RELIGIÕES....
AS CRUZADAS RELIGIOSAS DOS TEMPOS
DIGITAIS
” Caminhos para combater a intolerância
religiosa no Brasil”. Este foi o tema da redação do ENEM 2016. Explicando para
a posteridade, Enem é o exame nacional do ensino médio. Através da nota do ENEM
é que se classifica para o ingresso nos cursos universitários. Trata-se de um
avanço do Brasil. Nada mais que um tipo de teste de suficiência como meio
de o jovem ter acesso ao ensino superior, tanto nas universidades públicas como
nas privadas, nestas que tem convênio com o fundo de financiamento para o
ensino superior- FIES.
Caminhos contra a intolerância
religiosa. Os caminhos e formas de discriminar, criminalizar e rejeitar outras
religiões fazem parte da história do próprio homem. Sempre se tratou de uma
autêntica piração( ops, perdoe-me a gíria) . Eu como pessoa e indivíduo, ou
um grupo, uma comunidade, uma organização, até mesmo um Estado
achar que a religião certa e única é a minha parece uma concepção
esquizofrênica . Bem assim esse grupo, organização ou Estado encampar e admitir
tal expediente.
E tomando o estado oficial como
exemplo temos os Estados teocráticos. A república democrática (leia-se
teocrática) do Irã dos Aiatolás faz parte dessa classe de governos que impõem
uma religião ao cidadão . Um exemplo de um estado bandido, o islâmico,
instalado no Iraque e Síria, cujos membros e terroristas sequestram, torturam,
matam e morrem em nome de uma deturpação do Islamismo. Que fique bem claro,
trata-se esse grupo de terroristas, numa degeneração do que prega o alcorão.
Todas essas torpezas e atrocidades são perpetradas e motivadas por um
fundamentalismo religioso.
O primeiro bom caminho no combate
a intolerância religiosa no Brasil vem do nosso estado democrático de direto.
De nossa constituição cidadã temos a premissa da laicidade do Estado
Brasileiro. Isto se traduz em que além de liberdade de imprensa, expressão e
opinião temos a de religião. Ninguém poderá ser criticado, vexado, diminuído ou
desdenhado por celebrar, professar e praticar qualquer que seja essa ou aquela
religião. Inclusive não ter nenhuma religião .
Ora, esse caminho da livre crença, da
fé, de se tornar sectário, adepto e membro de um ritual religioso se dá
pelo exemplo e norma constitucional do Estado (Brasil). E assim é dever legal,
ético, moral e de consciência de cada brasileiro. A nação se compõe de seus
filhos e cidadãos , e o melhor exemplo começa de cada um de nós, das famílias e
sociedade como um todo.
Temos que ter cada vez mais a clara
noção e ciência de que não estamos mais nos tempos das cruzadas, quando
cristãos e muçulmanos foram torturados e
mortos em nome de uma crença, uma religião. Não estamos mais nos tempos
medievais da “santa” inquisição, da época do inquisidor mais sanguinário , Tomás Torquemada, quando toda verdade e fé eram impostas pela
igreja católica. Vale lembrar que nos tempos da inquisição havia inclusive um
intolerância científica. Que o diga o físico Galileu Galilei(1564-1642) com sua
reafirmação e comprovação do sol como o centro do universo
(heliocentrismo). Se ele não se retratasse em público teria sido cremado vivo,
como o foram muitos outros naqueles tenebrosos tempos de absoluta censura ao
livre pensamento e à religião.
Os caminhos para abrandar a
intolerância religiosa no Brasil seria criminalizá-la como outro preconceito,
o racial ou de gênero por exemplo. Eliminar de todo essa forma de
intolerância, a exemplo do preconceito étnico ou de orientação sexual, é quase
impossível porque ao que parece trata-se de um sentimento, ou “falso orgulho”
do senso coletivo , sentimento nocivo este que se acha entranhado na
memória e DNA de muitas pessoas.
Outras formas de abrandar tão graves
reações e menosprezo de parte da sociedade seria no incremento de campanhas de
boa convivência, respeito à livre manifestação do outro inclusive na sua fé e
rito religioso. As iniciativas nesse sentido de um convívio fraterno e generoso
poderiam se dar pelo próprio Estado e divulgadas pelas redes de jornais e
televisão, que são as grandes formadoras de opinião.
Enfim, são muitas as religiões
consideradas monoteístas. O que importa se os muçulmanos têm Deus como Alá e
Maomé o seu profeta? O que importa se os cristão também acreditam num
mesmo Deus e Jesus Cristo como enviado a essa terra a se sacrificar na
cruz para nos salvar? Afinal, todos não queremos e buscamos o mesmo paraíso
(céu)!
Se o alvo final é a suprema felicidade
e bem-aventurança que diferença faz ir de avião, de ônibus, de moto ou
bicicleta. Assim são as religiões. São veículos que fazem nossa conexão com
Deus e o paraíso. Então, mais parece uma alienação mental daqueles que
acham que a única religião certa e verdadeira é a deles e não a minha.
Novembro/2016.