sábado, 30 de janeiro de 2021

Ó Adorável Criador

 

ORAÇÃO DO USUÁRIO(a) DE REDES SOCIAIS


João Joaquim  


 Ó digníssimo senhor! Ó adorável criador! Senhor de todo provedor! Ó adorável criador do telefone celular. Ouvi a minha prece! Minha prece que faço por vós e seus criadores associados. Que Deus, o criador-mor do universo possa vos proteger nessa prodigiosa criação sem a qual eu não consigo mais viver. Que vossas inteligências continuem, ao contrário das nossas, em plena ascensão para nos abastecer de tão aprazível invenção.

 Ó digníssimos senhores, proprietários, executivos e CEOs das operadoras de telefonia móvel! Não permitais aumento de custo monetário pelas ligações de nossos celulares. Afinal temos uma extrema carência de contato com nossos pares. Esses que navegam pelas ondas desses múltiplos mares da Internet, que alguns maldosos já a nominaram de InFernet.

 Ó digníssimos senhores, vós inventores e criadores dos smartphones. Todos temos certeza que no panteão dos inventores lá para sempre jazereis os vossos nomes. O que vos pedimos é que não retrocedeis em vossos engenhos inventivos. E nos presenteiem a cada ano com esse objeto magnífico, mágico e tão criativo. Dele não prescindimos, por isso estamos vivos. Essa mágica telinha, que se tornou nossa irmã xifópaga.

 Por fim, uma intercessão que vos fazemos, ó excelsos senhores! Criadores e fomentadores dos grandes provedores, das redes sociais, dos anunciantes e patrocinadores. Rogamos-vos com imenso fervor que mantenham as tantas informações que nos chegam de forma graciosa. Afinal, nós, usuários ou internautas somos os consumidores finais de todo esse cardápio de ofertas, de informações, de notificações e mensagens de toda natureza e qualidade.

Que as nossas selfies cheguem aos nossos destinatários na melhor cor, no melhor ângulo e pose. Que possamos continuar diuturnamente online com nossos vizinhos ou longínquos e virtuais amigos; nossos conselheiros (as) e parceiros para todos nossos desejos, aptidões, gostos, preferências e notícias. Que não sofram panes os aplicativos de nossas diárias lives.

Que não percamos o hábito, esse compromisso cotidiano, seja  noite, seja dia, na alegria e na tristeza, onde quer que estejamos, nos jantares, nos clubes, no banheiro, nas igrejas, nos lares, na mesa, na cama, nas recepções de todos os serviços.  Ó deuses das TIs, dos celulares, da Internet, do Face e do WhatsApp, AFASTAI de nós essa tão indesejada nomofobia e fomofobia, esses mórbidos medos que nos devastam quando estamos offline e sem os nossos fraternos dispositivos de conexão. 

Que troquemos nossas fotos, nossas notas, as citações de nossos pratos, nossos chocolates, nossos doces, nossas sobremesas e tudo de nossas mesas de almoços e jantares. Nossas frases e palavras de ordens. Nossas figas, nossos amuletos.  Nossas poderosas prédicas e místicas para purificar nossos pecadilhos e transgressões   do dia a dia. Que assim se cumpram hoje e sempre. Amém!       

Alarde Falso

 

A QUEIXA CRIME ERA OUTRA

João Joaquim  

 

O jogo fluía ao estilo civilizatório, cada equipe se atendo ao que o técnico e toda equipe de suporte orientaram aos atletas para aquele embate. Era um jogo de Futebol. Em função da pandemia do novo coronavírus, não havia espectadores nas arquibancadas para assistir ao desempenho dos gladiadores. Não eram os romanos de extintos coliseus de que ainda se veem ruinas. Mas, pela dedicação dos atletas, pelo tamanho das arenas, esses estádios bem que lembram aquelas antigas e horrendas pugnas, com homens e feras de atracando, sangue esguichando e turbas e maltas de torcedores em alucinadas ovações. Quando não esses expectadores esquecem os espetáculos e passam às ações dos também gladiadores, com pancadas e pancadões, pescoções, garrafadas, bombas, porretadas, ferimentos e mortes. Dentro e fora dessas gigantescas arenas construídas para esportes.

O jogo entre as duas equipes, esquenta, os competidores esquecem as preleções recebidas da equipe técnica. E passam então a se hostilizarem mutuamente, a bola sofre, chutes são dadas sem direcionamento, xingamentos, achincalhes, feições e olhares crispados, corpos suados, palavras são fuziladas contra os adversários.  

Mais animosidade, mas incivilizado fica o duelo, a bola é esquecida, empurrões, enfrentamentos, desafios verbais, palavras de superioridade mais fortes são proferidas. Quando então, as sorrateiras câmaras flagram palavrões, ofensas. “Seu gringo de m..”  Cala a boca seu negro”. O jogo para os técnicos e membros das equipem se intervêm, destemperos, parar o jogo, não parar, o árbitro faz o relato dos fatos, súmula do jogo, tudo registrado.

E assim, termina aquela pugna, aquele desafio e repto, com os ânimos mais serenados. Mas, o jogador negro, continua renitente, inconformado e quer porque quer levando a lide para a frente, abrir um inquérito policial, processo judicial e outras providencias que o episódio comportar. A imprensa também entra em animosidade, entrevistas de solidariedade são proferidas em nome do atleta negro. Como pode tal atitude ainda persistir nos dias atuais. Tem que falar, tem que denunciar, tem que investigar, processar e tudo que couber de coibição a esses ataques, de racismo, de injúria racial, ofensa racial. Todos somos iguais em direito, pouco importa a cor de nossa derme, de nossa tez. Que desfaçatez.

E assim, prosseguiu, registrou-se o Boletim de Ocorrência, testemunhas foram ouvidas, vitimas e ofensores foram ouvidas. Que fique lembrado. Eram dois personagens, um de etnia branca foi chamado de “seu gringo de M”. O de etnia negra reclamava, da frase a ele dirigida: “ Cala a boca negro! Pacificado então. Que haja BO, inquirição dos envolvidos, processo criminal por preconceito, injúria individual ou racial. Vem delegados, vem oitivas, testemunhas, vídeos do ocorrido, advogados cuidando do caso.

Eis que vem a parte final, e os atletas são ouvidos. Chega a vez daquele de Etnia Negra. Audiência, advogados, testemunhas, vídeos, falam todos. E o juiz então faz a pergunta Capital:

Então o senhor, jovem atleta, RG tal, data nascimento tal, CPF tal, etnia negra. O senhor jovem atleta, cobra, pede justiça a esse Juízo, por ter sido chamado de Negro? Confere tudo para o senhor?

Não excelência, eu não cobro por ter sido chamado de negro, porque a minha negritude, quase retinta, como pode bem ver pela minha pele salta aos olhos de todos. Eu cobro, pelo cala boca, pela minha liberdade de imprensa e de expressão. Nada mais.

Oh! Então esse Juízo lamenta! mas essa tipificação de delito não é nesta vara. Encaminhe-se o caso para outro juizado e dê os cumprimentos a minha decisão.

FUTILARIAS ON E OF

 

OFICINAS E FUTILARIAS DAS REDES SOCIAIS


João Joaquim  

É de causar espécie o quanto as pessoas se tornam obcecadas por tudo aquilo que se encerra de fútil e inútil da Internet e as tão globais (ubíquas) redes sociais. E faz bem que- nós utilizadores de comunicação digital- compreendamos que a Internet e as redes sociais são absolutamente inócuas, neutras e inocentes. Elas (internet e Redes Sociais) não têm nada e ver, a dever pelo que é veiculado em suas páginas, nas mídias de toda ordem. Por conseguinte, a questão, a natureza do que é divulgado se vincula aos usuários; aos chamados internautas. Aqueles que trafegam por suas plataformas, em busca do que lhes agradam, do que lhes dão prazer, satisfação. Enfim, do que lhes aprouver.

  Quando se faz um passeio, uma análise do homem com suas relações com o planeta, com o meio ambiente e sociedade, concluímos que da relação do homem com a terra ele passou a se relacionar não mais com as coisas naturais, com a terra e suas riquezas nativas, mas agora, sobretudo com os avanços tecnológicos. E nesse novo contexto, sobretudo com as tecnologias da informação (TI). Essa maravilhosa ferramenta de comunicação, porque é eficaz, é segura, é instantânea e pródiga, porque não tem limites; ela que passou a ter múltiplas finalidades. Basta relembrar os objetivos originários da criação da Internet. Vejamos os seus desígnios primitivos.

 Foi a necessidade de transmissão rápida de dados, de informação de máxima segurança, de comunicação de fatos e feitos de Interesse de Estado das forças armadas americanas. Pronto! Isto já bastaria na sua originalidade, na importância e seriedade na criação da rede de interconexão de computadores das forças armadas e de segurança dos EUA. Por um gesto de generosidade, de um gesto democrático, entenderam os gestores e chefes de Estado dos EUA que a tecnologia da Internet deveria ser acessível aos seus cidadãos, ao povo americano e em seguida a todo o planeta. E assim foi feito.

   Não há dúvidas de que aqueles objetivos e finalidades a que propuseram os criadores da Internet são largamente, muito alcançados por parcela significativa da humanidade. Basta ter em conta o quanto essa ferramenta e seus múltiplos aplicativos são utilizados no trabalho, nas organizações públicas e privadas, no âmbito financeiro, nas pesquisas e nas escolas de todos os níveis e de toda natureza. Falamos então aqui no emprego utilitário, construtivo, produtivo e ético da Internet e mídias digitais.

   E então temos o outro lado da moeda. A utilização nociva, fútil, inútil e idiotizada da Internet. E nesse contexto, o paradigma, o modelo é o emprego das mídias virtuais e redes sociais. Poder-se-ia definir esse percentual de pessoas de a banda podre dos clientes (usuários) do mundo virtual. Muitos são os especialistas, os críticos, os ensaístas, jornalistas e pesquisadores que expressam seus pareceres e opiniões sobre o mau uso e futilidade das redes sociais. As referências são as mais variadas e nada laudatórias: “legião de idiotas”; “imbecis digitais”; entre outros adjetivos nada qualificativos.

   A vida nas redes sociais; como facebook e whatsapp, se tornou tão banalizada, mórbida e esquizoide que muitos hospitais universitários (Unifesp e USP) criaram departamentos para tratar a dependência das tecnologias digitais e dos games. A prevalência dos distúrbios tende ao crescimento e isto preocupa aos pesquisadores e profissionais de saúde mental. Vivemos, pelos estudos e estatísticas, uma pandemia de futilização e frivolidade da vida nas redes sociais. Isso é muito triste.

QUESTÃO DE SABÃO

 

A COVID 19 VEIO E CONTINUA MATANDO POR FALTA DE HIGIENE

João Joaquim  


   Estamos em janeiro de 2021, e não poderia haver melhor notícia técnica e cientifica do que a chegada e início de vacinação contra essa terrível e letal Covid 19. Doença infectocontagiosa causada por um coronavírus, cujo foco inicial se deu em Wuhan na China.

   Curioso e vale a pena lembrar foi de como se deram os primeiros contágios. De um hábito repulsivo e repugnante para nós ocidentais foi que, segundo diversas fontes informam, iniciou-se a doença. As pessoas naquela comunidade têm o hábito de comer carne de morcegos. E carne fresca. Eles compram os animais vivos em feiras e mercados e os sacrificam em casa para comer. Ah! que asco!  Chega a dar-nos engulho só de pensar! Como se vê a pandemia iniciou-se com um abominável e asqueroso hábito de higiene e continua matando milhares de pessoa; já são milhões de mortos pelo mundo, por ausência de uma prática padrão de higiene. Ou seja, por absoluta falta de higiene.

   Os doentes e mortos pela Covid vieram nos mostrar o quanto adoecemos pelas mãos, pela boca e pelo nariz. Porque o Coronavírus, já se sabe, é fanático pela falta de higiene. Ele é um autêntico sujismundo, um cascão, um porcalhão. Então não custa repetir, o vírus é um aficionado, um adepto, um caçador por mãos sujas, por uma esfregadinha no nariz e olhos sem lavar as mãos, por aquele espirrozinho em direção ao outro em ambientes fechados, por aquele arzinho contaminada e viciado das festas, das baladas; enfim por uma boca, nariz ou olhos sem proteção.

Basta uma dessas portinhas abertas e sem proteção e o malvado faz a festa. Mas, enfim, o que importa agora é esse presente das ciências, de uma luz na escuridão, do iluminismo científico. Tudo para o bem , para contrariar as mentes obscuras e receitas de doutores mentecaptos; os populares charlatões, curandeiros e gurus populistas.

   Agora, vamos acompanhar e ver se os negacionistas vão se recusar a tomar a vacina contra essa mutilante e mortífera doença que vem devastando a humanidade. Eu, mesmo recebendo a vacina, continuarei vigilante, de máscara, de óculos, lavando mãos e pés, nunca me aliviando no WC sem lavar as mãos na saída. E nada de hidroxicloroquina, de ivermectiza e outras receitas cretinas que se vê em casa esquina. Combinados? Janeiro - 2021

TRANS

 

TRANSPARENTES E DEPENDENTES


João Joaquim  

 A temática aqui abordada é muito comum, mas pouco conhecida se citada pelo nome. Trata-se da chamada fixação emocional ou dependência emocional. Foi observando o comportamento animal que psicólogos e pesquisadores descreveram o fenômeno. Como se dá o comportamento ou sentimento da dependência afetiva ou emocional? Imaginemos uma cria de gazela (antílope) que perde sua mãe para um predador qualquer. Imediatamente essa gazela filhote vai buscar repetida e afoitamente uma mãe substituta. Uma mãe que lhe possa inclusive amamentar, se essa cria ainda for uma lactente (dependente do leite materno). Se essa gazela filhote já for maior ela também terá o mesmo comportamento buscando uma gazela macho ou fêmea como proteção, amparo, guia. E ainda mais, tal comportamento pode se dar inclusive buscando um animal de outra espécie. Uma gazela com um outro animal herbívoro ou mesmo um bicho carnívoro. Tudo vai depender do instinto afetivo e instintivo entre esses dois indivíduos.

No reino dos irracionais não é tão raro algumas fêmeas adotarem filhotes de ouras mães da mesma espécie e mesmo crias de animais de outras espécies.  Como exemplos, cadelas adotarem gatinhos e vice-versa, entre outras combinações.

   Um ensinamento que os irracionais trazem aos humanos é aquela constância de comportamento do desmame das crias. Tal fenômeno é bem perceptível em todas as espécies. Todas as fêmeas expressam como regra rígida desmamar os filhos, à medida que eles atingem aptidão e desenvolvimento para sobreviver de forma autônoma, independente. Basta lembrar de uma gata com suas crias, uma cadela, uma porca e as aves em geral. Nunca vamos ver uma cadela adulta, um gato maior de idade dependendo dos pais para sobreviver. Imagine uma águia já criada ficar no ninho dos pais depois de adulta, esperando pela caça no seu bico. Impossível. A mãe águia vai treinando a cria a voar, e voa.

   E aqui começam as grandes diferenças do mundo dos bichos com os humanos. Quantos não são os filhos de muitos pais que nunca desgrudam afetiva (excessivamente) e providencialmente, ou seja: aqueles filhos (as) que fazem do pai e mães seus perpétuos provedores. Para tudo dependem dos decrépitos e aposentados genitores. E não são poucos para ser exato. Temos assim, os trintões e quarentões adolescentes, eternos adolescentes, na verdade. Eles carecem de cama, mesa e banho das famílias. Nesta nossa era, intitulada hipermodernidade ou era das tão ubíquas redes socais temos visto demais os eternos adolescentes que não querem deixar o ninho, a proteção e os provedores pais, muitos já idosos e carentes de cuidados, aposentados do INSS, sequelados e filhos dependentes.

   Tornando a outra questão que são os estudos psíquicos e comportamentais da fixação emocional (dependência emocional). Ao se falar nesse fenômeno podemos, como bem assinala os pesquisadores, fazer um paralelo com o transtorno de ansiedade. A ansiedade de grau leve é comum e normal em qualquer pessoa. O excesso é que se torna patológico. O mesmo se dá com o fenômeno da fixação ou dependência emocional.  Uma pessoa se ligar à outra, se conectar a outra por amizade, afeto, amor, considerações, por um mútuo interesse cultural ou profissional é saudável, aceitável, é sociável e de utilidade à vida em sociedade. Somos animais sociais e políticos. Porque vivemos na polis, nas cidades. O excesso dessa comunicação, dessa ligação, dessa chamada fixação obsessiva é que se torna patológica, de assédio e indesejável. E como instrumentos se emprega o tão pernóstico celular quanto os antissociais aplicativos das redes digitais. Existem muitos membros parentais que fazem de outro parente seu provedor emocional, para as demandas as mais rasas e triviais.

Tudo em demasia se torna nocivo, pernóstico, desgastante e patológico. Até o amor excessivo se torna doença. Daí o termo paixão se aplicar a esses casos. Paixão, passional, patos, patológico. Tudo a ver. São aquelas relações que vão exercendo um controle sub-reptício, subliminar e tornando a outra pessoa refém dessa exploradora dependência emocional.

 

 


quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

MULHERES Construtivas

 

MULHERES QUE FIZERAM A DIFERENÇA

João Joaquim 

Nossas vidas, imagine essas pessoas, Elizabeth, Donaldo. O que elas podem ter em comum. Nada melhor para entendermos as relações humanas, mergulhando em suas histórias, suas biografias, por onde passaram essas pessoas. Não levar em conta seu status social, seus projetos de vida, como foram seu processo educacional, em que ambiente familiar viveram de como eram os hábitos de seus pais; todo o seu entorno social, as influências, os laços, o contagio com o que nos trazem outras pessoas.

Os estudiosos, os geneticistas, os cientistas do genoma humano. O que dizem eles? Eles têm o seu lugar, o seu peso. Todos os viventes são constituídos dessas magníficas partículas, desses admiráveis códigos dos quais ninguém escapa. Com uma ressalva das mais incontestáveis. O que o DNA, o que os cromossomas nos codificam, com poucas exceções pode ser remodelado quando a questão se refere ao comportamento , ao caráter , ao estilo de viver, as motivações desse e aquele ato, dessa conduta; seja ela condizente com as aceitações e padrões do bem e do mal..

Instigante e envolvente são ao estudar o comportamento, o caráter das pessoas, seus expedientes, seus mecanismos de existir no mundo, seu estar no mundo. A busca a todo custo para se mostrar a normalidade; ainda que essas balizas sejam as fora da maioria das pessoas, do que seja como um imperativo categoria de relação profícua e benfazeja, onde inseridas e convividas essas pessoas.

Em estou degustando o que foram duas eximias escritoras formidáveis e medonhas que foram as britânicas Virgínia Woolf (1882-1941) e Jane Austen (1775-1813). Duas mulheres admiráveis, muito além de seus tempos, com visões e registros atemporais.  Austen, escreveu e dissertou muito sobre o papel da mulher, o que representava para a sociedade, e como ela considerava o amor, as relações afetivas, os recônditos ou explícitos mesmo sobre essa relação a dois.

 Austen escrevia sobre mulheres e sobre gerações. E escolhia como protagonistas jovens que precisavam abrir caminho ante tudo isso. Destes jovens, ela se ocupou mais das mulheres, criaturas sem qualquer poder ou destinação que não o casamento; muitas vezes, prisioneiras da ignorância, da vida sem perspectiva ou ilusões, assombradas pela decrepitude física (antes dos 30 anos, naqueles tempos) e pela dependência econômica. Jane Austen colocava o amor como uma questão importante, mas o via por meio de um caleidoscópio, pois ninguém ama ou é amado romanescamente, sempre há um motivo no subterrâneo. O difícil relacionamento amoroso com a família na fase adulta é, para a autora, um tema tão forte quanto à busca de um amor companheiro para construir um novo núcleo familiar. Ah Jane Austen. Fico a imaginar se Machado de Assis a leu, entre seus autores. Ou quem sabe, por metempsicose, ela teve contato com o espirito e alma de nosso Bruxo do Cosme Velho.  Muito parecido em algumas criações.

Na abertura de primeiras impressões ou Pride and Prejudice disse ela :É verdade universalmente admitida que um homem solteiro, possuidor de boa fortuna, deve estar precisando de uma esposa”. (JANE AUSTEN). Essa famosa frase de abertura do livro Orgulho e Preconceito de Jane Austen indica o tom sardônico que a autora usará durante todo o romance.

Ambas autoras, Virginia Woolf, e Austen, quanto atualidade, vemos nessas prolíficas e caleidoscópicas autoras, com os arranjos, com as relações conjugais de hoje. Passadas dois séculos de Austen, quantas não são as estatísticas que vemos hoje, pactos, nos convênios e aparências  conjugais, buscadas, e mesmerizadas pelas mulheres, nada mudou, Jane. Você sobrevive com suas análises certeiras, pertinentes, bem acertadas, ainda hoje.

SEM SENTIDO

 

O ABSURDISMO DE NOSSAS VIDAS

João Joaquim  

 Dentro das disciplinas de Humanas, Filosofia, de Psicologia se estuda o mito de Sísifo. Muito interessante.  Mitologia Grega é rica nesses símbolos, nesses mitos que não são mentiras pelos ensinamentos que eles nos traduzem, pelas alegorias, pelas analogias quando trazidos para as relações humanas, para a vida das pessoas. Afinal eles não são de geração espontânea, são frutos de mentes luminosas, de pensadores de alto quilate. De homens que usavam e muito a massa cinzenta e o córtex cerebral. Idos tempos, quando os humanos eram mais humanos.

Sísifo foi um baita personagem, foi um deus menor que algumas versões dizem que era de um escalão inferior, um mortal entre os homens de Tessália, futura Corinto. Ele foi punido simplesmente devido uma fofoca. Segundo conta o mito, Júpiter ou Zeus, não importa qual destes, sequestrou Egina, filha de Asopo, deus dos rios. Este pai ficou atormentado pelo sumiço da filha. Sísifo, tido como astuto, ardiloso e muito esperto, conta para Asopo, o sequestro da filha, delatando quem? O deus maior e todo poderoso Zeus.

Sísifo então é condenado a morte, que lá na Hades, inferno, é tanatos. Funciona então a astúcia e malícia de Sísifo. Ele prende tanatos (a morte). O inferno passa a não ter mais mortos. Outro deus entra em açao, Ares. Que liberta tanatos.... corre os fatos e eis que Sísifo é duramente castigado por Zeus. Ele é condenado a rolar uma pedra (uma rocha) até o cume de uma montanha. Lá chegando essa rocha despencava até ao sopé da montanha, e o trabalho retoma. Assim, incessantemente, eternamente. Triste, não? Trabalho de Sísifo. Um moto-continuo, um eterno retorno ao mesmo duro, duríssimo trabalho, sem resultados, sem lucro, sem corolários construtivos para sua vida. Olha as teses de Nietzsche também entrando em açao= eterno retorno.

Existe um outro autor, escritor e filósofo magnifico, Albert Camus (1913-1960), de origem franco-argelina, ele é o autor da obra o Mito de Sísifo. Neste pequeno, mas não menos simbólico trabalho, Camus, fala do mito, do absurdo da vida, do não significado da vida, do ângulo que ele, brilhantemente aborda. A temática central é esta, a vida, a o absurdo e falta de sentido e o suicídio. O suicídio pessoal, o filosófico e o político. O enredo não é laudatório sobre o auto extermínio. Ao contrário, ele estimula a que o indivíduo enfrente, proteste contra os absurdos da vida.  

Ao se analisar os cenários das vidas comezinhas, ordinárias das pessoas, podemos muito propositalmente fazer várias alegorias do quanto a vida dessas milhares de pessoas se enquadram no estilo de vida a que se entregou compulsoriamente a personagem Sísifo. Para não estender tanto os exemplos citemos três, bem repetitivos a que se entregam e se naturalizam os homens e mulheres nas suas veleidades pessoas até ditas de  boa vontade.

Nas relações conjugais. Muitos são os casamentos que atingem o estágio tal que viram aquele ramerrame, aquele reco-reco, aquele tom monocórdico, aquela salmodia. Levantar, trabalhar quando trabalha, no mesmo diapasão, voltar para casa, adotar os mesmos hábitos de comer, comer, comer, dormir, levantar de novo, a mesma montanha, a mesma pedra que rola, etc.

A convivência com os bichos e animais de estimação. Aqueles irracionais de pequeno porte, que são presos ou prisioneiros, os privados de seus instintos de liberdade, presos em apertados apartamentos, que andam poucos metros contidos em coleiros, sofrem transtornos geral de ansiedade diária, que são torturados pelo estresse como prisioneiros.  Que ao fim e termo das finalidades das coisas, não tem nenhuma utilidade. Como se todos os dias cada pessoa rolasse uma pedra montanha acima, despencasse, subisse de novo, de novo, de novo, de novo. Inutilidade absoluta.

Terceiro modelo de inutilidade na vida social das pessoas. As tão rebarbativas, ativas e repetitivas frivolidades e mediocridade das Redes Sociais. Todo dia, os mesmos posts, as mesmas fotos, as mesmas fofocas, as abobrinhas, as mesmas platitudes, os mesmos xingamentos, as mesmas despudoradas e impudicas exposições, as fotos das comidas, dos pratos, dos turismos, dos truísmos, das boçalidades, do vazio absoluto em se falando de acréscimos construtivos, de formação e cultura das pessoas. Sísifo no mais alto grau.

Necedade especial

  Sejam resultados e produtos de genomas ancestrais ou educacionais, não é incomum deparar-se com um grupo de pessoas (homens e mulheres), m...