ÊTA
MUNDO! NÃO TRÊS, MAS MULTILOUCADO.
João
Joaquim
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Nossos tempos andam desvairados,
tresloucados. Nós olhamos as manchetes internacionais e estão lá os fatos não
tres, mas, quadri ou pentaloucados. É guerra aqui, conflitos acolá, golpes de Estado,
guerras tribais (África), o Brasil financiador de porto para ditadores ( irmãos
Castro- Cuba), perdão de dívidas a ditadores facínoras da África pelo governo
petista do Brasil, execuções a mando de ditador (Coréia do Norte),
atentados suicidas e tudo mais de ruim e desumano.
Há dois conflitos no mundo que me chamam a atenção
pelo difícil encontro de uma solução. As guerras civis da Síria e do Sudão
contra o Sudão do Sul. A guerra civil da Síria já matou mais de 130.000
pessoas. Isto em três anos. A questão trágica de qualquer guerra além dos
mortos, são os refugiados, os mutilados e órfãos. Fora a destruição da infra-estrutura
de muitos serviços públicos essenciais.
O conflito envolvendo o Sudão e Sudão do Sul
representa hoje uma das maiores tragédias humanitárias. São mais de 200.000 mortos e 2 milhões de
refugiados. As pessoas morrem por execução, de fome e
doentes. A ONU e a cruz vermelha pouco têm feito por essas vítimas. Os
doentes e famintos são muitos e o socorro não dá para todos. A região de Darfur
(Sudão ) é emblemática do que é uma
tragédia de guerra. São milhares de crianças e adultos morrendo à míngua ou
sendo executados.
A mim que sou leigo em geopolítica e relações
internacionais causa muita perplexidade e curiosidade. Fico espantado do porque
da ONU em pouco se envolver na solução dessas carnificinas e extermínios
étnicos no continente africano. Será que não há uma solução diplomática para
tanto sofrimento, dor e extermínio daquele povo?
Vamos deixar as guerras de lado e analisar o país
mais civilizado do planeta, os EUA. Ali cada cidadão pode ter uma arma de fogo.
Está na lei. Volta e meia temos os massacres. Algum aloprado, tresloucado, num surto psicótico descarrega suas crises e
fúrias em escolas, shopping e contra pessoas inocentes. E o país não tem
controle sobre a venda livre de armas de fogo a qualquer maluco que possa
comprá-las. Isto porque eles são os modelos para o mundo em democracia,
liberdade e direitos humanos.
Vamos voltar aqui para o Brasil! Uma tragédia que a
mídia voltou a dar destaque estes dias foi o incêndio na boate Kiss em
Santa Maria (RS). Foram 242 mortos. Completou um ano e poucos punidos. As
autoridades gaúchas andam trocando acusações. Corpo de bombeiros,
prefeitura, vigilância sanitária e outros órgãos são os culpados e pelo
andar da carruagem ficarão impunes “ad
infinitum”.
Vamos repisar a estatística da guerra na Síria. Lá
trata-se de uma guerra de um ditador carniceiro, Bashar Al-assad, com emprego
de aviões, tanques, gases letais (sarim) e um exército estatal. Do outro lado
temos xiitas, Al-qaed e muitos rebeldes apoiados por países inimigos do regime
sírio. Balanço de 130.000 mortos em três anos.
Tornamos às páginas do Brasil. Aqui temos uma
guerra que já nos entorpecemos pela sua natureza sórdida, trágica e impune.
Todos, pela repetição, já estamos atordoados e anestesiados pela seu cotidiano
de impunidade. Eu estou a falar de uma violência que mata por ano três vezes
mais que do que a guerra da Síria. Trata-se das mortes violentas por
armas brancas, de fogo e do trânsito. São 120.000 mortos por ano. A
exemplo da tragédia da boate Kiss, e da guerra na Síria, quase ninguém é
punido. O mundo anda, mesmo não tres mas, multiloucado. Que barbaridade! Onde vamos
parar com tanta loucura? Eu nem imagino.
João Joaquim - médico- cronista DM joaomedicina.ufg@gmail.com