Piadas Rio 2016
PIADAS RIO BRASIL 2016 - NOSSA OLIMPÍADA E A PEDAGOGIA
DAS COISAS
João Joaquim
Sabe aquele princípio de interpretação das coisas?
Nasce um fato. Aí as pessoas interpretam errado e enxergam outra
coisa em vez da primeira coisa. Trata-se nessa questão específica da intenção e
objetivo dos acontecimentos. Vamos a alguns fatos para mais clareza de
interpretação.
Com efeito foi noticiado recentemente que uma empresa de
softwares, de nome Consist, à prova de fraude, foi contratada pelo
ministério do planejamento para gerenciar a folha de pagamento de funcionários
federais. E a notícia é de que ela fraudava as operações de empréstimos
consignados dos servidores. Vejam quanta maldade da imprensa e da opinião
pública.
A coisa para não embaralhar muito mais as coisas funcionava
assim: essa empresa contratada ---relembrando, à prova de fraude---descontava
nos empréstimos consignados de funcionários públicos uma taxa de cada
servidor, em valor bem acima do que fosse justo. A soma dessas cobranças
fraudulentas era desviada para o partido dos trabalhadores (PT), conforme
declara o Ministério Público, sob o comando do ex ministro(Planejamento) Paulo
Bernardo, aliado de Lula e Dilma.
Ora bolas! E por que é maldade da imprensa e da opinião
nacional? Trata-se de questão de interpretação. Qual foi a finalidade ou função
da Consist? Seu papel consistia( com trocadilho mesmo) em evitar fraudes ou
desvio de dinheiro. É aqui que entra a chamada pedagogia das coisas. O que
fazia a contratada, anos a fio? Cobrava as taxas superfaturadas das
consignações e desviava o montante fraudado para o partido das trabalhadores
(PT), em tempo: assim o declara os procuradores federais.
Como era a única firma empreitada pelo ministério do
planejamento para tal missão, ela pura e ilustrativamente ensinou o que é uma
fraude oficial e como se desviava recursos para o partido do governo, ou seja,
pura maldade, má interpretação e veiculação aleivosa da imprensa.
A fraude foi descoberta pela operação custo Brasil e
pela polícia federal, no mês de junho de 2016. Segundo o ministério público, os
desvios chegam a R$ 100 milhões. O fecho e desfecho da bombástica operação se
deram com a prisão de Paulo Bernardo, ex ministro do planejamento. Mas, ele foi
solto logo em seguida se dizendo não saber de nada, a exemplo de outros ex
mandatários da nação. Mas isto não é novidade. Explicam os defensores dos
acusados que a coisa não é bem assim nem bem assado.
Agora corre a olimpíada Rio 2016 e mais interpretações
enviesadas, mais interpretações equivocadas de fatos ali ocorridos mesmo antes
dos jogos e das contendas. Aproveito e mando meu abraço ao povo de Olímpia
(Grécia) e a zeus e seus deuses do olimpo. Agora não se pode é apagar o fogo da
pira cedida por Prometeu.
As agências de notícias de olho aqui, ali e alhures dão conta
de que vários apartamentos e prédios da vila olímpica (RJ) foram entregues
inacabados. Eram problemas hidráulicos, de vazamento de água, de higiene, de
tomadas elétricas, de cozinhas sem ter como e o que cozinhar, de lixo jogado a
céu aberto, de teias de aranhas; enfim minudências de somenos
importância. Mas, não faltaram discursos e argumentos. O prefeito Eduardo Paes
prometeu até cangurus à delegação Australiana. Entre as minudências de menor
valor foram noticiados também um incêndio em um lixão de um prédio da vila
hospedeira dos atletas e uma casa de prostituição fronteiriça às janelas
dos apês dos olímpicos competidores .
Em suma, resumido e franco: trata-se em pura questão de
interpretação e da pedagogia das coisas. No caso da Consist, a empresa
contratada pelo governo, à prova de fraude e corrupção. Ela fez a sua
pedagogia, ao corromper-se para o PT, ela apenas mostrou como se faz desvio de
dinheiro de forma oficial e profissional. Imagine-se que um sujeito tenha um
relógio à prova d’água , o que ele faz para a demonstração dessa
segurança? Usar algum artifício que faz a água danificar o relógio, pura
pedagogia das coisas.
No que foi registrado e divulgado sobre as obras da vila
olímpica. A insegurança nas instalações dos apês, a falta de descargas nos
banheiros, a inadequação das tomadas elétricas, o incêndio do lixão, o bordel
com participação de menores; são fatos e coisas naturais de nosso Brasil. São
ocorrências da tolerância( lembra-me casa de tolerância) de nossos
governos de todas as esferas: municipais, estaduais e federal .
Em resumo, o que estão fazendo é a pedagogia das coisas e
mostrando fielmente quem somos, em cultura, em disciplina, em organização, em
política de toda ordem; apenas isto.
Eduardo Paes em recente entrevista disse ao jornal
inglês The Guardian, “sim, nós perdemos. Esta [Olimpíada] é uma
oportunidade perdida para o Brasil. Não estamos nos apresentando bem” . Também
não disse nada de novo. Sempre foi, é , e o será com os gestores da República(
res publica), das coisas públicas, que se tornam privadas para os políticos,
gestores da nação e toda sua claque .
Lars Grael, medalhista olímpico de velas nas Olimpíadas
de Seul e de Atlanta, disse que será “uma competição de vela com obstáculos”.
Isto considerando que a Baia de Guanabara, um local das competições tem desde
garrafas pets , coliforme fecais, plásticos de toda ordem, até sofás, ferros
velhos e geladeira, quando não algum cadáver humano. Enfim , o Brasil está
dando um banho de pedagogia das coisas, quem somos, de onde viemos e o que
fazem nossos homens públicos com o dinheiro roubado das estatais. Da petrobras,
eletrobras, da hemobras, e outras cias bras.
Fico imaginando o Prometeu que roubou o fogo aos deuses
do olimpo e nos repassou heroicamente. Cada basbaque que carregou e até caiu
com a pira . Meu zeus! Ah! aquele legado das Olimpíadas chamado
corrupção, virá depois. A operação Lava-Jato está aí para isto. Esperemos
com calma.
Agosto /2016.