domingo, 30 de outubro de 2016

Somos o meio social...

SOMOS FRUTOS DA MEIO FAMILIAR E SOCIAL 
João Joaquim 


Se para algumas pessoas soa infértil e até rebarbativo, para outras ressuma em tema construtivo e edificante, por isso torno a ele com o interesse e entusiasmo de sempre. Expresso sobre a educação na construção e melhoramento do ser humano. A mim, veio-me de novo a abordagem do tema inspirado na lição e exemplo das competições das paralimpíadas( eu prefiro o termo parolimpíadas ) . Eu convidaria a cada leitor deste artigo a fazer a seguinte reflexão: o quanto a minha genética, o meu DNA, a minha herança familiar foram determinantes na pessoa que sou hoje? Vamos imaginar e conceituar o termo “ ser o que sou”, como um conjunto de atributos. Por exemplo, a personalidade, o caráter, qualidades éticas e sociais e a formação técnico-profissional.
 Uma segunda pergunta de igual relevância seria: o quanto o meu processo educacional foi importante “no que eu sou”? Devem ser postas nessa educação todas as etapas da criação e formação do indivíduo, a começar pelos ensinamentos recebidos dos pais e/ou cuidadores e todos os níveis de alfabetização e escolarização; ensino fundamental, médio e superior, quando for o caso: porque estamos falando de Brasil, onde nem todos têm acesso a ensinos de 3º e 4º graus (graduação e pós).
Feitas essas provocações iniciais vamos ao que dizem muitos especialistas, tomando estes pesquisadores, como referido, o próprio modelo dos atletas paraolímpicos. E a importância dessa classe de competidores não é pouca coisa porque eles são milhares de pessoas, com educação e treinamento de várias décadas. Aqueles que se aposentam por idade são sucedidos por novas gerações, com desempenho que sempre supera os predecessores.
 Ninguém pode negar que a herança genética é determinante nas características físicas, fisiológicas, psíquicas e de personalidade da pessoa. Hoje, já se sabe que uma outra herança significativa( aqui herança de costumes repassados às gerações futuras e filhos, não de DNA) em determinar  no que a pessoa vai ser é a educação que essa pessoa recebe, desde a infância até sua completa maturação psíquica, física e biológica. Não fosse assim seria fácil prever, uma vez nascido gênio, toda a prole seria composta de gênios. Então, quantos “Pelés, Drummonds e Moazarts”  não teríamos pelo mundo.
 É evidente que alguns poucos nascem gênios, sem contudo serem filhos de gênios. Basta rever as biografias de muitos luminares das artes e das ciências pelo mundo. O que se tem de verdadeiro hoje é que o indivíduo é o resultado de seu meio social como um todo ( teoria do bem selvagem de JJ Rousseau entre outros estudos científicos ).
A genética no que tange a saúde física, fisiológica e mental também terá a sua contribuição. É impossível transformar  um mentecapto ou idiota genético em um sujeito produtivo ou campeã de qualquer competição. Ainda assim, pode-se melhorá-lo com muito treino e repetições educativas.  
Trazendo os ensinamentos dos paratletas (paralimpíadas), das teses de filósofos e sociólogos, os resultados de outras pesquisas mais recentes chegamos à conclusão de que o indivíduo “é o que ele é”( sou o que sou )  como resultado de um longo processo de educação e treinamento.
Falo (eu) no caso específico do Brasil. Nós somos o resultado de fatores sociais, políticos, culturais e familiares. No âmbito de governos, somos vítimas de gestões incompetentes, populistas e socialistas (PT como sistema  da vez até 2016) que nada fez para melhorar o nível da educação brasileira. Houve até uma tese petista (ex presidente Lula da Silva) de que faculdade para o brasileiro não tinha muita importância. Um estímulo ao vigor da lei ou regra de Murphy “ se alguma coisa puder dar errado , ela o fará “ . Ou Seja o que estava ruim piorou, no caso da vez, a Educação Brasileira. Tentam agora, os gestores da Educação ( governo Michel Temer)  melhorá-la com a reforma e flexibilização do ensino médico, como período integral na educação, e outros ajustes nos moldes de países da OCDE,  pode ser uma saída. O tempo e os resultados dirão , se vamos acertar .  
Restrito ao núcleo de meus contatos, amigos e familiares vejo o quanto as teorias do meio social e familiar são cruciais no futuro de cada pessoa. Os filhos, crianças e jovens criados sob a excessiva proteção, mimo e complacência de mães e pais, primeiro muito protetores, segundo muito omissos e tolerantes nos limites educacionais; esses filhos e jovens tendem a “ não dar em nada na vida”. Expressão esta que tomo de empréstimo de meu falecido avô, na sua simples e observadora sabedoria.
Enfim, é isso aí, o quanto o processo educacional, disciplina, regras, imposição de limites,  estímulos à leitura e criação, podem fazer a diferença na construção, educação e formação do indivíduo. Somos , sem dúvida, o resultado  dessa interação , indivíduo com a família, e indivíduo com  escolas e meio social . 

Em outro planeta

QUE PAÍS É ESSE COMPANHEIROS!

JOAO JOAQUIM 

Fazendo um exercício misto de ficção e realidade, é no todo útil para uma reflexão das mais interessantes. Ocorreu-me  o seguinte: um outro planeta com os seus planíncolas. Aqui um neologismo (íncolas, moradores desse planeta). E toda a organização desse remotíssimo povo. Mas, põe organização nisso; tudo funciona a tempo, hora e em prol da felicidade equitativa de todos. Uma nave tripulada da terra desembarcaria nessa longínqua civilização, ida do Brasil,  para uma troca de experiência e mostrar quem somos. Ali bem distante aportando, nossa comissão de delegados (de delegação) iniciaria então as exposições do que é por exemplo o Brasil, parte não diminuta desse planeta. Afinal, ex 7º economia do mundo, mais de 200 milhões de habitantes, pentacampeão no futebol, entre outros predicados de grande relevo. Certamente que os habitantes e governantes daquele ignoto planeta-irmão começariam pela nossa política. 
-Como se dá o sistema? Perguntaria um dos governantes presentes. Ao que responderia nosso porta-voz: temos um regime presidencialista, com reeleição para mais um mandato, quatro mais quatro anos, mas se o partido se der bem para os  seus afiliados poderá chefiar o país por 20 anos ou mais. O último, que foi o partido dos trabalhadores (que pouco trabalham), ficou 13 anos no poder. O que se tem de saldo desses 13 anos, número cabalístico, é que os dirigentes do partido encheram as burras de muita prata, ouro, e dinheiro de propina e caixa dois, ainda que para isto tenham quebrado a Petrobras e outras estatais. E tais afirmativas não nos vexam porque quem as declaram são polícia federal, ministério público e outras autoridades de maior poder. 
- Nesse mesmo diapasão quem são os áulicos comandantes e governantes desse auspicioso país desse belo planeta? Continuam as inquirições dos visitados.  
-Temos um congresso bicameral, com 513 deputados e 81 senadores. Grande parte desses parlamentares está envolvida em crimes (acusações, indícios, provas de toda ordem). São crimes de improbidade administrativa, peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha entre outras acusações feitas pelas  autoridades máximas do Brasil. 
Aqui nesse estágio das explicações, os ouvintes extra-terrestres já se mostram aturdidos e pasmados, mas querem organogramas de outras atividades da vida do Brasil e do planeta. Eles querem saber de ocupações mais amenas.
De esportes, o futebol. Como se dá, como funcionaria? O esporte do pé na bola, ludopédio, que ficou futebol mesmo, tem o Brasil como o maior campeão do mundo. Para tanto, foram adotadas muitas mumunhas, subornos, corrupção e compra de resultados, como se vê ocorrer no resto do planeta sob o comando de uma entidade chamada FIFA. Alguns dirigentes da entidade estão pressos e outros em investigação. 
Da entidade máxima do Brasil, a CBF, temos atualmente um presidente (Marco Polo Del Nero) foragido do FBI (americano), um ex presidente preso nos EUA (José Maria Marim) e vários outros cartolas Fifa presos e investigados pelas justiças suíça e americana. Ah, detalhe, explica um comissário brasileiro, o atual presidente ( Del Nero), está foragido do FBI, em nosso próprio país, o Brasil. 
Em vista, dos sobrecenhos, das expressões de espanto e meneios reprovativos daquele auditório extra-terrestre, conclui nossos comissários brasílicos.
- mas, nossos compatrícios gostam mesmo assim, tanto é que, as arenas e estádios andam cheios de torcedores. As redes de televisão pagam milhões a CBF e à FIFA para transmissões. Todos enfim têm faturamento de milhões de dólares por ano. 
Surge mais um interesse, o acesso aos meios de subsistência. Como é a questão do abastecimento de alimentos?
Aqui um membro da comissão esboça um sorrisinho amarelo e explica. Nessa matéria a coisa é controversa. Mais de 30% dos alimentos produzidos se perde antes de chegar ao consumidor final. Na hora  do consumo à mesa, temos uma boa parcela que come do bom e do melhor, de cujos comedores, tem muita gente com obesidade, que acreditem!  tem um nome curioso, mórbida.
Alguns no grau de gordura mórbida, às vezes chegam ao ponto de submeterem à chamada cirurgia bariátrica, em que se reduzem o tamanho do estômago e do intestino. Mas, muitos voltam a engordar mais do que antes, porque revertem o procedimento ou passam a comer à la galinha caipira, a granel, ou de grão em grão para encher o papo, no caso o estômago. 
Há uma outra parcela, não menos numerosa dos famintos e subnutridos. Até o feijão e o leite andam custando os minguados salários mínimos. É outra jabuticaba nossa, o sujeito além de pobre, recebe um mísero salário, daí o nome , mínimo . É já com muito amuo, tédio e enfarados com tais exposições os íncolas do outro planeta inquirem sobre o que têm de boas novas na música.
Ao que prolatam desconfiados nossos visitantes. Na música o que tem bombado mesmo é o forró, os sertanejos e os funks. Do estilo funk( fedor no significado original) temos os chamados pancadões, onde rolam sexo e drogas para todo sabor. Tudo embalado por vocalistas e letras de mesmo teor, drogas, violências e sex appeal.
Ao que então os líderes do distante planeta e seus íncolas exclamam: mas que planeta terra e que país Brasil são esses, companheiros. Até nunca!  Outubro/2016. 

Como São Lucas

MÉDICO DE PESSOAS E DE ALMAS 
João Joaquim 

É uma redundância afirmar o que vou afirmar, mas não estou nem aí para ideias comuns ,nem estilo de linguagem : o melhor presente da vida é a própria vida;  imagino que este conceito já foi dito por outras pessoas; também não importa, visto que o que é bom e construtivo pode ser repetido à exaustão , ainda que por termos e construções diferentes.
Interessante que quando falamos em vida abre-se um leque de ideias e sentidos do que vem a ser a existência de cada pessoa na vida  desse planeta e do universo. Propor a falar da vida humana é tarefa das mais complexas, porque não é só essa vida material, biológica e emocional que caracteriza o gênero humano. O tema vai muito além dessas dimensões.
O que faço aqui então é trazer alguns aspectos pontuais obtidos do que se pode extrair de bons autores, de biologia, psicologia e ciências médicas. Partindo então da premissa “ O melhor da vida é a própria vida” temos que o ser humano é talvez o único animal que tem consciência de sua mortalidade. Nós temos consciência de nossa finitude. Todavia, trazemos uma outra característica e  faculdade :   de vivermos como se fôssemos eternos. Todos só  vivenciamos a consciência da morte diante de qualquer ameaça à nossa integridade biológica; seja pelo acometimento de uma doença de prognóstico   incerto ou um fator que nos traz alguma ameaça de forma aguda ou crônica (traumas, doenças). Mas, na saúde nós agimos como imortais.
A aptidão e vocação que temos em vivermos como imortais são prerrogativas das mais saudáveis. São condições indicadoras de higidez e sanidade mental. Pensar na morte, a chamada ideação suicida, por exemplo, constitui uma grave ruptura da saúde psíquica e mental e exige pronto e longo tratamento com medicamentos e psicoterapia.
Para entendermos de forma mais simples e clara o que é a dádiva da vida que é a própria vida vamos tomar como princípio aquele senso ou provérbio popular que diz “ nós só damos valor a algum bem na falta ou perda desse bem”. Tal princípio é perceptível nos recursos mais rotineiros das pessoas. Basta imaginar a falta de água em nossas torneiras, de energia elétrica e outros suprimentos para nossa saúde e qualidade de vida. Assim ocorre com a própria vida. Todos, invariavelmente, têm a exata noção da grandeza e prodígio da vida, quando ameaçados em sua saúde ou integridade física.
Vida e morte estão indissociáveis. São como lados de uma mesma moeda. Com a firme noção desse vínculo indelével é que diversos estudos e pesquisadores chegaram a conclusões interessantíssimas sobre o ciclo nascimento-vida-morte.
Os estudos nesse sentido tomaram como base muitos casos de pessoas acometidas de doenças irreversíveis e que foram acompanhadas em seus estágios terminai. Sugiro ler a autora Elizabeth Kübler-Ross. Dos relatos então destas pessoas foram extraídos ensinamentos os mais construtivos no entendimento dos sentimentos e sensações daqueles prestes a desligar da vida. Tais dados e registros são de igual monta importantes, para os que são parentes e amigos afetivos dessas pessoas, nessas circunstâncias.
Outros grupos de pessoas foram daqueles também acometidos de graves doenças ou acidentes, às vezes em estado de coma, e que se recuperaram com poucas ou nenhuma sequela. São os classificados de quase mortos. Os depoimentos são impactantes. Esses indivíduos recuperados de condições de quase morte passam a viver como numa 2ª  vida, ou uma segunda chance de vida.
Eu, na condição de médico, tendo trabalhado por longos anos em terapia intensiva e urgência médica presenciei o que é a vida diante de muitos casos, que inesperadamente faleceram. No mesmo cenário ,aqueles casos de quase morte, e que recuperam para uma segunda chance de vida. São situações e circunstâncias nas quais, sem perder a humanidade e a sensibilidade, o médico precisa de muito equilíbrio e responsabilidade para bem exercer o seu papel de profissional da saúde, da vida e da morte.
 Os médicos são designados na promoção da saúde e da vida, mas deverão saber lidar com as perdas e ajudar as famílias nessas horas de separação definitiva.
Enfim, se na vida plena, no gozo de pura saúde nos sentimos como imortais; mais que isso, negligentes e descuidados com o bem maior, a própria vida etc,  na doença e outros momentos de risco e perigo temos a oportunidade de termos ciência de nossa fragilidade. É quando então muitos se despem de suas vaidades, dos vícios, da arrogância e do egoísmo e trocariam todos esses sentimentos por uma vida mais simples, generosa e fraterna pela única e maior felicidade que é a própria vida.
 Quão grandiosa, quão sublime é a oportunidade de vivermos uma vida plena, não apenas no sentido biológico com nossos instintos de todo animal, mas acima de tudo munidos de sentimentos de generosidade, de gentileza, de fraternidade, com os nossos semelhantes e com os nossos diferentes, aqui inclusos todos os animais ditos irracionais e a natureza com sua profusão de vida.     18 de Outubro/2016.    

Joao Joaquim – Viva a Vida, Viva a Vida Plena de Amor e Afeto com  boas relações Sociais.
Viva os Médicos em Seus Dias, e nesse dia especial, 18 de outubro. Que tal sermos como São Lucas que foi  Médico de Pessoas e de Alma?  

Tecno-malignidades...

EFEITOS NOCIVOS  DAS TECNOLOGIAS

João Joaquim  

Sempre que uma e  outra invenção foram postas à disposição dos consumidores, um foco de  interesse, de pesquisa e levantamento foram seus efeitos adversos. Muito semelhante a medicamentos. Há remédio que faz mais mal, em termos de efeitos colaterais, do que a doença para a qual é prescrito. Dois exemplos clássicos: muitos quimioterápicos para câncer e antibióticos para tratar algumas infecções. Como exemplos  antifúngicos de efeitos sistêmicos , antibióticos para tuberculose e hanseníase. Muitas vezes o paciente opta por morrer a submeter a esses tratamentos. Outra grande descoberta que poderia se prestar apenas para o bem , mas que trouxe autênticas tragédias para o planeta e para a humanidade, a radioatividade. Basta lembrar das bombas atômicas  empregadas nas guerras, e o  permanente risco delas para o mundo inteiro. 
Vamos pegar outras invenções destinadas ao bem mas que  trouxeram graves efeitos nocivos às pessoas.  É o caso do  avião. Ele foi concebido pelo nosso glorioso Santos Dumont (1872-1932) para o bem da humanidade. De repente, vieram mentes carniceiras e diabólicas e pensaram, não, não, essa máquina é boa mesmo é para a guerra. E então temos os horrores e as tragédias  pelo mundo que, justiça seja feita, não estavam nos planos de nosso notável pai da aviação .
Outra invenção concebida para o bem , o automóvel. O quanto de tragédias que provoca essa poderosa e utilitária maquina de transporte e deslocamento. A questão está no uso, ou melhor ,no abuso desse veículo de transporte de pessoas e objetos. O número das mortes no trânsito terrestre, no Brasil, se equipara ao de uma guerra. São mais de 50 mil por ano, fora os mutilados e inválidos . 
Outra notável invenção que pouco se pode provar se trouxe algum mal, a radiofonia. Que haja lá através dela alguma divulgação de fofocas, maledicências e disseminação de propagandas ou ideias enganosas. O que há de certo é que as rádios( empresas do ramo) sobreviveram com outros inventos de comunicação e trazem muitos benefícios à humanidade.
A televisão. De plano, numa consideração superficial fica a sensação que ela só trouxe benefícios. Nesses termos se fala em entretenimento, jornalismo e informação instantânea. São contribuições muito positivas e construtivas na evolução dos povos.  Mas, aqui podemos lembrar o mesmo espírito das mentes mórbidas e dementes do uso bélico do avião. Instrumento concebido para o bem mas também  empregado para o mal( campos de guerra).
Duas considerações a fazer com a descoberta  da televisão. O primeiro uso nocivo e destrutivo dessa invenção se dá nos regimes totalitários e ditatoriais. Temos como exemplos Coréia do Norte e  Cuba dos irmãos Castro. Todo cidadão pode ter um televisor em casa. Entretanto,  ele só tem uma escolha: assistir aos programas liberados pela censura de Estado e a cartilha e propagandas do governo. Pura alienação e lavagem cerebral das pessoas. Quem seguir as regras impostas pelo sistema fica de bem com o controle estatal, quem for dissidente corre o risco de ser mandado para o xadrez ou enfrentar o paredão. 
No caso dos regimes democráticos, tomando o Brasil como exemplo, embora não seja uma república democrática ao rigor  americano e longe daquela proposta por Platão( República de Platão, vale a pena ler). No nosso caso, a televisão brasileira tem se mostrado em muitos casos uma opção de diversão de gosto duvidoso e mesmo um canal de deseducação. Este argumento se fundamenta na falta de filtros e de  controle de qualidade;  além da exploração por  partes das emissoras de baixaria e futilidades. Nesse mundão das redes se salvam poucos canais de onde se pode tirar algum  humor, entretenimento e cultura que agreguem algum valer na vida das pessoas. O que se tem de exibição de violência policial, realities shows vulgares  ,  novelas e outros programas de apelo erótico e sexual não estavam imaginados nos primórdios desse poderoso veículo de comunicação, nas mentes de seus inventores.
Por fim a internet e as mídias digitais. O imaginado de início é que a grande rede (web)  fosse o mais sofisticado instrumento na transmissão de dados e das comunicações. E de fato foi nisso que ela se tornou, o maior veículo de comunicação em tempo real e instantânea. Todavia, como as mentes psicopáticas de exploração da imbecilidade e futilidade das pessoas estão sempre de plantão, elas, as tais mentes desvairadas,  mostraram as suas garras e o seu senso de oportunismo.
A internet, as redes sociais, os objetos de mídias digitais melhoraram as vidas das pessoas? A resposta insofismavelmente é sim. E como elas incrementaram as comunicações, a pesquisa e outras trocas de conhecimento. A utilidade ou futilidade da internet estão na mente de cada usuário(a) que dela faz uso. Ou seja, a nocividade ou serventia de cada instrumento  estão nas mentes das pessoas, depende do uso que se faz do cérebro com essas tecnologias. 
Encerrando  com a internet e redes sociais,  essas conquistas do terceiro milênio deram azo e vez a que surgissem uma população ou rede de idiotas, de imbecis e de pessoas que se torna impossível a quantificação de seus  adeptos. A internet e as redes sociais se tornaram um submundo no mundo dos humanos, onde se lê, ouve e vê as mais inúteis informações e vilanias, tudo se convergindo  para a pior das deformações a que são submetidas nossas crianças e jovens.
 O apego em demasia aos recursos virtuais e objetos digitais, tem trazido danos à memoria de nossas crianças e jovens, tornado-as em pessoas de pouca empatia, baixa socialização , isolamento da convivência familiar; enfim em um comportamento de alienação,  pouca capacidade criativa e falta de pensamento crítico. Afinal , pelas redes sociais já vem tudo pensado e criado, ainda que tudo de mau gasto e de baixa qualidade cultural e educativa. Que triste!  Outubro 2016.

BRASIL DE PREGUIÇOSOS

UM PAÍS DE GENTE QUE  NÃO TRABALHA CONTINUA NO ATRASO

João joaquim 

Um país composto de pessoas produtivas e trabalhadores tem todos os requisitos para ser, primeiro um país desenvolvido e organizado, depois uma nação com baixo índice de corrupção. São condições inter-relacionadas. Basta partir daquele princípio: a pessoa produtiva e operosa em geral não pensa no que é ilícito e corruptível. Porque em agindo assim, o indivíduo sequer tem motivos e pulsões para práticas delituosas. É o velho e valioso adágio, mente desocupada é oficina do diabo. O trabalho traz boas energias que se canalizam para o bem. 
O fato do indivíduo ser de índole dedicada ao trabalho, o comportamento ativo e produtivo têm influências genéticas e culturais. Vamos tomar por base duas genéticas e duas etnias distintas. A japonesa(oriental) e indígena como exemplos. É bem sabido de todos o quanto o povo japonês é voltado e dedicado ao trabalho. Além de ser da natureza daquela população uma vocação exemplar para a disciplina e honestidade.
No outro exemplo os povos indígenas. Ao que parece uma questão de natureza e de cultura. Uma característica de muitos, se não a totalidade dos indígenas, é  o comportamento da subsistência pelo extrativismo vegetal, da pesca e da caça.
Quando consultamos o ranking da corrupção, temos a convicção do quanto o espírito laborativo, o senso de honestidade e ética estão entranhados no DNA e comportamento das pessoas e das gentes  dessas nações com a inclinação para práticas e atitudes voltadas para o bem comum, para o que se mostra e se materializa  como ético e moral . E nesse cenário, dessas nações, consideradas as mais honestas, estão presentes na consciência coletiva das pessoas a absoluta reprovação e condenação a qualquer atitude ou atos de desonestidade, seja no âmbito privado ou público. Uma demonstração permanente nessas sociedades é o rigor das leis contra toda prática de improbidade administrativa, peculatos ou desvios de recursos de governo  para outros fins que não os serviços públicos .
Quando se fala em rigor das leis de muitas dessas nações não é demais lembrar que toda a legislação de qualquer país é elaborada e proposta por pessoas, pela sociedade, através dos representantes nos poderes executivo e legislativo. Ou seja, as leis refletem a cultura , a consciência e personalidade das pessoas que as elaboram. 
Os exemplos de Estados ou de homens de Estado como o Japão, Noruega, Finlândia, Suécia e Suíça são emblemáticos nas questões do trato das coisas públicas (res publica, daí república). Todas essas nações têm um baixíssimo índice de corrupção. Esse princípio é fundado sobretudo nesses quesitos, a saber:  espírito trabalhador dos cidadãos e vocação natural para a honestidade. Somado a estes fatores há leis rigorosas e intolerantes com todo jeitinho desonesto, vagabundo e trambiqueiro de se viver.
Para melhor contextualizar a ideia inicial, qual seja,  povo trabalhador e produtivo e menos corrupção, vejo como útil o caso específico do Brasil. Ao que parece constituímos uma raça com uma genética e cultura de muitas gentes.  Herdamos sementes de joio e de trigo. Assim, vieram europeus (Portugal), africanos e asiáticos e se juntaram aos nativos aqui pré-existentes. Os nativos como dito de início, por questão de cultura e natureza, nunca foram dados a trabalho mais árduo. E tal comportamento e estilo de vida se devem até a uma influência ancestral, uma marca de hereditariedade étnica e modo de vida dos silvícolas de cada continente, de cada civilização . 
Quanto, ainda ,  aos nossos indígenas. Verdade que muitos ao longo de 500 anos sofreram até genocídio. Algumas famílias se extinguiram e outros estão  em vias de sê-lo. Agora, o que tem de índios por aí que não gostam de trabalhar não está escrito! Outro aspecto curioso, no que eles(indígenas),  misturaram com os brancos, receberam muitos fatores ruins, entre estes doenças para as quais têm baixa imunidade e maneiras desonestas e vagabundas de se viver.  
Enfim,  misturando tudo e todos ,  o que têm de brasileiros preguiçosos, malandros, desonestos e trapaceiros no seu modo de sobreviver é uma enormidade. Mas, estes não estão sós. Isto porque não falei naquela casta de gente que vive encastelada e refestelada no bem bom ali em Brasília. Aqueles brasileiros que se julgam mais iguais que os outros perante as leis e a constituição. Esses mesmos que desdenham da Justiça, que chamam magistrados de juizecos, de justiça de 1ª instância de última categoria e outros deboches mais.
De quem estou a falar ? De  nossos homens públicos, políticos e legisladores? De presidentes de nossas casas legislativas.  A mais nova notícia dessa casta de brasileiros é a tentativa de uma emenda constitucional que lhes traga mais imunidade e proteção contra investigações de ministério público (operação lava-jato) e polícia federal, além do foro privilegio de que eles já gozam, mordomias, salários nababescos e complacências das leis por eles criadas.  Só mesmo  aqui no Brasil.   Outubro/2016. 

E-LIÇÕES

 LIÇÕES DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DO BRASIL

João Joaquim  

Nessas eleições municipais, desse outubro rosa de 2016( prevenção do câncer de mama, do homem e da mulher), duas ocorrências me despertaram o interesse.  Para refrescar nossa memória, um registro: o Brasil tem hoje 5570 municípios. Esse número é flutuante, porque conforme conveniências e interesses públicos e privados vão-se abrindo mais e mais municípios. O estado que mais prefeituras tem é Minas Gerais. São mais de 800.
Dois fatos então aguçaram minha atenção:  o enfraquecimento dos partidos de esquerda, o dos trabalhadores (que não trabalham) por exemplo, aqui no Brasil;  e a premiação dos juízes infratores, do judiciário brasileiro e do futebol. 
Eu sou político e posso falar por natureza e por comportamento. Infeliz e malquisto aquele(a) que se intitula apolítico(a). E quem o disse foi ninguém menos do que o grego Aristóteles. Sua tese era de que o homem é um animal social e político. Na medida em que as pessoas vêm para as regiões urbanas, aí é que elas se tornam mais políticas ( de polis, ou civilitá, cidade). O convívio humano  já envolve um pouco da arte da Política. 
O que eu não sou é filiado ou engajado em qualquer partido. Nem tenho plasmado eu minha memória ou princípios essa ou aquela ideologia de nenhum regime de governo. Todavia, sou político no sentido de opinião, de voto livre, de expressar o que penso, e vejo, e analiso, e com meu discernimento e senso crítico, a fazer escolha menos ruim na urna eletrônica . Porque está difícil saber qual o pior das candidatos.  E recomendo a todos os eleitores e leitores, que opinem, que deem seu palpite, suas ideias,  do que passa no cenário de nossa vida social e política, aqui  do Brasil e do mundo.
O que traz muito alento de um mundo melhor é que as pessoas cada vez mais têm se tornado mais esclarecidas, mais lúcidas e autônomas na hora do voto. Acabou aquele forte apoio no qual os políticos se sustentavam e se achavam escudados com o significado e peso de uma sigla partidária, partido socialista, comunista ou trabalhista ou proletário tal. Essa escora já não se vinga mais. Cada eleição que se passa, o eleitor se faz mais exigente não com ideologias, fisiologismo ou populismo. Essa prática vem se mostrando desgastada, infrutífera e ultrapassada. O que o cidadão quer são candidatos com promessas factíveis, viáveis e compatíveis com a realidade social e econômica vigentes. Antigamente havia candidatos que prometiam até pontes e passarelas onde não se tinham rios e estradas. Uma autêntica piração e delírio para enganar as pessoas. 
O que se constatou com a derrota nacional do partido dos trabalhadores (PT) nessas eleições para prefeito e vereadores em todo o Brasil é uma constatação inequívoca do velho sistema da política do clientelismo, da demagogia, do engodo, da compra e aliciamento do eleitor. Eleitor e voto não são artigos renais. E assim estamos assistindo pelo mundo a fora . Como exemplos  na Argentina com a eleição do presidente Macri e fim do Kirchnerismo. Está ocorrendo até com o falastrão Donald Trump nos EUA. Antes as pessoas temiam o Trump, agora nem tanto, pelas pesquisas , às vésperas das eleições americanas.
Até com as cenas e mudanças políticas no Reino Unido( que agora anda meio desunido); temos confirmado que o povão está cansado com a esquerda. A maioria, indiferente com esquerda, direita ou centro quer mesmo são   homens públicos e gestores que cumpram promessas que vão ao encontro dos anseios de justiça, de liberdade, de honestidade e paz social. Apenas isto.
Outro lance que trago à baila refere-se a inimputabilidade (não punição) aos nossos magistrados do judiciário. Eles sempre tiveram a vitaliciedade no cargo, o que já é um privilégio. E têm imunidade criminal. Quando cometem algum peculato ou improbidade no cargo, têm como punição uma aposentadoria compulsória que varia entre 30 a 40 salários mínimos. O nosso inoperante congresso, finalmente, discutirá se acaba ou não com esse benemérito. E não é de ver que até o superior tribunal de justiça desportiva (STJD) copiou a cultura de nosso judiciário. O trio que apitou o último fla flu  e causou o maior rebu, foi suspenso provisoriamente. Mas, esse mesmo trio vai apitar na liga de futebol da Índia. É o que está anunciado no site da entidade de futebol de lá. Só mesmo na Índia e no Brasil. Outubro/2016.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Os Troglos do Futebol

AULAS DE  ÉTICA, CIVILIDADE  E ALFABETIZAÇAO NOS CLUBES DE FUTEBOL
JOÃO JOAQUIM

Uma ação denotativa da mais pura cidadania, ética e generosidade é aquela de alguns representantes da classe patronal em oferecer aos seus empregados cursos de alfabetização e qualificação profissional.
 Indiscutivelmente  tratam-se de mentes lúcidas e de civilidade os patrões que tenham tal iniciativa. Eu qualifico como o mais digno legado que um pai pode deixar ao filho ou um governante ao governado: o suporte e incentivo à  formação escolar e qualificação técnico-profissional. Nenhum patrimônio ou herança supera em valor , dignificação e construção de um indivíduo do que permitir-lhe a aquisição de sabedoria, de escolarização e qualificação em qualquer  área de seu agrado.
No Brasil, temos tido notícias desses bons exemplos. Deixo de citar algumas empresas para não consignar como um marketing e não ser injusto com outras que o fazem a contento. Como empresas e indústrias estrangeiras eu já li  e menciono aqui suas estratégias e investimentos em educação de seus servidores e não é antiético nominá-las . É o caso da Toyota, da Honda e da Microssoft. Bill Gates, dono e presidente da microssoft, além de investimentos em qualificação e treinamento para os funcionários tem vários projetos, centros de ajuda humanitária e amparo a pessoas carentes. Por isso merece nossos louvores e admiração .
Feitas estas premissas de tão relevante matéria eu concentro minhas ideias numa atividade de que muitos brasileiros gostam, às vezes chegando às raias do irracional  e da paixão. Falo da relação dos clubes de futebol com o seu maior patrimônio, ou seja, a própria equipe de atletas. Os atletas de um clube é como o staff de funcionários de outra empresa, seu bem mais valioso.
Para melhor contextualizar o tema lembremos como se dá a formação do jogador de futebol. Em geral há as escolinhas para tal ou o próprio clube tem as chamadas categorias de base. Que admitem crianças de 10 anos a 12 anos.
É bom lembrar que o esporte futebol  tem um grande glamour ou atrativo porque de fato trata-se de uma elite profissional com salários milionários, com um assédio imenso de imprensa, empresários( alguns exploradores de forma antiética dos coantratados), patrocinadores e os aficionados (torcedores). Bem lembrado também que, esses atrativos se dão  nos clubes de 1ª  divisão, notadamente os da Europa. As equipes de séries B, C e D são tidas como os primos pobres e quase anônimos do esporte. Fica patente que para se atingir o ápice da carreira há uma verdadeira gincana olímpica, cuja triagem é muito difícil, lembra-me os 12 trabalhos de Hércules. Numa expressão popular a peneira é muito rigorosa.
  Torno à ideia central da alfabetização e qualificação profissional como preocupação de parte da classe patronal. Esta deveria ser uma das metas e investimentos dos dirigentes de clubes de futebol. Tal iniciativa é praticamente ausente nas federações  esportivas do Brasil. Há na mente e objetivos de nossos empresários e cartolas de esporte a preocupação apenas no aprimoramento físico e técnico dos atletas, desde as chamadas categorias de base, 10 anos, 15 anos, 18 anos. O aprimoramento escolar, intelectual e ético deveria ter lugar de destaque em qualquer modalidade de esporte. E não temos nada disso, na maioria dos clubes. As boas iniciativas são pontuais.
 Considerando o lado do atleta em formação. Muitos desses alunos das escolinhas de futebol ou treinados no próprio clube são oriundos de famílias de baixa renda. Mais que isto, são filhos de pais analfabetos ou pouco preocupados com a formação integral do filho, em matéria  ética e escolar. E então desse cenário podemos ter dois grupos, um minoritário, que pode ser alçado ao topo profissional, a depender sobretudo de inata habilidade individual e adequada preparação pelos treinadores. Um outro grupo que pode se subdividir em aqueles que comporão a maioria nos clubes sem expressão, e os que passados dos 20 ou 25 anos não conseguirão emprego em atividade tão concorrida. Muitos desses candidatos, se tiver um bom tino e bom juízo, podem até voltar a estudar e buscar outra carreia, mas não parece ser uma tendência desses excluídos de  tão almejada e rica carreira, a de jogador de futebol.
Agora como arremate, o que os clubes brasileiros podiam fazer com os seus atletas de ponta e de seleção seria promover-lhe aulas ao menos de um português básico, de comunicação, de ética, cidadania e civilidade. O que vemos de asnices, patacoadas, matutadas , batatadas e  abobrinhas nas entrevistas dos milionários entrevistados é uma grandeza. São atitudes e gestos mais de brucutus , de  botocudos, dos apenas operários da bola , calçados de chuteiras , vestidos do uniforme dos clubes que representam. Em geral sem  outras condutas de  cidadãos , com um mínimo de preparo ético , social e cultural. Muitos se mostram até brigões, agressivos e violentos nas competições, sendo péssimos exemplos para os seus fãs e torcedores.
Bom seria ensinar para nossos “atletas e ídolos” que ética e fair play devem ser práticas dentro e fora do campo. E não apenas gestos compulsórios motivados  por imprensa, vigiados por  20 ou mais câmeras instaladas nas arenas de competição. Quem sabe não se possa ser ensinado aos nossos craques um pouco mais de comunicação, regras elementares de Português e outros gestos que também os dignifiquem , além dos títulos conquistados em seus clubes e seleção.
 O que poderiam fazer os times de futebol  desde as categorias de base aos profissionais ?  Cursos , do fundamental ao segundo grau. Trata-se de investimento de baixo custo e com um resultado expressivo na dignificação e escolarização de nossos jogadores. Tal estratégia traria como retorno até uma melhor imagem de nossos dirigentes e do próprio país, quando as equipes ou seleção se apresentassem em torneios internacionais .   Set/2016

Banho Cerebral

LAVAGEM CEREBRAL NA POLÍTICA E NAS RELIGIÕES
João Joaquim  

Eu queria entender o mecanismo da chamada lavagem cerebral. Também chamada enganação, aliciamento, alienação,  persuasão ou convencimento. Tal mecanismo de forçar o outro a acreditar em algo mentiroso ou ilusório é praticado em diversos setores da vida brasileira. Mas é mais encontradiço na política, na religião, no comércio, nas profissões liberais, entre outras. Muitos dos estudiosos do assunto têm teorias diferentes. O certo é que ele está presente no comportamento e modo de agir das pessoas.
Vamos começar pelo cenário político. Tal fenômeno na vida brasileira me parece ser o suprassumo na arte da enganação. Essa referida supremacia se demonstra pelo número de eleitores que os candidatos fichas-sujas têm em suas eleições e reeleições. Bem frisada esta realidade, em época de reeleição. Porque imaginemos que uma pessoa é candidata, passa por uma campanha eleitoral, promete mundos e fundos, e tais e outros empreendimentos públicos. O sujeito consegue os votos para se eleger. Entretanto, além de nada cumprir das promessas, ele se envolve em comprovadas práticas de corrupção, improbidade administrativa e outras maquinações afins se valendo do cargo público e tráfico de influência. As cenas politicas têm se tornado um rosário desses tipos. Que o diga a agora Lei da Ficha-suja e a operação Lava-Jato. Só mesmo uma gigantesca lavanderia para lavar tamanhos jatos de corrupção.
Quando muito, esse gatuno das coisas públicas, denunciado à Justiça pelo Ministério Público , perde o resto do mandato e se candidata nas próximas eleições. Tal fato vem ocorrendo mesmo com a chamada Lei da Ficha-Suja( que chamam-na de Lei da Ficha Limpa) e operação Lava-jato. E então vem o fenômeno da tal lavagem cerebral; dos eleitores, bem entendido, que de novo votam e reelegem o corrupto. Pura lavagem cerebral. Veem-se lá nas páginas dos jornais, os tribunais de justiça exibem as provas das ilícitas e criminosas traficâncias do corrupto e mentiroso, mas os seus eleitores continuam firmes e fieis na sua recondução aos cargos públicos. O que é isso? Pura cegueira crítica  ou a popular lavagem cerebral, ou também chamada alienação crítica e intelectual.
Um outro grupo de pessoas propenso à lavagem cerebral refere-se aos consumidores. O mecanismo indutor está na propaganda. Aqui vai desde a compra de produtos ao de serviços de toda ordem. Aparece por exemplo na TV um produto apregoado como a quintessência para impotência sexual. Pronto, grande parte de homens e até mulheres sequer se preocupam com a origem de tal medicamento, se ele é fruto de pesquisa médica; enfim prevalece a eficácia do marketing. Um exemplo bem ilustrativo tivemo-lo recentemente com a polêmica pílula do câncer, a fosfoetanolamina. O uso disseminado de tal substância foi tamanho que várias ações mobilizaram o judiciário. Por fim, em nome da saúde pública, a justiça suspendeu a fabricação e comércio da droga, até serem feitos estudos e ensaios clínicos sobre o emprego de tal princípio químico no organismo humano. Mas, não  sobra dúvida que diante de tantas propagandas enganosas, ocorreu o clássico efeito da lavagem cerebral dos que acreditaram na cura miraculosa do fármaco propagado.
Por fim um campo que está repleto de clientes vítimas de lavagem cerebral é o das religiões. Esse cenário guarda muita semelhança com o mundo político. Os mecanismos de induzimento e aliciamento dos fiéis é o de sempre. Há em muitas seitas religiosas uma modalidade de escolarização, de doutrinação dos seguidores. É muito instigante os efeitos das estratégias empregadas. Os pastores e oradores de muitas dessas igrejas -neopentecostais e evangélicas- se valem dos mesmos artifícios dos antigos filósofos sofistas. É o princípio da exploração da sugestão e boa fé das pessoas.
No âmbito das relações familiares existe uma forma de atitude de um pai ou mãe que comete a chamada alienação parental. Nada mais é do que aquela mãe ou pai que se separa e inicia um processo de desqualificação do outro cônjuge, fazendo crer ao filho defeitos e pejorativos do genitor ausente, num puro fenômeno de lavagem cerebral da criança. Essa odiosa prática, é prevista no código penal, constitui crime.
Na Filosofia grega tivemos dois sofistas protagonistas na arte do convencimento ou lavagem cerebral. Protágoras (480-410 a.C) que afirmou ser o homem a medida de todas as coisas; e Górgias (485-380 a.C). Sofisma (a arte dos sofistas ) é considerado um sistema de argumentação precursor da advocacia. Um advogado, quando habilidoso na sua retórica é capaz de formular teses que convencem aos mais argutos juízes e jurados e inocentar os respectivos clientes e réus, mesmo diante de crimes horrendos.
Então temos aí três cenários bem característicos dos imperativos da lavagem cerebral, na política, no comércio e nas religiões. Para tanto bastam os discursos populistas e demagógicos, propagandas enganosas ,  sermões e pregações que prometem ingressos em muitas benesses, cotas em faculdade sem estudar e sem  preparo intelectual e até ingressos  no céu e no paraíso. São as populares jabuticabas de países terceiromundistas. O Brasil é um desses.    set/2016.  

Dementes

para OpiniãoOpinião
LAUDO DE UMA  SOCIEDADE MÓRBIDA E DEMENTE
João Joaquim  

Pare o mundo que eu quero descer/Por que eu não aguento mais noticias de/Corrupção, violência que não param de aumentar- Raul Seixas


Pelo que assistimos, ao que parece, estamos todos inseridos em uma sociedade doente da alma, doente da cabeça, doente de espírito, doente da razão, doente da ética e da moral. Não bastasse todas estas síndromes e morbidezes de atitudes, ações e comportamentos, temos um vasto campo de doenças do tecido orgânico de nossa nação , do físico , do estrutural  e do  infraestrutural .
 Isto quando referimos à anatomia geográfica de nosso país, porque quando temos em consideração a estrutura física e orgânica do homem, temos, nas classes menos favorecidas um rosário de doenças que as deixam combalidas e em estado de risco. Neste último cenário basta fazer uma revista nas filas do segurados do INSS e do SUS. Elas mais parecem filas de um teatro inacabado e do absurdo. O que faz nossa previdência social ( que deveria ser previdente e preventiva) ser tão improvisada e imprevidente, que deixa as pessoas tão desassistidas e improvidas de saúde ?
Quando analisamos as cenas, as tendências, a cultura, o comportamento e caráter de nossa sociedade nos últimos 30 anos, a idade de nossa democracia;  temos, se bem pensado e sem emotividade, a sensação de que as bestas do apocalipse estão prestes a cumprir suas profecias. Decididamente estamos imersos em uma sociedade mórbida, desqualificada e demente, tamanhos os desvios do padrão em todos os qualificativos de virtudes, de ética e de moralidade humana.
Sem mais rodeios, solilóquios ou volteios, vamos a algumas variações e sintomas de nossa enferma sociedade. Em nome da justiça de considerações, não se referem apenas ao Brasil. Em que pese nosso país ser como que um plano piloto para outras sociedades e outras organizações político-estatais.
Como primeiro exemplo, tomemos o fato de que quando a pessoa humana se vê fragilizada e vulnerável em sua dimensão física ou psíquica ela busca  alguma escora e reforço  a quem? Ela busca na  religião, que se consuma e concretiza em uma seita, uma igreja, local de celebração dessa fé e dessa concepção de Deus. Pergunta fundamental e contundente de quem busca apoio espiritual nas muitas religiões: qual igreja, qual o pastor, qual dirigente se interessa pela parte essencial e única de seus fieis e seguidores? Em termos mais sucintos, qual apóstolo, líder  religioso se preocupa apenas e unicamente pelo lado espiritual dessa pessoa frágil, pecaminosa e tão carente desse último apoio, a esperança da ajuda e socorro divino? Que cada leitor faça sua própria conclusão ; eu vou fazer a parte que me toca.  
A resposta a tal sensível pergunta é de desesperança e descrédito para quem tem uma visão crítica e desapaixonada em matéria mística ou de ajuda espiritual. E com um argumento isento e sem defesa desta e aqueloutra seita. Eu desafio a qualquer pessoa que entre em 10 igrejas diferentes. Considere aqui aquelas que professam o cristianismo, evangélicas, pentecostais, neopentecostais por exemplo .  Que tais visitas sejam via rádio, televisão, ou de forma presencial.
 Quantas dessas 10 estão falando essencialmente, da alma, do espírito, das emoções das pessoas? Quantas estão voltadas  exclusivamente para Deus? Noutras palavras, a maioria apregoam o que ? E já com resposta :   a maioria tem um parlamento de a Teologia da riqueza, a maioria  impõe o seu marketing de arrecadação de dízimos, ofertas e outras doações para aumento de patrimônio ;  e todo o engodo, a lavagem cerebral e outros métodos persuasivos;  até de venda de indulgências e compra de ingressos para o paraíso. Isto como apenas alguns  detalhes de muitas das religiões . 
No campo material temos que a sociedade tem se voltado maciçamente ao culto da posse e do status social. Nós nos tornamos  a era do ter e do ser. A aquisição de um bem pessoal, custe o que custar:  o crédito, a honra pessoal, o cadastro como inadimplente em todos os órgãos públicos ou privados. Não importa! O que interessa é estar na posse de todos os objetos e bens que o mercado de consumo padroniza como símbolos de poder ou de um status social diferenciado. 
Aliado ao padrão da posse (ter) veio o padrão do ser (status social). Todos querem  visibilidade no meio social e nas mídias virtuais. Para tanto não importa a intimidade, o recato, a honra. As redes sociais estão dominadas pelos que querem ser vistos. Para tanto, tais famosos fúteis se valem das mais baixas platitudes, frivolidades e sandices. São muitos os que não  são capazes de nada fazer além de suas vulgaridades. As mídias e redes sociais se tornaram uma horda de desocupados(as), idiotas e lerdos , que nada fazem do que navegar , navegar, naufragar e nada acrescentar ao seu cabedal como cidadãos que poderiam fazer  a diferença para si e para as pessoas ao seu redor, sejam parentes, aderentes ou coniventes.  
E assim tem sido nossa sociedade. Neurótica, abestalhada, mórbida e demente. De uma ponta a outra;  que se inicia na religião, na convivência, na cultura, na civilidade, e na política. Ixe! Esta não serve de base. Está sob julgamento , no ponto mais baixo de degradação mórbida. Nossa política  aguarda recuperação no manicômio judiciário, que podem chamá-lo de Congresso Nacional ou Supremo Tribunal Federal.  Quão merencório, quão vil e triste ver quem poderia nos trazer esperança, estar em estado tão mórbido e na UTI -  Se continuar assim, eu tomo de empréstimo o Raul Seixas que vaticinou “ Pare o mundo que eu quero descer”.     Setembro/2016.

Vilões Rio 2016

para OpiniãoOpinião
HERÓIS, MERCENÁRIOS E BANDIDOS DAS OLIMPÍADAS
João Joaquim

Quando buscamos os objetivos e todos os benefícios do esporte, damos conta de que são inúmeros os seus efeitos na construção da pessoa humana. Disso todos têm ciência não tratar de nenhuma novidade. Os filósofos socráticos e pós socráticos já exaltavam a ginástica como um método na educação e formação do indivíduo. Na história da Hélade (antiga Grécia) os helênicos cultuavam o preparo físico do indivíduo, dos soldados e guerreiros, como sua formação integral para a cidadania e para o enfrentamento de todos os desafios da vida e dos combates bélicos.
Nesse mesmo caudal de aprimoramento e perfeição veio o povo espartano. Tanto assim que o termo espartano, com a semântica, se tornou sinônimo de vigoroso, virtuoso e austero. Não é sem motivos que vêm da Grécia o berço e a origem das olimpíadas. A tradição e prática dessa quadrienal competição começaram em Olímpia (de Olimpo, Tessália, morada dos deuses), na Grécia. Com base assim nos conhecimentos filosóficos, no empirismo e na tradição, se tornou folclórico e cultural o quanto qualquer forma de atividade física é importante para a saúde global do organismo humano, em todas as suas dimensões, da mente e do emocional a todas as variáveis e constâncias fisiológicas e do físico propriamente dito.
 Hoje, se sabe, à luz das ciências, fisiologia e Medicina por exemplo, o quanto a prática regular de exercícios traz de melhora na qualidade e expectativa de vida. Assim evoluiu o esporte, tanta na esfera amadora, em um estilo saudável de vida, chegando por fim como uma atividade profissional.
Até início do século XX (1920,1930), toda atividade esportiva era praticamente amadora. Tanto assim que as olimpíadas tentaram manter tal tendência e princípios. Em suas primeiras décadas, a partir de 1896, de fato não tinham por exemplo as cobiçadas medalhas de ouro, prata e bronze na premiação dos três primeiros colocados nas competições. Quando muito os vencedores recebiam uma grinalda de louro ou coroa de flores pelo mérito do feito olímpico. E eles sentiam eternamente recompensados com referidas distinções honoríficas. Não havia recompensa em dinheiro. A natureza e o espírito das Olimpíadas( paz e amizade entre os povos) continuam de ser uma competição amadora, sem fins lucrativos. Mas, não reina esse comportamento no meio dos competidores. Muitos têm salários milionários, de federações e patrocínios. É a especulação do capital e do consumo.
Os anos foram passando e surgiu então a profissionalização de todos os esportes. O capitalismo e empresas passaram a ver em todas as modalidades de competição uma fonte de investimento, uma mola propulsora de suas marcas e produtos. Mais que isto, cada esporte criou sua organização regional e nacional.
Surgiram então as federações internacionais. A FIFA e o COI constituem exemplos de como o esporte foi comercializado e mercantilizado. São faturamentos de bilhões de dólares por ano. Negócios de invejar alguns PIBS de algumas nações pelo mundo a fora.
Com cifras tão vultosas e empreendimentos tão rentáveis e milionários era natural que traficâncias ilícitas e criminosas se infiltrassem em tão atraente e promissor mercado que se tornou o ramo esportivo. Foi uma pena ver, pari passu, tal prática e atitudes (de esporte) voltadas primitivamente para a educação e formação do indivíduo serem desviadas  para um mercado tão cobiçado e manchado por atuação de máfias, contravenção, subornos e corrupção. E quando se fala nessa horda de bandidos e mafiosos, o futebol é campeão de todos. Entraram em cena,  cartolas e empresários, envolvidos com o crime... organizado.  O Brasil lidera o ranking mundial. Já tivemos por aqui as chamadas máfias do apito (árbitros corruptos e corrompidos), manipulação de resultados em torneios estaduais e nacionais e outras ingerências do gênero.
 É triste e melancólico saber que o único país até agora penta no futebol ostente também o primeiro lugar no escore da desonestidade no esporte mais popular do planeta. Só como exemplos pontuais de nossa contribuição nesse horroroso descalabro: o atual presidente da CBF Sr. Del Nero é um fugitivo do FBI ( polícia federal americana);  o seu antecessor, Sr. José Maria Marin, encontra-se preso nos EEUU, cumpre pena naquele país com tornozeleira eletrônica em regime domiciliar. Isto sob pagamento de fiança milionária. Outro fugitivo, agora da justiça brasileira, o sr. Ricardo Teixeira. Este foi também presidente da CBF, quando juntamente com o ex sogro, ex todo poderoso presidente FIFA, já falecido, João Hawelange, receberam milhões de dólares em propinas, subornos e corrupção. Seu falecimento(16.08.2016) se deu na hora mais azarada, durante a Rio 2016; quando fizeram questão de nenhuma menção meritória de seu nome. Ele, que integrou também o COI.
Curioso de fatos tão escandalosos no Brasil é que o nosso comandante do futebol do Brasil, sr. Marco Polo Del Nero, se refugia e esconde do FBI e justiças suíça e americana justamente aqui, no Brasil e nos recintos nababescos da CBF.
Outra jabuticabinha nossa ,todos os medalhistas olímpicos da Rio 2016, receberam entre R$ 10 mil a 17 mil. Todos! menos os jogadores da seleção de futebol. Cada atleta ganhou um mimo de 500 mil reais (meio milhão). Houve até alguns apelos de jornalistas e redes sociais para que eles rateassem os prêmios com os outros colegas medalhistas das olimpíadas, os primos pobres do esporte. Nenhum sequer manifestou sua posição .  Pode até ser legal, o que é pouco provável porque o dinheiro veio da corrupta CBF. Agora, comparados  em relação aos outros atletas é no mínimo deselegante, desleal, indecoroso e imoral, isto para dizer o mínimo desses mais iguais do que os outros competidores. Só mesmo no Brasil.

Para Rio 2016

 O LEGADO E BELOS EXEMPLOS DOS ATLETAS PARALÍMPICOS

João Joaquim

Assistindo a algumas das competições paraolímpicas , a performance de cada atleta ante suas limitações físicas e funcionais, mais que isto, os seus feitos e proezas, a energia e entusiasmo em cada esporte, eu não pude conter. Senti mesmo uns repelões de emoção. Assim suponho ter ocorrido com outras pessoas de mesma sensibilidade, pelo encontro memorável dessa classe de pessoas. Eu os chamaria  de heroicos, de vencedores, todos os que ali se apresentaram, independentemente de receber medalhas. Quanto de lição eles nos deixam. Sempre! E imaginar o quanto eles são esquecidos; por governos, por federações, por patrocinadores, por empresas de mídia. Eles de fato não preenchem, aos olhos do capitalismo de consumo e das redes globais de televisão, nenhum feito estético que outros milionários intitulados heróis ostentam, carrões importados, iates, contratos de milhões e jatinhos da moda.
Mas, eu os aplaudo de pé, os saúdo, os rendo loas e condecorações por todas as mais belas lições de heroísmo que representam. Pelas lições que dão a tantos que gostam de viver como comensais, em sinecuras e prebendas, sejam esses mimos e benesses vindos de famílias, parentes ou mesmo do Estado. E temos muitos dessa casta em nosso meio.
Como referi em artigo anterior, a atividade física regular ou exercício na promoção da saúde  data de mais de 2000 anos. Era uma prática muito valorizada pelos gregos e romanos. A própria mitologia grega ou romana cita essa atividade no aprimoramento mental, moral e físico do indivíduo. Na descrição das divindades do olimpo (morada dos deuses) estão lá descritas as competições que haviam entre os seus membros; ou  mesmo os grandes feitos de alguns deles. Vale a pena ,por exemplo, ler os relatos dos doze trabalhos de Hércules, os feitos de Prometeu e o desafio enfrentado por Sísifo.
Quando buscamos todos esses heróis, monstros e gigantes descritos na mitologia, alguém menos atento ou distraído poderia refutar, pensando ou desdenhando, ah! mas, tudo ali é mito, mentiroso e sem valor!
 Então, por partes, com paciência e eu explico. A conclusão imediatista e irrefletida é que soa inverossímil. Basta lembrarmos que os mitos não foram redigidos e eternizados por algum fantasma, nem surgiram junto com o big bang ,nem por geração espontânea, com se acreditavam para as bactérias.
Ao certo, todas as narrativas míticas foram concebidas por mentes brilhantes, grandes sábios e avatares para o bem da humanidade. Todos são frutos de pensadores de pura racionalidade e enorme sensibilidade. Foram mensagens de absoluta contemplação, reflexão e a mais genuína generosidade para a humanidade. Em síntese, cada mito e seu personagem encerram uma alegoria, uma parábola e muito ensinamento para os humanos. São como muitas parábolas e alegorias das escrituras sagradas.
Como exemplos desses mitos e chaves de interpretação dos gregos basta ver a relação da tocha (ou pira) olímpica com o esporte e com a vida em si. O fogo da tocha simboliza o trabalho de Prometeu que rouba o fogo(conhecimento) aos deuses do olimpo e o entrega aos homens, tirando-os das trevas (da ignorância e escravidão). Este , sim, deve ser caracterizado como um símbolo heroico porque ao fazê-lo, Prometeu não exigiu nenhum troféu, nenhuma comenda ou medalha de ouro. Ele o fez por pura e absoluta generosidade com a humanidade; e assim deve ser a principal característica do heroi. Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, enfrentou as leis tirânicas da Coroa portuguesa na época e deu seu pescoço à forca, não pensando em si, e nem poderia, mas, no bem do povo brasileiro; este , sim, um  exemplo de puro patriotismo e gesto heroico . Quanta diferença de nossos milionários herois de hoje, do futebol, da política, das telenovelas.
O mito da caverna de Platão. É o símbolo da sombra ou ignorância em que vivem muitas pessoas. Só com a saída dessa caverna é que essas pessoas, enganadas e manipuladas por líderes inescrupulosos poderão, lá fora, perceber o quanto belo e radiante é o sol (sabedoria e visão clara das coisas). Esse mito da caverna de Platão encerra uma mensagem atemporal, e como ele pode ser aplicado e visto no meio político de antes e de hoje. Quantos governantes e candidatos políticos tentam com os grilhões de promessas e mentiras manter as pessoas cegas e sem enxergar o brilho da realidade e das verdade à sua volta. Todos esses enganadores sem ética e sem escrúpulo representam os mensageiros que mantêm as pessoas ludibriadas e cegas para as verdades a que elas têm direito.
Enfim, exercícios físicos, as atividades esportivas, as olimpíadas em suas origens tiveram sempre os objetivos como parte na educação integral do gênero humano. O desígnio e princípios sempre foram em direção ao aprimoramento global do indivíduo. Entendamos o que é esse aperfeiçoamento de nosso organismo. Dois pontos cardinais. O primeiro, da saúde física como um todo; força muscular, ativação de reflexos, velocidade nos movimentos etc. Segundo ponto, fazer do esporte e das competições olímpicas um instrumento de integração das pessoas, de amizade, de generosidade, de solidariedade do atletas, de todas as competições. Esta é a mensagem, são esses princípios encampados e defendidos pelo COI, para com todos os atletas, de todos os esportes participantes.
Já inclinando ao arremate e direto ao ponto. Observe o nosso futebol dentro e fora das olimpíadas. Primeiro em relação aos torcedores, que mais parecem um bando de cães raivosos e porcos selvagens. São autênticos trogloditas e energúmenos que se agridem, se pegam e se matam. Segundo, do lado dos jogadores, broncos e vilões, que tudo fazem para ganhar no grito, com pontas-pés e outros gestos nada éticos e de nenhuma generosidade com os camaradas de esporte. Não contando que muitos se envolvem em negociatas, fraudes de contratos, sonegação fiscal e outras traficâncias nada decorosas.
A última excrecência de nossos olímpicos “desdourados”  do futebol foi essa história entre arrogante e nada solidária: cada jogador recebeu um cachê de R$ 500 mil pela medalha dourada. Os demais medalhistas receberam de R$ 10 mil a R$ 17 mil. Houve sugestões e apelos para que nossos craques da seleção de futebol  dividissem o dinheiro recebido com os outros vencedores, das outras competições pelo Brasil. Houve silêncio geral entre os membros da equipe de futebol. Ou seja, nossos milionários competidores de campo perderam o espírito olímpico. Que feio! Todos são incensados e içados à classe de heróis e modelos para nossas crianças e juventude. Pelo menos ao olhos das redes de televisão que os patrocinam e pelos patrocinadores , cartolas e empresários corruptos e corruptores do Futebol . Mais feito ainda.  Setembro/2016.   

Canalhas...

QUANTA OFENSA AOS ROMANOS E AOS CACHORROS

João Joaquim  

Quando o mundo inteiro e o Brasil viram as patéticas cenas dos senadores Lindbergh Farias(PT RJ) e Ronaldo Caiado( DEM GO) se injuriando mutuamente com os xingamentos de canalhas, canalhas, canalhas, certamente que muitas pessoas devem ter ficado escandalizadas com tais comportamentos. Mas, não os brasileiros que assistem no dia a dia as sessões de nossos parlamentares. Não! Definitivamente aqui em nossas terras brasis tais atitudes e diálogos já não pasmam as pessoas. Afinal, no parlamento temos um pouco de hospício , como o hospício também tem muito de  parlamento, e cá entre nós, com trocadilho, tudo para lamento a perder de vista  .
Tudo ocorreu na sessão do congresso nacional, no julgamento final do impeachment da presidente Dilma Rousseff, 31 de agosto de 2016. Esse ato da dantesca peça que foi o teatro do julgamento de impedimento  da 1a presidente(‘mulher’). Ops, ela gostava de ser chamada de presidenta  do Brasil. Todo o enredo teve a duração cabalística de 7 dias, que terminou num 31 (13 invertido) de agosto (mês de muitos maus agouros). Tal data e mês lembram-me até o trágico fim de outro presidente, Getúlio Vargas, em 24 agosto de 1954, ele suicidou-se.
Em outro ato, do mesmo teatro que foi esse impeachment,  muitas outras esquisitices:  platitudes, abobrinhas, um infindo rosário de dissimulações, mentiras e perfídias, atitudes nada republicanas, sandices  e  outras injúrias que  já vinham sendo permutadas entre os nominados juízes (senadores) de tão assistida solene sessão . O certo é que tudo parecia mais um teatro mambembe e de horrores de nossas casas legislativas, de onde emanam as leias que nos governam. Por isso o desgoverno em que andávamos e nossa grande nau na iminência de um naufrágio.
Renan Calheiros, senador presidente do senado, em um aparte anterior, em alto e bom som já tinha asseverado ao ministro presidente do julgamento, ministro Ricardo Lewandowski( emprestado do STF). Disse sua excelência, o senador Renan Calheiros( investigado na operação Lava-Jato): vossa excelência, referindo-se ao ministro Lewandowski, parece estar presidindo um hospício.
No fundo foi até risível assistir  àquela pantomímica sessão julgadora, nominada pelos próprios componentes de egrégia; coitadas das muitas igrejas;  de excelsa, coitado do Celso Furtado, de colenda; dá vontade de sair correndo. Porque rima mesmo é com horrendo.
 Assistir então a inaudita e burlesca sessão lembrou-me uma outra peça, obra literária,  do nosso magnânimo e eterno Machado de Assis com o seu conto O  Alienista, cujo protagonista é o insigne e impostor Dr. Simão Bacamarte. Médico de renomada formação em universidades de Lisboa, Pádua e Coimbra. Ele que  recusa convite do Rei de Portugal a cargo importante, na época, e vem se instalar em suas origens na vila de Itaguaí, Brasil.
Nessa vila do interior, Dr. Bacamarte se dedica às doenças psiquiátricas, cria um manicômio, a casa verde, e começa internar pessoas que ele considera dementes. Mas, não sem protestos da maioria das pessoas, que consideram ele próprio( Simão Bacamarte) o único alienado, como de fato se concluiu ao final do conto, na internação  do próprio alienista( uma auto-internação), no hospício que ele fundara . Um lance que muito assemelha com os nossos tempos se dá quando a câmara de vereadores de Itaguaí pede imunidade para os vereadores  e vota tal decreto em prol de seus membros, para que nenhum deles seja recolhido e tratado como demente na casa verde, do então afamado e respeitado cientista, Dr. Simão Bacamarte. Qualquer semelhança com algumas casas legislativas de nossos dias não é mera coincidência.
Senado vem de senatus, o alto conselho da antiga Roma, nada mais significava do que conselho dos mais velhos, de senex, senil, idoso. O papel ou função  dessa casa de leis naqueles tempos era formar uma espécie de tribunal composto de os mais sábios, idosos e experientes. Era ali no senáculo, local de suas reuniões, onde se tomavam as mais lúcidas, sábias e invioláveis decisões. Tratavam-se de uma câmara legislativa e um tribunal, sem inimigos, cujas leis eram promulgadas em prol de todos, do Estado e do bem comum. Não era uma reunião de inimigos raivosos e briguentos, de aloprados, nem de fugitivos de qualquer  hospício, nem da Justiça.
 Nosso congresso brasileiro, desses tenebrosos tempos de mensalão, petrolão e lava-jato,  mais parece uma casamata ou valhacouto, onde muitos acusados e indiciados pela Polícia Federal e Ministério Público , se homiziam das garras e dos alcances  das Leis.
Sem desmerecer muitos  canalhas de nosso congresso e senado( não são todos); o termo canalha vem do latim canalia, de canis, matilha de cachorros. Agora sintetizemos o sentido do verbete: os cães que sempre trabalham solidários e amigos entre eles. Que se tornaram os melhores amigos do homem. Logo eles que emprestam seu nome para atitudes, comportamentos e diálogos tão vis, tão infames, tão mesquinhos e nauseantes. Que ofensa aos bichos . 
Juntando os dois termos: senado romano e matilha de cães, o quanto de injúria aos antigos senadores de Roma, o quanto de ignomínia e falta de respeito  aos nossos cachorros amigos. Setembro/2016. 

Assassínios de Reputações

Quando se fala em assassinato, tem-se logo o conceito desse delituoso feito. Ato de matar, de eliminar o outro, também chamado de crime cont...