Qualify de Vida
João Joaquim
A partir do século XXI, entre as
várias atividades humanas, passou a ser uma delas e de destaque , a busca da
chamada qualidade de vida. Trata-se de um bem-estar ou um marcador de
saúde muito repetido e incentivado na Medicina Geral e todas as áreas de
saúde orgânica e mental.
A qualidade de vida poderia ser
definida como um conjunto de atributos que trazem segurança, bem-estar,
felicidade, saúde plena, boas relações sociais e afetivas; enfim vários
estados que trazem paz e felicidade às pessoas. Entre esses atributos podem ser
listados por exemplo trabalho digno, a profissão almejada, residência própria,
alimentação ideal, entretenimento; entre outros desejos de cada um. Quando se
fala no idoso e aposentado, se incentiva muito sua permanente atividade em
lazer, entretenimento, atividades físicas compatíveis com o gosto e aptidão de
cada um e atenção dos familiares à sua volta.
Qualidade de vida e felicidade são conceitos que se confundem e se
fundem, porque inescapavelmente eles encerram o mesmo objetivo, e são
eminentemente pessoais. O que é qualidade de vida para mim, enfim a minha
felicidade, não é a mesma da Maria ou do José. Para dar um sentido
concreto de bem-estar ou qualidade de vida vamos mostrar exemplos conforme a
faixa etária das pessoas. O que seria a felicidade para uma criança de 10
anos? Certamente que para todas as crianças: uma alimentação saudável,
ótimas condições de higiene, sono de boa qualidade, a convivência com os país
num casamento saudável e espaço seguro de entretenimento e educação de qualidade.
Para um jovem em formação, o que lhe
significaria qualidade de vida? Com algumas variações individuais, num e
outro item, mas muito em comum uma boa escola, boa alimentação, ótimas
condições de moradia e sono, esportes e acesso a muitos objetos de mídia ( conexão
digital), até automóveis. Uma vez adulto, formado e pronto para o mercado de
trabalho certamente que para muitos, felicidade ou qualidade de vida seria a
casa própria, o emprego sonhado, o carro do gosto, alimentação saudável,
entretenimento e uma prática de atividade física, com suporte nutricional e
técnico no curso desta atividade .
Para fecho dos quesitos de qualidade
de vida, um considerado de grande relevo: as relações sociais e afetivas,
não importa a idade da pessoa. As boas relações de amizade, sociais e
conjugais, sejam elas no namoro ou vivendo a dois( casamento ou união estável)
são das mais significativas na saúde, bem-estar e na qualidade de vida
das pessoas.
Assim postos, os estados e condições
de uma boa qualidade de vida, bem-estar ou felicidade, conscientes e
voluntariamente, quantas pessoas deliberadamente fogem dessa rota. Muitas e
muitas pessoas buscam circunstâncias e opções nessa contramão.
Cada pessoa, ao longo de sua vida tem
a opção de buscar e adquirir todos aqueles atributos que a tornará usufruidora
de uma vida de boa ou má qualidade. Cada um tem essa liberdade e
livre-arbítrio.
Na questão das relações sociais ou
afetivas, por exemplo, quantos de nós insistimos em vínculos com pessoas que
tornam em conflitos, contatos odiosos e repletos de angústia e insegurança! Em
muitos casos resultando até em assassinatos, motivados por questões passionais
e de vingança. A procura da tal alma gêmea, ou um amor de Romeu e Julieta, são
condições quase ilusórias. Todavia, podemos sempre selecionar e buscar o nosso
melhor par, a melhor companheira ou companheiro, na construção de um casal
coerente, de cônjuges cúmplices, solidários e fiéis. Esta escolha dá para
se fazer de forma muito segura, já nos primeiros contatos. A sociedade conjugal,
o contrato de viver juntos , o pacto desta pareceria não difere de outros da
vida social e comercial. São os mesmos princípios seletivos de gestores na área
de recursos humanos. Para tanto, exigem-se currículos, entrevistas, testes,
provas , às vezes prática e teórica; por que numa relação a dois, não se
pode fazer o mesmo ?
Fora dos litígios e contendas sociais
e conjugais quantos outros feitos, aquisições, compromissos, as pessoas não vão
assumindo que lhes tolhem muitos outros direitos, opções agradáveis como
férias, descanso, viagens, diversões e entretenimento! Condições estas que
caracterizam a boa qualidade de vida, das quais muitos se abdicam por outras
escolhas com pessoas sem essas afinidades.
Na intenção de bem materializar esses
empecilhos na vida das pessoas tomemos os casos de se contrair uma dívida na
posse de um e outro bem ou direito; no compromisso de um cartão de crédito (de
dívida, na verdade); na aquisição de um bem, a prazo, majorando o custo real
desse patrimônio; a compra com uso do cheque especial (outro engodo, porque de
especial só para o banco que cobra juros abusivos).
Um outro caso bem comezinho e
encontradiço na rotina das pessoas a posse dos chamados animais de estimação. A
família, às vezes, seja casais jovens ou aposentados, moram em apertados
apartamentos, onde abrigam 2 ou 3 cachorros. Exemplos há em que os donos mal
cuidam de si, dos filhos ou de outros parentes mais carentes de atenção,
higiene e afeto; mas os bichos e seus nichos com outros bichos (parasitas,
vírus e bactérias) estão lá no convívio das pessoas.
Enfim, em suma e numa frase, as
pessoas trocam o seu direito a uma boa qualidade de vida, por tantos
penduricalhos, estrupícios, atravancos e trambolhos que nada lhe dizem respeito
ou resultam em benefícios. Fica a sugerir que a pessoa está pagando por um
pecado de outras gerações ou um pesado carma deixado como herança. Mas,
reiteremos, por pura escolha e livre-arbítrio de que o faz . Quão
melancólico! Fev/2017.