O QUE SOU ?
DE ONDE EU VIM ? ONDE ESTOU ? O QUE SOU E PARA ONDE VOU ?
João Joaquim
De onde eu vim? Onde estou?
Quem sou e para onde eu vou? Estas são três perguntas emblemáticas e
enigmáticas que envolvem a existência humana. São inquietações debatidas não só
em vários ramos da Filosofia mas em muitas especialidades científicas como a Paleontologia,
a Antropologia e Historiografia da humanidade.
Vamos por parte . Nossa
origem. Como surgiu a espécie humana no planeta terra? Será que viemos ao mundo
através apenas de um processo evolutivo ( teoria da evolução)? Ou seria a
humanidade e toda forma de vida um ato da criação divina (teoria do
criacionismo)? A existência das duas teses são mostras do dissenso que persiste
relativamente ao surgimento do homem nesse planeta. É muito provável que essas
grandes dúvidas que atormentam o homem ainda tenham uma longa vida pelas
próximas décadas ou séculos. A própria origem do universo é muito
controvertida. Supõe-se que nosso universo tenha surgido há cerca de 14 bilhões
de anos. Quando digo nosso universo não soa impróprio, nem egoísmo porque
supõe-se que não haja um mas multi-versos. Uma das teses para o nascimento de
nosso universo se deu através da grande explosão chamada big bang( Georges
Lemaître 1894-1966). Esta foi também chamada de teoria do átomo primordial. Há
uma certa correlação com a teoria da Relatividade de Einstein .
Dessa grande explosão houve a formação das galáxias, de estrelas e
os planetas. Segundo a teoria do big bang o universo continua em expansão.
Ou seja, são grandezas e dimensões que escapam até ao nosso completo
entendimento e inteligência. Somos muitíssimos pequenos, minúsculos mesmo para entender a estatura do cosmo.
Onde é que eu estou? Trata
de dúvida que não deveria ser de difícil compreensão uma vez que se refere ao
presente, ao local onde me encontro no universo, na terra e ao momento de minha
existência. A essa grande interrogação da humanidade vem-me à lembrança aquele
papo de alguém que se acha o rei ou rainha da cocada. Seria aquela pessoa dada
à gabolices ou sabichão de tudo ou com poderes e rompantes de autoridade. Não é
incomum trombarmos com essas arrogantes criaturas que no gozo de algum status
socioeconômico ou função pública
(delegado, policial ou juiz) dão as famosas carteiradas. No Brasil, volta e
meia assistimos às empáfias e soberbas dessas grotescas figuras com o
expediente “ você sabe com quem está falando”? A esse tipo de gente deixo a
seguinte resposta: o Sr ou Sra é uma
ínfima subunidade do quase nada que habita um pedacinho deste planetinha que
orbita em torno de um pequeno sol deste imensurável universo.
À dúvida- Onde é que eu
estou ? -poder-se-ia acrescentar outra
grande interrogação: o que sou e o que
estou fazendo aqui? Esta, sim, a grande questão para os agora nascentes
e viventes humanos neste mundinho que é
o mais belo ( se o homem não destruir) planeta do nosso sistema solar.
A você, meu caro leitor e
leitora, não importa a sua idade. Se você ou vossa excelência (como muitos
exigem ser tratados) se lê, já tem juízo crítico e livre-arbítrio ( e livre
cultura) eu faço a seguinte e contundente inquirição: o que você esta fazendo
na vida enquanto habitante deste planeta ? Você, ou outro tratamento que lhe
couber por convenção dos homens, tem justificado a sua passagem ( que aliás é
curta), por esse mundo?
Estamos em pleno século XXI.
Vamos falar, sem meias palavras, ao que vimos e assistimos em nossos dias. Eu
sou um vivente que estou no meu segundo cinquentenário de vida e sinto-me
muito preocupado com o futuro da humanidade. Sem rodeios ou circunlóquios e direto ao ponto. Hoje estamos vendo pessoas,
jovens e adultos maduros que passam a vida sem nada fazer. São indivíduos,
permitam-me assim resumir, que nem fedem
nem cheiram. Passam o tempo todo envolvidos com futilidades. São moços e moças
que, às vezes, não estudam, nada produzem.
Quando “estudam” , muitos deles e
delas são pelo simples fato de ter um
diploma de curso secundário ou superior. Muitos desses diplomados vivem uma
vida de ociosidade. Muitos têm suas
vidas mergulhados nos vícios e nas futilidades. E nem falo dos vícios de bebidas e drogas porque já é a perdição
total e absoluta; mas aos vícios do
apenas comer e dormir, do consumismo insano e desenfreado, do apego e uso
desmedido das inutilidades e nocividades da internet e redes sociais; da posse
neurótica dos recursos digitais ( celular, notebook); e de outras tantas idiotices criadas pela
civilização do prazer e do consumo. E sabem de uma notícia trágica e horrendo
desses grupos de pessoas fúteis e desocupadas? Muitas delas tocam a
vidinha consumista, vazia e prazenteira às custas de pais já velhos e decadentes,
idosos e doentes, dos avós, das
famílias. São fardos pesados e negativos para os parentes, para a sociedade e
até para o Estado. A sociedade, as famílias, o mundo onde vivemos estão enojados
com esta classe de gente. E outra má noticia, há uma nítida tendência de
crescimento desse grupo de pessoas. Não bastasse o grupo dos nem, nem do IBGE
(nem estudam, nem trabalham) agora temos outro grupo de nem, nem : nem fedem e
nem cheiram.
E à terceira pergunta: O que sou e para onde eu vou? Eu imagino que sou resultado
( passos evolutivos, claro) de uma ideia
e concepção divina. Creio na minha dualidade corpo e alma. A minha vida de gozo
no paraíso vai depender de minhas respostas eficazes e prósperas a segunda pergunta, onde é que eu estou e o que faço
aqui onde vivo?
Não custa lembrar que a vida é curta e a arte é breve. Pelo sim, pelo não,
não é demais a gente fazer o melhor, o mais honesto, o mais ético e generoso
para com a terra, com os animais de minha espécie e os outros animais
classificados por nós, humanos e inteligentes, como sem almas e irracionais . Os outros animais são mesmo animais
irracionais e sem alma ?
Contou-me uma vez um professor
que os mineiros(MG) são muitos existencialistas e filosóficos. Em uma placa, beira de estrada, próximo a
Belo Horizonte havia essa inscrição em uma placa : DON
CÔ VIM, ON CÔ TÔ, QUEM CÔ SÔ. Vejam que não
sou o único com essas dúvidas, minha origem, meu planeta, para onde vou.
João Joaquim médico-
cronista DM joaomedicina.ufg@gmail.com