]Lutemos pela liberdade!”.Charles Chaplin.

João Joaquim 


Eu sabia que democracia era bom. Eu só não sabia que na forma de presidencialismo era tão complicada. Eu não tinha noção de que a demissão de um(a) presidente da república era tão penoso assim. Penoso, burocrático e tão traumático. Nesse ponto, ao que parece, regredimos . Definitivamente nos tornamos retrôs, de retrógrados. Andamos para trás  mais de 20 anos.
Assim considero porque no impeachment do ex Fernando Collor os trâmites de seu desapoderamento  foram longos e com muito disse-que-não-disse. No da agora quase ex Dilma Rousseff está  também sendo longo, mas o que se gastou de falatório, discursos, papéis, bravatas, insultos, mútuas acusações e outras alocuções  não está escrito e previsto em nenhum inciso  da Constituição daqui e alhures. 
Com tudo isso, sem a contabilização de pizzas, mussarela, salame, cafezinhos, baurus, batata frita, foguetes, fogos de artifícios e outros ingredientes, houve muito consumo de palavras e verbos. Entre algumas estatísticas por exemplo eu gostaria de ver aquela do uso de erudição, do juridiquês e do politiquês. Por exemplo, palavras como procrastinação, postergação, exórdio, preclusão. São termos fora do domínio das pessoas comuns . Haja vernáculo e tanto espetáculo .
Contudo, na sessão do dia 11 de maio 2016, a que acolheu a admissibilidade do impeachment, foi instalado um palavrômetro por alguns órgãos de mídia , mas apenas dos verbetes mais repetidos. Assim tivemos a palavra presidente (a) reverberada 1411 vezes, excelência 717 vezes, pedalada (gastança de dinheiro público) 1352,  fiscal (de pedalada) 913, impeachment 869 vezes.
Enfim eu não imaginava que destituir um presidente (no presidencialismo democrático) era tão complexo e oneroso em gasto de verbas, verbos ,  palavras, e tanto protocolo. E as coisas não param por aqui. Para abertura  do processo do impedimento eram precisos 41 votos, houve 55 a favor.  0 senado tem até 180 dias para instrução, oitivas de defesa e acusação, sessões de comissão julgadora e veredicto final. Ou seja, o que vai haver de chicanas, parlatório e protelação não está escrito em nenhum regimento.
O agora interino presidente Michel Temer fez um discurso exordial (de abertura) que me agradou sobremaneira. Achei-o sóbrio, coerente, conciliador, pacífico. Não falou nada de sectarismo, militância esta ou aquela; nem tão pouco das minorias sem essa ou aquela propriedade ou sem  direitos infraconstitucionais(os fora da Constituição). Exalto aquele seu pensamento de lembrar dos muitos sem emprego, assim dando uma outra semântica aos chamados MST, movimentos dos sem trabalho( desempregados) . Essas mais de 11 milhões de pessoas, são aqueles(as) que querem trabalhar, os chamados desempregados pela crise econômica que se abateu sobre o País. Pena que nesse rol de milhões estão aqueles chamados nem nem . Nem trabalham , nem têm vontade para tal. São os chamados vagabundos por opção. E como os há por aí.
Pontuando um outro gesto do provável definitivo presidente Temer foi sua referência respeitosa à interina ex-presidente Dilma. Isso mostra seu espírito cristão. Ele que tem sido intitulado traidor e golpista pela claque do PT e pela presidente afastada devolve agora em uma moeda de generosidade e civismo. Belo exemplo. 
 Por fim uma frase de relevo do sóbrio e culto presidente foi evocar o termo religião. Religião ( lat religare), religar. Assim ficou exaltado que busquemos ajuda dos céus, de Deus;  e que possamos nos irmanar na mesma energia para fazer do Brasil uma pátria de todos, de paz e harmonia e não uma república de poucos que vivem  à margem das leis , os  privilegiados. Ninguém pode se considerar mais igual do que os outros 200 milhões de brasileiros.
Agora num quesito eu considero que Temer cometeu um equívoco: o de ter auxiliares de 1º escalão( ministros) sendo investigados na operação Lava-Jato. Todos vimos que com 10 dias de interinidade, seu governo já teve uma baixa, o senador Romero Jucá , ex-ministro do desenvolvimento foi afastado por suspeição  de obstruir investigações da Lava-Jato. Contudo, acertou o presidente em exonera-lo até completa apuração da conduta dele( senador Jucá). Devemos lembrar de um principio fundamental de nossos códigos civil e penal de que todos têm direito a ampla defesa e ao contraditório. E como vem reiterando o próprio  ex-ministro investigado, não há nenhum demérito em ser investigado, o demérito é a condenação após o trânsito em julgado.
 Presidente Michel, conte comigo, estou com V. Excia e aberto a críticas positivas! Diferente do paraquedista, morto pela resposta contrária( estou consigo e não abro)  de seu paraquedas , numa única e fatal vez de infidelidade. Que trágico.   Maio/2016.

Manada





EFEITO MANADA    
João Joaquim

Deparou-se-me uma situação comezinha, a que todos um dia poderão ter assistido, mas que me inspirou o tema desta crônica. Não queiram achar-me com laivos de fuga de realidade. Porquanto, um feito, um gesto por mais ínfimo que seja pode dar azo a fatos de maior monta e grande significado.
Com efeito, estava a espiar uma fila de nuvens a se mover no céu de abril. E só não era mais azul pela alvura algodonosa das referidas. Mas, não foram aqueles rituais nubífugos os que tanto me causaram enlevo e incendiaram outros pensamentos. Ao rés do chão, algumas moitas de gramíneas sem flores. Pousada, uma borboleta, relaxada e com ares de adormecida. De repente, ela esvoaçou-se e se foi. Continuei admirado e indaguei: será que causei algum susto, alguma perturbação em tão vaidoso inseto?  Não era! Concluí de fora para mim. Era um vento que se assoprava e o colorido inseto foi-se nesse suave embalo daquela aura vespertina.
No deslizamento do comboio das nuvens no céu e no voo da borboleta pelos ares veio-me outro fenômeno, este agora de maior peso. O chamado efeito manada. É de se pensar também nessa influência universal. Quem nesse mundo um dia não foi movido pela energia do seu grupo, pelos companheiros desse e outros objetivos. Se assim não for, que então se afaste da manada.
Os estudos da efeito  manada têm uma de suas bases na própria natureza, nos animais irracionais. Dessas observações e registros vêm os estudos no comportamento humano. Os dados empíricos, a experiência e deduções de  observações com muitas espécies animais sempre foram os pontos de partida para que os pesquisadores empregassem outros ensaios e pesquisas científicas em tão importantes questões do mesmo comportamento e efeitos na espécie humana.
Nesses termos tornam-se de bom grado e esclarecedores alguns casos bem característicos no meio animal (os irracionais). Numa família de elefantes por exemplo. Quase sempre nos grupos desses bichos há uma fêmea, carinhosamente chamada matriarca, que conduz os demais membros do grupo. Em geral essa matriarca é a mais velha a ser seguida. É a sua maior experiência, melhor percepção sensorial, as razões de ser seguida fielmente pelos outros animais da família.
O mesmo comportamento se verifica com outros animais inferiores. Nos cães por exemplo. Todos tendem a seguir um líder. As mesmas características se verifica nas criaturas humanas.  Nas atitudes, nas iniciativas, nos gestos,  nas mais diferentes ações das pessoas há um comportamento muito repetitivo do efeito manada, à semelhança do encontrado entre os irracionais.
Vamos pontuar alguns expedientes, gestos, mímicas e outros feitos como exemplos do efeito manada entre nós humanos. Na audição de uma música. Se ela tem uma melodia agradável, aos poucos toda a plateia, mesmo se não entende a letra tende a vocalizar as notas e fazer alguma mímica ou movimentos de pés e mãos em harmonia com o vocalista e outros presentes.
 E assim muitos outros cenários dos mais simples  aos maiores expedientes. É uma influência semelhante à cola, à imitação, à repetição dos feitos e atitudes de uma terceira pessoa. Uma experiência já repetida por psicólogos consta do seguinte: um grupo de 10 pessoas é chamado a participar. Isto se dá em via pública. O primeiro participante está caminhando e subitamente para( verbo parar) e olha de forma atenta para uma direção do céu como se estivesse vendo um objeto no espaço. E assim os outros componentes do grupo vão parando admirados, olhando no mesma direção do primeiro membro. O certo é que ao final da experiência, dezenas de pessoas param em busca de ver aquele objeto estranho no céu. Mas, não há nada no céu, que pode estar limpo e azul. Mais que isso, alguns dos primeiros 10 pesquisadores  dizem estar vendo o tal objeto fantasma. Resultado final: vários transeuntes(dezenas) começam a relatar a visão do tal objeto inexistente , por pura sugestão. É o clássico  efeito manada.
O fenômeno ou efeito manada sempre foi e sempre o será uma atitude e ação construtiva e de afirmação em todas as espécies animais.
Entre os humanos ter referencial de gestos e atitudes se torna além de um recurso de sobrevivência em um fator decisivo no cabedal de civilidade e de  educação para a criança e o adolescente. Os primeiros referenciais e modelos para os filhos são os pais. Puro efeito manada. Este comportamento tem uma influência marcante e definitiva , inclusive, na educação como ética e civilidade e até na  personalidade do indivíduo.
As questões negativas e destrutivas do efeito manada entre os homens se dão quando um líder, um guia, um chefe, um governante do grupo opta por incitar e instigar  os outros membros para caminhos e objetivos ímpios, corruptos e criminosos. Nesses efeitos manadas é que muitos seguidores mais manipuláveis e frágeis de caráter se enveredam pelo ilícito, pelo desonesto, pelo antiético e tanta forma de infrações, fraudes e corrupção.
 Muitos grupos no Brasil têm sido tais e agido de forma desonesta exatamente pelo efeito manada. Quão triste!
 Ainda bem que muitos outros brasileiros de bem, puros e éticos seguem outras manadas de honestidade, de civilidade e do bem . Que bom.    Maio /2016.

ANTROPOLOGIA

 ANTROPOLOGIA SOCIAL DA RAÇA BRASILEIRA
João Joaquim  


Hoje deu-me na telha em falar um pouco de Antropologia. A etimologia, de muitos sabida ,vem de anthropos.  Vocábulo grego que significa homem (gênero) e tudo a ele relativo. Curioso como existe um sem-número de palavras que emprega esse radical. Misantropia, filantropia, antropofagia, antropocentrismo entre muitos. Tem até um neologismo, pilantropia , ainda não dicionarizada.
Eu prefiro falar aqui um pouco de Antropologia Social. É um ramo de estudo da humanidade onde se busca caracterizar a espécie humana em suas origens, costumes, religião, organização política, cultura, comportamento etc.
Como o campo de estudo é por demais vasto, o que se pretende nesta rasa resenha são alguns pontos de mais difusão e clara compreensão. Um item que sempre me desperta atenção e aguça até hoje minha curiosidade se refere à classificação racial. E hoje em dia com tantos debates sobre direitos humanos, nos vários segmentos organizados da sociedade, há de se ter até muito cuidado no emprego dos termos. Mas, como não estou me dirigindo a um grupo distinto, vou me deter ora a um e outro termo como equivalentes,  por entende-los de mais clareza. Assim entendo normal dizer raça negra, raça indígena, raça branca. Raça ou Etnia, qual empregar ?
Com efeito têm-se empregado os verbetes raça e etnia como equivalentes. Defendem alguns estudiosos, por exemplo, que raça lembra racial, de discriminação racial e o melhor seria etnia; no que eu discordo porque etnia se refere a um grupo populacional com certa homogeneidade linguística, religiosa, genética e cultura muito apuradas.
Quando se fala em classificação humana, com os estudos atuais, fica evidente que não pode essa tipagem de pessoas se fundamentar naquela mais geral e anterior das três grandes subdivisões. Ainda se fala muito nas três raças principais, a saber a caucasoide ou raça branca, a africana ou raça negra e a mongoloide ou raça amarela.
Em face dos  cruzamentos genéticos e a grande mobilidade e imigração dos povos, essa denominação das três raças já não faz muito sentido. Contudo em que pese as críticas a essas subdivisões temos algumas nações onde existe uma relativa homogeneidade fenotípica e genética das pessoas. São os casos por exemplo da China, do Japão e da Índia. Os habitantes e nativos desses países tem traços faciais e anatomia muito peculiares.
Quando adentramos aos grupos de direitos humanos, às políticas das minorias, percebemos o quanto tais questões de antropologia social ganharam em vieses ideológicos;  em questões meramente de defender os direitos dessa e daquela etnia; ao acesso por exemplo às universidades, a empregos públicos e outros benefícios do Estado. São as políticas das cotas raciais. A mim soam como iniciativas esdrúxulas , porque sugerem um tratamento de atribuir menor aptidão , menos valia e capacidade intelectual inferior a esses contemplados com tais medidas protetivas.
No sentido de abolir  termos discricionários ou com conotação de  discriminação racial  tem até a proposta de eliminar a tal classificação racial. Há uma sugestão de abolir tal nomenclatura e ter-se apenas uma expressão: raça humana. O que não faz sentido. Imagine levar essa proposta para outros gêneros de animais .  A raça canídea , a bovina, a caprina, a asinina por exemplo. Tal expediente se tornaria muito pobre no âmbito de qualquer estudo animal.
Têm sido de conhecimento amplo da sociedade  os debates dos  grupos minoritários e as políticas das cotas universitárias e nos serviços públicos. Cada vez mais vêm surgindo os candidatos às universidades e empregos que se autodenominam de etnia negra. Muitas desses jovens  podem ter até pele e olhos claros, mas se dizem de ascendência negra em nome de um privilégio e vantagem( diferente de direitos)  em relação aos autodeclarados brancos.   São costumes e jeitinhos próprios da cultura  brasileira.
Por falar em Brasil, fala-se muito à boca miúda e em paralelo à nossa História oficial, que hoje já se considera a raça brasileira. Em resumo, assim dizem a historiografia e cultura popular que  ela se deu assim:  primeiramente  veio o séquito de Pedro Álvares Cabral(167-1520), o nosso Pedrão do descobrimento,  Como Pindorama ou a Terra Brasil estava desabitada ,foram de Portugal desterrados vários outros grupos. Então vieram o grupo   dos ladrões, dos salteadores, dos mentirosos, dos defraudadores, dos preguiçosos, dos vadios, dos corruptos , dos sem terra, dos sem vontade de trabalhar, etc. Assim se formou a raça brasileira. Pelo menos é o que dizem, à sorrelfa, e nas rodinhas de bate-papo. O certo é que desde o desembarque dos portugas por aqui sempre foi preciso muita raça para sobreviver neste imenso país. Uma bela nação .               Maio/2016.   

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