COMICHÃO DE VINGANÇA...
COM UMA COMICHÃO DE
VINGANÇA
João
Joaquim
Abril de
2014 é uma data histórica para o Brasil. Há exatos 50 anos a nação acordava com
o ronco de motores dos tanques de guerra, o tropel de cavalaria do
exército e todo o alarido das forças armadas. Sucedia-se em todo o país o golpe
militar de 1964 que depôs o presidente João Goulart (Jango) e todo o seu
séquito de assessores e ministros.
Trata-se
de uma face amarga de nossa história política que muitas pessoas querem
esquecer mas não conseguem fazê-lo. Outras tantas [ ex ou enrustido(a)s
comunistas ] que deveriam, mas fazem questão de repisar os tormentosos
fatos que marcaram cicatricialmente muitos brasileiros(as). De plano já
antecipo que não tenho partidarismo e nada contra petistas e comunistas. Tenho
muita coisa contra aqueles que estão no poder travestidos de democratas, mas
têm sangue e ideologia marxista leninista. Credo em cruz para estes ! “ vade
retro satanás”.
Eu
tenho tido a oportunidade de ler várias matérias alusivas ao governo militar
(1964-1985). Têm sido artigos, documentários, depoimentos e vídeos daquele
regime de exceção. Para as gerações pós regime militar é bom, antes de
emitir opinião, fazer-se uma resenha sumária da atmosfera política
reinante naquela época. Jango sucedera a Jânio Quadros que renunciara à
presidência em 1961. Entre outras explicações, Jânio disse que forças ocultas e
estranhas o levaram à decisão da renúncia. Justiça seja feita, mas parece
que tais forças esquisitas voltaram a rondar o palácio do planalto. Há fatos
tão escabrosos e medonhos com nossos políticos de Brasília que mais parecem
coisas do demo. Mas não demo povo, demo de demônio mesmo.
João
Goulart ,na ocasião da renúncia do excêntrico e imprevisível Jânio Quadros, se
encontrava em viagem à China. Goulart era admirador dos regimes socialistas.
Ele era alinhado com a esquerda comunista. Com seu retorno ao Brasil, vários
segmentos políticos e parte das forças armadas foram contra a sua posse como
presidente. No vai-e-vem dos prós e contras houve um arranjo, fez-se um regime
parlamentarista e constitucionalmente ele foi empossado na chefia do executivo.
Tancredo Neves foi nomeado primeiro ministro.
Os
adversários políticos de Jango (Magalhães Pinto, Carlos Lacerda, Ademar de
Barros ) e as forças armadas temiam um golpe de esquerda por parte de
Jango. Fato inconteste é que Goulart nutria simpatia pelo comunismo e com
movimentos sindicalistas; ele vinha prometendo reformas agrárias entre outras
reivindicações socialistas de esquerda. Ele mostrava-se hesitante e sem
autoridade com movimentos classistas como a revolta dos marinheiros. Havia um
temor nacional com a possibilidade de um governo tipo ditadura comunista.
Vale
ressaltar que Jânio Quadras e Jango tinham explicitamente simpatia por Fidel
Castro e Che Guevara. Che chegou a ser condecorado por Jânio Quadras. Foi
este um motivo imediato de sua renúncia. Um autêntico acinte e deboche à
vocação democrática do Brasil. Na verdade havia uma baderna generalizada pelo
país afora.
Havia
muito temor e insegurança pela postura frouxa e pusilânime de Jango. Os
militares então assumem o poder. Foram 21 anos de ditadura, com uma política de
terror de Estado, repressão, censura, cassação de mandatos políticos e
execuções. Hoje, as pessoas que protestam e condenam a postura dos militares
não o fazem sem razão. Famílias e parentes de mortos e desaparecidos têm
absoluta razão dos reclames contra os militares e órgãos de repressão como o
Dops e dói-codi e casas de morte e de tortura. Eram instrumentos de agressão,
sevicias e intimidação (terror). Todavia, a bem da justiça dos dois lados
temos que ter em mente que muitas torturas e mortes não foram contra mocinhos e
mocinhas inocentes e do bem. Aqueles que opuseram ao regime também agiram como
guerrilheiros, bandidos e terroristas armados. Foram assaltos a bancos,
sequestros de embaixadores e muita violência. Entre tantos desses terroristas e
guerrilheiros contra o regime estavam Dilma Rousseff, José Genoíno e José
Dirceu. Menos sorte tiveram Mariguella e o capitão Lamarca mortos em
confronto com o exército e política federal.
Por fim
uma pincelada sobre a comissão da verdade criada pela presidente Dilma
Rousseff. O que esta comissão poderá mostrar é a verdade mais desnuda e real da
ditadura. Penso nada além disso e já será uma contribuição para nossa História.
Agora, o
nosso governo petista querer fazer da comissão da verdade um instrumento de
vingança e revanchismo parece-me extemporâneo e uma pretensão sem eficácia.
Para começar todos os generais do regime ou estão mortos, ou esclerosados
ou dementes. Vale lembrar que foi promulgada pelo congresso nacional a lei
de anistia em 1979( era presidente do Brasil João Figueiredo), ou seja um
compromisso de não punição e revide aos integrantes do regime e aos
contrários ao governo militar( membros da esquerda ou comunistas)
Nossa
justiça, cá entre nós, não dá conta de punir eficazmente os crimes
políticos do presente e fica querendo exumar crimes do regime militar para quê.
Não, não, isto é viajar demais na maionese. Ajudem-me ai uai!
Dr, João, me
chamo Marcus Fleury Junior , tenho uma série de artigos escritos no Diário da
Manhã, e hoje ao lê-lo, fiquei impressionado com a interpretação histórica
imparcial e corajosa.
Meus
efusivos cumprimentos,
Marcus
Antonio Brito de Fleury Junior
Psicólogo