terça-feira, 28 de maio de 2019

Poder Novo - Práticas Velhas

MELANCÓLICO E DESESPERADOR
João Joaquim  
Quando olhamos o quadro político e sociocultural de nosso Brasil temos motivos soberbos para preocupação e espanto. Quando a maioria dos brasileiros elegeu para presidente um candidato novato para o cargo, o deputado Jair Bolsonaro, foi uma aposta na esperança de que o novo eleito (quadriênio 2019  2022) pudesse implementar uma série de propostas que colocasse o país novamente na rota do desenvolvimento e administração de qualidade em muitas áreas  como segurança pública, educação e saúde pública. Passados mais de 4 meses de governo, pouco ou nada dessas metas têm sido cumpridas. A impaciência e desesperança têm novamente batido à consciência e porta das pessoas. Para franca sinceridade (sem cera) , fica a sensação de que houve até piora de muitos setores e atividades do país.
Nessa percepção basta uma detida análise de como ou a quantas anda a saúde das pessoas, o nível das escolas públicas, a segurança das pessoas. Quando se menciona segurança das pessoas pode subdividi-la em outros itens. Porque além do risco da ida e volta do trabalho e outros eventos, têm̶ se o risco do desemprego, o risco da educação de má qualidade dos filhos, a insegurança da subsistência, o risco das dívidas, o risco da falta de assistência médica, o risco da infelicidade e da depressão. Viver no Brasil passou a ser um risco.
Não é de agora que temos acompanhado algumas tragédias que preocupam, que infelicitam a todos nós, a começar pelas estatísticas. De analfabetos funcionais; são 13 milhões segundo o IBGE. Somados aos funcionais têm̶̶ se mais de 50 milhões de  brasileiros que mal leem e entendem um parágrafo de jornal ou manual de eletrodomésticos.
Os crimes de trânsito e homicídios com feminicídios superam os crimes da guerra da Síria. São mais de 100 mil mortos por ano. É uma estatística recrudescente e aterrorizante. Entre as causas estão estradas em agonias de manutenção, frota de carros velha, motoristas embriagados e drogaditos;  e por fim leniência das leis e impunidade pela omissão da  justiça. Fragilidade das leis e tolerância da justiça que explicam o elevado número de crimes contra a vida. Entre esses delitos dois dos mais hediondos têm sido o feminicídio e a violência sexual contra as crianças e mulheres.
Uma questão por demais sensível e que se mostra renitente refere̶̶ se à educação. Quando se olha os índices que avaliam tanto o aprendizado de alunos (prova Brasil, Ideb, Pisa) ou das instituições de ensino, o cenário nos parece melancólico e desesperador. Tal constatação inicia̶ se no ensino fundamental (o nome já diz tudo, fundação ou base de um edifício) e deságua no ensino universitário.
Nossos formandos do ensino superior entram nas faculdades via ENEN —ensino nacional do ensino médio. Para isso eles são adestrados especificamente para o vestibular. Passa quem faz mais pontos. Uma espécie de bingo ou tabela de certo e errado. Passado um ano eles não sabem nada da decoreba. As escolas deveriam ensinar aos alunos a pensar, a ler, a exercitar a matemática, a escrever, a se falarem com os outros.
A maioria dos colégios públicos se tornaram um antro de consumo e venda de drogas. Ir para essas escolas tem se tornado um pesadelo para muitos adolescentes e jovens. O cenário psicossocial tem se mostrado tão pessimista para nossa juventude que até ataques terroristas têm sido cometidos por aloprados, suicidas e terroristas, estes os próprios “educandos” dessas escolas.
Mas, otimismo. Se Deus é brasileiro, ele que talvez estava com outras ocupações, há de olhar pelo nosso Brasil, e com sua ajuda voltaremos a ser uma grande nação.  Maio 2019.
João Joaquim médico e cronista DM www.jjoaquim.blogspot.com

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