terça-feira, 31 de julho de 2018

NIILISMO GENÉRICO

DA INUTILIDADE E NULIVALIA DAS COISAS  
João Joaquim   

De esferográfica em punho deu-me vontade de escrever sobre a inutilidade das coisas. Não, não leram errado. É exatamente isso! O quanto de inútil que há em coisas inúteis. Para minha segurança e meu apoio eu tenho a meu favor duas figuras emblemáticas do pensamento e das artes. Trata-se de ninguém menos do que Aristóteles(384- 322 a.C) e o poeta e artista Oscar Wilde(1954-1900). O grande filósofo grego falou por exemplo sobre a inutilidade da felicidade. Pasmosa tal afirmação, mas ele afirmou que a felicidade não tem nenhuma, zero utilidade. Já o escritor e dramaturgo wilde disse que a arte é inútil. Simplesmente não serve para nada.
Pronto, ancorado então apenas nessas duas lendárias figuras, uma do antes, outra do depois de Cristo eu vou discorrer sobre a não serventia, a nulidade ou o niilismo, conforme já o cravou Nietzsche, de um milhão de coisas que nos oferecem.
Para ser sincero, este próprio texto. Qualquer leitor que por desventura o ler poderá tirar essa singela conclusão. Que afirmação inútil e tola. Ela não me acrescentará nada porque como diria Leandro Karnal ou Marcelo Tass eu estou careca de saber.
Ok. Mas, para fins mais utilitaristas bom é que se dê( eu por agora) alguns exemplos práticos do cotidiano. E em se falando nesse ciclo dos dias pegue-se o caso do uso do horóscopo para análise do signo das pessoas. Eu desconheço coisa mais inútil do que astrologia. Se fosse científica, todos os astronautas iriam para o paraíso e nenhum deles tem essa garantia. Esse resto de afirmação, como se vê, não tem nenhuma, bulhufas de utilidade, mas fica o dito por feito e pronto.
Previsões da meteorologia para uma vastidão de pessoas. Em que acrescentam alguma coisa à vida do povão? Em nada. Cotação do dólar e do euro para quem pouco real tem no bolso. Pura inutilidade. Mesmo para quem tem alguns minguados trocados na poupança. O poupador não vai sair às carreiras e fazer câmbio de seus caraminguás. E todos os canais e periódicos de comunicação têm esse tipo de informação. Com que razão?
Ah! Tá bom, são exemplos inúteis? Aqui vão outros de não somenos importância. Podem ser alguns useiros e vezeiros na vida das pessoas. Cirurgias plásticas com fins cosméticos e estéticos. Mesmo obedecendo a todos os princípios éticos. Todas, rigorosamente todas, não tem nenhuma finalidade. Zero  fim!
Ah, não, mas a estética traz um certo bem estar psíquico, traz felicidade!  Olha o Aristóteles com sua tese. Para que serve a felicidade?
Olha esta aqui ,de estarrecer! Ter filhos. Que finalidade subsiste e persiste nesse prevalente expediente de gerar filhos. O sujeito que não teve um bom pai, que de igual modo, à moda do pai,  se tornou um mau filho , e agora quer por filho nesse mundo cheio de maldades e incertezas. Filho, bem entendido, supõe provisão de educação, de família e do Estado. E pelo estado das coisas no Brasil, a coisa desanda para lá de feio.
Agora esta.  Tatoo, tatuagem. Que finalidade  alguém vê nesse expediente, o sujeito (homem ou mulher) em trocar a sua pele natural, biológica que se renova diuturnamente, por pinturas, gravuras, desenhos os mais psicodélicos?  Tanto inútil que com o enjoo da coisa, assim que o sujeito tem tédio com a marmota,   tem que se buscar a utilidade de uma profissão útil, a cirurgia plástica reparadora , com o fim de reparo daquela inutilidade impensada. E olha que roubada, porque agora com muitos ônus.
Porque nem todas as plásticas retornam  o tônus do tecido cutâneo anterior. O freguês pode estar predestinado a uma tatuagem cicatricial pelo resto da vida. Se bem pensado, tem até uma certa finalidade nessa última inutilidade. A pessoa adquire marcas corporais, que podem ajudar, no caso de cometimento de faltas criminais. Torna-se fácil a identidade do farsante.
Uma inutilidade contemporânea. Na verdade muitas inutilidades modernas.  Os  tais objetos de mídia como celular, smartphone e redes sociais. Aqui entra até um  novo conceito. Porque além de inútil, se torna de uma  entranhada nocividade. Quantos não sãos os transtornos sociais, emocionais, até sexuais, advindos desses perendengues digitais ?  sem-número  .
Muitos são os relatos de até sexo virtual com este e outro gestual, e tudo sensual sem o mínimo de cerimonial e respeito moral no emprego dos tais apetrechos digitais e outras futilidades tais. Muitos filhos, sequer dão ouvidos ao que dizem os seus pais.
Uso de drogas licitas ou ilícitas. Todas de absoluta inutilidade. Qualquer um  desses aditivos, além de levar à tal da adicção traz para a pessoa muita danação. Porque além das avarias físicas e mentais  surgirão como nocividade o rebaixamento da emoção. Assim é com toda e absoluta razão que se a pessoa for de bom juízo e sentir com o coração evitará  a todo custo tamanha profanação.
E por fim, para não ficar de fora, tem até muita gente que entra de roldão nesse clube das inutilidades por absoluta inação. Para tanto, eu concito a cada um de per si, que  tenha muita atenção ,  que olhe aqui e acolá, que seja longe ou ao seu redor. Tem gente tão resoluta em viver no bem-bom que se quer consegue enxergar sua pequenez ou frivolidade ante mesmo até o pai ou a mãe, que na verdade ,foram  quem o assim fez.
Tem gente de tamanha  inutilidade, que se fizer um censo, elas(as gentes) encerram uma infinda inutilidade. E nesse rol tem-se gente de qualquer idade. Arre !  será que não estou sendo inútil, depois de tanta urdidura ou  estar esbordando  em algo tão inconsútil?            Julho/2018.  


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