MÃE TERRA.. SOS
TERRA ,UM ORGANISMO
VIVO E PULMONADO
João Joaquim
Vivendo, viajando, observando e aprendendo. Tudo no
gerúndio. Aliás, como se abusam dessa forma nominal dos verbos em nossos tempos vasqueiros de cultura . Liga-se para
uma empresa qualquer e vem logo aquela resposta que causa uma certa arrelia nos
ouvidos mais escolados: vou estar encaminhando seu pedido ou sua ligação
para a sessão tal. Às vezes, o cliente ligante responde, então tá, vou estar
esperando. Mas, tem momento e contexto em que o gerúndio cai até bem. E assim
começo esta matéria com quatro gerúndios. Vivendo , viajando ....
Uma semana dessas bem fria
estive em um dos hotéis da Pousada do Rio Quente-Go, onde aliás de quente só
havia a água e o preço das coisas. Queria entender o porquê das mercadorias ali terem custos tão exorbitantes. Isto
porque a atração maior e principal
entretenimento são as águas termais. Um presente da natureza que jorra em
abundância sem nenhum gasto adicional. Extrativismo natural em cascata de forma
graciosa. Mas, deixemos essa exploração ou especulação (espoliação) de nossas
fontes hidrotermais e das pessoas, à parte, e falemos de outros legados daquele
mimo da natureza.
Antes disso uma observação: e esta constatação eu não consigo entender o arrazoado da questão
de não se vender revistas e jornais em Rio Quente. Eu até hoje ainda não
consegui me adaptar a todas as ferramentas da modernidade: nem aos instrumentos
das plataformas digitais. Telefone móvel por exemplo. Eu só uso celular como
telefone, aquele recurso inventado por Graham
Bell de falar com alguém a
distância. Smartphone, iPhone; não sei nem usar. Tablet e iPad, não fazem parte
de meu sonho de consumo. Não sei se isto é bom ou ruim. Para mim não fede nem
cheira porquanto não me fazem a menor falta tais objetos de informática. Além
do que o dólar e os combustíveis continuam em alta de mesmo jeito.
Em
face então dessas
minhas características, assim que tomei o café da manhã no hotel( um
deles, da Pousada Rio Quente) me dirigi á recepção em busca de um
jornal
para ler, como o faço de hábito. Não havia jornal, nem para
funcionários, nem
para os hóspedes. E mais, nos outros hotéis daquele resort não existe
nenhuma
revistaria ou venda de jornais. Indaguei então de um funcionário onde
poderia
comprar um noticiário . Ao que ele me respondeu ser possível encontrar
tal raridade na própria cidade de Rio Quente.
Para encurtar o fato: perambulei por todo o comércio central daquela
turística
aglomeração urbana e necas de algum noticiário impresso. Moral dessa
história:
parece que nos hotéis da Pousada do Rio Quente são proibidos jornais
impressos.
Não se pode ler notícias enquanto ali hospedado. Mas, há outra
hipótese. É possível que os gestores daquele paradisíaco
ecoturismo e hotelaria tenham já abolida a imprensa impressa em papel .
Será ?
Seria um má notícia.
Tudo o mais naquelas
hospedagens padrão 4 ou 5 estrelas é puro regalo, prazer e felicidade.
Inclusive a contemplação das estrelas à noite. Para os ainda não sapientes, informo que aquelas águas, naturalmente
aquecidas, são de origem vulcânica. Seriam como lavas hídricas. Acredito, como
médico e paciente, em suas propriedades
medicinais. Além do que é a melhor forma de hidroterapia. Têm-se por exemplo
temperaturas variadas e as massagens musculares nas cascatas naturais. O efeito
é muito reconfortante. Melhoram-se o sono e os apetites . Ao que parece existe
um efeito sildenafílico ( potência e libido) , resultado provável de uma
vasodilatação sistêmica e dos órgãos genitais.
Sobre os elementos Terra, Água e o Ar. Eu penso e tenho a
mesma convicção de Leonardo Boff (teólogo e escritor) de que a terra é um
organismo vivo. Ela tem metabolismo, respiração e um coração que pulsa. Ao
banhar desta vez naquelas águas termais eu pude ter esta certeza. Por exemplo,
nas piscinas naturais, onde os fundos das águas não foram concretados e
revestidos com cerâmica. Naquele manancial eu me pus a contemplar a
respiração da terra. Dá para sentir e ver este órgão vital de nosso
planeta. Para tanto basta ficar em
silêncio, ver e ouvir as bolhas e o
murmúrio de ar que brotam do fundo daquelas águas. São os ciclos respiratórios
da inspiração e expiração de nosso planeta, um organismo vivo e pulmonado. Pena
que a cobiça, a especulação e a ambição do homem estão envenenando esses
tesouros da natureza. A terra pede socorro, e se nada for feito de prevenção
morreremos com ela intoxicados de gás carbônico (CO2) e outros elemento
tóxicos.
Que risco e que pena! Junho/2015