Presídios..
TEATROS DE HORRORIZAÇÃO DA SOCIEDADE
João Joaquim
Muito se tem falado, divulgado
e discutido sobre a violência em nosso país. E tais discursos e falações se
fazem com todas as razões, embora sem apresentar as raízes de tão grave questão
que faz de vítimas as verdadeiras vítimas(físicas e emocionais) e também todos
aqueles de envolta com as agressões. E mesmo aqueles distantes que veem e leem
os noticiários diários. A natureza da violência entre as pessoas é
multifária, multifatorial, mas alguns
dados e fatores saltam à apreciação de qualquer profissional, seja ele do
jornalismo, do judiciário ou outro de ciências humanas.
Uma causa recorrente nas agressões
criminosas contra as pessoas é o uso de drogas. E aqui entra desde o álcool e
psicotrópicos( de prescrição médica) até
as drogas ilícitas de efeitos psicodélicos e alucinatórios. Como
exemplos a maconha, o crack e a cocaína. No fator efeito das drogas, há uma
ação sinérgica ou aditiva com os distúrbios psiquiátricos, desde aqueles
diagnósticos limítrofes aos casos mais graves sem um adequado controle
psicoterapêutico. A verdade real é que há muitos loucos e psicopatas soltos,
muito mais do que sonha nossa filosofia e nossa precaução.
Imagine a situação de uma
pessoa com uma esquizofrenia descompensada sob efeito de uma droga ilícita. São
agressores e assassinos de alta periculosidade. E eles estão livres por aí como
lobos solitários. As pessoas mais vulneráveis são justamente as do convívio
familiar próximas desses psicopatas. Vale deixar claro que esses ditos lobos solitários
não são aqueles pervertidos do estado Islâmico (Isis) e outros terroristas que
deturpam e envergonham o islamismo e adeptos dos preceitos do corão
(inspirado no evangelho de Maomé).
Os lobos solitários aqui referidos
são as milhares de pessoas com as quais cruzamos em nosso ir e vir e que
repentinamente têm um desequilíbrio mental e provocam graves agressões ,
assassinatos e chacinas. Muitas dessas tragédias ocorrem por psicopatas “sem
nenhum antecedente criminal”.
Aliás, todo facínora e criminoso hediondo só o
torna a partir do primeiro crime. E nesse quesito, nossas leis e a Justiça têm
sua participação em permitir que muitos desses predadores humanos não fiquem o
necessário ou perpetuo tempo na cadeia. E bem trancados , porque um outro
problema de segurança pública são as evasões e fugas dos presídios.
Ainda ao falar dos psicopatas soltos,
ao analisar a biografia desses mentecaptos, ele têm todos os critérios de uma
doença mental e comportamental de alto risco. São os casos por exemplo de
esquizofrenia, de personalidade antissocial ou psicopática etc.
O ano de 2017 começa com os
horrorosos e tenebrosos massacres nas penitenciárias de Manaus (AM) e Boa Vista
(RR). Alguns dados dessa crise de violência saltam às considerações mais
triviais. A violência nos presídios no Brasil mostra o que? Primeiro, a
falência do estado (união) aqui representado por ministério público e
judiciário em fiscalizar e manter a ordem e o rígido cumprimento das penas.
Segundo ponto, o domínio do crime organizado nessas prisões, é inimaginável um
criminoso perigoso, recalcitrante e reincidente ter direito e acesso a telefone
celular, drogas e até a armas em sua cela!
Outra questão gravíssima surgida
nessas rebeliões de preso é a infiltração do chamado crime organizado nos
órgãos públicos com a participação de agentes do estado. São várias as
denúncias que saem na imprensa de membros das polícias e do judiciário (até
desembargadores) envolvidos com assassinos e traficantes. São fatos do fim do
mundo. Imaginar que autoridades cometem tais venalidades, suborno, corrupção e
comércio de sentenças e liminares. São condutas condenáveis e que se
repetem em nossa República de muitas desgovernanças.
Enfim, a questão da violência no
Brasil hoje pode ter lá suas causas genéticas; e parece que ancestralmente o
homem traz a agressividade em seu genoma, mas o estado deveria ter uma
governança mais rigorosa no trato de tão sensível matéria, que causa medo e
ameaça a todos os cidadãos.
Muitas outras faces poder-se-iam ser
postas nessa discussão como a desigualdade social, a brandura das leis, o uso
disseminado de drogas ilícitas; e mesmo
uma educação pública precária em todos os níveis. Pessoas incivilizadas, sem
uma educação de qualidade tendem mais aos delitos, a uma vida sem regras éticas
e de mais infrações penais.
Porquanto, tendo todas essas
constatações e falhas até mesmo na estrutura e criação/educação dos filhos,
vamos fazer cada um a nossa parte, considerando até mesmo que o estado sozinho
não dá conta de consertar tantas coisas erradas a que as próprias pessoas
dão causa e efeito.
Todo mal se combate melhor pela raiz.
Que cada família seja dos filhos o próprio juiz e os crie para o bem de nosso
tão querido país de nome Brasil. O mundo melhor que queremos começa por uma
geração de pessoas melhores, no caso nossos filhos, são o bom começo dessa
mudança .
Janeiro/ 2017.