sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Depende da vantagem


SE ME PAGAR BEM SOU NEGRO OU GAY
Na esteira do progresso científico e tecnológico, o homem na sua infinita criatividade foi também buscando o seu desenvolvimento social. desenvolvimento este com muitas facetas, nuances, confluências e controvérsias. Um exemplo muito em voga e exaustivamente visto encontramo-lo na área ou matéria dos direitos humanos. E aqui já existem não uma, mas múltiplas controvérsias. No que concerne por exemplo à vítima e seus familiares. Quantas vezes o Brasil já assistiu algum defensor público, algum membro da ordem dos advogados do Brasil (OAB) ou uma regional irem atrás dos familiares da vítima e saber de seu sofrimento, seu luto, suas dificuldades de sobrevivência e direitos como cidadão (ã)? Quantas vezes? Ou seja, no caudal dos avanços das ciências e das tecnologias da informação, muitos foram os avanços sociais. Mas, pensando de forma humanista, mais coerente e mais compreensível seria se tais direitos e garantias fossem distribuídos de forma isonômica, com um regramento e balizas de mais justiça. E justiça, desde a concepção da República de Platão, se mostra uma ilusão no Brasil como nação.
Ainda dentro das normativas das conquistas sociais e direitos humanos, vamos agora analisar as chamadas garantias das classes intituladas como minorias. Assim tidas e havidas porque representam umas percentagem (%) menor da população brasileira. E aqui estabelecida está outra controvérsia nos avanços sociais. E nesse contexto, temos a cristalina ciência de como os valores, conceitos, vícios, defeitos e virtudes são mutáveis conforme também as vantagens, prerrogativas e benefícios que cada categoria ou indivíduo aufere se ele enquadrar nessas classificações criadas pelo estado e grupos dos direitos humanos. Um exemplo bem chegadinho de fresco refere-se às criadas leis das cotas raciais. Nesse cenário das cotas uma pergunta fundamental: antes da legislação das cotas como vantagem para ingresso na universidade pública, quantas eram as pessoas que se declaravam negras? Tal visão, para os agraciados com esse privilégio mudou radicalmente. Compare um questionário ou cadastro de um jovem afrodescendente antes e depois da criação das cotas raciais. Nomear a cor ou etnia de um jovem antes como negra, constituía-se em contravenção ou injúria racial. No entanto para ter uma pontuação a mais para ingresso em curso superior se tornou um atributo privilegiado, um qualificativo e distinção pessoal. Nesse sentido e mudança de visão, à luz do discurso e teses dos defensores dos direitos humanos nós, brasileiros, somos constituídos maioritariamente por negros, mulatos e afrodescendentes, ainda que a cor da pele, ou seja, o fenótipo aponte o contrário. Aliás, nessa estratégia vêm até surgindo notórios casos de fraudes e falsidade ideológica, quando alguns indivíduos buscam artifícios para bronzear ou enegrecer a pele para passar a aparência de mulatos ou afrodescendentes.
E assim se sucede com “ainda outras minorias” tendo em conta suas características étnicas, físicas e sociais. Tomem como tipo as pessoas homoafetivas e os portadores de necessidades especiais. Basta conceder-lhes algum tratamento mais igual em relação a outras pessoas, algum privilégio. Todos, literalmente todos, nunca se ofenderão em ser tachados de gays ou aleijadinhos, contanto que, sejam num contexto ou concessão de algum benefício e vantagem em relação ao resto da sociedade. Tudo pode ser normal, bacana, legal e aceito, se traz-me algum ganho, algum lucro ou tratamento exclusivo para mim e minha classe. Êta progresso, êta social, êta direitos humanos.  Novembro /2019.    

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