sábado, 29 de junho de 2019

Corrupção hereditária

NOSSA DESIGUALDADE SOCIAL E CORRUPÇÃO COMEÇAM EM  PORTUGAL
Joao Joaquim

Quando olhamos o cenário geopolítico do mundo, quando olhamos as relações estado/sociedade, constatamos o quanto em muitos países sobressaltam as diferenças socioeconômicas que permeiam as pessoas. Quando se fala em estado, se fala em seus poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Se fala das relações desses órgãos com a sociedade. No Brasil, como em muitos países subdesenvolvidos ou emergentes (Brasil neste grupo), se constata enorme disparidade em termos de renda e acesso aos serviços prestados pelos governos. Em muitos países, é o caso do Brasil, a riqueza, lucros, super salários, o PIB, enfim, estão concentrado nas mãos de poucos. Trata-se de uma gigantesca injustiça social, poucos têm muito, muitos têm pouco ou nada  para sobreviver porque estão situados na categoria de pobreza ou extrema pobreza. Quais seriam as origens e causas de tanta desigualdade socioeconômica nos chamados países subdesenvolvidos ou emergentes? Tratam-se de questões políticas na essência. Como exemplo: mandatários ditatoriais, cooptação de governantes por grupos criminosos, longo domínio de um mesmo político no poder, leniência e tolerância da justiça,  e principalmente corrupção. Muita corrupção envolvendo empreiteiras e governantes no poder. Nesse gênero e lista de causas basta tomar o exemplo do Brasil com muitos empresários e agentes públicos envolvidos nos processos ora em curso da operação lava-jato. Para  contextualizar , há uma equipe formada por procuradores de Justiça, policiais federais e juízes federais, que são especializados em investigar crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e improbidade administrativa. Todo esse aparato tem esse nome popular, Lava-Jato. 
A corrupção no Brasil tem a história e a idade do próprio país. Não se tem como provar que os indígenas que aqui eram nativos tinham a prática da corrupção. Convivendo com os brancos se sabe que muitos assimilaram esse expediente delituoso. Outra verdade esquecida e negligenciada é que os povos indígenas foram duramente escravizados, maltratados, assassinados, constituindo esses massacres em autêntico genocídio. Basta o registro de que no ano de 1500, quando chegaram os colonizadores a população indígena era estimada em cerco de 5 milhões de pessoas. Atualmente calcula-se que esse número seja de 460 mil indivíduos. Os maiores responsáveis por esses massacres e extinção de muitas etnias foram os próprios colonizadores;  e atualmente fazendeiros, garimpeiros, madeireiros, posseiros e outros profissionais ilegais que invadem e confiscam as terras desses nativos do território brasileiro. 
Outra causa de extinção de povos indígenas vem do próprio estado com a construção de imensas hidroelétricas. Como exemplos, a usina de Belo Monte PA, São Luís de Tapajós PA, de Tucuruí PA, de Santo Antônio RO.
A corrupção e disparidade socioeconômica no Brasil começam com a chegada dos primeiros colonizadores e seguem com os chamados privilégios ancestrais. O próprio Pero Vaz de Caminha como primeiro escrivão da colônia pede ao rei do Portugal Manuel I (apelidado de o afortunado, o venturoso, o bem-amado) emprego para seus parentes. Até os primeiros operadores de justiça como ouvidores e juízes eram acusados em Portugal de corrupção. Nos processos e julgamentos dificilmente se condenavam aquelas pessoas de melhores cargos funcionais ou de posses materiais. Os escravos, negros, mulatos e índios raramente escapavam dos tridentes da justiça e seus julgadores. Em 1549, Pero Borges, veio na comitiva de Tomé de Souza, como ouvidor-geral de Justiça. Ele tinha sido investigado por desvio de dinheiro na construção de um aqueduto, lá em Portugal.
Assim, de forma concludente pode-se afirmar de forma categórica que a exclusão social, as desigualdades socioeconômicas e de acesso aos serviços públicos como deveres do estado vem de outra época, dos tempos do Brasil-colônia.
Aqueles privilégios ancestrais, das carteiradas, dos ricos e nobres, da imunidade e impunidade, de cadeia só para preto, pobre ou prostitutas permanecem quase inalterados. Quantos ricos e nobres se têm nas prisões hoje em relação aos denunciados e processados? Poucos.
Aliado a tudo isto os carteis de ricos e poderosos, o conluio público-privado com empreiteiros formam todo um sistema de tornar os ricos mais ricos, os pobres mais pobres e o Brasil um dos campeões do mundo em desigualdade e exclusão social e em corrupção. junho2019.    

Nenhum comentário:

Assassínios de Reputações

Quando se fala em assassinato, tem-se logo o conceito desse delituoso feito. Ato de matar, de eliminar o outro, também chamado de crime cont...