terça-feira, 28 de maio de 2019

Câo.Nibal e Cão.Afeição

 O Cão como Bravura ou Afeto
 João Joaquim  

Existem vários estudos sobre a relação das pessoas com os animais. O animal protótipo ou piloto dessa sociedade é o cão, pelos laços estreitos da união. A grande maioria desses animais tem um ancestral selvagem. Todos os canídeos têm um ancestral em sua genealogia. Muitos desses primeiros representantes ainda existem na natureza. São os casos do lobo selvagem, do cão selvagem,  ainda visto nas savanas africanas, do lobo-guará ainda selvagem no continente americano. Entre outras espécies.
Nos primórdios o homem buscou domesticar e amansar os cães com o objetivo principal de caça. Tal iniciativa se deu pela simples observação dos animais selvagens (os cães) como exímios caçadores. Isto se deve até os dias de hoje pela grande aptidão da espécie em corridas, em olfato dos mais diferenciados e inteligência.
Os cães  no contexto moderno se tornou uma bicho mais lento, mais dócil, tendo̶-se em conta que o confinamento do animal, a sua prisão em casas e apartamentos tornam̶ no um bicho mais inibido, mais preguiçoso  e com todas as habilidades deprimidas. É  o resultado de sua reclusão, limitação de reflexos e movimentos.
Primitivamente   os cães foram amansados, domesticados e adestrados para a caça e posteriormente para a atividade de vigilância. E de fato nesta atividade de guarda, e de vigilância eles são muito hábeis por duas características básicas: territorialidade e sentido do olfato aguçado. Ser territorial é o apego do animal onde é mantido e criado. O animal tem energia e  inclinação em defender o domicílio e respectivo dono.
Considerações da criação e posse dos cães no contexto da modernidade. Nesses termos leva̶-se em conta que o homem se urbanizou, a maioria das pessoas mora em condomínios verticais, conjuntos habitacionais tais dotados das mais rígidas e eficazes guaritas pessoais (funcionários de portaria) e vigilância eletrônica. Ora, diante da modernização e segurança da vida urbana, por que a criação, a estreita e massiva relação com os cães, nesses ambientes apertados e reclusos?
Estudos Australianos e Canadenses nos revelam sobre a gênese ou  motivação da adoção e convivência das pessoas com os cães em ambiente puramente residencial. São os cães como pets ou animais de estimação. Projeção da pessoa no animal como símbolo de força e bravura (violência). Têm̶ aqui um componente psiquiátrico e social. É como se um indivíduo dono e condutor do bicho (passeio na coleira) dissesse ou expressasse aos outros transeuntes: afastem̶ se de minha rota senão eu lhe ataco e mordo. Nesse sentido tem-se noticiado   os casos de  cães ferozes que atacam, estraçalham e matam as pessoas em seus caminhos.
Por fim, para concluir, um mecanismo psíquico da relação das pessoas com os cães situa̶ se no campo dos afetos, das frustrações das relações amorosas e conjugais. Distmia é o termo técnico para esses distúrbios emocionais, das emoções e das privações afetivas. Em síntese, muitas carências afetivas e falta física de um filho, um cônjuge e outros pares afetivos são supridas pela criação, manutenção e companhia perene de um cão como animal de estima, de amor e alvo de afeto. Ainda que para tanto o animal seja cerceado de todos os seus instintos ancestrais de liberdade e livre circulação. Existe ainda o risco de transmissão de doenças e não são poucas, elas merecem um capitulo a parte.  Maio/2019.   
João Joaquim médico e cronista DM

Nenhum comentário:

Assassínios de Reputações

Quando se fala em assassinato, tem-se logo o conceito desse delituoso feito. Ato de matar, de eliminar o outro, também chamado de crime cont...