ALCOOLISMO riscos do primeiro gole
ALCOOLISMO- OS RISCOS DO PRIMEIRO GOLE(I)
O uso excessivo de bebidas alcoólicas está relacionado com significativos e trágicos impactos médico-sociais e criminais. O ônus com despesas médico-hospitalares ligadas ao alcoolismo nos EUA ultrapassa 150 bilhões de dólares/ano. O reconhecimento e prevenção da etilicodependência devem começar no meio familiar e escolas, uma vez que o prognóstico e recuperação do viciado guardam relação direta com a duração do hábito de beber.
O álcool tem a distinção peculiar de ser um agente farmacológico com potentes efeitos psicotrópicos e que é social e legalmente aceito. Na idade média os alquimistas acreditavam que o álcool era o elixir da longa vida. O termo whisky( do gaélico) significa “água da vida “.
O álcool é rapidamente absorvido em todo o sistema digestivo. Após a absorção a difusão é uniforme para todos os órgãos. Noventa a 98% do álcool ingerido se transforma em acetaldeído , o principal metabólito tóxico desta oxidação . O sistema enzimático hepático é o órgão primordial na degradação dos resíduos químicos do álcool . O acetaldeído possui vários efeitos tóxicos promovendo a morte celular. Ele atravessa qualquer parede celular, inclusive a placenta. No feto pode causar a síndrome alcoólico-fetal com riscos de morte materno-fetal. A gestante alcoólatra tem iminentes riscos de conceber uma criança com mal-formações orgânicas, retardo mental, doença hepática e encefalopatia. Lesões estas graves e incuráveis. O álcool ativa as enzimas hepáticas de forma progressiva, o que explica a tolerância , a dependência e a necessidade do etilista em ingerir cada vez maior quantidade de bebida para obter o mesmo efeito euforizante e inebriante.
Em baixas doses o álcool inicialmente exerce uma ação estimulante cerebral. Mas, a ação predominante do etanol é deprimir as funções neurossensoriais. O pensamento organizado se torna confuso e desconexo, a atividade motora se deprime. Os graus mais sutis e refinados de memória , concentração e percepção são inibidos até abolição plena conforme a taxa do etanol no sangue . As alteracões do humor são descontroladas, as explosões emocionais freqüentes. Os reflexões neuromusculares são deprimidos podendo haver completa anestesia neuropsíquica. Todas as funções físicas e mentais são deprimidas. O uso excessivo e prolongado do álcool pode desencadear distúrbios neurológicos graves, como psicoses, deterioração da memória, encefalopatias graves e incapacitantes, cirrose , derrame cerebral , coma e morte .
Conforme a quantidade ingerida e a saúde do bebedor, mesmo sendo um bebedor social ou do primeiro gole, o álcool pode provocar desde variados graus de embriaguez e distúrbios sócio-comportamentais agressivos até doenças mais graves como estado de coma, arritmias cardíacas fatais , lesões digestivas( gastrites, úlceras, pancreatites, hepatites), derrame cerebral e , às vezes, morte súbita.
Prevenção e Tratamento do Alcoolismo
Três grupos de doenças são responsáveis pela grande maioria das invalidezes e morte do alcoólatra: cirrose hepática, pancreatite e doença cérebro-vascular(derrame cerebral , encefalopatia). O fígado por ser o principal catalisador metabólico do etanol torna-se particularmente vulnerável. A cirrose uma vez instalada não tem cura. Evolui como um câncer, minando todo o tecido hepático com repercussões deletérias em todo o organismo. Fatores nutricionais, constitucionais e genéticos favorecem o surgimento da doença.
A melhor terapêutica do alcoolismo consiste na prevenção no meio familiar e nas escolas. Pais e amigos em geral têm grande influência na indução do vicio.
O conhecimento humano evoluiu. À luz da química moderna e da Medicina se sabe que o álcool é o maior agente promotor de doenças orgânicas incuráveis e morte por violência. Inaceitável e mesmo patético é saber que com todo o conhecimento das implicações médico-sociais e criminais que o vício traz o homem continue se auto destruindo com este agente químico tão nocivo. Inconcebível também é o fato de nossa legislação ser tão complacente e permissiva com a liberdade de comercialização e consumo de bebidas alcoólicas inclusive para crianças e adolescentes.
Para o sucesso da abstinência de qualquer vício, além da decisão firme e consciente do dependente, torna-se significativo o apoio de familiares e das pessoais afetivas e próximos do paciente. Os grupos de auto-ajuda: alcoólicos anônimos (AA), Al Anon , Clinicas de recuperação e de desintoxicação tornam -se igualmente importantes.
Há medicamentos que auxiliam na fase inicial e manutenção da abstinência. É enfático afirmar que quando procurado pelo alcoólatra, o médico acha-se ante uma oportunidade ímpar de atuar com a terapêutica psico-farmacológica na recuperação do viciado. Por serem fármacos de efeitos psicoativos devem ser usados sob estrita orientação médica.
Como mensagem final , pode-se afirmar que ,ao contrário do que afirmavam os alquimistas, o álcool é a “ água da morte”. Em que pese sua beleza cristalina, sua semelhança física e translúcida com a água (liquido da vida) a bebida alcoólica é o cerne, o germe, a causa de grandes tragédias da humanidade. Por isso, não devemos ser exemplos e modelos para que nossos filhos, as crianças , adolescentes e jovens se tornem um alcoólatra futuro com a ingestão do primeiro gole.
João Joaquim de Oliveira médico - joaomedicina.ufg@gmail.com
O uso excessivo de bebidas alcoólicas está relacionado com significativos e trágicos impactos médico-sociais e criminais. O ônus com despesas médico-hospitalares ligadas ao alcoolismo nos EUA ultrapassa 150 bilhões de dólares/ano. O reconhecimento e prevenção da etilicodependência devem começar no meio familiar e escolas, uma vez que o prognóstico e recuperação do viciado guardam relação direta com a duração do hábito de beber.
O álcool tem a distinção peculiar de ser um agente farmacológico com potentes efeitos psicotrópicos e que é social e legalmente aceito. Na idade média os alquimistas acreditavam que o álcool era o elixir da longa vida. O termo whisky( do gaélico) significa “água da vida “.
O álcool é rapidamente absorvido em todo o sistema digestivo. Após a absorção a difusão é uniforme para todos os órgãos. Noventa a 98% do álcool ingerido se transforma em acetaldeído , o principal metabólito tóxico desta oxidação . O sistema enzimático hepático é o órgão primordial na degradação dos resíduos químicos do álcool . O acetaldeído possui vários efeitos tóxicos promovendo a morte celular. Ele atravessa qualquer parede celular, inclusive a placenta. No feto pode causar a síndrome alcoólico-fetal com riscos de morte materno-fetal. A gestante alcoólatra tem iminentes riscos de conceber uma criança com mal-formações orgânicas, retardo mental, doença hepática e encefalopatia. Lesões estas graves e incuráveis. O álcool ativa as enzimas hepáticas de forma progressiva, o que explica a tolerância , a dependência e a necessidade do etilista em ingerir cada vez maior quantidade de bebida para obter o mesmo efeito euforizante e inebriante.
Em baixas doses o álcool inicialmente exerce uma ação estimulante cerebral. Mas, a ação predominante do etanol é deprimir as funções neurossensoriais. O pensamento organizado se torna confuso e desconexo, a atividade motora se deprime. Os graus mais sutis e refinados de memória , concentração e percepção são inibidos até abolição plena conforme a taxa do etanol no sangue . As alteracões do humor são descontroladas, as explosões emocionais freqüentes. Os reflexões neuromusculares são deprimidos podendo haver completa anestesia neuropsíquica. Todas as funções físicas e mentais são deprimidas. O uso excessivo e prolongado do álcool pode desencadear distúrbios neurológicos graves, como psicoses, deterioração da memória, encefalopatias graves e incapacitantes, cirrose , derrame cerebral , coma e morte .
Conforme a quantidade ingerida e a saúde do bebedor, mesmo sendo um bebedor social ou do primeiro gole, o álcool pode provocar desde variados graus de embriaguez e distúrbios sócio-comportamentais agressivos até doenças mais graves como estado de coma, arritmias cardíacas fatais , lesões digestivas( gastrites, úlceras, pancreatites, hepatites), derrame cerebral e , às vezes, morte súbita.
Prevenção e Tratamento do Alcoolismo
Três grupos de doenças são responsáveis pela grande maioria das invalidezes e morte do alcoólatra: cirrose hepática, pancreatite e doença cérebro-vascular(derrame cerebral , encefalopatia). O fígado por ser o principal catalisador metabólico do etanol torna-se particularmente vulnerável. A cirrose uma vez instalada não tem cura. Evolui como um câncer, minando todo o tecido hepático com repercussões deletérias em todo o organismo. Fatores nutricionais, constitucionais e genéticos favorecem o surgimento da doença.
A melhor terapêutica do alcoolismo consiste na prevenção no meio familiar e nas escolas. Pais e amigos em geral têm grande influência na indução do vicio.
O conhecimento humano evoluiu. À luz da química moderna e da Medicina se sabe que o álcool é o maior agente promotor de doenças orgânicas incuráveis e morte por violência. Inaceitável e mesmo patético é saber que com todo o conhecimento das implicações médico-sociais e criminais que o vício traz o homem continue se auto destruindo com este agente químico tão nocivo. Inconcebível também é o fato de nossa legislação ser tão complacente e permissiva com a liberdade de comercialização e consumo de bebidas alcoólicas inclusive para crianças e adolescentes.
Para o sucesso da abstinência de qualquer vício, além da decisão firme e consciente do dependente, torna-se significativo o apoio de familiares e das pessoais afetivas e próximos do paciente. Os grupos de auto-ajuda: alcoólicos anônimos (AA), Al Anon , Clinicas de recuperação e de desintoxicação tornam -se igualmente importantes.
Há medicamentos que auxiliam na fase inicial e manutenção da abstinência. É enfático afirmar que quando procurado pelo alcoólatra, o médico acha-se ante uma oportunidade ímpar de atuar com a terapêutica psico-farmacológica na recuperação do viciado. Por serem fármacos de efeitos psicoativos devem ser usados sob estrita orientação médica.
Como mensagem final , pode-se afirmar que ,ao contrário do que afirmavam os alquimistas, o álcool é a “ água da morte”. Em que pese sua beleza cristalina, sua semelhança física e translúcida com a água (liquido da vida) a bebida alcoólica é o cerne, o germe, a causa de grandes tragédias da humanidade. Por isso, não devemos ser exemplos e modelos para que nossos filhos, as crianças , adolescentes e jovens se tornem um alcoólatra futuro com a ingestão do primeiro gole.
João Joaquim de Oliveira médico - joaomedicina.ufg@gmail.com