quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

O Natal vem de....

AS VERDADES SOBRE O NATAL E PAPAI NOEL
João Joaquim  


As festas natalinas e  a confraternização universal pela chegada de ano novo nos trazem muitas reflexões. Trata-se, de fato, de uma ocasião especial de eflúvios de muita alegria e felicidade. E não importa, para a maioria das pessoas, tudo se dá de forma irrefletida, com distensão e expansão dos corações e do espírito. Na essência e nos efeitos, todas as celebrações, júbilos, prazeres, comidas e bebidas fartas constituem lenitivos, bálsamos e tranquilizantes para as angústias, para as dores do físico e da alma, para os transtornos de ansiedade de todos os convivas dessas festas, mimos, votos de felicidade, trocas de presentes e prazeres, muitos prazeres regados a vinhos, champanhes e outras libações ao gosto de cada participante.
A primeira reflexão extraída dos rituais de passagem do Natal e ano novo é esta, do prazer a todo custo. E como custa porque tudo de consumo em dias de natal e ano novo vale muito dinheiro.
A segunda reflexão tem nexos com o consumo, com o materialismo. É de longe o festival, o encontro de todos os símbolos e consubstanciação do culto ao mundo material, ao luxo, à riqueza. Há na mente, nos desejos, na ânsia e instinto das pessoas a insaciável luta, movimento, empenho em apossar do melhor bem pessoal, do presente, do prato mais saboroso, dos espocares  de espumantes. Comer, comer, comer! Não importa se no outro dia restará disposição para o trabalho, para os compromissos diários .  Comer não basta, tem que se fartar. Essas expansões dos instintos e desejos de consumos vêm de priscas eras, como veremos a seguir. 
Assim, está é a primeira grande consideração de Natal. Por que de tanto fervor, de tanto apetite com os quais as pessoas entregam à prática de tanta glutonaria, do consumo farto e desmedido de alimentos e bebidas? Como de todos conhecido, Natal, ou 25  de dezembro, por convenção e simbolismo é a data de aniversário de Jesus Cristo. Trata-se de uma convenção porque não há comprovação histórica do nascimento de Jesus.
Sabido é que quando o filho de Deus esteve nesse planeta, ele assumiu a condição carnal humana. Ele respirava, suava, tinha fadiga, sede e fome. Como qualquer humano. Mas, não é sabido através das escrituras sagradas e evangelhos que JESUS fosse dado a exageros e orgias alimentares. Muito menos a libações festeiras de qualquer natureza e troca de presentes suntuosos. 
O que a historiografia e antropologia nos mostram vem de outros tempos. A festa que temos hoje como natal começou 7 mil anos a.C. Na antiga Pérsia se reverenciava o deus Mitra, símbolo da luz. O que se comemorava era o solstício de inverno do polo norte. O dia de maior luz ou sol seria entre os dias 22 e 23 de dezembro. Tempo do sol invicto. Do triunfo da luz sobre as trevas.
Na Grécia tais festivos dias  se referiam ao deus do vinho, Dionísio, daí as dionisíacas, comemorações de muitas libações alcoólicas e comidas de toda ordem. Em outros países e regiões tinham ainda as saturnálias em homenagem a saturno, o senhor e protetor da agricultura. E nesses cortejos tudo era regado a muita bebida e tudo de comer. Nessas festanças e orgias havia o costume da troca de presentes. Vem dessa cultura o expediente atual  dos ocidentais da troca de mimos e presentes. Como convencionado presentes do Papai Noel.
No Egito o deus homenageado era Osíris, representante dos antepassados e do mundo dos mortos. Na China o costume de muita importância era o significado do  Ying e Yang, como representação da harmonia da natureza, a noite / dia, a lua / sol, do belo / feio. Enfim, da dualidade das coisas.
No mundo ocidental essas datas ganharam novos arranjos e novo simbolismo. Têm-se então o peso e os rituais do Cristianismo.  Uma observação a se fazer é que muitos mártires e santos são lembrados pela data da morte e não do nascimento. É o exemplo de Jesus Cisto. Não se tem a precisão de seu nascimento. Daí se comemora ou reverencia o dia de sua crucificação, 6ª  feira santa, e sua ressurreição (Páscoa). Tiradentes, o mártir da Inconfidência Mineira, comemora-se o dia de sua morte 21 de abril.
No ano de 221 d.C o historiador cristão Sextus Julius Africanus estipulou o dia 25 de dezembro como o dia do nascimento de Jesus. A mesma data natalícia do deus Mitra Romano. Houve então uma mudança da homenagem do solstício de inverno, do sol invicto (vencedor) ou do deus Mitra para a homenagem a Jesus, 25 de dezembro, natal, nascimento de Cristo, nosso Salvador. Tal mudança agradou aos líderes católicos e passou a ser comemorada como Natal. E a data pegou. Ficou como símbolo.
A figura do papai Noel começa com o bispo e depois São Nicolau. Tudo se originou na cidade de Myra, Turquia. Além de bispo o homem era rico e generoso. Tanto que nessa época ele de forma anônima deixou a 3 filhas de um pobre morador da cidade de Myra sacos de moedas de ouro, como prendas para elas se casar. Que belo presente. Daí surgiu o adjetivo Natal (nascimento, de christi natalis dies).
Em 1640, a Inglaterra, através do Rei Charles, tentou abolir os festejos de natal. O rei foi derrubado, veio outro chefe de Estado e a tradição de Natal foi mantida. Com a revolução industrial novos arranjos e figurações foram dadas ao Natal.
Vimos que a figura do papai Noel foi inspirada no filantrópico e caridoso São Nicolau. Em 1862 o figurinista Thomas Nast vestiu de forma vistosa e vermelha e bom velhinho do Natal.  E para evitar disputas patronímicas deu-lhe uma residência isolada e neutra, a Lapônia, onde o bom e simpático velhinho, de vermelho e barbas brancas  se move puxado por mansas renas.
Agora, para quem não sabe pasme e durma com esta sacada. O papai Noel, vestido de vermelho, de gorro e barbas brancas, como o vemos hoje em todos os comerciais é uma tirada comercial e invenção da empresa coca-cola. Tudo iniciou em 1931. O próprio biótipo do generoso velhinho, de abdome bojudo e saco de presentes revela as boas intenções da multinacional de bebidas e comestíveis. A própria aparência do Noel como a temos hoje lembra muito o design das garrafas de coca-cola. Tem-se então aqui a verídica e inaudita história do Natal e do papai coca-cola, ou melhor do papai Noel .  Janeiro/2019.

Nenhum comentário:

Assassínios (as) de Reputações

Quando se fala em assassinato, tem-se logo o conceito desse delituoso feito. Ato de matar, de eliminar o outro, também chamado de crime cont...