sábado, 29 de abril de 2017

FELIZ E DIGITAL

HIPERCONECTIVIDADE , VIDA BOA E REALIZAÇÃO PESSOAL 

João Joaquim  


O que é uma boa  vida? O que é felicidade? O que é satisfação ou realização pessoal? Se dermos essas três perguntas  para cem pessoas, penso que haverá mais dissenso do que coincidências de respostas, dado que os sentimentos, os desejos, os anseios são muito subjetivos e portanto divergentes entre os seres humanos, quanto a esses estados tão almejados e buscados por todos.
Nessa sumária digressão pretendo fazer algumas reflexões sobre essas três condições tão intrínsecas e tão peculiares aos humanos ,nesses tempos da hiperconectividade.
Inicialmente vamos, a título comparativo, pegar dois jovens de mesma idade( 25 anos por exemplo), mas vivendo em épocas diferentes, um na década de 1980, outro na década de 2010; e que estes dois indivíduos tenham características socioeconômicos semelhantes.
O que poderia ser a vida para esse jovem de 1980? Talvez estar matriculado numa boa faculdade, talvez ter um emprego estável. E para o jovem de 2010? É possível que os desejos coincidissem. Uma boa faculdade ou quem sabe estar bem empregado. Mas, não seria surpresa se esse jovem da era da internet considerasse a vida como sendo estar bem conectado com a virtualidade através das melhores mídias (iPhone, smartphone), participar das baladas com sua tribo e talvez isto lhe bastasse para estar numa “boa vida”.
O que seriam a felicidade, a realização pessoal para esses dois jovens de épocas diferentes? Muito provavelmente a felicidade e realização para eles coincidissem com os seus projetos pessoais de vida.
 Mas, o por quê dessas reflexões sobre essas condições ? Vida, felicidade, realização pessoal? Vamos a uma análise de nossos tempos. Estamos numa época a que podemos denominar de  a era da internet, da virtualidade, da globalização e massificação das comunicações . A esse estágio do sociedade mundial vamos dar o nome de hiperconectividade. O que vem a ser a hiperconectividade? Trata-se do estado coletivo, no qual todos ”necessitam” estar conectáveis e/ou conectados  de forma fácil e instantânea ao outro.
Como isto se dá? Através de um ou mais recursos ou mídias de comunicação (telefone móvel, smartphone, iPhone,  iPad etc). Na prática esta dinâmica de conectividade se dá pelo uso de celular, onde se fala ao vivo com o interlocutor, ou redes sociais via computador ou uma mídia tipo smartphone ou iPad( redes sociais tipo facebook, mensagens sms, whatsApp) etc.
O que se tem de certo é que todos, quase sem exceção, se encontram num permanente estado de ansiedade pela não ruptura de se manter “on-line” e alcançáveis pelos denominados contatos ou “amigos”. Tal condição é o que se denomina, quando em grau extremo de Neurose Digital, também referida como webdependência. Tal distúrbio já vem sendo objeto de estudo pela Psicologia e Psiquiatria com tratamento psicoterápico e medicamentoso; a exemplo de uma dependência (adicção) química como cocaína ou maconha .
O que tem a ver o estado de ansiedade, ou a neurose digital com a condição de vida, a felicidade e realização pessoal de cada indivíduo? O que se tem de concreto é que esses estados( vida, felicidade, realização) mudaram de forma proporcional ao  progresso e aos  avanços tecnológicos e científicos em nossos tempos(modernidade).
Muitos de nossos jovens continuam tendo a vida boa , realizada e feliz  como o acesso a uma boa faculdade, a um emprego estável e mesmo a um trabalho autônomo e empreendedor. O que a hiperconectividade tem gerado é um estado paralelo de empecilho ou desvio do objetivo das pessoas (mais os jovens) a esses projetos de vida, felicidade e realização pessoal.
A obsessão ou compulsão pela  permanente conexão ao mundo da internet se tornou condição  de parasitismo ou de competição nociva ao estado de atenção , cuidado e dedicação do indivíduo às suas outras atividades; sejam estas na vida escolar, nas atividades produtivas, e mesmo em sua vida de ralações afetivas com o cônjuge, familiares e amigos no contato físico face-a-face.  
Para uma parcela, não menos significativa de pessoas, a vida, a felicidade e realização não vão além de estar perenemente plugadas na internet, em suas mídias e redes sociais.
Para essas pessoas, para as quais a vida, o bem estar e zona de conforto se resumem à hiperconectividade 24 horas por dia, deixamos as seguintes perguntas( auto-dirigidas) como um balanço de conquistas pessoais. Ao final de cada mês, de cada ano civil, de um quinquênio que seja: o que as minhas mídias; no caso o meu smartphone, o meu facebook,  o meu whatsApp agregaram de melhora para mim como pessoa, como profissional, no meu “curriculum vitae”? Enfim, que crescimento ou ascensão socioprofissional eu construí com a minha hiperconectividade ?  Seriam ótimas perguntas para início de cada mês e ano!        Abril / 2017.

Um comentário:

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