DEVASSOS E LIBERTINOS DA WEB
VIVA A
INTERNET, XÔ DEVASSOS E LIBERTINOS
João
Joaquim
Fala-se
que a humanidade (coletivo de pessoas) sempre teve seu lado pobre. Seria uma
condição inerente ao bicho-homem, este animal classificado de racional, mas
eternamente incompreendido e indevassável na sua plenitude? Eu
acredito que nunca a Biologia, as Ciências Médicas e a Neurociência se
debruçaram a estudar tanto o cérebro, as emoções e o comportamento humano. O
que fica patente é que muito se estuda , um pouco mais se
sabe, mas muito se tem a descobrir.
Como já bem
comprovado, todos os sentimentos e valores que distinguem o ser humano dos
demais animais estão centrados no cérebro. Esse tipo quartel-general
(QG) que regula todo o organismo e as mais distintas sensações .
O que se tem
de instigante para os cientistas é que este, sim, é um órgão que ainda guarda
muitos segredos e mistérios. A exemplo do cosmos, ele dificilmente se deixará
ser explorado por inteiro. Continuará por séculos e séculos a ser uma fonte
infinita de busca. Cabe às Ciências e seus pesquisadores continuar na
insaciável sede por mais e mais descobertas.
Falar de
cérebro é melhor deixar para especialistas no assunto. O interesse
aqui volta mais seletivamente para o comportamento das pessoas e não tem melhor
momento para estudá-lo do que nos dias de hoje, época em que a interação e
comunicação interpessoal se tornaram tão massiva, tão fácil e em tempo
espontâneo e real. É a era da tão propalada internet, da virtualidade com suas
badaladas e globalizadas redes sociais( facebook, whatsApp).
As relações
humanas ,a ética e a moral, a intimidade sexual das pessoas cada vez mais têm
ocupado laudas de revistas e jornais, painéis de debates na televisão e rádio e
sobretudo na internet. Diversos especialistas, profissionais e mesmo os
cidadãos comuns têm debatido tais questões, temas que antes não tinham tanta
visibilidade por censura, rejeição ou mesmo beirando ao que se poderia considerar
tabu.
A internet
com seus múltiplos aplicativos e redes sociais tem sido esconjurada e
considerada uma vilã em toda forma de depravação e subversão das relações e
sentimentos das pessoas. Parece, para muitas pessoas, que ela é a
grande culpada pela devassidão, libertinagem e prostituição de seus(as)
usuários(as). Eu sou um daqueles que já fiz críticas acerbas e duras sobre esse
poderoso veículo de comunicação como instrumento das mais vis perversões de
comportamento, de ataques às pessoas, de futilidades, sexismo(pornografia) e
outras baixarias. Eu não quero me constituir como advogado do diabo (internet),
mas faço nessa questão a seguinte provocação: a internet é de fato culpada pela
subversão de valores sociais ?. Ela e todas as mídias de comunicação vieram
para deturpar ou corromper as pessoas, enfim, a sociedade ? Voltemos ao
tema ao final do texto . Estaria se cumprindo a sentença de
Rousseau “ todo homem nasce bom , a sociedade é que o corrompe “ ?
Antes, um
passeio pelas narrativas históricas de algumas relações humanas, de casos
amorosos, de infidelidade conjugais e outros enredos do gênero, alguns nada
republicanos.
Nos
primórdios da História temos por exemplo os relatos nada edificantes da
rainha Cleópatra(Egito, família dos Ptolomeus), lá nos idos tempos
dos faraós. Era a época do apogeu do império romano. Falava-se por exemplo
das(os) amantes do imperador Júlio Cesar. Lenda ou não, mas dizem
que Júlio Cesar era homem de muitas mulheres e mulher de muitos
homens.
Nas
monarquias britânicas(Inglaterra) é bem documentada a conturbada relação
amorosa de Henrique VIII(1491-1547). Em função do rumoroso conflito conjugal
desse rei houve até um cisma, uma ruptura da igreja católica da época. Tudo
porque o papa se negou a que Henrique VIII se casasse em
segundas núpcias com Maria Bolena. Em função dessas dissensões
morais e religiosas, Henrique VIII provocou um racha na igreja e fundou a
chamada Igreja Anglicana, uma versão da católica da época, e Ele(o
rei) se tornou o chefe dessa nova igreja. Essa divisão e
dissidência vigoram até hoje.
Na História
do Brasil temos os relatos em documentos epistolográficos das relações
extra-conjugais de D. Pedro II com a condessa de Barral, cuidadora e
preceptora dos filhos do imperador. Leia a obra de Mary
Del Priore Condessa de barral ou Condessa de Barral, trinta
anos de um relacionamento lendário com o Imperador do Brasil,
D.Pedro II, ocupante do trono brasileiro entre 1840 e 1889.
Dando o
salto para nosso dias, é notório o caso do ex-presidente Bill Clinton com a
ex-estagiária da Casa Branca, Mônica Levinski ( janeiro de 1998). Por pouco
Clinton não foi destituído do poder. Ele se salvou por pouco. Como
amplamente divulgado o ex presidente tinha encontros sexuais com Mônica nos
recônditos da Casa Branca.
Um caso
muito bombástico que cheirou a uma tragédia de Shakespeare ocorrera
na nossa História recente. Foi o que sucedeu no traumático impeachment do
ex-presidente Fernando Collor. Boletins e jornais, na época, noticiaram
que o Sr Collor tinha uma relação ou teve encontros amorosos com a sra. Thereza
Collor, esposa de Pedro Collor, irmão do ex-presidente. Como retaliação Pedro
se tornou um delator do próprio irmão sobre suas traficâncias com
PC Farias, empresário e ex-tesoureiro das companhas do ex presidente Collor.
O que
mostram os casos pontuados? Que o animal humano é um animal perfeito, com um
cérebro prodigioso, mas capaz de condutas e comportamentos de pura imperfeição
, plenos de vilania, imoralidade, ilicitudes e outras baixezas as mais indignas.
Os episódios amorosos extra -conjugais desses personagens históricos bem
demonstram que os desvios comportamentais e morais das pessoas está
no DNA desse incompreendido animal, a um tempo racional e sentimental , mas,
também sujeito a se tornar degenerado e pervertido nas
suas relações . É a inteligência a serviço do mal.
Portanto,
sem ser defensor, ou advogado de que quer que seja, eu absolvo a
internet e suas redes que foram concebidas como utilitárias e para o bem. Parte
das pessoas, é que sempre foram, são e serão promíscuas, infiéis, fúteis e
capazes de atos e gestos os mais sujos e bestiais do planeta. A questão maior
está na natureza e caráter do homem que, tendo agora esse poderoso veiculo de
interação social e comunicação não se vexa e não envergonha de perder todo o
pudor , o recato e a honra em mostrar por fora e por dentro, em todo seu íntimo
, em todos os seus mais baixos instintos. Que
vivam a internet e suas mídias, que se vexem os devassos , os
desavergonhados e libertinos de antes e de hoje.