SALVE-SE PELA BOCA
O HOMEM
SALVA-SE PELA BOCA
João Joaquim de
Oliveira
Atualmente com o
crescimento das doenças relacionadas ao chamado estilo de vida, tem crescido
também não só o arsenal de medicamentos convencionais, como também a chamada
medicina alternativa. Entenda-se aqui aquelas práticas terapêuticas não
alopáticas. São medicamentos fitoterápicos (plantas) e outras modalidades não
tradicionais os meios terapêuticos empregados nessa chamada medicina
alternativa. Outros recursos adjuvantes na prevenção e combate a muitas doenças
cardiovasculares e endócrino-metabólicas tem sido a prescrição, ou contra
indicação de diversos alimentos.
Conceituamos estilo
de vida em medicina como a maneira de se viver, os hábitos de se alimentar, de
libações alcoólicas ou não, o vício do tabagismo e outras drogas, e a prática
ou não de alguma atividade física. O estilo de vida será determinante na
qualidade e quantidade de vida do indivíduo. Ou seja, é desse modo de se viver
que surgirão os temíveis fatores de risco (FR) para diversas doenças
gerais ou cardiovasculares de elevada morbidade, seqüelas físicas e maior mortalidade.
Para ilustrar melhor
vamos imaginar uma pessoa de 40 anos, sedentária, com sobrepeso de 20 kg, com hipertensão arterial leve (15/10), tabagista e colesterol
de 250 mg/dL. Trata-se neste exemplo de uma pessoa de estilo de vida insalubre
com 5 FR. A não correção desse estilo de vida trará a essa pessoa riscos
significativamente aumentados de doenças renal crônica, diabetes tipo II,
doença cardíaca, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC).
Atentem bem que são condições mórbidas de elevado risco, estritamente
relacionadas aos hábitos e comportamento ( estilo de vida). A correção ou
anulação desses fatores se faz como? Com mudança de atitudes e hábito alimentar
saudável, abstenção do vício do álcool e cigarro e atividade física regular. Sem
o uso de nenhum medicamento, a custo zero.
Tem sido muito difundo e até moda o emprego de
muitos alimentos com a crença ou informação dos efeitos terapêuticos desses
alimentos, frutas e vegetais. Para o bem-estar e felicidade de todos vamos ao
que se tem de mito e verdade ao que se divulga por aí.
A maioria dos alimentos mais populares tipo
alho, cebola, none, berinjela, limão não têm efeito de baixar colesterol
ou pressão alta ou açúcar (glicose) no sangue. Trata-se apenas de alimentos
saudáveis como nutrientes e fontes de vitaminas e minerais. A grande maioria
dos alimentos, frutas, ervas e muitos vegetais da medicina popular, não tem
nenhum poder terapêutico como acreditam as pessoas, e propagam os seus
mercadores. A comprovação do efeito terapêutico das substâncias presentes em alimentos e plantas se dá mediante ensaios
clínicos bem conduzidos, dentro de critérios científicos e normas éticas bem
estabelecidas. Entre estes exige-se número significativo de participantes
(pacientes) e tempo longo de observação e controle. Isto nem sempre se dá com
alguns estudos de muitos desses vegetais e fitoterápicos.
Para concluir eu
ressalto que o conjunto de atitudes saudáveis (estilo de vida) é que fará a
diferença em ter melhor qualidade de vida e longevidade com saúde. E mais,
desde que isto seja feito a vida toda e não depois que surgiram os chamados
fatores de risco e suas complicações. Após um infarto do miocárdio, AVC ou doença
renal crônica, o que se pode fazer é minimizar as suas seqüelas.
Finalizo com três
exemplos de hábitos para a saúde. O vinho faz bem ao coração? Sim. Desde que
ingerido em doses leves de forma continuada como é cultural em algumas regiões
da Itália e frança. Os óleos de peixe ômega 3 e 6 têm efeitos terapêuticos?
Sim! Desde que ingeridos a vida toda como fazem os esquimós do Alaska. Por que
as pessoas caucasianas (Rússia) vivem saudáveis por mais de 100 anos? Porque
elas têm a cultura de um estilo de vida saudável continuado , vivem em harmonia
com a natureza, se alimentam sem agrotóxicos, se movimentam a vida inteira , são
felizes com o pouco que têm, e não sofrem com o estresse massacrante das
tecnologias eletro-eletrônicas e digitais.
Quer viver mais e
melhor ? Dê mais ouvidos à natureza; alimente-se o suficiente para ter boa
saúde; faça exercícios físicos sempre; seja menos ambicioso e mais feliz com o
que conquistou até aqui; ame mais as pessoas e as coisas belas à sua volta;
assim terá vida de qualidade, longa e morrerá feliz.
João
Joaquim de Oliveira médico- cronista DM joaomedicina.ufg@gmail.com