A PÓLVORA...
UMA HISTÓRIA DE PÓLVORA , O ANÃO
QUE VENCEU O GIGANTE
João Joaquim
Há certas invenções ou
ideias que vale o esforço de pesquisa ou busca por quem foi o
primeiro criador, idealista e inventor. E não precisa ser grande engenheiro ,
inventor , ou uma enorme máquina para ver a sua importância. Basta que
essa criação tenha uma utilidade para toda ou quase toda humanidade. Vamos
pegar como exemplos dois extremos em termos de grandeza e custo de produção. Um
submarino e um iate, uma panela de pressão e um chuveiro elétrico. Quais desses
quatro inventos têm mais alcance social? Eu não conheço submarino nem iate.
Chuveiro e panela de pressão me trazem benefícios desde a infância. Eu
tenho curiosidade pelos idealistas e autores desses dois últimos
utensílios domésticos. Na minha concepção foram dois grandes benfeitores da
humanidade pelo tanto de pessoas beneficiadas. Não que o submarino ou o iate
não sejam úteis. Eles são , mas para que, para quem e para quantas
pessoas ?
Peguemos o prêmio Nobel de
Medicina de 2105. À primeira vista soa
uma descoberta simples. Os laureados foram William C. Campbell, Satoshi Omura e dra Youyou Tu. Campbell e Omura isolaram o
vermicida Ivermectina no tratamento da oncocercose ( cegueira dos rios) e da
filariose( elefantíase ). Youyou Tu, descobriu a artemisina , no tratamento da
malária. Pronto. Torna-se dispensável tecer louvores a esses descobridores do
quanto de benefícios eles trazem para a humanidade.
Em outros extremos eu não
tenho a menor vontade e interesse em quem teve a ignóbil imaginação. Pólvora , dinamite
e armas de fogo por exemplo. Quanta desgraça trouxeram para a humanidade.
Sobre a pólvora há uma estória
que cheira a verdade. Desacredite quem for cético. Conta-se que em um
reino, lá pelas terras da China, havia um gigante e um anão, e este era
humilhado e sovado pelo grandão. O pequenino não aguentava mais de tanto
apanhar. Até que um dia apareceu-lhe um anjo das trevas e lhe ensinou um meio,
no caso uma substância (na verdade uma composição de nitroglicerina) com a qual
ele poderia vencer o tirânico gigante. Recurso aprendido e empregado no próximo
confronto. No primeiro encontro com seu antigo carrasco não deu outra. Ao
primeiro safanão que o anão levou, ato contínuo ele detonou uma bomba nos pés
de seu algoz espatifando-o pelos ares. Foi daí que surgiu a pólvora. Uma
diabólica invenção.
E assim perpetuou a humanidade
nos seus confrontos. Hoje, a pólvora e sua parente como a dinamite e os
artefatos atômicos continuam fazendo a diferença. Algo terrificante de se
constatar e de ver até nos meios diplomáticos. Quer exemplo mais claro do
que a Coreia do Norte( ou da morte)? Volta e meia assistimos às bravatas
e escaramuças do ditador Kim Jon Un em encenações e , se preciso for, empregar
suas bombas atômicas. Como consequência, pelo medo do diabo colocar
seu plano em ação, os gigantes ocidentais (EUA por exemplo) se recuam e nada
podem fazer contra as atrocidades e paranoias daquele regime. O mesmo se dá com
muitos outros tresloucados terroristas como os do Isis, e fundamentalistas que
volta e meia detonam seu artefatos vitimando dezenas de pessoas inocentes.
Um outro invento que não tenho o
menor esforço um saber da infeliz ideia foi a tal de arma de fogo portátil. Se
observarmos de forma realística foi uma concepção diabólica mesmo. A
produção em massa de armas de fogo se dá no mesmo espírito do embate
(estória) do gigante x o anão que apanhava. Vamos à estatística
brasileira. O número de homicídios e feminicídios no Brasil por ano se equipara
ao de qualquer registro de guerra, 50.000 mortos/ ano. No Brasil,
temos uma legislação no mínimo bizarra, de absoluto contra senso, quanto ao uso
de armas de fogo . Ao cidadão de bem e honesto é proibido o porte e posse de
arma de fogo . Para o bandido não faz diferença. Um crimezinho a mais por
andar com arma roubada pouco lhe fará diferença.
Agora loucura e esquisitice maior
se dá nos EUA. Lá não há tantos bandidos e tantas leis (não cumpridas ) como
aqui. Todavia, todo cidadão com CPF ou RG e endereço pode ter uma
pistola ou um fuzil. Numa análise rasa e simples, vá lá entender o que pensam
os legisladores americanos, um país considerado o maior guardião da democracia,
o maior representante e membro mais forte da ONU, o mais eloquente defensor dos
direitos humanos. Com todos esses predicativos, o país acha normal cada
americano ter e portar quantas armas de fogo ele quiser.
Não é sem razão que volta e meia
ocorrem assassinatos brutais, execuções e carnificinas por algum psicopata em
escolas e outras instituições. É a típica estória de algum gigante,
metaforicamente falando( escolas, supermercados, órgãos públicos) que se vê
atacado pela pólvora de algum anão instruído e inspirado pelo
diabo. Que horror. out/2015
João Joaquim - médico