Depende da vantagem
SE ME PAGAR BEM SOU NEGRO OU GAY
Na esteira do progresso científico e tecnológico, o homem na
sua infinita criatividade foi também buscando o seu desenvolvimento social.
desenvolvimento este com muitas facetas, nuances, confluências e controvérsias.
Um exemplo muito em voga e exaustivamente visto encontramo-lo na área ou
matéria dos direitos humanos. E aqui já existem não uma, mas múltiplas
controvérsias. No que concerne por exemplo à vítima e seus familiares. Quantas
vezes o Brasil já assistiu algum defensor público, algum membro da ordem dos
advogados do Brasil (OAB) ou uma regional irem atrás dos familiares da vítima e
saber de seu sofrimento, seu luto, suas dificuldades de sobrevivência e
direitos como cidadão (ã)? Quantas vezes? Ou seja, no caudal dos avanços das
ciências e das tecnologias da informação, muitos foram os avanços sociais. Mas,
pensando de forma humanista, mais coerente e mais compreensível seria se tais
direitos e garantias fossem distribuídos de forma isonômica, com um regramento
e balizas de mais justiça. E justiça, desde a concepção da República de Platão,
se mostra uma ilusão no Brasil como nação.
Ainda dentro
das normativas das conquistas sociais e direitos humanos, vamos agora analisar
as chamadas garantias das classes intituladas como minorias. Assim tidas e
havidas porque representam umas percentagem (%) menor da população brasileira.
E aqui estabelecida está outra controvérsia nos avanços sociais. E nesse
contexto, temos a cristalina ciência de como os valores, conceitos, vícios,
defeitos e virtudes são mutáveis conforme também as vantagens, prerrogativas e
benefícios que cada categoria ou indivíduo aufere se ele enquadrar nessas
classificações criadas pelo estado e grupos dos direitos humanos. Um exemplo
bem chegadinho de fresco refere-se às criadas leis das cotas raciais. Nesse
cenário das cotas uma pergunta fundamental: antes da legislação das cotas como
vantagem para ingresso na universidade pública, quantas eram as pessoas que se
declaravam negras? Tal visão, para os agraciados com esse privilégio mudou radicalmente.
Compare um questionário ou cadastro de um jovem afrodescendente antes e depois
da criação das cotas raciais. Nomear a cor ou etnia de um jovem antes como
negra, constituía-se em contravenção ou injúria racial. No entanto para ter uma
pontuação a mais para ingresso em curso superior se tornou um atributo
privilegiado, um qualificativo e distinção pessoal. Nesse sentido e mudança de
visão, à luz do discurso e teses dos defensores dos direitos humanos nós,
brasileiros, somos constituídos maioritariamente por negros, mulatos e
afrodescendentes, ainda que a cor da pele, ou seja, o fenótipo aponte o
contrário. Aliás, nessa estratégia vêm até surgindo notórios casos de fraudes e
falsidade ideológica, quando alguns indivíduos buscam artifícios para bronzear
ou enegrecer a pele para passar a aparência de mulatos ou afrodescendentes.
E assim se
sucede com “ainda outras minorias” tendo em conta suas características étnicas,
físicas e sociais. Tomem como tipo as pessoas homoafetivas e os portadores de
necessidades especiais. Basta conceder-lhes algum tratamento mais igual em
relação a outras pessoas, algum privilégio. Todos, literalmente todos, nunca se
ofenderão em ser tachados de gays ou aleijadinhos, contanto que, sejam num
contexto ou concessão de algum benefício e vantagem em relação ao resto da
sociedade. Tudo pode ser normal, bacana, legal e aceito, se traz-me algum
ganho, algum lucro ou tratamento exclusivo para mim e minha classe. Êta
progresso, êta social, êta direitos humanos.
Novembro /2019.