Médicos e profs
A (In)Justiça com médicos
e professores
João Joaquim
Há três categorias profissionais no
mundo que são tratadas de forma muito desigual. No mundo todo ; será ? Vá que
não seja em todo o planeta, mas no Brasil o tratamento é escandalosamente
injusto e discriminatório. As três profissões aqui pensadas são os
operadores da justiça, médicos e professores. E os discriminados aqui são
exatamente médicos e professores.
No campo da Justiça poderíamos ainda
alargar e incluir outras profissões afins. Por exemplo, todas as polícias,
delegados e demais profissionais envolvidos. E mesmo nesse âmbito estrito
das polícias já começam a desigualdade de percepção salarial, quando se compara
os salários de policiais civis e militares.
A Justiça propriamente dita pode se
considerar a mais bem aquinhoada quando se fala em remuneração. Todas as
Justiças são muito bem pagas pelos governos. Sejam juízes de todas as
instâncias, procuradores e promotores. Eu nunca vi falar por exemplo em
movimento paredista dessas classes de funcionários públicos por melhores
salários.
Volta e meia, em termos comparativos,
ouvimos até das pessoas que os vencimentos de um juiz ou promotor são vultosos
e incompatíveis com a realidade brasileira. Eu penso um pouco diferente e
afirmaria de forma meio contraditória: um
magistrado ou promotor ganha muito exatamente porque um médico ou
professor ganha muito pouco. E coloca pouco nisso considerando a nobreza da
profissão. Que aliás, têm muito a ver com justiça, quando pensamos no dever do
Estado para com o cidadão.
A omissão dos agentes públicos
e governantes com a saúde e educação oferecidas às pessoas constitui uma grave
e irreparável injustiça. Se revela uma ofensa aos direitos fundamentais da
pessoa humana. Basta imaginar uma criança sem boas condições de escola; essa
mesma criança ou a mãe gestante sem assistência médica digna. Não é
exagero dizer assistência médica digna porque essa Medicina curativa ou
preventiva que vemos (ou a falta dessas) oferecidas pelos postos do SUS
têm sido de causar susto e assombro nos segurados. Recorrer ao SUS em casos de
urgência representa um fator de risco de agravamento do estado agudo em
que o segurado se encontra ou perigo de morte.
Então torno à questão central;
os operados da Justiça, notadamente os integrantes de ministério público
e Jurisdição de todas as instâncias ganham de forma justa pelo
papel que eles representam. A Justiça Brasileira, ainda constitui um bastião,
uma fortaleza, uma fortificação que nos traz muita esperança de salvação e de
um país melhor. A operação Lava-jato , conduzida pelo juiz Sérgio Moro está aí para nos demonstrar essa esperança de todo o
país em se aniquilar um cancro que vem corroendo a nação , a corrupção.
Agora, trazendo então o senso de Justiça
para essas outras duas classes profissionais, médicos e professores. Por que os
governantes e nossos políticos legisladores não dão o tratamento que essas
categorias de pessoas merecem? Aliás, sem mais delongas, são atividades e
investimentos que têm muita correlação. Melhor educação gera cidadãos mais
esclarecidos, mais emprego e mais desenvolvimento e produção. De igual forma a
saúde pública de qualidade. Assistência médica ética e de alta qualificação
técnica trará mais segurança às pessoas, aos trabalhadores e às famílias e
consequentemente menos doenças, menos falta ao trabalho e mais desenvolvimento,
produtividade e riqueza. Ou seja, um país desenvolvido não prescindirá desses
três profissionais; professores, médicos e operadores de Justiça. E todos devem
ser tratados de forma isonômica e equânime pelo Estado. O que não se tem e não
é oferecido pelos governos de todas as esferas no Brasil. Isto é muito triste e
condenável.
Fev/2017
João Joaquim - médico -
articulista DM facebook/ joão joaquim
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