FUTEBOL SEM ÉTICA
ZERO ÉTICA E ZERO HONESTIDADE NO REINO POLÍTICO E DO FUTEBOL
João Joaquim
Há cerca de três
anos foi feita uma enquete aqui no Brasil da percepção das pessoas sobre
honestidade. Foi uma pesquisa despretensiosa, não oficial e não tão propalada,
feita por alunos universitários de comunicação na capital São Paulo - SP. A
pergunta era simples e direta: na sua opinião qual é, no Brasil, a atividade
mais desonesta? Eu faria a cada leitor(a) deste artigo esta mesma indagação nos
dias de hoje. Pare um pouquinho sua leitura e reflita sobre tal questão nesses
tempos das tão massivas e difusas redes sociais.
O alcance das redes
sociais e mídias digitais se tornou tão instantâneo e célere que tomamos
conhecimento e ciência de muitos fatos e celebrações antes de sua edição e
publicidade oficial. Vale até lembrar que o conceito de privacidade, sigilo,
confidencialidade ganhou outros contornos e sentido. Tornou-se muito difícil
fazer alguma coisa na clandestinidade, às escondidas.
A fluidez e
facilidade de se publicar as atitudes e comportamento se tornaram acessíveis a
todos, praticamente a todos os cidadãos. Para o bem e para o mal. Para o bem
das pessoas honestas e para o mal (azar) dos desonestos, daqueles que vivem de
ilicitudes, de ilegalidades e crimes de toda ordem. Poucos fatos e falcatruas
estão a salvo dos áudios e vídeos das câmeras públicas e dos celulares nas mãos dos cidadãos.
Então à pergunta: qual a atividade mais desonesta no Brasil de
hoje ? Foi respondido: em 1º lugar a política; em 2º lugar o futebol. E aqui é
bom que façamos uma melhor análise de natureza qualitativa e quantitativa dessa
antiética e dessa desonestidade. O que
importa é que ontem e hoje essas duas atividades, política e o esporte futebol,
são de longe as duas atividades onde mais se praticam os desvios éticos e desonestos
.
Em termos
qualitativos o futebol se mostra um laboratório ou campo repleto de cenas,
atitudes, vontades e expedientes antiéticos, ilícitos e desonestos. Assim ele
ganha da Política. A FIFA e todos os
órgãos reguladores do futebol seguem um pequeno princípio ético de nome até
curioso, o intitulado “fair-play”. Expressão inglesa, que numa tradução simples
é igual a jogo limpo. Assistir a um jogo de futebol nos gramados brasileiros e
ver as cenas de fair-play, quando um adversário sofre uma contusão, chega a ser
patético. É a encenação mais hipócrita de ética e honestidade, nessa classe de
pessoas, os futebolistas.
Ela pode ser comparada
ao comportamento bom e honesto de um narcotraficante ou assassino que no
presídio recebe atestado de “bom comportamento”. Veja bem, ora bolas! Talvez
diria nosso maior dramaturgo, o Nelson Rodrigues. O sujeito está trancafiado entre muralhas intransponíveis
de 5m, vigiado por câmaras e guardas com fuzis e metralhadoras, etc ; o que
esperar desse condenado que não resignação e tácita obediência?
Num jogo com os
atletas de futebol e seus técnicos se dá a mesma coisa, a mesma reação. O
sujeito em campo está sob a vigilância de 4 árbitros, várias câmaras de vídeo,
repórteres e toda imprensa à beira do gramado. A censura e pressão que ele
sofre em ter um mínimo de decência e respeito ao adversário é muito grande.
Ou seja, esse
jogador está sob a censura e os olhos de todas as pessoas e recursos de mídias.
E acreditem, muitos desses atletas, frente a necessidade de interromper uma
partida para socorro do adversário, muitas vezes relutam nesse gesto do jogo
limpo ou o fazem sob resmungos ante a intervenção do árbitro ou de colegas
jogadores do time rival.
São pontuais exemplos
de exceção os casos em que um jogador assume uma culpa em
que a bola lhe resvala e sai de campo, de uma falta cometida no adversário e
inúmeras outras infrações técnicas que favoreçam ao time contrário. As
demonstrações de ética e honestidade se constituem até motivos de condecoração
honorífica com placas ou medalhas de honestidade.
Notórios têm sido os casos em que os atacantes
fazem gols de mão, de forma grotesca e explícita, e se não vistos pelos
árbitros, tais desonestos e infratores nunca têm a dignidade de confessar tais
logros, burlas e transgressões técnicas. O que importa é levar vantagem em tudo
como dizia uma propaganda de Gerson, o
antigo canhotinho de ouro da seleção brasileira.
Os cartolas, órgãos
de impressa e torcedores se ufanam do Brasil ser 5 vezes campeão do mundo.
Todavia, esquecem que a seleção sempre foi beneficiada por muita corrupção,
suborno de resultados e outros expedientes nada honestos, nas competições
comandadas pela ainda toda poderosa FIFA. Ali reinou absoluto, por mais de 20
anos o ex cartola, todo poderoso e intocável , João Havelange( falecido em
2016). Quantas falcatruas , a favor do
Brasil.
Dos três últimos
presidentes da confederação brasileira de futebol (CBF), José Marin encontra-se
preso nos EEUU, Ricardo Teixeira encontra-se foragido no Brasil da justiça
americana; o atual Sr. Marco Del Nero, se sair do país será preso pela
interpol. Ele é procurado pelo FBI, Polícia Federal Americana.
Virando o dial para
outra campeã de desonestidade, a política, ela ganha do futebol em cifras
monetárias. São bilhões de dólares desviados nos rolos e ralos da corrupção.
Dessa forma, tem
razão a “vox populi”, ou a opinião da sociedade( voz do povo) em indigitar
esses dois segmentos da vida brasileira como os campeões de desonestidade e da
antiética!
Com as operações em
curso da lava-jato então a nação e o mundo não têm mais dúvida dessa triste e
escabrosa realidade que assola e corrói nossas instituições e nosso patrimônio
moral e honorífico. Setembro/2017