TRANSFORMAÇAO SEXUAL
A TRANSFORMAÇAO BIOTÍPICO-SEXUAL
João Joaquim
O mundo
evoluiu muito. Seja no campo do conhecimento, da tecnologia, de entretenimento;
quantas mudanças e avanços nos últimos 50 anos. Já se tem uma estimativa de que
o que conquistamos em meio século (após 1960) é superior ao que se conquistou
pela humanidade, em toda a sua história. Agora, um campo que precisa ser
repensado e merece uma reflexão mais zelosa da sociedade envolve a cultura e as
relações humanas. A cultura após a descoberta da informática e internet ganhou
em quantidade, mas perdeu em qualidade. Na seara das relações humanas nos
tornamos muito maniqueístas e frios. Trata-se de um fenômeno da internet, da
tecnologia digital e da virtualidade.
Os recursos digitais e da internet tornaram as
pessoas frias e empedernidas. Apesar de tanta evolução , teimamos em ser
preconceituosos, intolerantes quanto aos direitos de escolhas do outro. Somos
muito egoístas. Eu quero ir direto a um ponto que é o motivo maior deste
artigo. Trata-se da opção sexual do indivíduo. Aliás, falar de forma sincera e
sem rodeios sobre questões de homoafetividade, de transformação sexual é
como furar uma casa de marimbondos. O risco de ser picado e atacado é muito
grande.
Neste janeiro de 2014 foi muito noticiada no Brasil
a mudança de identidade física e sexual de um ex-agente da polícia civil de
Goiás. A agora delegada Laura de Castro Teixeira ( ex Thiago) através de
tratamento hormonal (sic) e cirurgia se metamorfoseou em uma vistosa, elegante,
bela e feliz mulher. O feliz aqui, corrijo-me, é uma expressão da própria agora
delegada de nossa polícia civil.
Digno de louvor e encômios foi o clima de
acolhimento e de normalidade com que foi tratada a decisão corajosa e pública
daquela servidora pública. Colegas da nova delegada e imprensa, com tais
gestos, demonstram como devemos respeitar, ver e apreciar os direitos e modos
de vida de nosso próximo e semelhante. O outro é apenas outro, nunca um
estranho e nosso inimigo. Tenho a minha subjetividade e personalidade, mas sempre
devo respeitar a diferença e alteridade de meu próximo e meu irmão.
Eu retomo as minhas palavras iniciais no sentido de
que evoluímos muito. Mas, ainda precisamos de melhorar nossas relações
interpessoais quando se trata de respeitar as escolhas das pessoas à nossa
volta.
Por isso numa esperança futurística, e para ficar
apenas neste exemplo singular, eu acredito que a ciência e a medicina
irão ajudar as pessoas a se tratar de suas diferentes formas de infelicidade , as suas frustrações
e muitas insatisfações congênitas (geradas com as pessoas). Toda
infelicidade é uma forma de doença. As ciências humanas, entre elas o Direito,
as especialidades médicas estão aí para isto,
ajudar as pessoas a serem mais realizadas e felizes.
Assim, oxalá, que no futuro, todos aqueles(as) mais
carentes, possam ter na medicina do SUS um tratamento equânime para mudança de
sexo, cura da obesidade, correção de deformidades físicas e outros desvios
anatômicos que trazem muita discriminação, angústia e sofrimento psíquico e
social para os seus portadores.
João Joaquim
médico e cronista do DM joaomedicina.ufg@gmail.com
WWW.jjoaquim.blogspot.com