sábado, 26 de agosto de 2017

Alimentos - História

A HISTÓRIA DA RELAÇÃO DO HOMEM COM OS ALIMENTOS
 João Joaquim  

A  relação do homem com os alimentos vem de priscas épocas. Alguém pode ver nesta frase uma certa tautologia. Decerto o homem tem nexo com o alimento desde o nascimento, seja de forma ontogenética ou filogenética. O que se busca com essa abordagem é mostrar como se deu essa evolução do bicho-homem com todo meio de subsistência nutricional.
Nos albores da história da humanidade as fontes de alimentos eram escassas e de difícil acesso. No que concerne aos vegetais, pode-se afirmar: muitas eram as opções de frutas, folhas, legumes e grãos. Tudo era natural e orgânico. E quanta vantagem! Não havia os tais agrotóxicos nem os tais dos geneticamente modificados. O certo é que a concorrência com a fauna (animais selvagens) era enorme. Mas, havia abundância de vegetais, por isso o equilíbrio era certo.
Uma questão complicada era a proteína animal. Isto em se tratando do homem primitivo ou das cavernas. Porque no abate de animais selvagens se empregavam as próprias forças ou ferramentas rudimentares da própria natureza. Pedra , arco e flecha, e armadilhas na caça e pesca, eram estas as ferramentas utilizadas. Enfim a busca por carne animal ou pescado era árdua e de alto risco. Ora o homem era caçador, ora se tornava caça de muitos predadores.
Já dando um grande salto para a idade média e desta para a moderna, muito se evoluiu em se tratando da ligação do homem com suas fontes nutricionais. Vieram a mecanização e o vasto emprego de ferramentas mais modernas. A produção agropecuária ganhou outro destaque na vida dos rurícolas e agricultores. Com o emprego do arado e adubos orgânicos (estercos) e químicos houve avanços na produtividade e qualidade na produção agrícola.
Saindo da produção agrícola com o emprego de ferramentas e mecanização, com a utilização de arados motorizados, semeadeiras e colheitadeiras chegamos na era da indústria alimentícia. E esta é o foco principal da presente matéria. Falar em revolução industrial alimentícia se torna imperativo trazer à lembrança a teoria malthusiana, do britânico T.R . Malthus (1766-1834).
Esse importante escritor e economista do século XIX afirmou que a fome e a miséria só seriam minimizadas com um rígido controle de natalidade e com abstinência sexual. De certo modo tinha razão o cientista porque em muitos países subdesenvolvidos a insegurança alimentar, a fome e a subnutrição constituem graves questões para esses povos. São nações com precárias políticas em se tratamento de planejamento familiar e controle de natalidade.
Agora ,  em se falando de países terceiro-mundistas e emergentes como o Brasil. A verdade real é que alimentos existem para todos em todos os  tempos. Pelas estatísticas do governo temos cerca de 14 milhões de desempregados. Se contar o número de subempregados e informais, essas cifras de pessoas atingem no mínimo 25% da população, ou mais de 50 milhões de bocas para alimentar.
 Enfim, a verdade real é que se produzem muitos alimentos, mas, da colheita até o consumidor se perde quase 40%. Perdas que dariam para alimentar de forma satisfatória a todos os brasileiros.
Uma outra gravíssima questão , que se mostra de muita insensatez ou sandice mental se refere ao grupo de pessoas de melhores posses e capacidade aquisitiva. Essa classe de pessoas tem no alimento, e nas bebidas uma fonte de alegria, prazer e “felicidade”. Elas comem muito mais do que o necessário, o exigido para o aporte nutricional. Disto resulta a epidêmica e mórbida obesidade. Se na África temos os desnutridos, aqui no Brasil temos os disnutridos ou os dismórficos corporais( prefixo dis com sentido de disfunção, doença). O nutrólatra ou o fagólatra  come tanto e desmedidamente que se torna em obeso dismórfico. Aí nem lipo, nem bariátrica resolvem porque as artérias e o coração estão cheios de gordura e colesterol.
O que adiante retirar a casca( nas cirurgias plásticas ) se o miolo e  o cerne da pessoa( coração e artérias ) estão repletos de placas de gordura e colesterol. Nesse caso o infarto é só uma questão de tempo. Que triste !  AGOSTO /2017. 

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Crack...

A Tragédia da Narcodependência( Maconha, Crack)  na Cracolândia de São Paulo
Conforme jurisprudência do STF, ser usuário já é tri legal, falta tornar o traficante também Legal. É o prenúncio do fim dos tempos. 
João Joaquim  

Todos nós vivemos tempos tão estranhos e esquisitos que há  momentos e dias que pelo que ouvimos, vemos e lemos nos jornais temos o direito e a normalidade a alguns questionamentos e perguntas. Sejam tais questões e dúvidas as mais naturais e inocentes possíveis. Não estou aqui a questionar a ida do homem a marte que já considero uma extravagância , nem algum terremoto ou furação que fazem parte das tragédias naturais, desde que o mundo é mundo. Nada dessas intempéries e desastres naturais me preocupa porque simplesmente provam as teses do filósofo Heráclito de Éfeso que cravou a máxima:” A única coisa permanente no mundo é a mudança”.( Teoria do Devir, de tudo que se transforma).
O que tem me causado pasmo e muitas interrogações nos últimos tempos tem sido o papel ou atuação do homem. E aqui me refiro a muitas pessoas. Desde um simples pedinte de rua ou Barnabé aos homens que ocupam posições de líderes, presidentes de empresas, de autarquias  ou sobretudo os chefes e gestores de órgãos públicos, enfim os representantes do povo. Ou os supostos tais representantes, contra os quais sinto-me no direito de indagar: representantes de quem? Baseado no que tenho visto dessa classe de gente, representantes meus eles não são! E nem sei se vou ter opção de escolher alguém que me represente nas próximas eleições. A julgar pelos que estão hoje nos governos de Estados( unidades da federação) ou da União, nenhum deles reúne condições éticas e morais para representar os eleitores, sequer cuidar de bens públicos, porque como refere o termo, público é  de todos, da comunidade, da nação e não de nenhum interesse privado.
Eu não quero ocupar minha coluna no jornal com as nefandas e repetidas manchetes de jornais e televisão narrando os crimes cometidos por políticos de todos os poderes como prevaricação, malversação, lavagem de dinheiro,  peculato, crime de corrupção ativa ou passiva. Tais ocorrências, às pessoas de bem e honestas, têm causado náuseas e engulho, pelas tantas repetições, como num seriado de filmes de horrores.
Eu quero, enfim, ocupar aqui de um tema que esses dias ganhou as manchetes do Brasil e do mundo. Falo da intenção e do expediente da prefeitura de São Paulo( na pessoa do prefeito João Doria) em acabar com a cracolândia naquela populosa cidade. Analisando vulgarmente tal questão de saúde pública. A que ponto se chegou tal tragédia humanitária. Existe um local público, insidiosamente construído pelos usuários e traficantes, um local destinado ao consumo e tráfico de uma das drogas ilícitas a  mais nociva e destrutiva do ser humano. A cocaína na sua forma mais viciante e indutora da dependência psíquica e orgânica. E assim o é porque ela tem uma meia vida curta; e o usuário pela reuso rápido da substância, mais rápido também se torna extremamente dependente, porque o efeito passa rápido .
E aqui frente a mais esse capítulo da tragédia que é o uso de drogas, qualquer que seja essa substância, eu mostro meu espanto e minha surpresa com os homens. Notadamente aqui, com os homens do judiciário. O supremo tribunal federal (STF) já tem uma jurisprudência no sentido de não criminalizar o uso de drogas. Só faltou um detalhe nessa decisão suprema, porque da suprema corte de justiça: quanto em gramas, o sujeito pode portar em seu bolso, na bolsa, na cueca, nas meias, na condição de usuário. Porque, assim decidiram os juízes do STF, ser usuário é legal e Legal. Ou até tri legal, quem sabe !
Ou seja nem uma tragédia social, sanitária e individual como essa da cracôlandia de são Paulo  será capaz de fazer nossa corte máxima de justiça rever sua posição. Ser usuário é duplamente legal( bacana e lícito), ok.
Agora minha indagação mais importante. Consumir qualquer produto, significa comprá-lo de algum distribuidor, no caso o traficante. Para quem defende o uso descriminalizado das drogas ilícitas só faltou esse detalhe da jurisprudência do STF, tornar o traficante pelo menos Legal( de acordo com a Lei). Vender também seria Legal. Nesse caso não precisaria nem quantificar, o quanto ele pode transportar para atender seus clientes consumidores,  porque os usuários são aos milhares.
E então me resta afirmar: só mesmo no Brasil poderia sair decisão desse quilate, desse disparate e desse desplante. Junho/2017. 

João Joaquim médico e cronista DM -  whatsApp (62) 9.8224-8810   

Álcoolatria

ALCOOLISMO E DOENÇAS CÉREBRO-VASCULARES      
                                                                                João Joaquim de Oliveira 



O derrame cerebral é a 3ª  causa de morte entre adultos e a principal causa de invalidez de idosos no mundo. Nos EEUU ocorrem em média 150.000 óbitos e 2 milhões de sobreviventes de acidente vascular cerebral  (AVC) por ano.  A doença arterioesclerótica ( placa de colesterol) está na gênese da maioria dos casos de derrame. Existem vários fatores de risco pessoal e ambiental para as afecções cerebrovasculares.
Os principais fatores são a tendência hereditária, o tabagismo, a hipertensão arterial, o diabetes, sedentarismo, colesterol alto, alcoolismo etc.
 Neste artigo discorreremos sobre o álcool como um fator de risco significativo para doença cerebrovascular ( derrame, isquemia cerebral).
A literatura médica é farta em trabalhos científicos mostrando a estreita relação entre o consumo excessivo de álcool e maior ocorrência  de acidente vascular cerebral (AVC). Esta relação existe mesmo naquele bebedor ocasional em função de sua predisposição genética e outros fatores pessoais de risco. O consumo moderado de bebidas alcoólicas (40-60g álcool/dia), contínuo ou esporádico, já representa risco aumentado para complicações e doenças cardio e neurovasculares.
As principais anormalidades associadas ao consumo abusivo de bebidas alcoólicas são alterações:  da função hepática e da coagulação sanguínea, hemorragias, baixa de plaquetas e hipertensão arterial. O álcool aumenta a liberação de cortisol, renina, aldosterona, vasopressina e adrenalina. A consequência desse pool de substancias é o surgimento de grave crise hipertensiva, infarto do miocárdio, edema agudo de pulmão e hemorragia cerebral. Doenças estas de alta mortalidade, e muitas sequelas incapacitantes permanentes.
Além dos acidentes vasculares cerebrais ou encefálicos (AVC) o alcoolismo é fator causal de vários outros distúrbios orgânicos com elevadas taxas de morbidade e mortalidade. Dentre estas pode-se listar: arritmias cardíacas, miocardiopatia , hipertensão arterial, trombose venosa ou arterial, embolia pulmonar, hemorragias internas, pancreatite aguda ou crônica, cirrose hepática, neuropatias periféricas, demência precoce, etc.

Como em tudo na vida, trata-se de questão de equilíbrio. Não se quer abominar e abolir a ingestão de bebidas com os mais variados teores etílicos. Basta prudência, senso critico e sopesar bem a relação prazer etílico e os agravos á saúde.
Então em relação ao consumo do álcool podemos deixar as seguintes recomendações:
Adolescentes e jovens abaixo de 25 anos não devem ingerir nenhuma bebida alcoólica . Nesta faixa etária o risco de dependência e vicio é muito grande. Nos adultos saudáveis a ingestão não continua de até 30gr /dia ( 1 taça de vinho 250ml, 1 lata cerveja) não representa nenhum agravo à saúde.
Em qualquer pessoa portadora de hipertensão arterial, diabetes, miocardiopatias e outras doenças cardíacas e vasculares o álcool tem contraindicações  relativas . Neste grupo de pessoas deve-se consultar o médico sobre a ingestão de bebidas alcoólicas . O álcool é incompatível  com a maioria dos medicamentos de uso continuo. Como exemplos temos os anti-hipertensivos,  medicamentos para cardiopatias, antidiabéticos, antinflamatórios, antibióticos, etc.
Usuários de medicamentos psicotrópicos ou neurotrópicos jamais devem ingerir bebidas alcoólicas.
A interação de efeitos álcool + psicotrópicos são graves e encerram seriíssimos riscos para o usuário e pessoas à sua volta pelos efeitos psiquiátricos e neurológicos que essa associação pode provocar . 

Torcidas...

DISTORÇÃO DAS TORCIDAS  (DES)ORGANIZADAS DE FUTEBOL

João Joaquim  


Todos nós e o mundo temos assistido ao fenômeno das torcidas de futebol. Fala-se aqui em futebol porque tem sido o esporte que bem representa esse agrupamento de pessoas com suas simpatias e preferências por esse esporte. Tal fenômeno se dá  pelo planeta a fora. Muitas outras modalidades têm também os seus sectários e adeptos, mas se resumem a uma galera ou claque menos representativa, e menos vigorosa  em suas manifestações.
Mas, enfim vamos a esse tão useiro e vezeiro fenômeno das torcidas dos times de futebol.
Tal ocorrência vem obtendo tanto espaço, importância e notoriedade que ela ganhou um qualificativo. Organizada. Temos agora as chamadas torcidas organizadas. Tal adjetivo, agora no masculino me lembra uma outra ocorrência, de igual modo useira e vezeira, facção criminosa organizada, ou simplesmente crime organizado( predomínio de homens) . E de fato com participação massiva do masculino. Até nesse ramo de atividade a mulher tem tido remuneração e destaques mais acanhados. É mais uma daquelas discriminações do sexo frágil.
Num esquadrinhamento mais raso e mais inteligível vamos deter nessa relação que existe entre aquele seguidor e admirador de um esporte com foco maior aqui no futebol. Tal mecanismo de afeição e vínculo de indivíduo com o esporte tem despertado o interesse de estudiosos na área da psicologia, da sociologia, da psiquiatria entre outros segmentos das ciências humanas. E não é sem razão esse objeto de estudo porque trata-se de mobilização e participação de milhões de pessoas em todos os quadrantes de planeta. São milhões de pessoas, no Brasil e no mundo.
O que se tem de certo é que é uma mobilização humana que ganhou corpo e visibilidade ao mesmo tempo e na proporção que o futebol se tornou mais divulgado pela imprensa. Mais expressivamente com o surgimento e popularização da televisão.
Análise sociológica e psiquiátrica das torcidas organizadas de futebol. Trata-se aqui de um dos capítulos mais instigantes e incisivos da natureza dessa relação de admiração e afinidade. É o mesmo processo e funcionamento psíquico que se estabelece nas relações conjugais (namoro e casamento). Em termos mais claros pode-se avaliar pelos pronomes utilizados. Minha namorada, minha mulher, meu marido. De igual forma, meu time, meu ídolo, o clube de meu coração. Basta atentar para o signo e peso desses pronomes. O que se revela numa absoluta deturpação dos termos, porque se revelam uma ideia de posse, de apropriação (“indébita”).
A alienação e perturbação relacional oriunda da afinidade e senso de posse com essa ou aquela equipe esportiva envolve os mesmos circuitos sinápticos cerebrais dos “vínculos pessoais afetivos”.
Os termos mais corretos que os namorados e casados deveriam empregar são ser e estar, e não,  minha,  teu, tua. Ela está namorada comigo, ele está namorado ou marido comigo. Ninguém é propriedade ou objeto de outro. Quando muito e ao máximo podemos fidelizar uma relação por tempo indefinido, mas não eterno. De preferência prolongada enquanto saudável e feliz para os dois cônjuges. Acabou-se , procura-se outra melhor, etc e tal.
Os mesmos princípios se aplicam com o torcedor de futebol. Tal time do meu coração, nunca me pertence. Tenho apenas uma admiração pelas suas cores, seu futebol vistoso e belo. Ele tanto não é meu que para eu ir aos estádios e arenas tenho que pagar o ingresso.
Ainda que veja seu jogos pela TV aberta ou fechada, sou bombardeado o tempo todo com o marketing dos patrocinadores que pagam milhões em reais para mostrar e propagar os seus serviços e produtos (cervejarias, bancos, grifes de roupas) etc.
Assim, é dessa relação torcida e distorcida das torcidas organizadas( na verdade um aberração e desorganização absoluta) o nascedouro das badernas, das brigas, das agressões, das guerras dos grupos rivais. É o mesmo germe, o mesmo fermento de ódio  destrutivo das relações mórbidas, doentias e passionais dos crimes de feminicídio do homem contra a mulher.
É um  sentimento mórbido, deturpado e canhestro de que a ex não pode constituir outro vínculo afetivo. De igual forma, o outro torcedor não poder simpatizar e torcer por outro time. Piração total e desvario completo. Só isso!

Bufões do TSE

TRÊS BUFÕES E UM FURIOSO
João Joaquim  

Passadas as sessões que julgaram os crimes de toda ordem da chapa Dilma-Temer (Dilma Rousseff e Michel Temer), vieram-me à cabeça alguns personagens e outros fatos do mundo real e ficcional. O mundo todo então soube que o até então colendo (agora nefando) Tribunal Superior Eleitoral-TSE, inocentou a impedida Dilma Rousseff (sofreu impeachment em agosto 2016 ) e seu então  vice-presidente Temer, pelos crimes perpetrados na campanha das eleições para presidente e vice em 2014.
Relembrando para a posteridade, a então candidata, como fartamente documentado pelos órgãos de polícia federal e de justiça cometeu os crimes de falsidade ideológica, propaganda enganosa (discursos mentirosos para os eleitores), abuso de poder econômico, divulgação de dados falsos sobre o principal concorrente à época, senador Aécio Neves; uso de caixa 2, recebimento de propinas da empresa Odebrecht; entre outros ilícitos fora desta lista.
O que fez o nosso agora nefando TSE? Simplesmente inocentou a dupla Dilma/Temer de qualquer crime ou ilícito. Não incluiu as delações dos marqueteiros Joao Santana e Mônica Moura, feitas ao próprio TSE agora em 2017.  A sessão última se tornou uma sentença irrecorrível, definitiva? Ainda não se sabe.  Uma alforria e salvo-conduto para os ainda encrencados com a justiça, porque outros inquéritos estão em andamento contra a ex presidente Dilma e o atual presidente Temer( empossado em 31 de agosto de 2016).  Já se sabe que o DEM, entrou com recurso no STF e o relator será o ministro Ricardo Lewandovsky ( petista por afinidade e simpatia). Dificilmente ele relatará em favor de cancelar o julgamento do TSE .
Agora, durmamos todos com essa ocorrência! De acordo com nossos adestrados maestros do TSE, de ora avante, tudo vale em uma campanha eleitoral; tudo pode. Houve uma permissividade generalizada. Contanto que seja eleição para cargo graúdo. Não vale para prefeitinhos ou vereador. De preferência mandatários de alta patente. Passados já dois dias da última sessão (9.06.17), lembraram-me a farsa, a ópera-bufa, a fanfarronice que foram as conferências, as escaramuças, os socos e pontapés de palavrório entre os ministros pró e contra a cassação da chapa eleita.
Como sabido, o tribunal se compõe de sete juízes. Gilmar mendes (presidente), Napoleão Nunes, Tarcísio Vieira, Admar Gonzaga, Luiz Fux, Rosa Weber e Herman Benjamin (relator). Os burlescos e parlapatões ministros da absolvição foram Gilmar, Napoleão, Tarcísio e Admar. Os justos e democráticos a favor da cassação foram Luiz Fux, Herman Benjamin e Rosa Weber.
O que ressoa pelo mundo é que a robustez e quantidade de provas dos crimes estão fartamente comprovados, e ainda assim ,os quatro ministros bufões pela absolvição não se coraram e não se vexaram com a  aleivosia e desplante de seus votos. Se tornaram inimigos e vilões da democracia e da justiça.
E assim fugindo do lado trágico, grave e afrontoso para nossa democracia e nossas instituições, veio-me outra face no mínimo tragicômica que foi esse histriônico  julgamento. O enfadonho e modorrento voto de cada um desses burlescos e adestrados  julgadores me evoca uma figura agora ficcional, mas símbolo máximo da justiça (a virtude de atribuir a cada um o que é seu).
Eu lembro aqui da deusa têmis (filha de zeus). Ícone maior do senso de justiça. Para tanto ela traz dois adereços: uma balança e a venda nos olhos. Uma balança de dois pratos (dois lados) simbolizando o que? O equilíbrio, a prudência, a ponderação. Aqui sim, a melhor definição do que vem a ser justiça. É  atribuir a cada pessoa o que lhe é de direito (razão) ou dever (culpa). Em outras palavras, dar a cada um o que é seu. Para chegar a esse equilíbrio, no peso correto e justiça, a deusa têmis precisa estar de olhos vendados. Dessa forma ela irá pesar (ponderar) o atributo, o direito, a culpa de cada julgado sem saber a cor, a beleza, a cara, o status social ou força econômica e autoritária do paciente(acusado).
O que fez nosso mofado TSE? Retirou de têmis a venda dos olhos e quebrou-lhe a balança. Por isso ela chora copiosamente. Seu pranto se dá  porque foi afrontada, vilipendiada e maculada indelevelmente.
Oh, até então justíssima têmis, receba da nação brasileira o nossa pesar. Todos nós sentimos também a mesma ofensa. Esse labéu, essa decepção e descrença são  de todos aqueles brasileiros honestos e  justos , que ainda vivificam nossa esperança em um país melhor. 
Na verdade essa sessão do TSE, mais pareceu um ópera-bufa, com três bufões( Napoleão, Admar e Tarcisio )  e um furioso( ministro Gilmar Mendes)
Seriam bons casos para nosso afamado Alienista e psiquiatra Dr Simão Bacamarte , no estudo da loucura. Viva nosso Machado de Assis. Em tempo, todo o teatro julgador também me lembrou outra não menos famosa obra, a revolução dos porcos ou melhor “  A Revolução dos Bichos” de George Orwel . Estimulo a quem não leu dar uma lida nesse livro. Vale a pena . Qualquer semelhança dos porcos orwelianos com os integrantes do TSE não será mera coincidência .  Junho/2017. 

Educação uterina

EDUCAÇÃO UTERINA

João Joaquim  

 Se educássemos toda criança como educamos um feto na vida intrauterina a humanidade teria mais virtudes do que vícios. Sei que tal provérbio pode impactar algumas mentes e sentimentos. Mas, é uma forma de dar vazão a algumas reflexões e pensamentos; e tanto melhor se tiver anuência e consonância nas considerações e críticas dos que  me leem, de pais e educadores.
Vamos analisar o ser humano desde a sua fecundação e ver o que se faz providencialmente nesse sentido. Um grave erro e vício já fazem muitos genitores nessa etapa da vida humana. Isto se dá justamente na ausência de  providência e preparo dos próprios genitores na concepção dos filhos. 
Em outros termos: quantos e quantos filhos não são gerados sem uma previsão bem racional?  Enfim, sem um mínimo planejamento familiar. Se um filho não é emocional e racionalmente bem projetado têm-se aí vários riscos de um produto (leia-se pessoa, indivíduo) mal acabado em todas as suas características e dimensões. Grosso modo, tal resultado pode-se comparar a outro produto inventivo, que primeiro é idealizado, pensado , refletido, preparado, raciocinado( com uso da razão), concebido primeiro na esfera do afeto, da emoção e do amor.
Mas, deixemos tais equívocos e desvios à margem de análise e tomemos o processo conceptivo e formativo da pessoa humana (não é redundância, porque  há pessoa não humana).
Numa analogia de fácil entendimento podemos dividir a educação e formação do indivíduo (embora este seja indivisível) em duas “fôrmas”( como se fosse uma fôrma de bolo) . A primeira fôrma indissociável da vida já é de todos conhecida. É  a fôrma uterina na qual se principia a concepção ou formação da criança. Daremos ênfase ao termo porque ele resume o ponto central dessa digressão, destas reflexões. 
O verbete criança vem do latim, crear, creantia, criança. Processo de gerar, formar e educar, “lato sensu”, a pessoa humana.
Hoje, se sabe, que estamos num processo evolutivo muito acelerado graças aos avanços de informação, das Ciências e das tecnologias. 
Sabe-se que um adolescente de 16 anos está quase completamente formado em todos os seus processos psíquicos e biológicos. Daí aquela recomendação: se se quer formação de um bom cidadão, forme-o enquanto ele for criança, porque uma vez crescido e adulto pouco ou nada se pode fazer para modificá-lo. É o princípio ou força determinante, do pau que cresce torto, torto ele morrerá.
Na primeira fôrma da vida então, o útero, o indivíduo vai se conformar ou se adaptar  a esse modelo que a vida lhe impõe através do ventre materno. E de seus contornos, limites e laços (ligamentos) o feto não pode se desprender. É a primeira condição “sine qua non” para a vida. Trata-se do primeiro regramento e fôrma na educação da pessoa humana.
E o que é mais construtivo, mais reconfortante: o feto se conforma; e vive  nessa fôrma (útero) no melhor bem estar, na maior segurança e felicidade. Tanto que a sua primeira experiência de sofrimento, de ameaça, e de dor é justamente quando é trazido à luz do mundo (luzes artificiais e fortes) e ao alarido das vozes humanas. Tem-se aí o primeiro choro no contato com o mundo exterior e com os outros humanos, além da mãe.
A segunda fôrma a que o indivíduo deveria ser submetido tem maior importância por ser ela a de maior duração, de finalização, de arremate, de acabamento; aquela  de se  tornar pronto o indivíduo. A segunda fôrma da vida da pessoa humana poder-se-ia ser resumida nesses três processos: 1- criação desde a fecundação e crescimento físico; 2- educação; e 3- formação. 
Bem compreendidos referidos processos. Criar;  se cria um animal e uma criança. Educar;  (treinar), se faz com uma criança e um cachorrinho. Todavia, a formação do indivíduo, de um cidadão, necessita das duas primeiras etapas e um longo período de aprimoramento e ensino de todas as virtudes, de valores éticos e morais, de boas normas nas relações sociais, de todo um conjunto de regras de humanização do indivíduo.
Todo esse conjunto de atitudes e ensinamentos  deve ser feito quando criança, quando ela é mais “plástica”, mais modelável. Assim tornamos esse indivíduo  sensível o tudo que se lhe  é ensinado, educado e formado.
Todo esse trabalho  de transformação -criação, educação e formação – é o segundo útero, a segunda e definitiva fôrma que está faltando aos nossos genitores, aos pais e mães de nossa sociedade. E por que não até aos nossos educadores e psicólogos que vêm se mostrando muito permissivos e pouco uterinos nos limites e regras aos filhos e alunos dos tempos digitais e da internet.
E essas novas tendências e diretrizes  têm me deixado preocupado com o destino e com os rumos da humanidade . Onde iremos parar com os descaminhos que andam permeando nossa sociedade?  Nosso processo educacional , nossos valores éticos? Há tempo e oportunidade de repensar todas essas novas normas que se propagam e se dizem antenadas com o mundo moderno!  Há tempo de mudar.  Junho /2017.

Crimes x Natureza

DELITOS CONTINUADOS CONTRA A NATUREZA
 João Joaquim  
 Se todos os governantes pensassem mais  com a razão e menos  com a emoção, todos eles, indistintamente, se preocupariam mais e investiriam mais na natureza. Preservar o que o planeta tem, ao natural e graciosamente, ainda é o melhor investimento que os homens podem fazer. Para a própria terra e todos os seus terráqueos, aí incluídos os viventes vegetais e animais.
Eu tenho acompanhado com uma certa preocupação e pitadas de desconfiança e ceticismo o que se tem feito com os nossos bens naturais. Desses bens, os que nos trazem mais desassossego são os vegetais, matas e florestas. Será que estamos condenados a ter ao invés de tapetes e cenários verdes enormes campos áridos e desérticos como os já vistos pelo nordeste brasileiro?
As taxas de desmatamento e descampados têm aumentado de forma preocupante. A especulação econômica capitaneada por empresas madeireiras e pecuaristas têm sido uma constante desses crimes ambientais.
A Amazônia, mata atlântica e florestas do cerrado têm sido as principais vítimas desses predadores de bens naturais. O Ibama, órgão estatal dessa fiscalização, tem sido pouco eficiente nesse controle e rigor punitivo. E assim o faz de forma deficitária não por inaptidão e incompetência em seu múnus público. Ele na verdade tem sido insuficiente, dada a extensão territorial do país. São vastidões de terras e matas com poucos fiscais no seu cuidado diário.
Verdade seja dita que, volta e meia, surgem agentes corruptíveis e corrompidos por fazendeiros e outros traficantes de madeiras e outros bens. Fatos esses os mais encontradiços nas relações público-privadas do Brasil. Que o atestam agora, mais do que nunca, as delações de fim de mundo e do Brasil, dos ex executivos da empreiteira Odebrecht e da JBS.  Essas megaempresas fizeram com o país a parceria público-privada (PPP) mais lucrativa do mundo. Mais lucrativa e rentável para o lado privado. Para eles traficantes de políticos e  politicas públicas, no seu interesse e no interesse desses corruptos, travestidos de gestores da coisa pública.
Outra questão ambiental que tem crispado as expressões e deixado os ambientalistas de pelos eriçados se refere aos rios e outros mananciais aquíferos. Os desmatamentos e perda de matas ciliares já trazem perdas e danos irreparáveis de córregos e rios.
Outro fator de muita gravidade são os resíduos, descartes e produtos químicos das mais diversas indústrias. E nesse quesito o próprio ente estatal (união, estado, município) tem sua parcela de omissão e conivência( cumplicidade) com pouca fiscalização e punição aos poluidores. Ao que parece, o alvará permissivo para esses agressores do  ambiente são o recolhimento de impostos para os cofres públicos. Pagos os impostos tudo se torna permitido aos poluidores e sujismundos da natureza, rios e mares.
Tributos nada baratos, em se falando de Brasil. Outro face cruel quando se fala em agressão ambiental se refere a nossa fauna. Quantas espécies de animais já extintas e outras em risco de sê-lo pelas ações predatórias, virulentas e destrutivas das pessoas. Sejam esses atos de forma individual, coletiva ou de grupos empresariais.
Enfim, todo tipo de devastação e ações deletérios do meio ambiente não se dão de forma seletiva. Sejam expedientes nocivos aos rios, florestas e aos animais, eles são interdependentes, tem graves danos ao planeta e ao próprio gênero humano.
Agora, imagine bem! Veja se isso cabe na inteligência mais tacanha! O homem lesar, poluir, emporcalhar a terra, os rios e mares, de onde ele extrai o próprio sustento. Me explique! Não tem base! São atitudes de uma horda de gente imbecil e abilolada, para não dizer aloprada, como já se referia o ex presidente Lula, de seus irmãos camaradas e idiotas. Só podia ser! Arre!

Assassínios de Reputações

Quando se fala em assassinato, tem-se logo o conceito desse delituoso feito. Ato de matar, de eliminar o outro, também chamado de crime cont...