sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Vilões Rio 2016

para OpiniãoOpinião
HERÓIS, MERCENÁRIOS E BANDIDOS DAS OLIMPÍADAS
João Joaquim

Quando buscamos os objetivos e todos os benefícios do esporte, damos conta de que são inúmeros os seus efeitos na construção da pessoa humana. Disso todos têm ciência não tratar de nenhuma novidade. Os filósofos socráticos e pós socráticos já exaltavam a ginástica como um método na educação e formação do indivíduo. Na história da Hélade (antiga Grécia) os helênicos cultuavam o preparo físico do indivíduo, dos soldados e guerreiros, como sua formação integral para a cidadania e para o enfrentamento de todos os desafios da vida e dos combates bélicos.
Nesse mesmo caudal de aprimoramento e perfeição veio o povo espartano. Tanto assim que o termo espartano, com a semântica, se tornou sinônimo de vigoroso, virtuoso e austero. Não é sem motivos que vêm da Grécia o berço e a origem das olimpíadas. A tradição e prática dessa quadrienal competição começaram em Olímpia (de Olimpo, Tessália, morada dos deuses), na Grécia. Com base assim nos conhecimentos filosóficos, no empirismo e na tradição, se tornou folclórico e cultural o quanto qualquer forma de atividade física é importante para a saúde global do organismo humano, em todas as suas dimensões, da mente e do emocional a todas as variáveis e constâncias fisiológicas e do físico propriamente dito.
 Hoje, se sabe, à luz das ciências, fisiologia e Medicina por exemplo, o quanto a prática regular de exercícios traz de melhora na qualidade e expectativa de vida. Assim evoluiu o esporte, tanta na esfera amadora, em um estilo saudável de vida, chegando por fim como uma atividade profissional.
Até início do século XX (1920,1930), toda atividade esportiva era praticamente amadora. Tanto assim que as olimpíadas tentaram manter tal tendência e princípios. Em suas primeiras décadas, a partir de 1896, de fato não tinham por exemplo as cobiçadas medalhas de ouro, prata e bronze na premiação dos três primeiros colocados nas competições. Quando muito os vencedores recebiam uma grinalda de louro ou coroa de flores pelo mérito do feito olímpico. E eles sentiam eternamente recompensados com referidas distinções honoríficas. Não havia recompensa em dinheiro. A natureza e o espírito das Olimpíadas( paz e amizade entre os povos) continuam de ser uma competição amadora, sem fins lucrativos. Mas, não reina esse comportamento no meio dos competidores. Muitos têm salários milionários, de federações e patrocínios. É a especulação do capital e do consumo.
Os anos foram passando e surgiu então a profissionalização de todos os esportes. O capitalismo e empresas passaram a ver em todas as modalidades de competição uma fonte de investimento, uma mola propulsora de suas marcas e produtos. Mais que isto, cada esporte criou sua organização regional e nacional.
Surgiram então as federações internacionais. A FIFA e o COI constituem exemplos de como o esporte foi comercializado e mercantilizado. São faturamentos de bilhões de dólares por ano. Negócios de invejar alguns PIBS de algumas nações pelo mundo a fora.
Com cifras tão vultosas e empreendimentos tão rentáveis e milionários era natural que traficâncias ilícitas e criminosas se infiltrassem em tão atraente e promissor mercado que se tornou o ramo esportivo. Foi uma pena ver, pari passu, tal prática e atitudes (de esporte) voltadas primitivamente para a educação e formação do indivíduo serem desviadas  para um mercado tão cobiçado e manchado por atuação de máfias, contravenção, subornos e corrupção. E quando se fala nessa horda de bandidos e mafiosos, o futebol é campeão de todos. Entraram em cena,  cartolas e empresários, envolvidos com o crime... organizado.  O Brasil lidera o ranking mundial. Já tivemos por aqui as chamadas máfias do apito (árbitros corruptos e corrompidos), manipulação de resultados em torneios estaduais e nacionais e outras ingerências do gênero.
 É triste e melancólico saber que o único país até agora penta no futebol ostente também o primeiro lugar no escore da desonestidade no esporte mais popular do planeta. Só como exemplos pontuais de nossa contribuição nesse horroroso descalabro: o atual presidente da CBF Sr. Del Nero é um fugitivo do FBI ( polícia federal americana);  o seu antecessor, Sr. José Maria Marin, encontra-se preso nos EEUU, cumpre pena naquele país com tornozeleira eletrônica em regime domiciliar. Isto sob pagamento de fiança milionária. Outro fugitivo, agora da justiça brasileira, o sr. Ricardo Teixeira. Este foi também presidente da CBF, quando juntamente com o ex sogro, ex todo poderoso presidente FIFA, já falecido, João Hawelange, receberam milhões de dólares em propinas, subornos e corrupção. Seu falecimento(16.08.2016) se deu na hora mais azarada, durante a Rio 2016; quando fizeram questão de nenhuma menção meritória de seu nome. Ele, que integrou também o COI.
Curioso de fatos tão escandalosos no Brasil é que o nosso comandante do futebol do Brasil, sr. Marco Polo Del Nero, se refugia e esconde do FBI e justiças suíça e americana justamente aqui, no Brasil e nos recintos nababescos da CBF.
Outra jabuticabinha nossa ,todos os medalhistas olímpicos da Rio 2016, receberam entre R$ 10 mil a 17 mil. Todos! menos os jogadores da seleção de futebol. Cada atleta ganhou um mimo de 500 mil reais (meio milhão). Houve até alguns apelos de jornalistas e redes sociais para que eles rateassem os prêmios com os outros colegas medalhistas das olimpíadas, os primos pobres do esporte. Nenhum sequer manifestou sua posição .  Pode até ser legal, o que é pouco provável porque o dinheiro veio da corrupta CBF. Agora, comparados  em relação aos outros atletas é no mínimo deselegante, desleal, indecoroso e imoral, isto para dizer o mínimo desses mais iguais do que os outros competidores. Só mesmo no Brasil.

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