quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Amor

A SEMÂNTICA DO AMOR 


O tempo! Ah, o tempo! Como ele passa e tudo se transforma! Como essa variável cósmica tem a potência de re-ssignificar as coisas! Variável cósmica? Meu admirável Einstein, minhas escusas se expressei errado. Talvez uma constante cósmica. Ele passa retilíneo, faceiro e indiferente com os humanos. Lá do olimpo, chronus foi mesmo implacável com os humanos. Passageiros Somos. Somos todos passageiros pelo mutável universo. Pelo nosso universo que já é demais, infinito universo. Muitos universos .
Estava em minha pausa para o ócio e para não ficar na ociosidade veio-me a reflexão do efeito do tempo. Em tudo, nas coisas, em nós, em nossos sentimentos, no re-ssignificado das palavras. A mudança de valores. De valor? De valor. Pegue U$ 1000,00. No ano passado eles valiam 1000 dólares. Agora não vale mais. Novecentos? Oitocentos? Depende de  inflação. Até o custo do valor muda, o significado muda. Quer outro exemplo? O amor.
Qual o preço do amor? Não se sabe. Ele costuma valer muito. Costuma não valer nada. Ele deveria não custar nada. Ou será que se compra amor? Quanto custa o amor? Depende do amor. Para isso criaram até o plural para o amor. E essa história começa lá nos idos da Grécia e de Roma. O Eros da Grécia, cupido de Roma. 
O amor na era pós industrial. No tocante ao amor conjugal. Tomemos o Brasil como foco dessas observações. Não difere das culturas de muitos países. Talvez até com regras mais rígidas no tocante ao casamento. Em fim do século XIX e início do século XX havia grande influência, senão uma decisão absoluta dos pais, em escolher os cônjuges para os filhos. Sobretudo quando era para se casar a filha;  os pais escolhiam os pretendentes para as filhas. Seria esse, um amor impositivo.?  Será que se aprende a amar?  Nâo seria o amor um sentimento inato, imanente a cada ser vivente. O homem ama, os animais amam.
Parte dessa falta de liberdade dos jovens nas relações de namoros na escolha dos cônjuges e opção sexual ainda perdurou até os anos 1960.Tal mudança e liberdade se dão no pós guerra (2a  guerra mundial), sobretudo nos movimentos de liberdade e mudança de estilo de vida, revolução da juventude,  rock holl , pílula anticoncepcional, movimento dos hippies , Revolução dos jovens  ,de maio 1968.
Amor! Ah, esse amor. Como ele se reverbera na boca das pessoas, em toda forma de comunicação. Fica a sensação que ele está agastado e cheio de fastio . É amor pra lá , amor pra cá . Como anda o amor ?
Na filosofia o amor é tratado à exaustão. Para ele tem-se até uma terminologia específica. Em grego é referido como Eros. Daí deriva o verbete erotismo, erótico. Eros é referido como a busca da beleza ideal, a sublimidade, a harmonia, a perfeição. Na forma latinizada ou romana temos o cupido. Têm-se ainda outras denominações como philia. O nome philia traz o sentido de lealdade, do desejo de bem e da generosidade ao outro. O termo ágape também refere-se ao amor. Seria o mútuo amor entre Deus e os homens;  um sentimento e cuidado intercambiáveis.
Trazendo o amor para nossa modernidade ocidental. Quanto à simbologia. Os objetos mais populares continuam como a maçã, o coração, os dedos das mãos fletidos num gesto do coração. A flecha trespassada pelo coração, símbolo da ação do deus cupido. A flecha é como se o pretendente capturasse os sentimentos e o coração da moça e vice-versa.
Mas, o tempo! O tempo e o capitalismo deram um jeito de promover as  mudanças no jeito de amar-se e de amar. Com isto a ressignificação para o amor. Subliminar e dissimuladamente a sociedade deu novos rumos e novo status ao amor. Se em idos tempos, as famílias, os pais eram como despachantes na arrumação dos casamentos para os filhos, hoje, nem tanto deles mais tem-se necessitado para tais empreendimentos.
E os novos símbolos? Valem muito para as meninas, para as jovens. Uma ótima condição socio-profissional do namorado e pretendente, salários avantajados, fama, celebridade ainda que instantânea. Cifrão ($), midiatismo, visibilidade televisiva. Sãos estes os novos símbolos do amor moderno. Tempo! o tempo! São tempos modernos.  JANEIRO - 2019


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