segunda-feira, 14 de outubro de 2019

PRENIR é a melhor opção

A MELHOR AÇÃO NO INFARTO É A PREVENÇÃO

João Joaquim  
 Até duas ou três décadas atrás o infarto do miocárdio era considerado uma doença de pessoas mais idosas, acima de 45 anos. Cada vez mais a doença acomete pessoas jovens. Com uma característica terrificante: quanto mais jovem o indivíduo mais grave o quadro clínico. O coração de indivíduos jovens é mais vulnerável quando a questão é infarto. Paradoxal, mas é isto mesmo. Trata-se de uma emergência das mais letais em termos de coração, mais de 50% dos pacientes morrem sem socorro médico. Os sobreviventes continuam em risco e muitos ficam com sequelas incapacitantes. 
As razões da incidência do infarto, com tendência crescente em pessoas jovens têm uma relação direta com os progressos das ciências e das tecnologias, entre essas a da informação (recursos da informática, internet, mídias sociais). Todos os recursos de nossa chamada pós modernidade trouxeram no pacote, ao menos de imediato e ardilosamente, melhoras na qualidade devida. Aparente e ardilosamente porque o homem passou a ter um estilo de vida insalubre, com aquisição de muitos fatores de risco para doenças cardiovasculares, metabólicas e degenerativas (câncer, doenças inflamatórias, reumáticas). Dentre esses fatores de risco destacamos :
 Sedentarismo. O imobilismo, a inércia física, o sofanismo ( descanso no sofá ) passaram a ser uma marca de nossa era digital. As pessoas têm preguiça de caminhar, sequer precisam levantar do sofá   para mudar os canais de televisão. O sofá virou  uma escora corporal por horas a fio em frente aos inúteis programas de TV.
Além do sedentarismo o homem pós-moderno passou a ter na glutonaria uma fonte de prazer e alegria. Em consequência surgem o excesso ponderal, as taxas nocivas de colesterol e triglicérides, diabetes, hipertensão, entre outras doenças crônicas danosas aos órgãos vitais como coração, cérebro, rins e retina. São danos de alta letalidade e muitas invalidezes permanentes.
Entendendo melhor a gênese do infarto. Trata-se, na verdade, do sintoma final de uma doença sistêmica que se estabelece de forma lenta e silenciosa, que começa na infância, na juventude,  pela aquisição dos fatores de risco, que se reitera:  vida sedentária, vícios, sobrepeso, taxas altas de lipídios, ácido úrico e glicose no sangue. Como consequência obstrução de arteiras por placas de colesterol (como ferrugem em uma tubulação). O processo é generalizado (arteriosclerose sistêmica).
As primeiras manifestações se dão nos órgãos mais vitais: coração, cérebro, rins e retina : infarto, derrame cerebral, doença renal crônica e cegueira.
Portanto, se adverte que o infarto do miocárdio no idoso ou jovem representa o sintoma final, muitas vez  fatal, da doença arterial coronária, iniciada na infância,  pelos maus hábitos alimentares, pelos vícios e o sedentarismo. Simples, sério e sem meias palavras. O melhor a se fazer com o infarto é  PREVENÇÃO, iniciada na infância.  Setembro/2019. 
 João Joaquim cronista DM www.jjoaquim.blogspot.com   Cardiologista – (62)3229-4447 – 9.8224-8810

Infarto

 INFARTO DO MIOCÁRDIO


O enfarte ou infarto  agudo do miocárdio constitui na mais grave emergência médica. Prova disso são as estatísticas extraídas dessa catástrofe cardiovascular. Dos pacientes acometidos pela doença , 50% morrem antes de ter acesso a qualquer assistência médica. No grupo dos sobreviventes, 10 a 15%  morrem durante o tratamento hospitalar e 10 a 15%,  se não adequadamente tratados após a alta hospitalar , podem ter um novo enfarte  nos primeiros 5 anos; ou seja, contra uma tragédia clinica tão devastadora o melhor a fazer é a prevenção. 
Se a era da robótica e da informática trouxe como corolário mais conforto, celeridade, maior produção e produtividade nas ações humanas, ela propiciou o surgimento de  muitos  fatores nocivos à saúde, sobretudo ao sistema circulatório. Para minimizarmos ou eliminar muitos males da modernidade como o estresse, o sedentarismo e  a ansiedade da vida corrida e competitiva temos que reportar à época do homem das cavernas para buscarmos o seu melhor antídoto: o caminhar. Em que pese todos os avanços técnico-científicos no entendimento diagnóstico e terapêutica das doenças em geral, nenhuma estratégia  ainda suplantou este meio tão primitivo, natural e de inequívoca eficácia na prevenção, na cura e reabilitação da doença cardiovascular.
O exercício físico, seja ele aeróbico (caminhar, nadar, pedalar) ou isométrico (musculação) deveria ser incorporado na agenda diária de cada pessoa ou no mínimo 3 a 4 vezes por semana , seja o indivíduo  saudável (prevenção primária) ou mesmo portador de alguma cardiopatia (prevenção secundária de novos eventos  e reabilitação cardiovascular).
Salvo poucas exceções todo portador de alguma cardiopatia pode e deve fazer exercícios físicos tendo a clara noção de que , previamente ao início de qualquer atividade, seja feita uma avaliação médica especialização para quantificar a intensidade, tipo  e tempo das sessões de atividade física .
O ato de exercitar  além de por si só produzir benefícios saudáveis ao sistema cardiovascular e saúde como um todo, ele atenua e elimina outros grandes fatores de risco como o colesterol, os triglicérides, o excesso de peso corporal, a hipertensão arterial, o estresse etc.
Diríamos como recomendação geral que toda pessoa, independentemente da idade, antes de ingressar em um programa de atividade física deve no mínimo consultar um cardiologista e fazer um eletrocardiograma. As pessoas saudáveis acima de 35 anos devem além da consulta médica fazer um teste ergométrico cardiológico. Portadores de alguma cardiopatia necessitam um avaliação mais rigorosa e específica no sentido de quantificar e escolher qual a melhor modalidade de exercícios físicos adaptados a sua classificação de baixo, médio ou alto risco.
Um grupo especial de pessoas candidatas a prática de exercícios físicos são os convalescentes de enfarte do miocárdio ou derrame cerebral.  Nesta orientação reporto-me a uma pergunta recente a mim feita por um cliente em consulta: doutor, tive um enfarte  e agora ?  Ora!  não há nenhum mistério, nenhum pânico . Em primeiro lugar vamos combater e eliminar todos os fatores de risco causais do enfarte. Quanto a atividade física ela mais do que nunca será de vital importância na reabilitação pós-enfarte . Basta lembrar que o coração é um músculo e como tal se regenera, se fortalece e melhor funciona com o exercício bem dosado e bem orientado. O sistema circulatório geral( veias, artérias, capilares) é constituído de fibras musculares e também se revitaliza e torna-se mais dinâmico. Toda a massa muscular esquelética ganha em reflexos , força e resistência. Graças a esses e outros efeitos benéficos do exercício é como se alem de melhorar o coração torácico a pessoa ganhasse um  “coração periférico” a mais ( hipertrofia muscular esquelética, musculatura mais dinâmica ), propiciando um  aparelho circulatório mais eficiente e mais imune a novos ataques cardiovasculares (derrame , enfarte).
Que a atividade física faz bem para a saúde “sensu latu”é inegável.  O que não se pode conceber é o engajamento em programa de exercícios, sem o prévio   conhecimento da real  condição clínica. A sensação de ser aparentemente saudável não exclui o risco de alguma anormalidade assintomática do  sistema circulatório  ,  até mesmo de grave prognóstico, como  é possível ocorrer até mesmo com os atletas profissionais.
 Portanto,  seja você aparentemente saudável  ou portador de alguma  forma de cardiopatia, procure fazer uma avaliação médica  pré-atividade  física e bom exercício para todos.
Este artigo, nas palavras do jornalista e publicitário Raul de Assis, torna-se de utilidade pública,  como um alerta e mais atenção que se deve dar a saúde geral e do coração ,  este inestimável e maior bem que possa ter cada pessoa e cada leitor deste jornal.


João Joaquim de Oliveira  médico cardiologista www.drjoaojoaquim.blogspot.com / 3229-4447- 9.8224-8810

Somos diferentes




DIVERSIDADE PESSOAL
João Joaquim  
É maravilhoso e fascinante quando pensamos na diversidade humana: e essa variação ou diversidade abarca todas as características da pessoa. Para mais justeza e veracidade até os gêmeos ditos “verdadeiros” são desiguais. Eles têm muita semelhança, muita simetria, muita paridade e homologia, mas não são exatamente iguais.
Nesse sentido, quando falamos em diversidade humana não estamos referindo apenas às diferenças morfológicas das pessoas. A alusão aqui é sobremaneira nos aspectos psíquicos, emocionais, nos sentimentos, no comportamento, na índole e caráter que compõem cada indivíduo. Em termos objetivos cada um é composto de uma parte física (soma, somático) e uma parte anímica. Feitas essas definições, por demais óbvias e sucintas, discorramos sobre essas características anímicas a que também chamaremos comportamentais ou a caracterologia do indivíduo.
Quando analisamos a característica comportamental do indivíduo levamos em conta uma influência constitucional a que também pode ser desdobrada em genética ou hereditária. Tem-se também uma parte pós constitucional ou adquirida. O  que se tem de aceito e científico é que a pessoa é o resultado de sua constituição genética (ou hereditária) e do meio ambiente.
O conjunto anímico ou comportamental de cada indivíduo guarda muita analogia com os animais irracionais. São os instintos biológicos comuns aos humanos e não humanos.
Esquematicamente, para mais fácil compreensão, dois são os comportamentos na formação do sujeito. Imaginemos uma pirâmide. Na parte inferior temos o que se chamam os instintos inferiores da pessoa, muito semelhantes a qualquer animal. Na parte de cima da pirâmide têm-se todas as características mais nobres, a alma, o espírito, a razão;  o que nos diferencia de animais inferiores não pensantes. Façamos agora considerações sobre o comportamento do indivíduo, tendo em conta sua relação com o meio ambiente. Quando se refere a meio ambiente abre-se um espectro bem amplo de possibilidades: família, sociedade global, escolas, contatos pessoas, nexos sociais, etc. 
Numa analogia ou paralelo com a constituição física. A anatomia e cada órgão ou tecido do indivíduo são muito refratários a mudanças. A constituição genética então é muito imune a intervenções das ciências. Assim também se dá com a esfera psíquica ou comportamental do indivíduo. São as inclinações ou tendências inatas que cada um traz de sua geração desde a fase embrionária.
Quando se fala na constituição psíquica, em comportamento, na parte anímica e caráter do sujeito poder-se-ia perguntar: o que é normal? O que é patológico? Quais são os limites do caráter do indivíduo?  São perguntas de quase impossíveis respostas dentro do espectro da interação da pessoa com o meio ambiente. Uma  influência muito marcante refere-se a todo o complexo e longo processo educacional. Educar é moldar, transformar e construir a pessoa humana. 
Para contextualizar , algumas questões podem ser postas. A educação, o modo de agir, o comportamento do indivíduo podem ser moldados, modificadas com educação? Sim. Um consistente exemplo se vê com os padrões e condutas éticas de cada pessoa. Basta ter em consideração que todos nascemos aéticos. A grande ética, como a pequena ética, a etiqueta são aprendidas. A criança é desprovida de ética. Por isso já recomendava Aristóteles, o filósofo : A ética deve ser ensinada e praticada com as crianças. Todos os profissionais que trabalham com áreas  humanas devem estar continuamente preparados em relações humanas, em lidar, ajudar, compreender e cuidar de gente. E muitas vezes de gente fora do prumo, do eixo, das balizas de normalidade.
As diferenças entre as pessoas nos quesitos comportamento, atitudes, caráter, respeito são muito díspares. As disparidades são flagrantes. Muitos são os tipos de pessoas perturbadas, folgadas, aproveitadoras e conflituosas. Às vezes, de relações civilizadas e harmoniosas impossíveis. Desses modelos o melhor e mais aconselhável é um afastamento lento, cuidadoso e sem discordar. Do contrário as discordâncias podem ser destrutivas e letais. Em cada família, tem sido encontradiços esses tipos de caráter , de pessoas folgadas e dissipadoras. O melhor é o isolamento dessas personalidades e sem piedade, do contrário elas nos engolfam, nos sufocam.   Setembro /2019.  

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

MORTE social


MUITOS MORREM SOCIALMENTE ANTES DO FIM

Uma da piores zonas de conforto que toma conta das pessoas se chama negligência com a saúde. Trata-se de um processo paulatino, no qual a pessoa vai aceitando condições mórbidas ; condições essas que podem ser constitucionais ou adquiridas. Vamos dar exemplos práticos muito encontradiços na população. Duas doenças silenciosas, populares, mas de alta gravidade pelas complicações e risco de morte. A hipertensão arterial e o diabetes mellitus.
E elas podem  se tornam graves, gravíssimas. Justamente porque a pessoa portadora, de uma ou ambas vai se assentado em sua tão useira e vezeira zona de conforto. Trata-se de uma regra, tudo aquilo que não dói, não tira o sono, não dá fadiga ou falta de ar não motiva o indivíduo a procurar o médico. É impossível a pessoa morrer de cálculo renal ou de bronquite. A dor ou falta de ar motiva o paciente a procurar assistência médica. Simples assim!
O indivíduo e sua relação com o biótipo ponderal ou silhueta corporal. Aqui tem que se ter em conta que não se trata de mera questão de estética, beleza ou imagem. Os efeitos nocivos à saúde são devastadores. A obesidade e todo o seu espectro de comorbidades constituem na 3ª  causa de morte no mundo.
Analisada de forma primária e original a maioria das pessoas com excesso ponderal chegou a essa condição mórbida pelo lento e insidioso processo de acomodação ou zona de conforto. Imagine se a pessoa ganhasse peso da noite para o dia , 20 kg, ele entraria em pavor. De forma lenta, se aceita.
E assim se dá em muitos outros cenários da vida. Na verdade zona de conforto é morte. Nosso cérebro com suas múltiplas funções tem culpa no processo. Trata-se do órgão mais prodigioso do corpo humano, mas que se torna de alta performance se estimulado continuamente. O cérebro é preguiçoso e acomodado. Daí a necessidade de estímulos permanentes.
Por vocação o animal humano entra facilmente na inércia, na acomodação ou zona de conforto. Em todas as esferas de atividade o indivíduo está sujeito a zona de conforto. Alguns exemplos frequentes se dão na vida profissional, nos campos de trabalho, nas relações conjugais, até mesmo no âmbito religioso. Quantas não são as pessoas que uma vez habilitadas em sua profissão, nesta se tornam estagnadas. Não buscam nenhum aprimoramento em sua formação, não reciclam, não se atualizam com o  que se tem de novo e moderno em suas técnicas de trabalho. Tal fenômeno se faz pelo simples e já estudo processo da acomodação ou zona de conforto.
 A mesma tolerância ou imobilismo se constata na vida conjugal. Muitos são os casais que uma vez juntos, entram na desarmonia, em uma vida de monotonia, em uma vida sem sentido. Tomados pela falta de energia, do medo da mudança, do princípio do ruim juntos, pior separados, assim permanecem até que a indesejada das gentes os separem. Zona de conforto na quintessência.
Nas doutrinas, na política, nos sistemas, nos ritos religiosos; inúmeros são as pessoas que perdem a energia motriz de mudança. E assim assentadas na zona de conforto, se acomodam por décadas e décadas, até os últimos bafejos de vida. Por isso com assertividade se diz que acomodação é morte na certa. No mínimo na forma social antes da biológica.  “A tragédia do homem é o que morre dentro dele enquanto ele ainda está vivo.” ALBERT SCHWEITZER

Assassínios de Reputações

Quando se fala em assassinato, tem-se logo o conceito desse delituoso feito. Ato de matar, de eliminar o outro, também chamado de crime cont...