ÁGUA DE MARTE
A ÁGUA DE MARTE NÃO ESTÁ PRA PEIXE
João Joaquim
Esta primeira quinzena de outubro/2105 está
sendo uma daquelas semanas de muitas notícias bombásticas. Algumas já
previsíveis. Como exemplo a mortalidade do trânsito de 2014( 58000 mortes) além
dos feridos, mutilados e inválidos permanentes; PIB em retração; alta da
inflação; presidente da FIFA afastado do cargo; a do Brasil em vias de sê-lo
depois da derrota em 4 órgãos públicos: congresso, TSE, STF e TCU. Algumas
coisas andam em alta. Por exemplo, o desemprego, a insatisfação do povo , a
desgovernança fiscal do governo petista (leia-se Dilma e Lula), todas as
manobras contra a impeachment de nossa presidenta etc.
Uma notícia no entanto me despertou interesse, em
que pese haver quem vai discordar de mim. Acharam água em marte. Água vírgula,
não aquela água potável, que passarinho e outros bichos podem beber. Na verdade
uma solução salina muito concentrada ou salmoura. Esses sais seriam o clorato
de magnésio, perclorato de magnésio e perclorato de sódio. Por ora são dados
supositícios e os supositórios são dos próprios cientistas da NASA ,
porque nenhum humano ainda provou do tal líquido.
Agora eu não compreendi porque de tanto fuzuê e
outros estardalhaços promovidos pelos cientistas da NASA. Para quem não
assistiu basta clicar no portal da NASA/Discovery que estão lá as cenas de
vivas e confraternizações entusiásticas pelo achado. Um feito
de fato cosmológico .
Já tem gente imaginando expedição turística para o
planeta vermelho. Talvez fazer por lá algum paraíso fiscal, colônia agrícola
para presos da operação lava-jato e outros empreendimentos. Calma pessoal!
Porque a coisa não é tão fácil quanto supõe o otimismo de cientistas
americanos. Eles são capazes de muitas ideias, mas nem todas possíveis. O nome
do planeta vem do latim e significa na mitologia romana o deus da guerra. Ele
tem dois satélites Fobos e Deimos . Bons nomes para se colocar em
crianças daqui para frente.
Algumas características cosmográficas são interessantes
para os desejosos da viagem. A primeira é a distância. São 225 milhões de km da
terra. Cifra que, às vezes escapa à nossa percepção. Para nossa imaginação ,
vamos primeiro a uma unidade de milhão. A nave espacial viaja, 10 mil, 900 mil
quilômetros, mais 100 mil e temos um milhão. Esta é apenas uma ducentésima
vigésima quinta parte da distância (225ª parte). Ainda não acabou a
viagem. Multiplique esta distância por 225; pronto, é o fim da odisseia.
Viajando a 25.000 k/h com um ano se chaga lá. E a temperatura? Média de 60
graus celsius negativas. Gravidade: um terço da terrestre e como consequência,
atrofia óssea e muscular e morte.
Ou seja viajar para o planeta de fogo só se
for por condenação a pena de morte com transitado em julgado. Pelo menos o réu terá uma morte
marciana. Já imaginou para a biografia do executado. Morreu asfixiado e
congelado em Marte.
Outros dados de interesse. Radioatividade 15 vezes
ao que se expõe em uma usina nuclear; como consequência vários tipos de
neoplasias e câncer e malformações genéticas. A água, se existente é muito
tóxica. A atmosfera tem 95% de CO2 e menos de 1% de O2. Feita essa sumária
resenha sobre o nosso planeta vermelho, eu prefiro ser como recomenda mr Jim
Green, diretor da Nasa , mais cautela e menos euforia.
Ou quando muito continuar assistindo a
perdido em Marte com Matt Damon ou me divertir com as ficções do escritor
Arthur C. Clarke (1917-2008).
Enfim, falando a verdade pura e real, eu penso que
o homem aqui em nosso planetinha terra tem muitas e muitas outras coisas e
questões possíveis de resolver do que sonha a vã e ineficaz empreitada
americana de achar vida viável no inóspito, insólito e perigoso planeta Marte;
isto porque a água lá não estará nunca para peixes e muito menos para os
humanos.
João Joaquim - médico - articulista DM