quarta-feira, 30 de setembro de 2015

CONSUMO CONSCIENTE...

ALGUM BANCO PODE ME DAR  UM CHEQUE-ESPECIAL ?

João Joaquim 

 Volta e meia eu ponho-me a pensar com meus molhos de chaves e botões sobre o comportamento das pessoas como consumidoras e os motivos de seu consumo. Eu penso que estamos vivendo uma verdadeira piração quando a discussão envolve consumo. Não falo nem só de Brasil. Trata-se de um comportamento humano. Ele é universal e revela nossa inclinação e caráter em ser manipulado e sugestionado pelos outros e pelo marketing .
Nossa sociedade do consumo com seus estímulos para as compras sofre do que ramos da psicologia comportamental  chamam de efeitos da manada. Existe nessa tendência, um fenômeno: repetir  o destino de seus pares, como reses em uma boiada. Vez e outra alguma desgarra do pelotão com rebeldia. Aí o peão(propaganda) a traz à manada a laço.
O fenômeno do hiperconsumo tomou conta das pessoas. Ele representa nesses tempos virtuais uma verdadeira neurotização do indivíduo. Não se sabe o que nem por que consumir. Para explorar essa debilidade da personalidade das pessoas surgiram outras classes de pessoas. São aqueles grupos(pessoas jurídicas) que exploram esse lado fraco de todos. Temos então as empresas do ramo do consumo. As mais antigas ao que parece foram uma invenção dos judeus( ou dos italianos). São as instituições bancárias e os crediários . Os bancos estatais ou privados vendem dinheiro aos consumidores. O dinheiro que os bancos vendem é o produto (ou commodity) mais caro do mundo. E não há crise nesse negócio porque uma ou outra hora o sujeito estará em dificuldade e terá que recorrer ao banqueiro para pedir (comprar) dinheiro, a que deram o nome de empréstimo ou financiamento .
Os bancos são empresas, sejam oficiais ou privados, que exploram a infelicidade, o infortúnio das pessoas. Isto a falar daquelas necessidades básicas ou prementes.
Por exemplo, na aquisição da casa própria ou para saldar uma dívida. E olha que hipocrisia! Na compra da casa própria, este bem é alienado porque o dono legítimo do imóvel é o banco financiador. Se o mutuário não pagar à instituição financeira, esse bem é tomado  de volta, a preço subestimado para saldar a dívida. Não fica só nisso. Para explorar a fraqueza do caráter humano nos quesitos de consumo os bancos criaram o chamado cheque especial. E aqui vejam a armadilha do termo. Cheque especial para quem? Para o banco ou correntista? Eu gostaria imensamente de um dia ter um banco que me concedesse um limite de 20.000, por mês sem juros. Os bancos representam os mais perversos e desonestos usurários (agiotas) desse planeta e nós, usuários (consumidores idiotas), desse sistema. Tudo sob o pálio do Estado e com os beneplácitos das leis.
Ainda dentro do sistema financeiro, quer outra ironia desse mercado explorador? Os tão badalados e traiçoeiros cartões de crédito. Quanto engodo e escárnio dos frágeis e tolos consumidores. Na verdade deveriam chamar cartões de dívida. São juros abusivos, todas as operadoras atuam em cartel com os bancos e se o inadimplente não pagar, eles por força contratual e com amparo da lei, levam até cuecas, calcinhas, os dedos e anéis do devedor.
Enfim o tema é por demais vasto e o pouco que se disse aqui não basta para trazer à baila a relação desonesta e de exploração que existe entre não só no sistema financeiro mas em muitas outras indústrias e comércio com a ponta derradeira e mais fraca dessas operações que é o consumidor.
O que se quer deixar como mensagem e força moral aos pais das novas gerações é a educação dos filhos para o consumo racional e consciente. Hoje, com os múltiplos meios de comunicação (TV, internet, mídias virtuais) existe um apelo desmedido para a  aquisição de muitas futilidades.
Há alguma futilidade que tem até alguma utilidade (minhas escusas pelo paradoxo). O que se condena pelo lado de toda forma de indústria e comércio são as propagandas aliciantes, apelativas e enganosas. Pela ponta mais fraca dessa relação, os consumidores, que não resistem ao marketing para a compra de tudo, tenha ou não o cliente provisões financeiros para essas aquisições. Somos um país com o maior índice de inadimplência e endividados do mundo. Se não acordarmos para essa realidade o desastre está muito próximo  ; com esse governo inepto e incompetente(do PT) então o que anda ruim poderá se tornar muito pior ( lei do Murphy).
Eu deixo como exemplos as seguintes situações: por que trocar de carro todo ano? Considerando que um automóvel de dois ou quatro anos vai resolver a necessidade de transporte do mesmo jeito? Por que o celular tem que ser o de grife e de última geração se com aquele usado de 2 anos eu falo do mesmo jeito com as pessoas ?
Eu , na dúvida, nessa manada de consumidores, prefiro continuar uma ovelha desgarrada do rebanhão de idiotas, mesmo que tentem me arrebanhar a laço.                                  set/2015   

João Joaquim 

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