segunda-feira, 29 de julho de 2019

Para Lamento Nosso

NOSSO PARLAMENTO É MESMO PARA MUITO LAMENTO
João Joaquim  
Estamos vivendo tempos terríveis no Brasil e no mundo. Qualquer cidadão honesto, puro, probo e que tem princípios éticos e morais como norte de vida deve estar sentindo náuseas, ora até engulho com muitos fatos, feitos e condutas de muitos segmentos de nossa sociedade. Os segmentos sociais aqui referidos são justamente os que dirigem nosso país, nas pessoas de seus gestores, governantes, administradores públicos e parlamentares. Ao que parece, todos pensam apenas no interesse seu e de seus apaniguados e cupinchas. 
Nesse sentido façamos um paralelo de nossas casas legislativas (Câmara dos Deputados, Senado) com uma família ou uma escola de curso fundamental. Em uma família: o que os filhos esperam de seus pais?      Que esses sejam as balizas, os referenciais de suas vidas, suas normas de conduta. Que os pais sejam os modelos de comportamento  e atitudes.
E de uma escola de curso fundamental? O que representam os seus dirigentes, os professores e monitores? Mais do que exemplos de postura e conduta social, todos esses líderes e mestres irão transmitir os fundamentos técnicos e científicos aos aprendizes, alunos . Serão também pessoas a ditar os padrões de ética e de moral aos alunos dessas escolas, porque Ética e Moral, não se nasce sabendo, cada um aprende com a família e nas escolas (inclusive  ensina-nos o pensador Aristóteles). 
E nosso parlamento? Todos que assistimos às sessões de nossas casas legislativas, temos a sensação de apresentações de um teatro mambembe. Ou então ao confronto de duas torcidas de futebol que trocam xingamentos, acusações pra lá e pra cá, escaramuças vilipendiosas aos adversários políticos, entre outras cenas de um teatro grotesco, ou mesmo de  um  octógono de lutas verbais e ofensas aos rivais de siglas partidárias.
Estamos no início do governo de Jair Bolsonaro; estamos presenciando  vários projetos de administração pública para o Brasil- São projetos do Executivo- Dois merecem distinção: a reforma da Previdência e o projeto anticrime do ministro da Justiça Sérgio Moro.
A reforma da Previdência tem relevância porque ela visa a viabilidade desse tão importante órgão assistencial aos brasileiros. Do contrário ele pode se inviabilizar, vir à falência e deixar os segurados à míngua. E aqui está posta a grande questão. Cada categoria profissional busca se beneficiar mais do que as demais e ter privilégios. E nas sessões de votação o que se vê? Discussões, obstruções, um reco-reco sem fim. São debates que não levam a nenhum consenso, a lugar nenhum. Utopia, enfim. 
O anteprojeto nº 2019 (Projeto de lei Anticrime) do ministro Moro, seria outra significativa mudança de legislação penal, porque altera um decreto-lei de 1940 (quanta caduquice!). Seu objetivo é combater os crimes de corrupção, o crime organizado e crimes violentos contra a pessoa (estupros, feminicídios).
o que temos assistido nas sessões que se sucedem na Câmara (Comissão de Constituição e Justiça)? A cada votação têm-se os destaques ou glosas, ou retirada de itens do projeto. Corre-se o risco de retirar todo o conteúdo e sobrar apenas o título. Zero efeito, zero teor, zero eficácia. Seria o tal do reco-reco: debates e mais debates, sessões para a TV câmara, nhenhenhém , e no final tudo resulta em nada, nihilismo na forma mais pura( diria Nietzsche).
Enfim, pelo cheiro da brilhantina, pelos semblantes e intenções de nossos membros do parlamento, temos ali os contra e os a favor do Brasil. Cada Parlamentar (dá para lamentar mesmo) ali presente parece pensar nos próprios interesses e olhar para o próprio umbigo. O Brasil, o bem comum e o povo que se virem como podem. Quando vemos muitos desses políticos se posicionar contra essa e outra lei mais rígida;  contra a corrupção, fica a certeza de que eles estão advogando em causa própria, porque ao cabo e em última análise a lei vai contra eles mesmos, os muitos que já respondem a inquéritos e processos nos próprios tribunais superiores.  Fica essa sensação final. Só no Brasil mesmo.

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