MORTE DA TERRA
A
AGONIA DA TERRA
João Joaquim
A imagem de um vulcão em erupção traz-me
à
reflexão a terra como um ser vivo! Sou da corrente daqueles que pensam a
terra como um organismo vivo e complexo com profundas e contínuas atividades
metabólicas, vitais a todos os seres animais.
É lamentável que nós humanos, racionais que somos, representamos os únicos
animais a torturar, maltratar e adoecer este planeta vivo. Este
macroorganismo que tão bem nos faz sem nada exigir em troca que não seja
respeito e carinho!
É mesmo uma pena! Sempre que contemplo uma árvore frondosa e verdejante,
sempre que vejo e degusto uma saborosa e nutritiva fruta vem-me à lembrança
e à minha gratidão o papel generoso e tão fértil desta nossa mãe-terra .
Quanta riqueza, quanta prodigalidade , quantos nutrientes e oxigênio dela
extraímos. Quanta beleza, prazer e lazer este magnífico
organismo vivo nos
proporciona e não apercebemos disso e só ofensas e depredações lhe causamos.
Até quando ? como um ser vivo a terra pode morrer! Aliás, ela já vem
morrendo!
A erupção de um vulcão , pode ser um grito de dor! Uma lágrima de sangue!
Até quando ?
O Lamento das Coisas
“ Triste, a escutar, pancada por pancada,A sucessividade dos segundos,
Ouço, em sons subterrâneos, do Orbe oriundos,
O choro da Energia abandonada!
=
É a dor da Força desaproveitada,
O cantochão dos dínamos profundos.
Que, podendo mover milhões de mundos,
Jazem ainda na estática do Nada!
=
É o soluço da forma ainda imprecisa…
Da transcendência que se não realiza…
Da luz que não chegou a ser lampejo…
=
E é, em suma, o subconsciente
aí formidando
Da Natureza que parou, chorando,
No rudimentarismo do Desejo!” – (de Augusto dos Anjos)
Da Natureza que parou, chorando,
No rudimentarismo do Desejo!” – (de Augusto dos Anjos)
João Joaquim -médico – joaomedicina.ufg@gmail.com