sábado, 30 de março de 2019

INTER-naufrágio







A INTERNET É DO POVO COMO A POCILGA É DOS PORCOS
João Joaquim  

Quando os pesquisadores, as forças armadas americanas e a NASA inventaram a internet, o mundo inteiro comemorou a descoberta do enorme recurso da informação. Estava também inaugurado o início da informática. O processo se deu nesses termos: havia a necessidade de transmissão de dados do Exército Americano, da NASA, do governo. Daí surgiu a ideia de se criar uma rede de comunicação entre esses órgãos. A princípio a internet foi pensada como um recurso de comunicação de Estado, não aberto ao público. Mentes democráticas e libertárias facilitaram o imediato acesso a todos e a grande rede (www) ganhou a dimensão que se tem hoje.
Acredita-se que a internet seja uma das grandes conquistas da humanidade no século XX. As críticas são convergentes a que ela se tornou a meio de comunicação mais acessível a todas as pessoas. De custo/benefício extremamente prático e capaz de utilidade a quem quer que seja, independentemente do credo, de ideologia e de ser alfabetizado ou não. Olha que útil esta característica, quantos e quantos analfabetos absolutos ou relativos fazem uso das redes sociais! O sujeito pode não saber ler ou escrever, mas tem-se lá, de fácil manuseio envio de imagens e áudios. É a comunicação audiovisual. E como se tornaram poderosas!
Colocada ao pública, a grande rede mundial de computadores gerou outros descendentes. Vieram então as redes sociais. Tivemos inicialmente os chats, o Orkut (já extinto) e preponderantemente as redes sociais. O facebook, o twitter e whatsapp são os grandes aplicativos da comunicação da era digital. O Email tem sido empregado de forma periférica. Como toda invenção ou descoberta a internet trouxe também a sua utilização colateral. São os efeitos colaterais da grande invenção. Não é que os inventores da internet e das redes sociais tiveram também pensamentos e concepções malignas ou que invenções e inventores tenham um quê de nocividade e fermento do mal. Todos são absolutamente neutros e inofensivos. A questão central e estrutural está na mente, no espírito e intenção dos usuários, no caso aqui dos internautas. Bem comparando, tomem a internet e todo o mundo virtual, como uma praça pública. Lembrando o nosso grande bardo Castro Alves, “a praça é do povo como o céu é do condor”. A internet além de livre e libertária é uma praça liberta e libertina, onde tem liberdade o monge e o cafetão, onde atua o indivíduo legal e o pirata, onde se expresso o pudico e o devasso, onde trabalham os éticos e os honestos, mas também exibem suas futilidades os folgados e parasitas.
Expressando assim pode até parecer, sugerir ou insinuar que a internet seja a responsável por tanta vagabundagem e desocupação. Pode ser quase isso mesmo. Na verdade vagabundos, folgados e parasitas sempre se fizeram presentes em todos os recantos do planeta. A diferença é que agora eles têm mais voz e vez. Eles ganharam destaque, eles são ouvidos e o que é pior, eles fizeram seguidores.
A corrente deles se fizeram nesses termos, facilmente identificados. Imaginemos o surgimento do facebook. O primeiro cadastrado, criou o seu perfil e fez o que ele chamou de “amigos”( na verdade fantasmas de fótons e cores), são os contatos desse primeiro navegante (internauta). No caudal desses novos contatos, foram surgindo novos usuários: “ novos amigos” e contatos;  e assim geometricamente progressivos.
E como se dá essa rede ou teia de usuários por todo o planeta? Toda a engenharia ou processo se faz pelos grandes provedores da internet. Pegue-se o exemplo do facebook.
As inteligências ou administradores do facebook agem de forma muito sub-reptícia, aliciante e ardilosa. De forma inebriante e paulatina todos vão sendo enredados.
Para se tornar um usuário, primeiro se oferece de forma ingênua e graciosa todos os dados pessoais, os gastos, e ganha-se um identificador. A partir daqui entra em ação a inteligência artificial (IA) do provedor. Pronto, aqui o indivíduo cai nas malhas da rede daquele site e não tem volta. O usuário e cadastrado se torna uma presa fácil, tanto do provedor como dos anunciantes. Todo apelo de consumo é dirigido ao assinante, ao seu gosto e preferência. E como pululam as futilidades e baixarias; o que se sabe é que numa filtragem mais rigorosa sobra pouco, muito pouco mesmo de proveito, quando o assunto é ofertas e contribuição da internet e redes sociais para a formação da cultura, da cidadania e caráter do cidadão.
Todos nós deparamos, em todos os espaços públicos ou privados, sejam em festas, nas ruas, em aeroportos e áreas de lazer, com multidões, cordões de pessoas. Todos assistimos a fileiras e legiões de pessoas encurvadas e atentas nas telinhas de seus celulares e tablets. Ninguém olha ou fala com as outras pessoas. Todos no mesmo vazio em nada acrescentar de proveito e útil em suas vidas! Que triste!  “ Viver se tornou a coisa mais rara. A maioria das pessoas apenas existe – Oscar wilde -  Março /2019  

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