domingo, 29 de maio de 2016

ANTROPOLOGIA

 ANTROPOLOGIA SOCIAL DA RAÇA BRASILEIRA
João Joaquim  


Hoje deu-me na telha em falar um pouco de Antropologia. A etimologia, de muitos sabida ,vem de anthropos.  Vocábulo grego que significa homem (gênero) e tudo a ele relativo. Curioso como existe um sem-número de palavras que emprega esse radical. Misantropia, filantropia, antropofagia, antropocentrismo entre muitos. Tem até um neologismo, pilantropia , ainda não dicionarizada.
Eu prefiro falar aqui um pouco de Antropologia Social. É um ramo de estudo da humanidade onde se busca caracterizar a espécie humana em suas origens, costumes, religião, organização política, cultura, comportamento etc.
Como o campo de estudo é por demais vasto, o que se pretende nesta rasa resenha são alguns pontos de mais difusão e clara compreensão. Um item que sempre me desperta atenção e aguça até hoje minha curiosidade se refere à classificação racial. E hoje em dia com tantos debates sobre direitos humanos, nos vários segmentos organizados da sociedade, há de se ter até muito cuidado no emprego dos termos. Mas, como não estou me dirigindo a um grupo distinto, vou me deter ora a um e outro termo como equivalentes,  por entende-los de mais clareza. Assim entendo normal dizer raça negra, raça indígena, raça branca. Raça ou Etnia, qual empregar ?
Com efeito têm-se empregado os verbetes raça e etnia como equivalentes. Defendem alguns estudiosos, por exemplo, que raça lembra racial, de discriminação racial e o melhor seria etnia; no que eu discordo porque etnia se refere a um grupo populacional com certa homogeneidade linguística, religiosa, genética e cultura muito apuradas.
Quando se fala em classificação humana, com os estudos atuais, fica evidente que não pode essa tipagem de pessoas se fundamentar naquela mais geral e anterior das três grandes subdivisões. Ainda se fala muito nas três raças principais, a saber a caucasoide ou raça branca, a africana ou raça negra e a mongoloide ou raça amarela.
Em face dos  cruzamentos genéticos e a grande mobilidade e imigração dos povos, essa denominação das três raças já não faz muito sentido. Contudo em que pese as críticas a essas subdivisões temos algumas nações onde existe uma relativa homogeneidade fenotípica e genética das pessoas. São os casos por exemplo da China, do Japão e da Índia. Os habitantes e nativos desses países tem traços faciais e anatomia muito peculiares.
Quando adentramos aos grupos de direitos humanos, às políticas das minorias, percebemos o quanto tais questões de antropologia social ganharam em vieses ideológicos;  em questões meramente de defender os direitos dessa e daquela etnia; ao acesso por exemplo às universidades, a empregos públicos e outros benefícios do Estado. São as políticas das cotas raciais. A mim soam como iniciativas esdrúxulas , porque sugerem um tratamento de atribuir menor aptidão , menos valia e capacidade intelectual inferior a esses contemplados com tais medidas protetivas.
No sentido de abolir  termos discricionários ou com conotação de  discriminação racial  tem até a proposta de eliminar a tal classificação racial. Há uma sugestão de abolir tal nomenclatura e ter-se apenas uma expressão: raça humana. O que não faz sentido. Imagine levar essa proposta para outros gêneros de animais .  A raça canídea , a bovina, a caprina, a asinina por exemplo. Tal expediente se tornaria muito pobre no âmbito de qualquer estudo animal.
Têm sido de conhecimento amplo da sociedade  os debates dos  grupos minoritários e as políticas das cotas universitárias e nos serviços públicos. Cada vez mais vêm surgindo os candidatos às universidades e empregos que se autodenominam de etnia negra. Muitas desses jovens  podem ter até pele e olhos claros, mas se dizem de ascendência negra em nome de um privilégio e vantagem( diferente de direitos)  em relação aos autodeclarados brancos.   São costumes e jeitinhos próprios da cultura  brasileira.
Por falar em Brasil, fala-se muito à boca miúda e em paralelo à nossa História oficial, que hoje já se considera a raça brasileira. Em resumo, assim dizem a historiografia e cultura popular que  ela se deu assim:  primeiramente  veio o séquito de Pedro Álvares Cabral(167-1520), o nosso Pedrão do descobrimento,  Como Pindorama ou a Terra Brasil estava desabitada ,foram de Portugal desterrados vários outros grupos. Então vieram o grupo   dos ladrões, dos salteadores, dos mentirosos, dos defraudadores, dos preguiçosos, dos vadios, dos corruptos , dos sem terra, dos sem vontade de trabalhar, etc. Assim se formou a raça brasileira. Pelo menos é o que dizem, à sorrelfa, e nas rodinhas de bate-papo. O certo é que desde o desembarque dos portugas por aqui sempre foi preciso muita raça para sobreviver neste imenso país. Uma bela nação .               Maio/2016.   

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