ILUDIR E MENTIR...
A ARTE DA ILUSÃO E DA MENTIRA
João Joaquim
É interessante como o mal, o perverso, o ruim, o
que é destrutivo se aprende de forma natural, sem o mínimo de esforço. Aliás,
digo melhor, que exija até algum esforço ou sacrifício mas o indivíduo aprende
facilmente. Não importa a idade. É notório e evidente que quanto mais criança e
mais jovem mais rápido é o aprendizado. No foco dessa tese e abstração vamos
pinçar aqui alguns exemplos do cotidiano social. Todos os grandes pensadores
(Aristóteles, Platão, Santo Agostinho) são uníssonos em que ética e virtude não
são inatas na pessoa humana. Elas são valores que devem ser ensinados desde
tenra idade. Ninguém nasce com as inscrições da verdade e da justiça no
cérebro, na consciência e memória. O argumento da tabula rasa foi
usado pelo filósofo inglês John Locke( 1632-1704) considerado como o
protagonista do empirismo. Para ele, todas as pessoas nascem sem conhecimento
algum (i.e. a mente é, inicialmente, como uma "folha em branco"), e
todo o processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido através do ensino
e da experiência . A mesma tese de Jean J. Rousseau, para quem todo
homem nasce bom, a sociedade é que o corrompe. Ou por dedução também o constrói
, o educa e o torna um verdadeiro agente do bem e de virtudes.
A vida humana, mal comparada, se equipara a um balanço.
São duas pontas de uma grande haste da madeira (um pau). Num polo tem-se o
vício, no outro a virtude. O ideal seria o que? Que o lado da virtude, do bem
pesasse em absoluto e jogasse o mal para o alto. Mas, estamos a viver e
contemplar um mundo, uma sociedade onde prevalece, toda sorte do nocivo, do
antissocial, do embuste, do engano, da maldade e da mentira. Melancolicamente
os piores exemplos são os gestores da república, ou das coisas
públicas( políticos ).
E aqui poderíamos pegar exemplos e mais exemplos de
comportamentos, de condutas e expedientes voltados para todos os resultados
daninhos e nocivos à sociedade, ao país, enfim ao outro, não importa se esse
outro é meu próximo ou meu distante. Em meio a tanta perversidade que vimos e vivemos,
eu sou uma inelutável criatura que acredito e confio na vocação do ser humano
para o bem. Nós não fomos idealizados e concebidos para maltratar e aniquilar
quem quer que seja, independentemente desse outro representar um animal
de outra espécie, ser meu semelhante ou ser meu diferente, ou a própria
natureza, a terra , a ecologia, etc.
Agora, na prática, em nossa convivência diária, ao que
assistimos, o que presenciamos? Justamente intenções, cenas e fatos com a
finalidade do engodo, da burla, da mentira, da trapaça, de enganar as pessoas e
levar vantagem ( de forma antiética e desonesta) em tudo. Há de se registrar,
contudo, que deparamos também com legiões de cidadãos (ãs) honrados, probos,
honestos; não importando, o seu status sócio-econômico. Aliás, vou até um
pouco além, parece-me que nas classes mais pobres presenciamos as maiores e
melhores práticas do bem e da virtude do que entre as pessoas mais ricas e mais
abastadas. Ou será que é uma constatação ilusória de minha parte?
Mas, afinal, no frigir dos ovos e das batatas o que
temos no mundo é o incessante embate, na expressão do velho chavão, “a luta
entre o bem e o mal”. Decorrente dessa verdade atemporal e universal
foram criadas as leis, o código penal, os códigos de ética profissional.
São todos no sentido de disciplinar, reprimir e punir os desvios de função e de
conduta daqueles que trafegam na contramão do bem e da honestidade. No caso do
Brasil temos outros vícios e outros males. São leis e normais demais . Aí
criaram o que ? Os antídotos das leis e as contra-regras. Têm-se muitos
inquéritos , muitos processos , mas eles não chegam ao fim. Viram pretéritos e
retrocessos. Só mesmo no Brasil.
Agora eu pego esta deixa de constituição, código penal, e
normas de conduta e reporto-me ao múnus público. Desnecessário seria dizer,
mas, eu repriso que um funcionário público tem por função servir ao povo, à
coletividade. Não interessa se ele ocupa esse cargo por concurso ou eleito por
voto popular.
Entretanto, me apego a esta função de um agente público,
um gestor, um parlamentar, um governante eleito pelo povo. Ao que sugere, esse
funcionário público deveria se revestir de grande responsabilidade,
de senso ético , de compromisso com o exercício do bem. Simples! Ele ascendeu
àquele cargo não por obrigação, mas por opção própria. E mais, o povo, a
sociedade delegou-lhe essa função através de um voto de confiança. Confiança
gerada por promessas de bem administrar as coisas que são públicas ( do povo),
de atender às necessidades mais básicas e urgentes de uma sociedade como saúde
pública (SUS) de qualidade, segurança e educação.
E novamente, pegando a bola da vez, no caso do
Brasil dos mandatários do momento, do ex-presidente Lula da Silva e da tratanta
(trata, mas não cumpre) presidenta Dilma Rousseff. Nossa atual chefa de Estado
em conluio com o Sr. Lula e outros partidários do PT fizeram o que ? Para
reeleger a Dra. Dilma, mentiram, mentiram, difamaram, difamaram os
adversários do PSDB, iludiram o povo brasileiro, usaram o engodo de vários programas
sociais. Uma vez re-en-cas-te-la-dos em Brasília fizeram justamente o
contrário de todas as falsas promessas. Eu, a nação inteira, e até muitos
eleitores(as) do Sr. Lula da Silva e dona Dilma, perguntamos, o que merecem
esses nossos indignos gestores e executivos das coisas públicas de nosso
Brasil? Com a resposta os meus leitores e eleitores de nossos governantes,
estes de agora , que em campanhas demagógicas andaram por todo o país , mas
eleitos, andam mudos e moucos cercados de segurança, conforto, muita água e
belos palácios lá em Brasília . Eu não tenho nenhuma inveja,
prefiro continuar sem pompas, pobre , mas honesto e honrado.
João Joaquim -médico e articulista do
DM joaomedicina.ufg@gmail.com