A rouquidão e miopia de um ex-presidente
A rouquidão e miopia de um ex-presidente
DIÁRIO DA MANHÃ
JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA
"Falta à sociedade brasileira, incluindo todos os setores: política, economia, justiça, mídia etc, uma âncora moral” – Antonio Callado (1917-1997). Definição de Voltaire para Ética: "É aquilo que nós queremos que os outros não façam”.
Se perguntássemos a qualquer analfabeto brasileiro a definição de honestidade, certamente ele não teria dificuldade em, se não expressá-la com termos elegantes, no mínimo lembrar de seus contraexemplos que vêm ocorrendo em nossos atuais governos. Seja em âmbito municipal, estadual ou federal. Mas, sobretudo da administração lulopetista do ex-presidente Lula até sua atual sucessora e vassala Dilma Rousseff.
A mim beira ao escárnio e ao deboche quando um ex-presidente tão arguto e inteligente como sua excelência o sr. Luiz Inácio da Silva se diz surdo e míope em não ter ouvido ou visto tantas traficâncias ilícitas e ilegais ocorridas nas alcovas de seu governo. E elas não param.
A putrefação vinda e exalada dos bastidores e intimidade do governo é tamanha que a gente fica a indagar: qual será a próxima fedentina? Será que os mandatários-mores do PT têm deficiência olfativa também? A condenação de 25 dos 40 mensaleiros torna-se um alvissareira realidade para uma sociedade que desacreditava até mesmo na Justiça brasileira. A posição firme, arrojada e isenta da maioria dos ministros do STF pode ser emblemática de um avanço que as pessoas almejavam neste País de tantos desmandos, de tanta corrupção e impunidade. Pode ser esta postura de nossa suprema corte um facho de luz e muita esperança onde ainda impera muito escuridão e incertezas, os bastidores dos palácios de governo.
A Operação Porto Seguro da Polícia Federal neste novembro/2012 desbaratou mais uma quadrilha comandada por uma apaniguada do ex-presidente Lula. Os líderes das traficâncias exerciam cargos de “confianças” no núcleo do poder. Isto durante pelo menos os últimos 10 anos. O que intriga as pessoas não surdas e não míopes é o seguinte: nós brasileiros tomamos conhecimento do mensalão e outras ilicitudes no governo porque houve delatores, porque a mídia denunciou ou a Polícia Federal fez diligências e pegou muitos desses larápios em franca atividade. Nunca esqueçamos como esses fatos vieram ao conhecimento público.
Pois bem, então fica a dúvida, a nossa pergunta! E aqueles ladravazes e gatunos do governo com todos os sentidos bem apurados (não cegos, não surdos)? Aqueles “agentes públicos” capazes de façanhas e crimes perfeitos que não deixam rastros? Que não têm “deslizes” no cometimento da corrupção? Aqueles mercadores e “profanadores da república”, que não negociam via celular, via e-mail , etc, e não deixam pistas que os incriminem?
Então o que temos até então de mensalão e Porto Seguro pode ser apenas a ponta de um grande iceberg muito mais caudaloso. Credo em cruz, que Deus nos livre de tanta devassidão!
(João Joaquim de Oliveira, médico. E-mail: joaomedicina.ufg@gmail.com)