Inter-Net
DEFORMAÇÕES E DANAÇÕES DA INTERNET E DAS REDES SOCIAIS
João Joaquim
O mundo das comunicações atingiu um grau tão espantoso de desenvolvimento que parece inalterável em termos de mais avanço . E nem precisa. Talvez o que falta é tornar os meios de contato de custo zero para as pessoas. E isto é bem possível que ocorra em poucos anos. Pode ser que para as pessoas, as pessoas físicas, dentro em breve, todo acesso à telefonia fixa e móvel, internet e redes sociais saiam como amostra grátis. Como é por exemplo os canais de televisão aberta e o rádio. Basta ter o aparelho de contato e se tem acesso a todas as emissoras, chamadas abertas. Uma bela conquista .
Pagariam pelo serviço as pessoas jurídicas, as empresas e comércio que queiram mostrar e vender os seus produtos e serviços. Como ocorrem com os serviços de radiofonia e televisão. Nas atuais décadas de internet no Brasil ,e menos tempos, das tão ubíquas e populares redes sociais, uma pergunta inquietante faz sentindo. Em que mudou a vida da humanidade, esses tão instantâneos, simultâneos e eficientes meios de comunicação?
Dessa emblemática interrogação muitas outras podem ser derivadas. A celeridade da comunicação melhorou a vida das pessoas? sim. A segurança das informações se faz presente? Não. A qualidade das informações estão preservadas? Não. A internet contribui na formação e aprendizado das crianças no âmbito escolar? Ora sim, ora não . E talvez tão somente no ambiente escolar; com supervisão de professores e monitores pedagógicos. O mesmo comentário e princípios se aplicam no ambiente doméstico, se tiver a vigilância e monitoração dos pais e dos cuidadores dessas curiosas e inquietas criaturas em formação e fase de aprendizado. A Internet veio para o bem e para o mal, depende de quem e como se usa.
Que toda unanimidade seja Burra, consoante afirmação de Nelson Rodrigues. Se não é de consenso o que se tem de certo é que opiniões, pareceres, ensaios e mesmo aprofundados estudos , escritos e dados têm demonstrado que a internet excede e sobreleva em quantidade, mas carece, está à mingua , em qualidade.
Atingimos um estágio em que o indivíduo é bombardeado o dia todo com notas, comunicados, notícias, escândalos, fofocas, denúncias, xingamentos, expressões de ódio, de intolerância, de arrogância, de narcisismo, de tráficos ilícitos diversos, de assédios, de bullying, etc. E nesse emaranhado de registros, muitos de autoria desconhecida, não se tem nada, absolutamente nada, de formação, de cultura útil, de conteúdo positivo na construção dos valores éticos, sociais e profissionais do indivíduo. Na imensa maioria dessas trocas de insultos e de informações. Grifo o termo, temos zilhões de informação, mas nésimos de formação em termos de cultura, valores e ética .
Curiosamente, ainda em consideração temos as mensagens que cada usuário de telefone celular ou smartphone recebe. São as SMS ou os torpedos que chegam incessantemente aos cidadãos. Torpedo , de todos sabido, originariamente designava um artefato explosivo para afundar navios e submarinos. Um termo que embora não cognato, mas lembra torpe, vil, abjeto, ignóbil, repugnante. Aqueles que todos recebemos em nossas telas de celulares e smartphones são tão intrusivos que de fato nos trazem repugnância e irritabilidade como moscas teimosas.
A voz mais creditável que fez acerbas críticas à internet e redes sociais foi a de Umberto Eco( 1932-2016) que afirmou: “Dentre os meios de comunicação elas( Internet e redes sociais) vieram dar voz e vez a uma legião de imbecis que falam o que quer”.
Em recente entrevista à Revista Época, o diretor e autor teatral ,Gerald Thomas, também falou sobre sua peça Dilúvio. A personagem central é definida por ele como Santa DesGoogle das desgraças. E ele explica “Para tudo, hoje, existe uma resposta rápida. O Google é santificado por essa geração. Mas nada fica na cabeça deles, nada se fixa. Ninguém mais lê um livro sequer”. A internet, continua Thomas, deu voz a um bando de imbecis.
Mark Zuckerberg instituiu a fofoca moderna na tela do computador. O Facebook se transformou no 2º país do mundo, atrás apenas da china”.
O que se pode observar e ponderar em alusão à internet e suas tão massivas redes sociais é que elas são inocentes, inócuas e neutras. Tudo se volta para as mentes e objetivos das pessoas que delas fazem uso ,se para o bem ou mal, se para o útil ou fútil, se para intentos construtivos ou nocivos.
Fossem o mundo virtual e sua universal conectividade culpados, o mesmo raciocínio e premissas seriam aplicados, ao automóvel, ao avião e a radioatividade. Nenhum desses inventos se fizeram para o mal.
Assim devemos pensar em todos os avanços tecnológicos a serviço do homem e na melhora do planeta e da sociedade. A questão central se volta para a educação global, para a formação mais que informação, na construção e instrução de nossos filhos, das crianças e jovens para que possam se tornar cidadãos melhores, na construção como consequência de um mundo melhor, mais solidário, generoso e compartilhado por todos. Outubro / 2017