domingo, 29 de dezembro de 2019

No vio da Navalha

OS MEDOS E PERIGOS DE NOSSOS TEMPOS
João Joaquim
Vivemos tempos de muitos perigos e medos. Vamos por parte e deslindar cada uma dessas condições. Os perigos, de forma genérica, são as grandes ameaças às pessoas com a chegada  da chamada hipermodernidade. Tomemos o provérbio do escritor mineiro (Cordisburgo), João Guimarães Rosa, para quem “Viver é perigoso”. Com toda razão o médico e escritor das Gerais. Se a vida é em si uma condição arriscada, o quanto de outras condições, naturais e criadas pelo homem, estão aí para tornar a existência de mais risco !
As crises e paroxismos vividas pelo planeta são daquelas outras contra  as quais nada se pode fazer. De algumas dá até para fugir. Mas, e como fugir? Se o retirante assim o fizer outra de mais ameaça pode o encontrar. Seria o exemplo das secas nordestinas, onde morre gado e gente e até quem tem asa voa e vai embora como a asa branca de Luiz Gonzaga. E nesse contexto entra até a seca de ajuda dos governos local e federal. Drama a vista.
Por falar em drama, lembra-me a tragédia que assola muitos países do continente africano. São perigos e ameaças das mais trágicas que acometem a humanidade. São crises humanitárias imensuráveis e perenes para as quais as nações ricas não encontram ou não querem propor soluções. Porque de fato se mostram insolúveis.
E os perigos e ameaças dos países em conflitos bélicos e conflagrados? São os casos da Síria, do Sudão e Sudão do Sul. Com isso, criando uma das maiores crises humanitárias com a emigração dos refugiados. Nesses perigos e ameaças temos como fatores perpetradores e de continuidade a chamada insanidade e tirania de muitos líderes e fanáticos. Temos como exemplos os tiranos da Coreia do Norte, da Síria e Venezuela. E quem sofre com os perigos e ameaças são as pessoas comuns, a população mais pobre.
Quando se fala em medo, tem-se uma matéria de amplo espectro. Toda forma de perigo, seja ele de ordem natural ou induzido pelo homem causa medo. Quando se trata de saúde temos o diagnóstico clínico das fobias. A Associação de Psiquiatria Americana (APA) tem um guia ou classificação das doenças mentais. Chama-se Manual Estatístico e Diagnóstico (DSM), hoje, na 5º edição, DSM-V;  lá estão catalogadas as várias formas de fobias (medos). Alguns exemplos: claustrofobia, medo de multidões e locais fechados; tanatofobia, medo da morte; nomofobia, medo de ficar desconectado (off-line) da internet.
Paralelo ao progresso (talvez sem ordem) os sistemas capitalista e consumista foram criando monstrengos que representam perigo e medo nas pessoas. Pode-se afirmar que vivemos em um cenário de muita competição, rivalidade e busca frenética por posse, status social e visibilidade. E todo esse cardápio de novos valores cria muita ameaça, perigo e medo nas pessoas porque nem todos podem desfrutar igualmente dessas conquistas. Um exemplo bem atual dessas imposições da sociedade do consumo são os padrões de estética e beleza. Todos, especialmente as mulheres, querem andar de acordo com os modelos de mamas, glúteos, pernas, pálpebras, bochechas, lábios, cabelos, rosto; todos ditados pelo mercado de estética, anatomia e beleza.

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