Adoção e Parição
PARA ADOÇÃO DE FILHOS
NORMAS RÍGIDAS, JÁ PARIR E JOGAR NO LIXO E NO MUNDO ...QUANTA INSENSATEZ
João joaquim
Chega a ser no mínimo esquisito e esdrúxulo certas realidades
ou leis no Brasil, quando o foco de que elas tratam tem a mesma natureza
ou muita proximidade. Para isto basta tomar alguns exemplos bem vigentes em
nossas terras tupiniquins . Estamos a falar do Estado brasileiro. Será que há
outros países com iguais bizarrices. Eu desconheço.
Primeira bizarrice, o
código de trânsito brasileiro que trata da embriaguez ao volante. Falo
mais especificamente do bafômetro para mensurar a alcoolemia do motorista
embriagado. Expressa a lei que “dirigir embriagado é crime.” “ Mas, todavia,
entretanto, contudo” , nada fala do
motorista sob efeito de maconha ou cocaína. Quanta esquisitice! Deveria haver
bafômetro ou dosímetro sanguíneo para outras drogas ilícitas. Não há! O que
traz mais risco um ébrio ou um adicto em cocaína e outros baseados?
Segunda bizarrice, o efeito e aplicação do código penal
para os ricos, as autoridades e os políticos; mesmo aqueles figurões que
deixaram os cargos
de governo, mas guardam uma certa aura como intocáveis, e
imunes em cumprir penas na cadeia.
Uma terceira excentricidade que trago à baila em
questão de regras, leis e exigência de nosso Brasil refere-se ao tema de adoção
de crianças (filhos). Na verdade quer-se fazer um paralelo, um confronto
entre as exigências e formalidades na prática e políticas da adoção e a
absoluta falta de iniciativas do governo no controle de natalidade
e planejamento familiar. A insignificância ou ausência de normas estatais nesse
sentido( permissividade de gravidezes e parição de filhos) é tão real, que não
se fala em tais políticas. São expressões, palavras ou informações que as
pessoas mais carentes e sem assistência do SUS não conhecem. Falar em
planejamento familiar ou controle de natalidade para quem de fato precisa(
pobres, desempregados, empregados de salário mínimo , analfabetos, até inaptos
para gerir a própria vida) é falar grego ou latim.
Regras da adoção, como elas se dão? As varas de
juizados da infância e juventude criaram as 10 normas nessa política. Elas
lembram o decálogo do profeta e legislador Moisés. Êi-las. Regra(R) 1, 0
casal ou pessoa toma a firma decisão em mente. R2, Faz-se um cadastro com os
documentos exigidos, que não são poucos . R3, Pode-se escolher o perfil da
criança. Recomenda-se prolongada reflexão e até se aconselhar com outros pais.
R4, Exige-se uma entrevista com uma ampla análise da pessoa ou casal. Nessa
entrevista faz-se uma avaliação psíquica emocional, social e econômica do
candidato(a). R 5, Aguarda-se o laudo final do item R4. Se favorável o juiz
dará também o seu certificado de habilitação para adoção. R6, Caso reprovado no
laudo psicossocial e do juizado o candidato pode recorrer e recandidatar a
adoção. R7, A espera na fila de adoção, fica a cargo do juizado. Pode-se também
adotar uma criança conhecida do candidato. Nesse caso se faz um pedido ao juiz,
através de um advogado. R8, A espera do filho, que aliás pode nunca chegar, a depender
do perfil escolhido. R9, Convivência e socialização com o futuro filho. Essa
etapa inicia com o contato com a criança onde ela estiver abrigada. Passa a uma
convivência em casa do(s) futuro(s) pai(s) e pode durar meses até um ano,
quando então se faz a adoção definitiva. R10, Guarda definitiva, com nova
certidão de nascimento, já com sobrenome da família. É possível a troca do
primeiro nome.
Como se vê ter um filho adotivo envolve um processo longo,
penoso, exigente e burocrático. Defeituoso, injusto e inútil? Não e não!
“Todavia, entrementes, contudo” , porque não se aplica as mesmas regras no
controle de natalidade e planejamento familiar das classes mais carentes,
pobres e miseráveis. Trata-se de um dever do Estado e direito do cidadão. A
banalização que o Estado tem no tocante a responsabilidade de gravidezes
indesejadas e impróprias é tamanha que recém-nascidos são paridos e deixados no
lixo e abandonados pelas ruas. Isto é uma prova da criminosa omissão e pouco
caso de nossas politicas com a saúde das pessoas, da mulher , das gestantes e
crianças , que são recolhidas em abrigos e oferecidos para adoção, com as
exigências; que em se tratando de Brasil beira ao insensato e ao absurdo.
Qualquer miserável, vagabundo, drogadito, desemprego ou
alienado mental pode ter 4 filhos, 6 filhos, 10 filhos e criá-los como animais,
porcos e cachorros. O Estado se torna totalmente omisso nesse descalabro, nessa
derrocada social e humanitária. Por isso, continuam a aumentar as legiões de
analfabetos, desempregados, delinquentes e os nem, nem. Os que nem estudam e
nem trabalham. Todos com uma grande contribuição de governantes populistas,
demagógicos e corruptos. Só mesmo no Brasil.
Tem governante que em
seus discursos se ufana dos mais de 200 milhões de brasileiros. Deveria se
envergonhar dos milhões de analfabetos, excluídos de trabalho, escolas e outros
indicadores humanitários e de boas políticas, como ensino, assistência médica e
qualificação profissional. Bom seria se
fôssemos metade do que somos, mas com todas as crianças e jovens nas escolas,
força de trabalho empregada e os mais idosos com aposentadorias dignas e cuidados médicos éticos oferecidos pelo
SUS, um direito de todos, previsto na nossa Constituição . Agosto/2016.
João Joaquim - médico - articulista DM facebook/ joão joaquim de oliveira WhatsApp (62)98224-8810