segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

SEM ÉTICA E SEM LEI

E SE NÃO HOUVESSE CÓDIGOS  DE ÉTICA E LEIS
João Joaquim  

 Eu fico a imaginar se na convivência humana, nas relações sociais e civis não existissem regras, leis, códigos, normas de conduta; enfim as convenções e cláusulas daquilo que pode e não pode. E foi a partir do conflito do que se deve, pode e deseja fazer cada pessoa, cada grupo e cada civilização que surgiram as organizações político-administrativas chamadas Estados, que foram se aprimorando de acordo com as exigências de cada povo, sociedade e cultura. E não podem parar nunca essas evoluções porque tudo tem que ser revisto; os valores e a cultura de cada época.
É admirável (no mau sentido) e surpreendente como o bicho homem tem a propensão e iniciativa praticante em quebrar regras, leis e códigos de conduta e postura. E referida inclinação não está restrita a uma classe ou estrato social menos esclarecido, de menor poder aquisitivo ou menos escolado. Aliás, parece que muito ao contrário. Temos visto e assistido a  tais comportamentos justamente advindos das categorias de cima. De todos aqueles(as) da classe A (A1,A2,A3---). E assim por efeito manada ou dominó se contaminam todos os cidadãos (ãs) dos estratos sociais classe B, C, D..etc.
Assim posto, é natural que cada pessoa que tenha uma conduta honesta faça a oportuna pergunta: e se não houvesse constituição, códigos civil e penal? Como seria a convivência entre as pessoas entre si, com o mundo, com a natureza e os espaços do meio ambiente e urbanos. E é assim mesmo que deve ser dito com letras em caixas-altas, de forma destacada. Parece que a honestidade, a “ ética do bem” passaram a ser exceções na conduta, no comportamento das pessoas.
Valem a pena e o reprise: existem pessoas que a despeito de convenções, regras e normas de conduta têm sempre uma vida, uma conduta de convivência as mais retas, puras e probas. Algumas , de vez em quando são condecoradas por achar algum pacote de dinheiro e entregar `a Polícia, ou devolver uma carteira com dinheiro e documentos. São exemplos de genuína honestidade que destoam de todo o rebanho.
Esta constatação traz uma ponta de otimismo e convicção de que todos nascemos destinados ao bem, com vocação para o que é honesto e virtuoso. Talvez o meio social, a família, os inimigos das relações são os fatores que levam o indivíduo para a banda podre e corruptível da sociedade. É bom deixar enfático que a boa ética, a virtude, a generosidade não são inatas da pessoa, elas devem ser ensinadas à criança e estimuladas em todas as etapas da educação . 
Como referido nos parágrafos acima as atitudes e ações desonestas e ilegais não guardam relação com essa ou aquela classe social. E esse fato tem se verificado aqui no Brasil justamente numa casta de homens públicos que deveriam ser modelos e padrões para a sociedade que eles representam. A bola da vez são os nossos parlamentares que entre outras medidas querem legalizar a prática do caixa 2 no financiamento de campanhas eleitoreiras. Eles estão pouco preocupados com a saúde pública, com a educação brasileira ou desemprego! Eles querem normalizar e legalizar uma prática criminosa corporativista, que beneficia e inocenta apenas eles, da classe política. Quanta insensatez!
E nesse diapasão da violação das convenções, das leis e dos códigos de conduta vai grande parte das pessoas e  da sociedade. São atitudes e práticas as mais repetitivas e comezinhas, nas quais existe uma sistemática quebra das normas de boa postura e de uma convivência saudável, generosa e solidária. 
Muitas vezes começam nos próprios condomínios. Nos elevadores e garagens poucos coabitantes  esperam o vizinho e se cumprimentam. O trânsito mais parece pistas de competição de automóveis. As placas de trânsito e urbanas são letras mortas e sem significado algum. As vagas de estacionamento ou vez preferencial para idosos e deficientes físicos são constantemente ignoradas pelos infratores, que ainda zombam se inquiridos da atitude. Enfim, daí a provocação e pasmo inicial, e se não houvesse leis, regras e códigos de postura e de ética profissional, o que seria da convivência das pessoas entre si, com o meio ambiente e com os órgãos públicos.

Agora o que é instigante e melancólico: imaginar que os péssimos exemplos e tipos vêm de cima, lá de Brasília, do parlamento. São presidentes de casas legislativas buscando mais imunidade e impunidade, são manobras com projetos de leis no sentido de intimidar investigações de Polícia Federal e Ministério Público  de malfeitos de si próprios e de pares da Política. Enfim, são eles os representantes do povo, que de povo mesmo querem distância. Que horrível! Dezembro/2016.      

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