segunda-feira, 15 de outubro de 2007

CIRURGIA OBESIDADE

Pré-operatório é fundamental para sucesso

Os especialistas concordam que o pré-operatório é fundamental para o sucesso da cirurgia bariátrica, seja qual for a técnica utilizada. Com mais de 900 pacientes operados, Samir Mahmud Siviero assinala que a preparação para a cirurgia deve ser feita por uma equipe multidisciplinar e consumir pelo menos dois meses. “É o tempo necessário para que o paciente faça, além dos exames, uma boa avaliação e preparação psicológicas.” O cirurgião admite ter recusado pelo menos quatro pacientes reprovados nos testes psicológicos.

“O fator comportamental é muito importante na obesidade e a cirurgia não é o tratamento ideal. É a última alternativa. Por isso, o candidato precisa ser bem avaliado e preparado.” Mesmo com um estômago que cabe, em média, 350 gramas, o paciente conseguirá comer várias vezes ao dia e também ingerir líquidos a vontade. “Ele precisará ter disciplina para manter o peso”, orienta. E Siviero lembra que a disciplina só é possível quando há consciência.

“Me recusei a operar o paciente que bebia um litro de uísque por dia. Para contornar a obesidade, ele não precisava de nova cirurgia, mas se livrar do alcoolismo.” O médico ressalta que é preciso ter muito critério na hora de encaminhar um paciente para o centro-cirúrgico. “Não posso operar apenas porque estão me pagando para isso.” Neste sentido, o paciente precisa estar atento à qualidade do serviço. “Equipes multidisciplinares (formadas por cirurgião, psicólogo, nutricionista, entre outros) conseguem melhores resultados.

Siviero alerta, ainda, para técnicas cirúrgicas que estão sendo utilizadas, mas que não têm comprovação científica (as aprovadas são as descritas no quadro). “Nem a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e nem o Conselho Federal de Medicina aprovam a cirurgia feita exclusivamente no intestino (Cirurgia de Lazarotto).” O cirurgião assinala que a técnica tem grande apelo entre o público leigo porque permite que o paciente esteja recuperado em pouquíssimo prazo. “Vende-se a idéia de que ele, além de se recuperar rapidamente, pode comer de tudo sem engordar, o que não está comprovado.”

"Me recusei a operar aquele paciente que bebia um litro
de uísque por dia. Para contornar a obesidade, ele não
precisava de uma nova cirurgia, mas se livrar do alcoolismo.”
Samir Mahmud Siviero, médico

Procedimento pode trazer problemas

Internações, desgaste físico e emocional, cicatrizes: estes são alguns dos problemas enfrentados pelos que precisam passar por mais de uma cirurgia bariátrica. No caso de Maria do Rosário Macedo Marques, a professora de Jaraguá, à lista se somou uma seqüela grave decorrente da perda da capacidade absortiva do intestino.

Por ter abandonado o acompanhamento médico depois da cirurgia e de ter deixado de tomar os complexos vitamínicos recomendados, ela agora sofre de polineuropatia periférica axional sensitiva e motora. O nome complicado designa um comprometimento nervoso dos membros, decorrente da falta das vitaminas B12 e E. “Tenho de fazer hidroginástica e fisioterapia todos os dias, senão minhas pernas e braços atrofiam. Também sofro de cãimbras horríveis.”

O problema pode agravar-se porque Maria do Rosário não tem condições financeiras de fazer um acompanhamento mais rigoroso. Vários pedidos de exames do neurologista estão engavetados. Apesar de todos os problemas, Maria do Rosário não se arrepende de ter feito a segunda cirurgia.

A psicopedagoga Simey Santos, de 48 anos, fez três cirurgias e diz ter sofrido muito até obter o resultado satisfatório. “Primeiro operei apenas o estômago. Depois, refiz a cirurgia e, por último, desviei o intestino. Só então, consegui emagrecer.” Apesar das cicatrizes, da angústia e da frustração a cada etapa, ela diz que hoje está muito feliz e realizada com seus 69 quilos. Simey aconselha a cirurgia quem sofre de obesidade mórbida.

Um comentário:

Cardiologista disse...

Devemos fazer um acompanhamento regularmente com um ótimo Cardiologista , que tenha bastante experiência com essa especialidade.

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