WC E CIVILIDADE
CIDADANIA E CIVILIDADE SE MEDEM PELO USO DO SANITÁRIO
João Joaquim
Dias desses eu precisei de usar
um sanitário público em Goiânia e então o seu deplorável estado de limpeza e
higiene me deu azo a que fizesse algumas reflexões. Mas, a que tipo de reflexão
poderia motivar um banheiro (WC) imundo, fedorento e emporcalhado de
excrementos humanos?
Não, não meu caro leitor(a),
aquele ambiente que era pior do que muitas pocilgas de porcos selvagens ou
estábulos de gado vacum não me remetia a uma chusma de bactérias, parasitas,
pestilências várias e coliformes fecais. A estes cenários também, verdade seja
dita. Antes disso, aquele pútrido cenário me impelia a questionar nosso estágio
de civilização. Que muitos segmentos civis também chamam de cidadania. Existem muitos
meios e instrumentos para se avaliar o grau de civilização de uma pessoa, de
uma comunidade, de um povo. Civilização que num jargão mais popular pode-se
chamar também de educação. Termo com o qual eu também concordo porque práticas
civilizatórias, boas maneiras nas relações sociais, o respeito ao outro, às coisas
públicas, etc, se aprendem no seio da família (berço) e nas escolas de bom
padrão pedagógico.
Um indivíduo que ocupa um espaço que é de
todos (público), que dele usufrui, mas não o preserva como o encontrou se
mostra um ser de mente esquizofrênica, um demente, um selvagem pior do que
qualquer indígena que nunca teve contato com outras etnias ditas civilizadas.
Imagina agora um usuário de um banheiro público. Ele entra neste sanitário, o
emporcalha com os seus fétidos excrementos (fezes, urina) e se quer é capaz de
dar uma descarga no vaso sanitário, e mais , atira o papel higiênico fora da
lixeira e o que é aterrador, costuma evacuar suas fezes fora do sanitário. É
nojento e asqueroso, não?
Agora
imagine outro troglodita e
rebotalho que faz tudo isto e , pior , ele picha as paredes desse bem,
que não
é dele, mas de todos, depreda e leva alguns itens desse recinto,
torneira,
fechadura etc. em que categoria civilizatória poderíamos inserir este
bípede
humano? Eu não imagino. Que cada um faça a sua avaliação. Eu fui vítima
desses energúmenos estes dias ao entrar em um banheiro de nossa bela
alameda das rosas.
Quero aqui para efeito de
comparação puxar alguns exemplos da natureza. Conheço muitos casos de cães que
devidamente treinados só cumprem suas urgências fisiológicas (cocô e
xixi) nos locais a eles ensinados. Eu tenho um gato que instintivamente usa as
caixinhas de areia para enterrarem suas fezes e urina. Os felinos agem assim de
forma natural. Está no seu instinto. Há pessoas tão incivilizadas nas relações
sociais que não seguem se quer os seus
instintos como o fazem os classificados animais irracionais.
É oportuno fazer um reparo no tocante á
ausência de civilidade nas relações sociais de muitas pessoas. Muitas vezes,
pode-se confundir má educação com baixa escolaridade. Nem sempre há este nexo
causal. Ou seja, muitas vezes temos indivíduos de elevado grau de escolaridade
(diferente de educação); às vezes, alguns ostentam o título de doutores e são verdadeiras bestas no trato com o outro, com o
meio ambiente, com os espaços públicos, com os bens e pertences do outro.
Já perfilando e quadrando estas
observações sobre civilidade e educação , pode-se com precisão afirmar que a
pessoa se revela quem é em termos de civilização e cidadania não só no lixo que
produz e sua destinação, mas sobretudo no estado de um banheiro ou sanitário de
que ela utilizou. Quer conhecer o grau de educação , de civilidade, de
cidadania , de sociabilidade de uma pessoa? veja o lixo que ela produz e sua destinação,
entre no banheiro que ela utilizou, seja o dela própria ou público. Ali, sim,
podemos aquilatar se estamos a lidar com um racional ou um bípede humanóide pior do que um
selvagem. que asco, que triste.