MORTE social
MUITOS
MORREM SOCIALMENTE ANTES DO FIM
Uma da
piores zonas de conforto que toma conta das pessoas se chama negligência com a
saúde. Trata-se de um processo paulatino, no qual a pessoa vai aceitando
condições mórbidas ; condições essas que podem ser constitucionais ou adquiridas.
Vamos dar exemplos práticos muito encontradiços na população. Duas doenças
silenciosas, populares, mas de alta gravidade pelas complicações e risco de
morte. A hipertensão arterial e o diabetes mellitus.
E elas
podem se tornam graves, gravíssimas.
Justamente porque a pessoa portadora, de uma ou ambas vai se assentado em sua
tão useira e vezeira zona de conforto. Trata-se de uma regra, tudo aquilo que
não dói, não tira o sono, não dá fadiga ou falta de ar não motiva o indivíduo a
procurar o médico. É impossível a pessoa morrer de cálculo renal ou de
bronquite. A dor ou falta de ar motiva o paciente a procurar assistência
médica. Simples assim!
O
indivíduo e sua relação com o biótipo ponderal ou silhueta corporal. Aqui tem
que se ter em conta que não se trata de mera questão de estética, beleza ou
imagem. Os efeitos nocivos à saúde são devastadores. A obesidade e todo o seu
espectro de comorbidades constituem na 3ª causa de morte no mundo.
Analisada
de forma primária e original a maioria das pessoas com excesso ponderal chegou
a essa condição mórbida pelo lento e insidioso processo de acomodação ou zona
de conforto. Imagine se a pessoa ganhasse peso da noite para o dia , 20 kg, ele
entraria em pavor. De forma lenta, se aceita.
E assim
se dá em muitos outros cenários da vida. Na verdade zona de conforto é morte.
Nosso cérebro com suas múltiplas funções tem culpa no processo. Trata-se do
órgão mais prodigioso do corpo humano, mas que se torna de alta performance se
estimulado continuamente. O cérebro é preguiçoso e acomodado. Daí a necessidade
de estímulos permanentes.
Por
vocação o animal humano entra facilmente na inércia, na acomodação ou zona de
conforto. Em todas as esferas de atividade o indivíduo está sujeito a zona de
conforto. Alguns exemplos frequentes se dão na vida profissional, nos campos de
trabalho, nas relações conjugais, até mesmo no âmbito religioso. Quantas não
são as pessoas que uma vez habilitadas em sua profissão, nesta se tornam
estagnadas. Não buscam nenhum aprimoramento em sua formação, não reciclam, não
se atualizam com o que se tem de novo e
moderno em suas técnicas de trabalho. Tal fenômeno se faz pelo simples e já
estudo processo da acomodação ou zona de conforto.
A
mesma tolerância ou imobilismo se constata na vida conjugal. Muitos são os
casais que uma vez juntos, entram na desarmonia, em uma vida de monotonia, em
uma vida sem sentido. Tomados pela falta de energia, do medo da mudança, do
princípio do ruim juntos, pior separados, assim permanecem até que a indesejada
das gentes os separem. Zona de conforto na quintessência.
Nas
doutrinas, na política, nos sistemas, nos ritos religiosos; inúmeros são as
pessoas que perdem a energia motriz de mudança. E assim assentadas na zona de
conforto, se acomodam por décadas e décadas, até os últimos bafejos de vida.
Por isso com assertividade se diz que acomodação é morte na certa. No mínimo na
forma social antes da biológica. “A tragédia do homem é o que morre dentro dele
enquanto ele ainda está vivo.” ALBERT SCHWEITZER