João Joaquim
Hoje nós vivemos em
um mundo permeado por tanta violência e falta de solidariedade que quando alguém
se dispõe a ajudar ao outro, a ser generoso , este alguém pode ser tachado de
otário ou idiota. Para dar mais consistência a este tema: falta de gentileza ou
incivilidade no convívio social eu cito uma cena que me ocorreu estes dias. Eu fui
personagem-agente e vítima no ocorrido. Fui buscar minha filha no aeroporto de Goiânia.
Aliás o santa Genoveva é na verdade um ponto de avião. Uma vergonha do nosso Estado.
Então, como sempre
faço, liguei para o aeroporto e confirmei a chegada do voo. Lá fui. Era meia
noite, parei meu carro na fila de espera ao lado de outro, que suponho esperava
alguém da mesma aeronave. Ao abrir a porta para receber minha filha, toco ao de
leve na lateral do carro na mesma espera. Para meu pasmo e susto sai a acompanhante do
motorista ,francamente irritada, e em protesto porque eu parado, tinha feito um
leve contato no carro dele( minha porta ao abrir tocou em sua lateral). Eu limitei-me a pedir desculpas e mostrar para essa
deselegante senhora, que ambos eu e ela, estávamos errados de parar naquele
local , e que sequer eu tirado algumas moléculas da lataria dela.
Assim, fui embora
remoendo a grosseria e indocilidade daquela cidadã(?). E assim tem se tornado a
nossa sociedade em um mundo-cão. Um mundo onde todos olham para os outros com arrogância,
com ânimos fervilhados, como se todos fôssemos inimigos.
E por falar em
carro ele se tornou em uma das armas mais letais do Brasil. Morre-se tanto no trânsito
como se morre por homicídios por armas branca e de fogo. São estatísticas de
guerra, 60mil mortes por ano, fora feridos, sequelas e amputados. Uma tragédia sem
solução.
Um fator responsável
por essa carnificina humana se chama impunidade. Mas, a par da leniência e brandura
das leis, temos a deseducação, a agressividade, a falta de gentileza e
generosidade das pessoas. O indivíduo ao entrar no seu automóvel e ligar a sua
ignição, ele parece que está escudado e armado para uma guerra fratricida. Ele parece
pronto para morrer ou matar. Isto é mais ameaçador e aterrador quando ele está
sob efeito de álcool ou drogas. Basta lembrar que ainda não inventaram bafômetro
para drogas ilícitas. Para álcool existe. O motorista pode estar chapado de
maconha e cocaína que passa em qualquer barreira policial. Coisas do mundo e de
nosso Brasil.
O trânsito é um bom
termômetro de a quantas andam nossa gentileza, nossa civilidade, nossa educação na
convivência com os nossos irmãos e semelhantes. Os fechamentos, os xingamentos,
as ultrapassagens proibidas e perigosas dão bem a dimensão da falta de educação
das pessoas no convívio social. Eu volto ao mote inicial do tema, quando disse:
ser generoso muitas fezes soa ser uma pessoa tola, ingênua e sem ambições. Quer
um exemplo desse tipo de gente? As pessoas voluntárias. Não aqueles voluntários
de órgãos ou empresas bilionárias como FIFA ou federação de automobilismo ( fórmula
1). Eu falo em voluntários tipo anjos do asfalto ou médicos sem fronteiras. E nem
precisa ir longe, aqueles voluntários de asilos, orfanatos e instituições filantrópicas.
Estes sim, praticam a tolice do bem, a humildade em dar um pouco de si em prol
do acolhimento, do amparo, do alívio e bem-estar do próximo. Com certeza esses
abnegados do bem estão imbuídos de chispas divinas, e fazendo uma bela poupança
para com Deus!